Israel recebe lista de reféns que serão libertadas e diz que ela não se alinha a acordo

Internacional
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O Hamas divulgou os nomes de quatro mulheres militares de Israel que serão libertadas no sábado, 25, na segunda troca de reféns israelenses e prisioneiros palestinos prevista no acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza. O governo de Israel confirmou que recebeu a lista com o nome das reféns, mas que ela não se alinha com termos acordados previamente, informou o jornal israelense Hareetz.

O governo israelense também não especificou se os nomes incluídos são de militares.

As reféns foram identificadas pelo Hamas como Karina Ariev, Daniella Gilboa, Namma Levy, todas as três de 20 anos, e Liri Albag, de 19 anos. As quatro são soldados israelenses e foram sequestradas de uma base militar próxima à Faixa de Gaza no ataque terrorista de 7 de outubro de 2023.

Pelos termos do acordo, espera-se que Israel liberte cerca de 200 palestinos detidos em prisões israelenses em troca das quatro mulheres.

Segundo o jornal americano The New York Times, entre eles há palestinos que cumprem pena de prisão perpétua por envolvimento em ataques contra israelenses.

Apesar de não estar claro quais aspectos da lista de reféns Israel teria discordâncias, segundo o Hareetz o cessar-fogo estabeleceu que o Hamas é obrigado a libertar reféns vivos antes dos mortos, mulheres antes dos homens e civis antes dos soldados.

Do lado israelense, segundo os termos atuais, a libertação das reféns deve ser seguida pela retirada parcial das forças israelenses de uma zona-tampão no centro da Faixa de Gaza, para permitir o retorno de palestinos moradores do norte que foram deslocados pela guerra.

As autoridades de ambos os lados acusam mutuamente o outro lado de tentar sabotar esses termos.

Segundo autoridades israelenses, o Hamas também se comprometeu neste sábado a fornecer informações sobre as condições dos reféns que continuam em Gaza, mas que devem ser libertados durante a primeira fase do cessar-fogo, prevista para durar seis semanas.

Essa é uma exigência antiga de Israel, que na semana passada recebeu as três primeiras reféns libertadas pelo grupo terrorista. Em troca, 90 prisioneiros palestinos - todos mulheres e adolescentes - foram postos em liberdade por Israel.

A previsão é de que o Hamas liberte 33 reféns restantes, em troca da soltura de mais de mil prisioneiros palestinos por Israel. O grupo tem cerca de 94 reféns, mas presume-se que dezenas estão mortos.

Desde que entrou em vigor no domingo, 19, o cessar-fogo tem sido respeitado em termos gerais. Em Israel, parentes de reféns comemoraram o retorno das primeiras três libertadas, enquanto milhares de palestinos comemoravam a pausa nos bombardeios na Faixa de Gaza.

Conflitos na Cisjordânia

Apesar disso, o conflito entre israelenses e palestinos continua na Cisjordânia. No início da semana, o Exército de Israel deu início à operação "Muro de Ferro" na cidade de Jenin contra militantes radicais palestinos.

A operação continua nesta sexta-feira e centenas de civis que estavam no campo de refugiados ao norte da cidade precisaram ser deslocados.

Cerca de 12 palestinos foram mortos e 40 ficaram feridos.

Segundo o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, a operação em Jenin "será extensa e significativa".

Ela ocorre em meio ao aumento acentuado das tensões na Cisjordânia, que é ocupada ilegalmente por colonos israelenses. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, afirmou na tarde deste sábado, 8, em São Paulo, que governadores bolsonaristas "preferem fazer demagogia com sangue, ao tratar todo mundo da comunidade como se fosse bandido". Boulos disse que essa é a visão dos governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de outros chefes de Executivo estadual apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Ele lançou no Morro da Lua, região de Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, o Projeto Governo na Rua, que tem a finalidade de ouvir a população e levar as manifestações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Boulos declarou também que a questão do combate ao crime é antiga, mas que Luiz Inácio Lula da Silva é quem tomou a iniciativa de tentar resolver com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública e o projeto de lei antifacção. Conforme o ministro chefe da Secretaria-Geral da Presidência, com essas propostas aprovadas, o governo federal terá mais atribuições e responsabilidades para o enfrentamento ao crime.

"A gente acredita que o combate ao crime tem que fazer da maneira correta, como a Operação Carbono Oculto, da Polícia Federal, para pegar o peixe grande, não o bagrinho. O peixe grande está na Avenida Faria Lima, não na favela", acredita.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), divulgou neste sábado, 8, a pauta da Casa para a próxima semana, com a inclusão do projeto de lei antifacção - texto encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação que deixou 121 mortos no Rio de Janeiro. A proposta é relatada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), secretário de segurança de São Paulo.

Motta marcou a primeira sessão deliberativa da Casa da semana para terça-feira, 11, às 13h55. A sessão será semipresencial, conforme decidido pelo presidente da Câmara em atenção a pedido de líderes partidários. Isso significa que os deputados poderão votar a distância nas sessões dessa semana, sem precisarem estar em Brasília.

A pauta também contém outros projetos relacionados à Segurança Pública, como o que aumenta a destinação da arrecadação com jogos de apostas de quota fixa (bets) para o financiamento da segurança pública. O relator de tal projeto é o deputado Capitão Augusto (PL-SP).

Outro projeto na lista de serem debatidos pelos parlamentares é o que condiciona a progressão de regime, a saída temporária e a substituição de pena privativa de liberdade por pena restritiva à coleta de material biológico para obtenção do perfil genético do preso. O relator é o deputado Arthur Maia (União-BA).

Ainda consta na pauta a discussão de um projeto que altera o Código Tributário Nacional para tratar de normas gerais para solução de controvérsias, consensualidade e processo administrativo em matéria tributária e aduaneira. A tramitação em regime de urgência da proposta foi aprovada no último dia 21. O relator é o deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG).

O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil