Nos EUA, memorando da Casa Branca ordena pausa em programas federais de assistência financeira

Internacional
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A Casa Branca ordenou que os departamentos e as agências dos Estados Unidos interrompam os programas de assistência financeira federal, enquanto o governo de Donald Trump revisa a distribuição dos recursos, segundo um memorando obtido pelo Wall Street Journal.

 

O documento, enviado por volta das 17h (pelo horário local) da segunda-feira, 27, pelo Escritório de Gerenciamento e Orçamento, causou confusão entre funcionários das agências federais. Eles buscavam entender quais programas seriam afetados, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto.

 

Não ficou imediatamente claro se o memorando apenas interrompeu a assistência financeira relacionada aos decretos que Trump assinou durante a primeira semana na presidência ou se afetou todos os programas federais, que vão desde empréstimos para pequenas empresas até o financiamento da construção de rodovias.

 

Notas de rodapé no memorando isentam o Medicare (de saúde), os benefícios previdenciários e a assistência fornecida diretamente a indivíduos, mas não esclarecem dúvidas sobre a abrangência do documento.

 

A pausa temporária, segundo o memorando, entrará em vigor às 17h desta terça-feira, 28. Cada agência deverá fazer "uma análise abrangente de todos os seus programas de assistência financeira federal para identificar programas, projetos e atividades que possam ser implicados por quaisquer dos decretos do presidente", diz o documento. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou que as declarações do presidente do PSD, Gilberto Kassab, tiveram a intenção de mostrar a força do partido diante da reforma ministerial que deve ser anunciada na gestão federal. Na visão de integrantes do Palácio do Planalto, Kassab quis utilizar um momento considerado difícil para Lula, após a polêmica do Pix e o alto preço dos alimentos, para enaltecer a sigla para mais cargos.

Nesta quarta-feira, 29, o presidente do PSD afirmou que Lula é um forte candidato à reeleição, mas que não venceria o pleito de 2026 se fosse hoje. Kassab também salientou a sua preocupação com os rumos da economia e criticou a condução do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

"Não vejo articulação para reverter piora no cenário. Não vejo hoje nenhuma marca boa, como teve FHC [Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente] e Lula nos primeiros mandatos", afirmou, em painel da Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e o UBS BB no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.

As declarações ocorrem em meio às conversas e definições do governo sobre reforma ministerial. O PSD foi o grande vencedor das eleições municipais de 2024, a julgar pelo número de prefeitos eleitos, e será um dos principais pilares para a gestão Lula na reestruturação da Esplanada.

Nas últimas semanas, o governo sofreu alguns reveses, como a polêmica envolvendo fake news de que o Executivo taxaria o Pix e o alto preço dos alimentos. Na semana passada, por exemplo, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, citou uma "intervenção" para baratear alimentos, mas a pasta alegou que o uso do termo é inadequado. Soma-se a isso o resultado da pesquisa Quaest, que mostrou que a desaprovação de Lula chegou a 49% e superou a aprovação pela primeira vez.

Diante desse momento, integrantes da gestão avaliam que Kassab se utilizou dessa fragilidade para mostrar a força do partido e acenar para mais cargos na Esplanada. As mudanças que devem ser anunciadas pelo chefe do Executivo visam as eleições de 2026. O governo sabe que o partido não dará apoio 100% à gestão, mas a estratégia de Lula é evitar que o PSD faça oposição no próximo pleito.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará, nesta quinta-feira, 30, às 10h30, uma coletiva de imprensa a jornalistas no Palácio do Planalto, informou a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo. De acordo com a agenda da presidência, a previsão é que a coletiva tenha duração de cerca de 30 minutos, uma vez que a agenda seguinte do petista será às 11h com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcos Rogério de Souza.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "2025 é o ano mais importante do meu mandato". O presidente repetiu o mantra que tem adotado nos últimos dias e afirmou que 2025 será o ano de uma "grande colheita".

"2025 é o ano mais importante desse meu mandato, porque quando assumimos o governo a gente tinha muita clareza da dificuldade que íamos encontrar, porque era público pela divulgação de vocês que o País estava desmontado", afirmou.

"Este é o ano em que a gente começa a grande colheita de tudo o que foi plantado em 2023 e em 2024. Foi uma reconstrução das coisas do País para que ele voltasse a funcionar e voltasse a ser respeitado no mundo", completou.

Lula disse que "não queria que a transição falasse apenas do passado, mas do futuro". "Não sou daqueles que passa o governo inteiro tentando jogar a culpa no outro e não pensa o que vai fazer daqui para frente", afirmou.

O petista concede entrevista coletiva a jornalistas nesta quinta-feira, 30, no Palácio do Planalto. Esta é a primeira entrevista de Lula aos repórteres desde que o presidente trocou o comando da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom). O publicitário Sidônio Palmeira assumiu o lugar do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

O presidente reconheceu a ausência nas falas com a imprensa. "Não lembro qual foi a última entrevista que dei, faz tempo. Primeiro porque em setembro bati a cabeça e depois porque em dezembro tive de fazer um procedimento. Hoje estou aqui 100% recuperado, preparado para as lutas que vierem a partir de agora. Voltei a fazer ginástica, musculação, posso fazer a viagem que quiser", declarou.

Lula citou ainda um hábito do ex-presidente do México André Manuel López Obrador, as "mañaneras", entrevistas coletivas que o mexicano dava à imprensa das 6h às 8h, diariamente. O petista, no entanto, disse que "aqui no Brasil a cultura nossa não permite, porque nem vocês terão pergunta todos os dias e nem eu terei resposta todos os dias".

O presidente defendeu que "a democracia será a grande derrotada se permitirmos o crescimento da extrema-direita e fake news" e que pretende se dedicar neste ano para viajar pelo Brasil.

"Estou convencido que vamos terminar o mandato com situação extremamente positiva", reforçou, adiantando que o País deve crescer de 3,5% a 3,7% em 2024.