Presidente do México diz que enviará carta ao Google sobre nomenclatura do Golfo

Internacional
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quarta-feira, 29, que enviará uma carta ao Google para esclarecer a nomenclatura do Golfo do México. Segundo ela, o objetivo é corrigir possíveis inconsistências sobre o uso do nome da região em plataformas digitais. O Google anunciou na terça-feira, 28, a mudança do nome do Golfo do México para Golfo da América no Google Maps para usuários nos Estados Unidos.

"Então, se lembram, o decreto do presidente Trump tem a ver com sua plataforma continental, que é distinta do que é todo o Golfo. Então, estamos enviando uma carta ao Google, primeiro para dizer: 'Bom, suponho que o Google Maps saberá dessa divisão internacional, porque não é uma definição unilateral'. Saberá também que organismo é responsável por nomear mares internacionais", disse Sheinbaum em coletiva de imprensa.

Ela enfatizou que não cabe a um país sozinho modificar a nomenclatura de regiões marítimas. "Para mudar o nome de um mar internacional, não é um país que o faz, mas uma organização internacional. Então, estamos enviando esta carta ao Google hoje e, amanhã (quinta-feira), se quiserem, explicamos como isso se define", completou.

A carta, segundo ela, também incluirá um pedido para que o termo "América Mexicana" seja devidamente reconhecido nas plataformas do Google. "Vamos pedir que 'América Mexicana' apareça no mapa", afirmou a presidente.

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A juíza Ligia Dal Colletto Bueno, da 1ª Vara do Juizado Especial Cível de Vergueiro, determinou a penhora de uma picape Toyota Hilux de posse do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). A decisão busca garantir o pagamento de cerca de R$ 6,6 mil em honorários a advogados que representam o site Diário do Centro do Mundo.

No pedido de indenização por dano moral, o site e seu diretor, o jornalista Kiko Nogueira, alegam ter sido alvo de ofensas públicas e declarações que os associam a práticas ilícitas.

O Estadão entrou em contato com a assessoria de imprensa de Ciro Gomes, mas não havia obtido uma resposta até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestação.

Em entrevistas, Ciro Gomes teria dito que os profissionais do portal eram "picaretas que o PT contrata nas piores escolas do jornalismo brasileiro". O ex-governador do Ceará também acusou o site de receber dinheiro desviado de cofres públicos. "As migalhas que caíram do mensalão, eles que estão comendo."

A princípio, o pedido, que tramita desde 2023, foi negado. Após apresentação de recurso, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) considerou haver "flagrante excesso nas afirmações", configurando dano moral.

Ciro Gomes foi condenado ao pagamento de R$ 20 mil por dano moral a cada um dos autores da ação, além da obrigação de publicar retratação pública e arcar com os honorários advocatícios. A penhora do veículo foi determinada diante da falta de pagamento dos valores previstos.

Em nota, o escritório Francisco Ramos Advogados Associados, que representa o Diário do Centro do Mundo, informou que "a decisão nos anima a confiar que todos podem ser responsabilizados pelos excessos que maculam a liberdade de expressão, que jamais deve ser confundida com liberdade de ofender".

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), saiu em defesa da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, em uma publicação no X (antigo Twitter) nesta quarta-feira, 29. A parlamentar afirmou que a primeira-dama sofre ataques por "atuar em causas relevantes".

Gleisi mencionou na postagem uma ação popular contra a socióloga movida pelo vereador bolsonarista Guilherme Kilter (Novo), de Curitiba. Ele afirma que Janja viola os princípios da legalidade, da impessoalidade, da moralidade e da publicidade ao manter uma equipe de ao menos 12 pessoas à disposição dela, mesmo sem um cargo formal no governo, como revelou o Estadão.

O caso ainda aguarda um parecer do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que definirá se o processo tramitará na Justiça de Curitiba ou do Distrito Federal, onde Janja mantém domicílio.

"É por atuar em causas relevantes, como os direitos da mulher e o combate à fome, que a companheira Janja sofre tantos ataques. Não seria alvo da extrema-direita, dos machistas e dos preconceituosos se ficasse omissa diante da realidade", escreveu Gleisi.

Segundo Gleisi, a ação é "tão mal preparada que nem o Judiciário sabe por onde deve tramitar".

"Leio agora que um vereador de Curitiba, da turma do cassado [Deltan] Dallagnol, moveu ação judicial contra ela tão mal preparada que nem o Judiciário sabe por onde deve tramitar. Fique firme, Janja, e conte com a nossa solidariedade", escreveu Gleisi.

Guilherme Kilter reagiu à publicação de Gleisi e afirmou nas redes sociais: "Grande dia".

Como é a equipe de Janja?

Como mostrou o Estadão, grupo inclui assessora de imprensa, fotógrafos, especialistas em redes sociais e um militar como ajudante de ordens. O "time" de Janja custa cerca de R$ 160 mil mensais em salários por mês e seus integrantes já gastaram R$ 1,2 milhão em viagens, desde o começo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.

Questionada, a Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República respondeu com os cargos formais de cada um dos profissionais.

A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann, deve ocupar o lugar de Márcio Macêdo na Secretaria-Geral da Presidência a partir da reforma ministerial, prevista para ocorrer até março, como mostrou o Estadão. Prestes a integrar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Gleisi acumula críticas a ministros da atual gestão petista.

Gleisi criticou três ministros publicamente desde o início do terceiro mandato de Lula. Entre os embates mais emblemáticos entre a presidente do PT e integrantes do governo está a troca de farpas com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em dezembro de 2023, Gleisi discordou dos rumos tomados na economia.

Apesar de destacar que a economia é fundamental para o governo, estava indo bem e não deveria mudar de rumo, a presidente nacional do PT defendeu que o País deveria ter uma meta de crescimento econômico. Para a petista, o Orçamento deveria ser executado na totalidade, com ênfase em investimentos públicos, porque um déficit não alteraria a situação do País.

A declaração foi feita na Conferência Eleitoral e Programa de Governo PT, em Brasília, no dia 9 de dezembro de 2023, no painel que discutiu a condução da política econômica do governo Lula 3, que também contou com a participação de Haddad.

Haddad e Gleisi discordaram sobre a relação entre resultado primário e crescimento da economia. Enquanto Haddad disse que não existe correspondência entre déficit e avanço do PIB, Gleisi criticou a meta zero e defendeu sua flexibilização.

Também em dezembro de 2023, uma resolução do partido chamou o arcabouço fiscal, proposta de Haddad, de "austericídio fiscal".

Sucessão de Lula em 2023

Em outro capítulo da troca de farpas doméstica entre membros do Partido dos Trabalhadores (PT), a deputada federal rebateu declarações dadas pelo ministro da Fazenda em janeiro de 2024.

Gleisi criticou declarações de Haddad sobre uma possível sucessão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas eleições de 2030. Os dois falaram em entrevistas ao jornal O Globo.

"Acho extemporânea a discussão sobre a sucessão do presidente Lula. Nós precisamos fazer com que tudo dê certo porque é isso que vai garantir a sucessão, inclusive a reeleição de Lula na próxima eleição", afirmou Gleisi na ocasião.

Haddad havia respondido, quando questionado sobre ele próprio ser um possível sucessor, que não pensava em sê-lo e que não havia discussão sobre se Lula seria ou não candidato em 2026: "[A questão] Está pacificada. Não se discute".

A presidente do PT também disse que criticar as decisões do ministro da Fazenda é "um dever" e faz parte da tradição da legenda. "É um direito do partido e até um dever fazer esses alertas e esse debate, isso não tem nada de oposição ao ministro e nem a ninguém. É da nossa tradição."

Atrito com Alexandre Padilha

Em outubro do ano passado, a reunião da Executiva Nacional do PT foi marcada por críticas ao governo Lula, lavação de roupa suja em público e duras cobranças a respeito da necessidade de um "reposicionamento" do partido após derrotas sofridas nas eleições municipais.

Como mostrou o Estadão, a portas fechadas, a presidente do PT rebateu críticas do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, sobre a condução do partido durante as eleições municipais de 2024. De acordo com Padilha, a legenda precisava fazer uma "análise aprofundada" e que os trabalhadores não se sentiam mais representados pelo PT.

"A fala dele foi desrespeitosa. Inclusive eu convidei Padilha para vir aqui, mas ele disse que não podia", afirmou a deputada na reunião.

Nas redes sociais, Gleisi aumentou o tom das críticas e disse que "Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados (nas eleições)".

"Mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam", acrescentou.

Críticas a ministro interino

Em uma nova investida a área econômica do governo, em agosto do ano passado, Gleisi rebateu em postagem nas redes sociais uma declaração do ministro interino da Fazenda, Dario Duringan, sobre a mudança na presidência do Banco Central.

Número dois de Haddad na Fazenda, Duringan assumiu o cargo interinamente nas férias do ministro, e afirmou que a troca de Roberto Campos Neto no BC deveria ser feita "sem arroubo político".

Sem citar o nome do ministro interino, Gleisi usou as redes sociais no dia 8 de agosto do ano passado para dizer que "não há que falar em arroubo político" na decisão de Lula na escolha do sucessor de Campos Neto.

"Foi o voto popular que conferiu ao presidente Lula a prerrogativa de indicar o próximo presidente do BC. Não há que falar em arroubo político nessa decisão, muito menos fantasiar que a gestão do BC 'independente' foi 'técnica'", escreveu.