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Sheinbaum diz não acreditar em temor de represália dos EUA em cancelamento de reunião da Celac

Internacional
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou nesta quarta-feira (29) que desconhece os motivos que levaram ao cancelamento da reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), programada para esta quinta-feira (30), mas garantiu que o México segue comprometido com a unidade regional.

"O chanceler irá entrar hoje em contato com o governo de Honduras para entender por que a reunião foi cancelada. Soubemos do cancelamento apenas pelo comunicado oficial", declarou Sheinbaum durante a coletiva de imprensa. "Mas não acredito que seja por represálias dos EUA."

A mandatária reforçou que a posição do México é sempre de integração regional. "Nossa posição sempre será de unidade na América Latina e no Caribe. Somos parceiros comerciais dos Estados Unidos e também temos muitas relações com os Estados Unidos. Mas o nosso vínculo com a América Latina existe e vamos continuar tendo", disse.

A próxima reunião, prevista para março, ainda não tem formato definido, podendo ser realizada de maneira virtual ou presencial.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou nesta segunda-feira, 17, apoiadores a participarem de uma manifestação em março, pedindo "Fora Lula 2026" como uma das principais pautas. O ex-chefe do Executivo foi indiciado pela Polícia Federal por participação numa tentativa de golpe de Estado e deve ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República.

Até pouco tempo atrás, entretanto, os bolsonaristas, incluindo um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), defendiam o pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando crime de responsabilidade no pagamento do programa Pé-de-Meia, como a tônica do protesto.

A mudança na pauta reflete o cenário adverso que o ex-presidente atravessa, com a inelegibilidade até 2030, o possível banco dos réus que enfrentará caso o Supremo Tribunal Federal (STF) aceite a denúncia e abra um processo penal, e a falta de uma maioria no Congresso para apoiar um processo de impeachment.

No vídeo publicado nesta segunda-feira nas redes sociais de Bolsonaro e do organizador do ato no Rio de Janeiro, o pastor Silas Malafaia, o ex-presidente afirma que a pauta será: "liberdade de expressão, segurança, custo de vida, 'Fora Lula 2026' e 'anistia já'".

Bolsonaro pede ainda que os seguidores que participarão das manifestações em outras cidades do País se atentem aos organizadores do evento e à pauta proposta.

A confusão sobre a palavra de ordem começou com uma declaração do próprio ex-presidente neste sábado, 15, quando mencionou a expressão "impeachment" ao falar de "questões nacionais" previstas para o ato durante entrevista ao canal Brasil Talking News.

Também no sábado, o chefe do Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos e dono do X, Elon Musk, compartilhou uma publicação que menciona uma "onda nacional de protestos" em mais de 120 cidades brasileiras no dia 16 de março. O bilionário, que já se envolveu em entrevero com o ministro do STF Alexandre de Moraes e negou cumprir decisões da Justiça brasileira, escreveu somente a expressão "wow" na publicação.

A postagem, foi compartilhada pelos filhos do ex-presidente, senador Flávio e deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Nesta segunda, Eduardo repostou o vídeo do pai, afirmando que "anistia é a pauta principal". "O Congresso precisa acabar com essa injustiça imediatamente!", escreveu.

O Ministério Público Federal (MPF) decidiu arquivar denúncia registrada em janeiro contra o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), após ele afirmar em cerimônia de abertura de evento em Pomerode (SC) que a cidade se destaca pela "cor da pele das pessoas".

A acusação de suposta prática de racismo foi feita pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de Sapucaia do Sul (RS). A declaração do governador ocorreu durante a 40.ª Festa Pomerana, que celebra a cultura germânica na região do Vale do Itajaí.

Na ocasião, conforme áudio disponível no site da Secretaria de Comunicação Social do governo de Santa Catarina, Jorginho Mello afirmou: "Pomerode se destaca pela beleza turística que tem, pelas casas enxaimel, pela cor da pele das pessoas, pela mistura, pelo o que representa para todos nós".

O parecer do MPF é de que não houve dolo, uma vez que não foi constatada "a ideia de hierarquizar grupos em detrimento de outros, muito menos diminuí-los ou eliminá-los".

"São palavras que, embora possam, se lidas de forma isolada, traduzir alguma dúvida quanto à intenção de quem as proferiu, retomam o seu mais claro sentido quando confrontadas com o discurso de que foram extraídas", escreveu o vice-procurador-geral da República, Hindenburgo Chateaubriand Filho.

No Instagram, Jorginho Mello reagiu ao arquivamento da notícia de fato registrada, fruto, segundo ele, de manobras políticas.

"Infelizmente, isso é sistemático. Tem uma turma aí que insiste em dizer que somos um Estado preconceituoso. É inveja. Porque crescemos, nos desenvolvemos e somos exemplo para o Brasil", afirmou em vídeo publicado nesta segunda-feira, 17.

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, divulgou neste domingo, 16, um texto com críticas ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A mensagem, redigida no formato de carta aberta, foi enviada a ministros e aliados do presidente.

Ao Estadão, Kakay confirmou a autoria e o envio do texto. A carta critica a gestão federal e diz que o petista "não faz política" em seu terceiro mandato presidencial, distinguindo-se do modo como dirigiu o Executivo federal entre 2003 e 2010.

"Alguns políticos me confidenciaram que não conseguem falar com o presidente. É outro Lula que está governando", diz trecho da carta. "O Lula do terceiro mandato, por circunstâncias diversas, políticas e principalmente pessoais, é outro. Não faz política. Está isolado. Capturado."

Kakay é um membro ativo do Prerrogativas, grupo formado por juristas, advogados e acadêmicos de Direito de orientação progressista. O "Prerrô", como é conhecido, se notabilizou pelas críticas à Operação Lava Jato e pela atuação judicial contra a prisão em segunda instância. Ao Estadão, o coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que a carta reflete uma "posição pessoal" de Kakay e que o grupo mantém "apoio incondicional" à gestão Lula.

O texto ressalta o papel de Lula na formação de uma "frente ampla" de oposição a Jair Bolsonaro (PL) em 2022. "Só o Lula conseguiria unir e fazer este amplo arco para derrotar Bolsonaro", afirma Kakay. Por outro lado, segundo o advogado, a condução do governo é negativa e prejudica as perspectivas dos opositores de Jair Bolsonaro na próxima eleição presidencial.

"Sem termos o Lula que conhecíamos como presidente e sem ele ter um grupo que ele tinha ao seu redor, corremos o risco do que parecia impossível: perdermos as eleições em 2026", disse Kakay, avaliando o quadro como "muito preocupante".

O texto de Kakay foi redigido dois dias depois da divulgação de uma pesquisa de avaliação de governo realizada pelo Datafolha, que aponta para o pior cenário de avaliação a Lula em seus três mandatos presidenciais. Segundo o levantamento divulgado na sexta-feira, 14, a aprovação ao governo caiu 11 pontos porcentuais em dois meses, indo a 24%, enquanto a reprovação é de 41%.

Para o advogado, porém, a pesquisa de maior relevância ao quadro político é a divulgada pelo Ipec no sábado, 15, que aponta que 62% dos brasileiros não querem que Lula concorra à reeleição no próximo pleito. O índice, segundo o criminalista, preocupa diante da inexistência de um "sucessor natural" de Lula.

"Não foi feito um grupo ao redor do presidente, que se identifique com ele e de onde sairia o sucessor político natural", aponta o advogado.

"Fico olhando o quadro e torcendo para o crescimento de uma direita civilizada. Com a condenação do Bolsonaro e a prisão, que pode se dar até setembro, nos resta torcer para uma direita centrista."

Como mostrou o Estadão, nomes associados ao "Prerrô" ganharam espaço no governo Lula, com ao menos 28 nomeações de quadros ligados ao grupo. Após a publicação, o Prerrogativas divulgou uma nota qualificando a reportagem como uma tentativa "reducionista" de "queimar o grupo".

Veja a íntegra da carta divulgada por Kakay

Lula, a esperança da democracia.

"Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro", Clarice Lispector.

Lula ganhou 3 vezes e elegeu Dilma como sua sucessora. À época elegeria o qualquer de seus Ministros pois era imbatível.

Certa vez, conversando com um senador do PT, ele me disse que tinha um ano tentava uma audiência com a Presidenta Dilma. Ela não fazia política. Sofreu impeachment.

Um dia no Governo Lula um Senador da oposição me liga as 11 hs da manhã e reclama que tinha assumido há 15 dias - era suplente - e que não havia sido recebido pelo Zé Dirceu, chefe da Casa Civil. Liguei para o Zé . As 12.30 a gente estava almoçando no Palácio do Planalto. O Zé - de longe o mais preparado dos Ministros - deu um show discorrendo sobre o Estado de origem do Senador, que saiu de lá com o número do celular do Zé e completamente encantado.

Neste atual governo Lula fez o que de melhor podia ao enfrentar Bolsonaro e ganhar do fascismo impedindo que tivéssemos mais 4 anos de Bolsonaro. Seria o fim da democracia. Seriam destruídas de maneira irrecuperável tudo que foi construído nos governos democráticos, não só do PT. O fascismo acaba com tudo. Este o maior legado do Lula. Para tanto foi necessário, senão não teríamos ganhado, fazer uma aliança ampla demais. Só o Lula conseguiria unir e fazer este amplo arco para derrotar Bolsonaro. Aqui em casa, no dia da diplomação, 12 de dezembro, determinado político se aproximou em um momento em que Lula e eu conversávamos, colocou amistosamente a mão no meu ombro e fez uma brincadeira. Ao sair da roda o Lula me falou baixinho, rindo :" este jamais será meu Ministro, e acha que vai ser." Dia 1º de janeiro ele assumiu como Ministro. Este o brilhantismo do Lula neste momento difícil. Não fosse sua maturidade não teríamos tido chance de vencer o fascismo. Por isto cometo aqui certa indelicadeza de comentar este fato: para ressaltar a maturidade do Presidente Lula.

Mas o Lula do 3º mandato , por circunstâncias diversas, políticas e principalmente pessoais, é outro. Não faz política. Está isolado. Capturado. Não tem ao seu lado pessoas com capacidade de falar o que ele teria que ouvir. Não recebe mais os velhos amigos políticos e perdeu o que tinha de melhor: sua inigualável capacidade de seduzir, de ouvir, de olhar a cena política.

Outro dia alguns políticos me confidenciaram que não conseguem falar com o Presidente. É outro Lula que está governando.

Com a extrema direita crescendo no mundo e , evidentemente aqui no Brasil, o quadro é muito preocupante. Sem termos o Lula que conhecíamos como Presidente e sem ele ter um grupo que ele tinha ao seu redor, corremos o risco do que parecia impossível: perdermos as eleições em 2026. Bolsonaro só perdeu porque era um inepto. Tivesse ouvido o Ciro Nogueira e vacinado, ou ficado calado sem ofender as pessoas, teria ganho com a quantidade de dinheiro que gastou. Perder uma reeleição é muito difícil, mas o Lula está se esforçando muito para perder. E não duvidem dele, ele vai conseguir.

Claro que as circunstâncias estão favoráveis ao projeto de perder as eleições. Não dou tanto importância para estas pesquisas feitas o tempo todo. Mas prestei atenção nesta que indica que 62% não querem que Lula seja candidato a reeleição. A pergunta é : quem é seu sucessor natural? Não foi feito um grupo ao redor do Presidente, que se identifique com ele e de onde sairia o sucessor político natural, o " grupo" do Lula a gente sabe quem é. E certamente não vai tirá-lo do isolamento. Ele hoje é um político preso à memória do seu passado. E isolado. Quero acreditar na capacidade de se reencontrar. Quem se refez depois de 580 dias preso injustamente, pode quase tudo . E nós temos o Haddad, o mais fenomenal político desta geração em termos de preparo. Um gênio. Preparado e pronto para assumir seu papel.

Já fico olhando o quadro e torcendo para o crescimento de uma direita civilizada. Com a condenação do Bolsonaro e a prisão, que pode se dar até setembro, nos resta torcer para uma direita centrista, que afaste o fascismo.

Que Deus se apiede de nós!

É necessário lembrar o mestre Torquato Neto no Poema do Aviso Final:

"É preciso que haja algum respeito , ao menos um esboço ou a dignidade humana se afirmará a machadada."