Trump diz que ditadura de Maduro receberá deportados

Internacional
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A ditadura de Nicolás Maduro receberá de volta dezenas de milhares de imigrantes venezuelanos deportados dos EUA, disse ontem o presidente Donald Trump. O acerto não havia sido confirmado por Maduro publicamente. A medida removeria um grande obstáculo aos planos de deportações em massa do republicano

Ele foi negociado com Maduro pelo enviado de Trump para a Venezuela, Richard Grenell, que fez uma rara visita de um alto funcionário dos EUA à capital, Caracas, na sexta-feira. Grenell retornou aos EUA na mesma noite com seis americanos que estavam detidos em prisões venezuelanas.

"A Venezuela concordou em receber de volta em seu país todos os imigrantes ilegais venezuelanos que estavam acampados nos EUA, incluindo os membros da gangue Tren de Aragua", escreveu Trump na rede Truth Social, afirmando que Caracas também concordou em oferecer o transporte para deportação.

O presidente americano se referia à violenta gangue venezuelana que recentemente chegou aos EUA. "Estamos no processo de expulsar um número recorde de estrangeiros ilegais de todos os países, e todas essas nações aceitaram o retorno dos estrangeiros ilegais", afirmou o republicano.

O acordo ajudará Trump a cumprir uma promessa de campanha de deportar milhões de imigrantes que vivem nos EUA sem autorização. Aceitar deportados é uma grande mudança na posição de Maduro, que há muito se recusa a permitir aviões de deportação dos EUA. Mais de 600 mil venezuelanos migraram para o país nos últimos anos e receberam status de proteção especial que permitia a eles viver e trabalhar temporariamente.

No início da semana passada, o governo Trump revogou esse status especial, deixando os imigrantes venezuelanos vulneráveis à deportação.

RECOMPENSA

Segundo afirmou Grenell, nenhuma concessão financeira ou de outra natureza foi prometida a Maduro, além da perspectiva de melhorar a relação com os EUA.

"A única recompensa para Maduro foi minha presença física, o primeiro oficial sênior dos EUA a visitar o país em anos", disse ele. "Foi um grande presente para ele ter uma visita de um enviado do presidente Trump."

A visita de Grenell ajuda Maduro a reivindicar legitimidade da eleição que afirma ter vencido em julho. EUA e outros observadores internacionais dizem que ele claramente perdeu para a oposição. A maioria dos governos da região não o reconhece.

Maduro ainda enfrenta indiciamentos federais dos EUA por acusações de tráfico de drogas e corrupção. (com agências internacionais)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Eleito neste sábado, 1º, para um novo mandato à frente do Senado Federal, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) retomou um tema que levou seu antecessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o antigo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a entrarem em um cabo de guerra em 2023: o rito para analisar medidas provisórias (MPs) do governo.

Em seu discurso antes da votação, Alcolumbre, eleito na sequência com 73 votos, afirmou ser "urgente" o retorno das comissões mistas para avaliar as medidas enviadas pelo governo.

"O processo legislativo das medidas provisórias também precisa ser retomado urgente. As comissões mistas são obrigatórias por mandamento constitucional. Suprimi-las ou negligenciá-las não é apenas errado do ponto de vista do processo: é uma redução do papel do Senado Federal", disse.

O rito de tramitação ao qual o agora novo presidente se referiu foi suspenso durante a pandemia de covid-19 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando as propostas vindas do Poder Executivo passaram a ser votadas diretamente no plenário das duas Casas Legislativas, para dar celeridade ao processo.

Conforme a Constituição determina, as medidas provisórias adotadas pelo presidente da República devem ser analisadas por uma comissão mista, formada por 12 deputados e 12 senadores, designada pelo presidente do Congresso, antes de seguirem para votação nos plenários.

Na prática, a relatoria das medidas provisórias ficava ora a cargo de um senador, ora de um deputado, em um revezamento. Com a alteração, Lira viu mais poder acumulado em suas mãos. Primeiro, com o direito de indicar o relator de todas as MPs, que, via de regra, passam primeiro pela Câmara e seguem para a revisão do Senado. Além disso, também passou a ser dele a prerrogativa para pautar a tramitação das MPs sem a interferência do Senado.

O caso virou um impasse em fevereiro de 2023, quando Pacheco quis retomar o modelo pré-pandêmico, mas Lira propôs que o rito fosse alterado em definitivo. Segundo o site do Congresso, 22 comissões mistas com a finalidade de analisar medidas provisórias de 2024 estão aguardando instalação.

Em entrevista coletiva após ser eleito, Alcolumbre criticou a "falta de comunicação" dos presidentes das duas Casas durante os últimos quatro anos. "[o distanciamento] de certo modo enfraqueceu o Poder Legislativo. Não estou criticando nem o Arthur, nem o Rodrigo. Estou fazendo uma constatação que todos nós sabemos", disse.

O novo presidente falou que, no novo regime de tramitação, os senadores passaram a ser chamados "aos 45 minutos do segundo tempo", e que ficavam sem possibilidade de, eventualmente, aprimorar as medidas. Por norma, elas passam a valer com força de lei assim que o presidente da República as decreta, mas têm o prazo de 120 dias para serem validados pelo Congresso e se converterem definitivamente em lei ordinária.

"Não é e nunca será correto uma decisão unilateral de um Poder que é bicameral acabar tirando a autonomia e a autoridade do Senado", afirmou.

Políticos da esquerda à direita do espectro político lamentaram a morte da bispa Keila Ferreira, liderança da Assembleia de Deus do Brás, bairro da dona leste de São Paulo. Entre as manifestações estão as do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A causa da morte, ocorrida neste sábado, 1º de fevereiro, não foi divulgada. Keila tinha 52 anos e era mulher do bispo Samuel Ferreira, com o qual dividia a liderança da igreja.

Na manhã deste domingo, 2, o presidente Lula publicou uma nota de pesar, afirmando que Keila "era uma referência de fé inabalável e amor genuíno ao próximo". "Neste momento tão doloroso, elevo minhas orações a Deus, pedindo que Ele proporcione conforto, força e consolo à família Ferreira, à Igreja e a todos os amigos que estão sofrendo com essa perda inesperada", disse o presidente, em nota publicada pelo Planalto.

O governador de São Paulo também lamentou a morte da bispa, a qual afirmou que "compreendia bem o sacrifício de Cristo na cruz". Além de se solidariezar com a igreja, família e amigos de Keila, Tarcísio desejou que "a dor vire saudade e esperança na vida com Cristo".

O ex-deputado federal Eduardo Cunha (Republicanos) também publicou uma breve nota em seu perfil no X (antigo Twitter), anunciando que está de luto pela morte da bispa e desejou que Deus console o marido e a família.

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) publicou junto com a mulher, a pastora Edileusa Feliciano, uma nota de pesar desejando conforto à família pela "perda irreparável".

O pastor Silas Malafaia, que não tem cargo público, mas participa ativamente da política institucional, também fez uma postagem em casal. Ele e sua esposa, pastora Elizete Malafaia, desejaram que "Deus Todo-Poderoso console" o bispo e a família.

O ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso (MDB) morreu na madrugada deste domingo, 2, em Belo Horizonte, aos 86 anos.

A causa da morte não foi divulgada, mas segundo seu filho, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), o pai estava internado há alguns dias com quadro clínico "que inspirava cuidados".

O filho do ex-governador lamentou a morte do pai em seus perfis nas redes sociais, afirmando que o legado de "trator", alcunha pela qual era conhecido em Minas, "jamais será esquecido".

Segundo nota divulgada pelo governador Romeu Zema (Novo), o Estado vai decretar luto oficial de três dias. A previsão é que o velório ocorra nesta segunda-feira, 3, no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo.

"Minas Gerais perde uma personalidade marcante. Newton Cardoso teve uma longa jornada na política, iniciada ainda quando jovem, e sempre se destacou por sua capacidade de diálogo, carisma e resiliência", diz a nota publicada por Zema.

Cardoso foi governador de Minas Gerais entre 1987 e 1991, além de ocupar o cargo de vice-governador durante o mandato de Itamar Franco (MDB), entre 1999 e 2003.