Netanyahu vai discutir com Trump 'vitória sobre Hamas'

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O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse neste domingo, 2, que discutirá a "vitória sobre o Hamas", o combate ao Irã e a expansão das relações diplomáticas com os países árabes em seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A reunião de terça-feira, 4, na Casa Branca será a primeira de Trump com um líder estrangeiro desde que voltou ao cargo. Ela acontece enquanto mediadores dos EUA e árabes começam o trabalho de intermediar a próxima fase de um acordo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza e libertar dezenas de reféns mantidos por militantes.

O Hamas, que rapidamente reafirmou seu controle sobre Gaza desde que o cessar-fogo foi estabelecido no mês passado, disse que não libertará os reféns que deveriam ser libertados na segunda fase sem o fim da guerra e a retirada total das forças israelenses.

Netanyahu, que está sob crescente pressão de parceiros governamentais de extrema-direita para retomar a guerra após o fim da primeira fase no início de março, disse que Israel ainda está comprometido com a vitória sobre o Hamas e o retorno de todos os reféns capturados no ataque dos militantes em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a guerra.

Não está claro qual é a posição de Trump em tudo isso. Ele tem sido um firme apoiador de Israel, mas também prometeu acabar com as guerras no Oriente Médio e levou o crédito por ajudar a intermediar o acordo de cessar-fogo. O acordo interrompeu os combates e levou à libertação de 18 reféns que estavam presos há mais de 15 meses, bem como centenas de palestinos presos por Israel.

Netanyahu acolhe o apelo de Trump por "paz através da força"

Em uma declaração divulgada antes de sua partida no domingo, 2, Netanyahu disse que eles discutiriam "a vitória sobre o Hamas, alcançando a libertação de todos os nossos reféns e lidando com o eixo terrorista iraniano em todos os seus componentes", referindo-se à aliança iraniana de grupos militantes na região, incluindo o Hamas.

Ele disse que, trabalhando juntos, eles poderiam "fortalecer a segurança, ampliar o círculo de paz e alcançar uma era notável de paz por meio da força".

A guerra começou quando milhares de militantes liderados pelo Hamas invadiram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e fazendo cerca de 250 reféns. Mais de 100 reféns foram libertados durante um cessar-fogo de uma semana em novembro de 2023, oito foram resgatados vivos e dezenas de corpos foram recuperados pelas forças israelenses.

A guerra aérea e terrestre de Israel matou mais de 47 mil palestinos, mais da metade deles mulheres e crianças, de acordo com autoridades de saúde locais que não dizem quantos dos mortos eram combatentes. A guerra deixou grandes partes de várias cidades em ruínas e deslocou cerca de 90% da população de Gaza de 2,3 milhões de pessoas.

Sob a primeira fase do acordo de cessar-fogo, o Hamas deve libertar um total de 33 reféns, oito dos quais o Hamas diz estarem mortos, em troca de quase 2 mil prisioneiros palestinos. As forças israelenses se retiraram da maioria das áreas e permitiram que centenas de milhares de palestinos retornassem ao devastado norte de Gaza .

As negociações sobre a segunda fase, na qual a guerra terminaria e os cerca de 60 reféns restantes seriam devolvidos, estão programadas para começar na segunda-feira, 3. Se os Estados Unidos, o Catar e o Egito não conseguirem intermediar um acordo entre Israel e o Hamas, a guerra pode recomeçar no início de março.

Aspirações por um negócio maior

O enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, juntou-se às negociações de cessar-fogo no mês passado e ajudou a empurrar o acordo para a linha de chegada. Ele se encontrou com Netanyahu em Israel na semana passada e os dois deveriam começar formalmente as negociações sobre a segunda fase em Washington na segunda-feira (3).

Acredita-se que Trump, que intermediou acordos de normalização entre Israel e quatro países árabes em seu primeiro mandato, esteja buscando um acordo mais amplo e potencialmente histórico no qual Israel estabeleceria laços com a Arábia Saudita.

Mas o reino, que resistiu a apelos semelhantes do governo Biden, disse que só concordaria com tal acordo se a guerra terminasse e houvesse um caminho confiável para um Estado Palestino em Gaza, na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios que Israel capturou na guerra do Oriente Médio de 1967.

O governo de Netanyahu se opõe à criação de um Estado Palestino, e um parceiro-chave, o ministro das Finanças de extrema-direita Bezalel Smotrich, ameaçou deixar a coalizão governante se a guerra não for retomada no mês que vem. Isso aumentaria a probabilidade de eleições antecipadas nas quais Netanyahu poderia ser eliminado.

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Eleito neste sábado, 1º, para um novo mandato à frente do Senado Federal, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) retomou um tema que levou seu antecessor, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o antigo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a entrarem em um cabo de guerra em 2023: o rito para analisar medidas provisórias (MPs) do governo.

Em seu discurso antes da votação, Alcolumbre, eleito na sequência com 73 votos, afirmou ser "urgente" o retorno das comissões mistas para avaliar as medidas enviadas pelo governo.

"O processo legislativo das medidas provisórias também precisa ser retomado urgente. As comissões mistas são obrigatórias por mandamento constitucional. Suprimi-las ou negligenciá-las não é apenas errado do ponto de vista do processo: é uma redução do papel do Senado Federal", disse.

O rito de tramitação ao qual o agora novo presidente se referiu foi suspenso durante a pandemia de covid-19 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), quando as propostas vindas do Poder Executivo passaram a ser votadas diretamente no plenário das duas Casas Legislativas, para dar celeridade ao processo.

Conforme a Constituição determina, as medidas provisórias adotadas pelo presidente da República devem ser analisadas por uma comissão mista, formada por 12 deputados e 12 senadores, designada pelo presidente do Congresso, antes de seguirem para votação nos plenários.

Na prática, a relatoria das medidas provisórias ficava ora a cargo de um senador, ora de um deputado, em um revezamento. Com a alteração, Lira viu mais poder acumulado em suas mãos. Primeiro, com o direito de indicar o relator de todas as MPs, que, via de regra, passam primeiro pela Câmara e seguem para a revisão do Senado. Além disso, também passou a ser dele a prerrogativa para pautar a tramitação das MPs sem a interferência do Senado.

O caso virou um impasse em fevereiro de 2023, quando Pacheco quis retomar o modelo pré-pandêmico, mas Lira propôs que o rito fosse alterado em definitivo. Segundo o site do Congresso, 22 comissões mistas com a finalidade de analisar medidas provisórias de 2024 estão aguardando instalação.

Em entrevista coletiva após ser eleito, Alcolumbre criticou a "falta de comunicação" dos presidentes das duas Casas durante os últimos quatro anos. "[o distanciamento] de certo modo enfraqueceu o Poder Legislativo. Não estou criticando nem o Arthur, nem o Rodrigo. Estou fazendo uma constatação que todos nós sabemos", disse.

O novo presidente falou que, no novo regime de tramitação, os senadores passaram a ser chamados "aos 45 minutos do segundo tempo", e que ficavam sem possibilidade de, eventualmente, aprimorar as medidas. Por norma, elas passam a valer com força de lei assim que o presidente da República as decreta, mas têm o prazo de 120 dias para serem validados pelo Congresso e se converterem definitivamente em lei ordinária.

"Não é e nunca será correto uma decisão unilateral de um Poder que é bicameral acabar tirando a autonomia e a autoridade do Senado", afirmou.

Políticos da esquerda à direita do espectro político lamentaram a morte da bispa Keila Ferreira, liderança da Assembleia de Deus do Brás, bairro da dona leste de São Paulo. Entre as manifestações estão as do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

A causa da morte, ocorrida neste sábado, 1º de fevereiro, não foi divulgada. Keila tinha 52 anos e era mulher do bispo Samuel Ferreira, com o qual dividia a liderança da igreja.

Na manhã deste domingo, 2, o presidente Lula publicou uma nota de pesar, afirmando que Keila "era uma referência de fé inabalável e amor genuíno ao próximo". "Neste momento tão doloroso, elevo minhas orações a Deus, pedindo que Ele proporcione conforto, força e consolo à família Ferreira, à Igreja e a todos os amigos que estão sofrendo com essa perda inesperada", disse o presidente, em nota publicada pelo Planalto.

O governador de São Paulo também lamentou a morte da bispa, a qual afirmou que "compreendia bem o sacrifício de Cristo na cruz". Além de se solidariezar com a igreja, família e amigos de Keila, Tarcísio desejou que "a dor vire saudade e esperança na vida com Cristo".

O ex-deputado federal Eduardo Cunha (Republicanos) também publicou uma breve nota em seu perfil no X (antigo Twitter), anunciando que está de luto pela morte da bispa e desejou que Deus console o marido e a família.

O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) publicou junto com a mulher, a pastora Edileusa Feliciano, uma nota de pesar desejando conforto à família pela "perda irreparável".

O pastor Silas Malafaia, que não tem cargo público, mas participa ativamente da política institucional, também fez uma postagem em casal. Ele e sua esposa, pastora Elizete Malafaia, desejaram que "Deus Todo-Poderoso console" o bispo e a família.

O ex-governador de Minas Gerais Newton Cardoso (MDB) morreu na madrugada deste domingo, 2, em Belo Horizonte, aos 86 anos.

A causa da morte não foi divulgada, mas segundo seu filho, o deputado federal Newton Cardoso Jr. (MDB-MG), o pai estava internado há alguns dias com quadro clínico "que inspirava cuidados".

O filho do ex-governador lamentou a morte do pai em seus perfis nas redes sociais, afirmando que o legado de "trator", alcunha pela qual era conhecido em Minas, "jamais será esquecido".

Segundo nota divulgada pelo governador Romeu Zema (Novo), o Estado vai decretar luto oficial de três dias. A previsão é que o velório ocorra nesta segunda-feira, 3, no Palácio da Liberdade, antiga sede do governo.

"Minas Gerais perde uma personalidade marcante. Newton Cardoso teve uma longa jornada na política, iniciada ainda quando jovem, e sempre se destacou por sua capacidade de diálogo, carisma e resiliência", diz a nota publicada por Zema.

Cardoso foi governador de Minas Gerais entre 1987 e 1991, além de ocupar o cargo de vice-governador durante o mandato de Itamar Franco (MDB), entre 1999 e 2003.