Ucrânia: ataques de drones e mísseis russos deixam oito mortos

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Pelo menos oito pessoas morreram em ataques de drones e mísseis russos que atingiram cidades da Ucrânia entre ontem e hoje, disseram autoridades locais neste sábado, 1º. As tropas russas continuam avançando sobre o leste do país.

Um ataque de míssil russo em um bloco de apartamentos na cidade ucraniana de Poltava matou pelo menos sete pessoas e feriu outras 14 pessoas, incluindo três crianças, disse o Ministério do Interior da Ucrânia. Equipes de resgate permanecem no local.

O bombardeio ocorre enquanto as forças russas continuam sua campanha de meses para capturar os principais redutos de Donetsk, Pokrovsk e Chasiv Yar. O Ministério da Defesa da Rússia disse que suas tropas haviam assumido o controle de Krymske, um subúrbio ao norte da cidade de Toretsk, na linha de frente disputada, na região de Donetsk, na Ucrânia.

A metrópole de Odesa, no sul da Ucrânia, também foi atacada na sexta-feira à noite, com mísseis russos caindo no centro histórico da cidade, designado patrimônio mundial pela organização cultural da ONU UNESCO. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que Odesa está se recuperando dos ataques que atingiram prédios históricos. De acordo com ele, representantes diplomáticos noruegueses estavam na região.

Mais de dez mil civis ucranianos já morreram desde o início da guerra com a Rússia, de acordo com as Nações Unidas.

Ataques ucranianos também atingiram a Rússia, com defesas aéreas interceptando nove drones nas regiões de Bryansk, Belgorod e Saratov, disse o Ministério da Defesa da Rússia em um comunicado neste sábado.

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O deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), de 35 anos, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados neste sábado, 1º. O paraibano terá um mandato até 2027 e poderá disputar reeleição. Ele sucede a Arthur Lira (PP-AL), 55, que deixa o cargo depois de quatro anos.

Motta teve 444 votos na eleição deste sábado. Ele não bateu o recorde da reeleição de Arthur Lira em 2023, quando teve 464 votos. A maior dúvida da tarde era se o agora novo presidente da Câmara bateria ou não a marca de Lira.

O número de votantes se deve a um acordo de apoio a Motta que contou com 17 partidos, do PT ao PL (veja ao fim da matéria a lista completa). Ele derrotou dois adversários: o deputado Henrique Vieira (PSOL-RJ), que obteve 22 votos, e o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que angariou 31 eleitores.

Nascido em João Pessoa (PB), o novo presidente da Câmara é médico e vem de uma família de políticos. Seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), foi reeleito prefeito do município de Patos (PB), reduto eleitoral de Motta, em 2024. O avô paterno do parlamentar também foi prefeito da cidade, e o avô materno, deputado estadual.

Motta está no quarto mandato de deputado federal. Ele iniciou sua trajetória na Câmara aos 21 anos, pelo MDB (à época, o nome do partido ainda era PMDB). Agora está no Republicanos, legenda presidida pelo deputado Marcos Pereira (SP), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, e também a legenda do governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Em sua trajetória, Motta executou papéis importantes. Foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou a Petrobras, em 2015. Também foi o relator do projeto conhecido como "Orçamento de Guerra" - mecanismo criado para suportar os gastos relacionados à pandemia de covid-19 - em 2020 e da PEC que autorizou o governo de Jair Bolsonaro a limitar os pagamentos de precatórios, em 2021.

Sua ascensão nos primeiros anos de Câmara se deu em parte à proximidade com Eduardo Cunha, que presidiu a Casa de 2015 a 2016. Cunha foi cassado e chegou a ser preso pouco tempo depois.

A candidatura de Hugo Motta à presidência da Câmara foi lançada por Lira em outubro do ano passado. O anúncio contrariou expectativas de que o candidato da continuidade seria o líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA). Com a movimentação dos partidos em torno de Motta, Elmar desistiu da candidatura, assim como o líder do PSD, Antonio Brito (BA).

A manobra de Lira foi precedida por movimentos de Marcos Pereira. O presidente do Republicanos queria ele mesmo concorrer ao comando da Câmara, mas viu sua candidatura inviabilizada. Decidiu apoiar Hugo Motta e buscou a bênção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O petista consentiu, o nome de Motta ganhou força e o apoio de Lira praticamente sacramentou a eleição ainda em outubro de 2024.

Durante a sua campanha, Motta prometeu prezar pelo diálogo e defendeu o "fortalecimento do Poder Legislativo". Dentre as pautas mais polêmicas que dependem de sua decisão, está o projeto que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023, que está parado em uma comissão especial. Motta não disse ser favorável à proposta, já que o PT é contrário, mas já falou que vê "condenações acima do que seria justo".

O agora presidente da Câmara também deve dar rumo à proposta do governo sobre a regulação das redes sociais e sobre as novas etapas de regulamentação da reforma tributária.

Para deputados e consultores ouvidos pelo Broadcast Político, Motta entra no cargo sob a condição de cumprir acordos já definidos por Lira, sobretudo em relação ao orçamento deste ano, que ainda depende de aprovação no Congresso Nacional.

Segundo essas avaliações, num primeiro momento, Motta terá menos poderes que Lira. Porém, à medida que avancem as negociações sobre o Orçamento do ano que vem, o deputado do Republicanos ganhará mais protagonismo. Deputados governistas dizem ver em Motta maior estabilidade na relação entre a Câmara e o Palácio do Planalto.

Veja os 17 partidos que apoiaram Motta, em ordem de tamanho de bancada:

PL - 92 deputados;

PT - 67 deputados;

União Brasil - 59 deputados;

PP - 50 deputados;

PSD - 44 deputados;

Republicanos - 44 deputados;

MDB - 44 deputados;

PDT - 18 deputados;

PSB - 15 deputados;

Podemos - 14 deputados;

PSDB - 13 deputados;

PCdoB - 8 deputados;

Avante - 7 deputados;

PRD - 5 deputados;

Solidariedade - 5 deputados;

PV - 5 deputados;

Cidadania - 4 deputados.

O número de deputados não necessariamente reflete quantos eleitores Hugo Motta teve em cada partido. Dissidências são comuns e, como o voto é secreto, não é possível saber com certeza quem apoiou quem.

Os deputados Altineu Côrtes (PL-RJ) e Elmar Nascimento (União-BA) serão os vice-presidentes da Câmara pelos próximos dois anos. Eles foram eleitos neste sábado, 1º, durante a sessão realizada para escolher a nova direção da Casa.

Altineu será o primeiro vice e Elmar, o segundo. O deputado do PL teve 440 votos. O do União Brasil, 427. Eles eram candidatos únicos graças ao acordo costurado em torno da candidatura de Hugo Mota (Republicanos-PB) à presidência da Casa.

O novo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse neste sábado, 1º, em seu primeiro discurso à frente do cargo que defender a estabilidade econômica é defender a estabilidade social, e mencionou a responsabilidade fiscal. O deputado também defendeu as emendas parlamentares, mecanismo de distribuição de recursos por congressistas que está sendo questionado no Supremo Tribunal Federal. Ele falou logo depois de assumir a cadeira de presidente da Casa, que recebeu do agora ex-presidente Arthur Lira (PP-AL).

"Não se pode mais discutir o óbvio. Nada pior para os mais pobres que a inflação, a falta de estabilidade na economia", declarou ele, mencionando a responsabilidade fiscal como caminho para essa estabilidade. "Não há democracia com caos social, não há estabilidade social com caos econômicos. Defenderemos a democracia porque defenderemos também as melhores práticas das melhores políticas econômicas", disse Motta. Ele declarou que "não podemos continuar penalizando nossa gente".

"O povo brasileiro não quer a divisão da ideologia, mas a multiplicação no seu dia a dia", disse o novo presidente da Casa. Ele afirmou que as convergências constroem. Afirmou começar sua gestão sob o impacto "da confiança depositada". Ele teve 444 votos de 513 possíveis. Afirmou que servirá ao Brasil em seu mandato.

Hugo Motta disse que o Legislativo "jamais avançou em nenhuma prerrogativa". A declaração é uma resposta à análise de que o aumento das emendas parlamentares são uma usurpação de poder do Executivo. Afirmou, porém, ser favorável a mais transparência - para a Câmara e os demais Poderes. Segundo ele, é possível aperfeiçoar as emendas, mas seus aumentos recentes são um caminho sem volta. "Em 2016, por meio das emendas impositivas, Parlamento se encontra com as origens do projeto constitucional", declarou.

Hugo Motta fez várias referências a Ulysses Guimarães. Por exemplo, que a memória do político deve "iluminar corações e mentes". Disse "viva a democracia" e que tem "ódio e nojo" a ditaduras. O deputado disse que não existe Parlamento forte em ditaduras. "Ulysses afirmava que o presidencialismo absoluto deixava de existir com a nova Constituição", declarou. Também disse que "passou o tempo do dedo na cara, é hora do olho no olho".

Encerrou com uma referência ao filme Ainda Estou Aqui, que exalta Eunice Paiva e critica a ditadura militar. "Ainda estamos aqui", disse ele, em um aceno a políticos de esquerda. Segundo ele, todos precisam estar ao lado do Brasil, em harmonia com os Poderes da República.