Serviço Postal dos EUA deixa de receber encomendas enviadas da China e de Hong Kong

Internacional
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É provável que os americanos passem a pagar mais por produtos de plataformas chinesas de e-commerce populares, como Shein e Temu, já que o Serviço Postal dos EUA (USPS), agência governamental responsável por entregas de pacotes e correspondências, anunciou que deixará de aceitar encomendas provenientes da China e de Hong Kong.

 

A medida foi anunciada na terça-feira, 4, após os EUA terem imposto uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses e encerrado uma exceção alfandegária que permitia que encomendas de pequeno valor entrassem no país sem o pagamento de impostos.

 

Canadá e México conseguiram negociar um adiamento de um mês em relação às tarifas de 25% que foram ameaçadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump. Isso provavelmente impactará destinos de compras online como Shein e Temu, populares entre os jovens americanos pela oferta de roupas baratas e outros produtos, geralmente enviados diretamente da China.

 

O serviço postal direto e de baixo custo ajuda essas empresas a manter os custos reduzidos. A suspensão temporária pelo USPS provavelmente atrasará os envios e pode resultar em preços mais altos a longo prazo.

 

O que exatamente o USPS anunciou?

 

O Serviço Postal dos EUA informou, em um comunicado, que deixará de aceitar, temporariamente, encomendas vindas dos Correios da China e de Hong Kong até novo aviso. Cartas e pacotes "flats" - correspondências com até 15 polegadas (38 centímetros) de comprimento ou 1,9 centímetros de espessura - não foram afetados.

 

Por que isso aconteceu?

 

O USPS não informou um motivo em seu breve comunicado, mas a suspensão ocorreu logo após Trump encerrar, nesta semana, a exceção alfandegária que permitia que consumidores e importadores evitassem tarifas em pacotes com valor inferior a US$ 800. A isenção foi removida como parte de uma ordem executiva para aplicar uma tarifa de 10% sobre produtos chineses.

 

Qual é o impacto e quem é mais afetado?

 

Tanto consumidores quanto empresas não poderão mais enviar encomendas para os EUA provenientes de Hong Kong ou China. Essa medida provavelmente impactará empresas chinesas de e-commerce, como Shein e Temu, embora a Shein deva ser mais afetada, segundo Jacob Cooke, CEO da agência de marketing de e-commerce WPIC Marketing + Technologies. Ambas as empresas possuem uma fatia de mercado significativa nos EUA.

 

"Comparada à Temu, a Shein depende mais do USPS para o envio direto ao consumidor a partir da China, e sem esse canal, terá que recorrer mais a transportadoras privadas", afirmou Cooke. "Isso aumentará os custos logísticos, que, juntamente com o recente fim da isenção de minimis para a maioria dos produtos da China, poderá comprometer sua vantagem de preço."

 

Cooke explicou que a Temu opera com um modelo de semi-consignação e frequentemente envia pedidos em grandes volumes para os EUA antes de processar os pedidos localmente. "O modelo da Temu de adquirir produtos de baixo custo também deve permitir que a plataforma absorva custos logísticos mais altos e permaneça competitiva em termos de preço", acrescentou.

 

Nem a Shein nem a Temu se manifestaram imediatamente. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, afirmou que o país tomará "medidas necessárias" para proteger suas empresas e instou os EUA a "parar de politizar questões econômicas e comerciais, usando-as como ferramenta, e a deixar de reprimir indevidamente as empresas chinesas".

 

Quais são as possíveis maneiras de as empresas contornarem o problema?

 

Não está claro por quanto tempo a suspensão do USPS durará, mas o esforço para reprimir a exceção de minimis parece representar uma mudança de política a longo prazo, segundo Cooke. "Shein e Temu precisarão simplesmente recorrer mais a transportadoras privadas como alternativa à suspensão do USPS", afirmou.

 

A longo prazo, a Shein poderá acelerar a expansão de seus centros de distribuição nos EUA, enquanto a Temu poderá reforçar seu modelo de semi-consignação. Ao enviar produtos em grande quantidade para os EUA e processar os pedidos internamente, os custos logísticos podem ser reduzidos, segundo Cooke.

 

"O envio em massa para os EUA e o processamento local podem reduzir os custos logísticos, mas, para a Shein, isso representa uma perturbação a longo prazo em seu modelo de negócios, que depende do desenvolvimento rápido de novos SKUs e do envio direto aos consumidores", afirmou Cooke. (Com informações da Associated Press)

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O Diretório Nacional do Cidadania decidiu, por unanimidade, romper a federação com o PSDB. A decisão confirma a deliberação da Executiva Nacional, que no mês passado já havia votado pelo fim da aliança com os tucanos.

"A federação é passado; vamos em frente, retomando o protagonismo de nossa identidade, que deve apontar para onde o Cidadania pretende caminhar", disse o presidente nacional Comte Bittencourt durante evento da sigla em Brasília neste domingo, 16.

A federação vigora desde as eleições de 2022, mas, nos bastidores, integrantes do Cidadania reclamam que o partido perdeu espaço e ficou em segundo plano diante da preponderância do PSDB, como revelou a Coluna do Estadão. O partido afirma que a aliança com os tucanos levou à perda de deputados estaduais e federais, além de vereadores e prefeitos.

Comte Bittencourt afirmou que o partido precisa de "sabedoria, tranquilidade e equilíbrio" para definir se disputará a próxima eleição sozinho ou se buscará uma nova federação dentro do campo democrático. Entre as siglas em negociação está o PSB.

A direção nacional pretende se reunir com os dirigentes estaduais ao longo do próximo mês para discutir os possíveis cenários. O partido destaca como bandeiras essenciais a defesa da democracia, a urgência de medidas contra a crise climática e o combate a privilégios, como os supersalários.

Na matéria divulgada anteriormente, havia uma incorreção no título. Segue a versão corrigida.

A deputada federal Silvia Waiãpi (PL-AP), que perderá o mandato após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, 14, afirmou que é vítima de preconceito. Silvia é conhecida como a "indígena do Bolsonaro" e, junto a outros seis deputados, terá que deixar a Câmara dos Deputados.

"Essa decisão retira uma mulher do Norte, filha do Amapá, representante da Amazônia e indígena, que desde o início do mandato tem sofrido ataques e perseguições políticas. A discriminação contra parlamentares da nossa região não pode ser normalizada", afirmou Silvia, em nota.

A deputada federal é da etnia Waiãpi que está distribuída no Amapá, Pará e na Guiana Francesa. Ela era tenente do Exército e foi nomeada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para chefiar a Secretaria Nacional de Saúde Indígena (Sesai).

Silvia sugeriu ainda que a decisão mostra que o STF não quer uma "mulher indígena de direita" e que luta pela "igualdade sem vitimismos". "Eu defendo o Brasil e a sua soberania como nação. Isso não é comum, é assustador para muitos", completou.

Em junho do ano passado, Silvia ficou conhecida após ter o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amapá (TRE-AP) por utilização de verba pública de campanha eleitoral para procedimento de harmonização facial durante as eleições de 2022. Como a decisão do TRE-AP cabia recurso no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela não deixou a Câmara.

Além de Waiãpi, os deputados que perderam o mandato foram Augusto Puppio (MDB-AP), Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Lázaro Botelho (PP-TO), Lebrão (União-RO), Professora Goreth (PDT-AP) e Sonize Barbosa (PL-AP).

O Estadão procurou os seis deputados que perderam o mandato junto com Silvia, mas não havia obtido retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

Cabe agora ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) refazer os cálculos para definir quem assume os mandatos. De acordo com cálculos feitos pela Rede, o PSB e os Podemos, os novos parlamentares serão Aline Gurgel (Republicanos-AP), André Abdon (PP-AP), Paulo Lemos (Psol-AP),Professora Marcivânia (PCdoB- AP), Rafael Bento (Podemos-RO), Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e Tiago Dimas (Podemos-TO).

O Estado do Amapá, de Silvia, tem oito parlamentares e metade vai ser renovada por conta da decisão do STF. Os quatro novos deputados são aliados políticos do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).

Em fevereiro do ano passado, o STF decidiu que todos os candidatos e partidos podem concorrer às sobras eleitorais. Os ministros derrubaram cláusulas, aprovadas em 2021, que condicionaram a distribuição das sobras ao desempenho dos partidos e exigiam um percentual mínimo de votação nos candidatos. A maioria da Corte entendeu que os filtros violam os princípios pluralismo político e da soberania popular.

O que ocorreu nesta quinta foi que o tribunal entendeu que a decisão tem efeitos retroativos, ou seja, afeta quem foi eleito com base nos critérios anulados. Votaram nesse sentido os ministros Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Kassio Nunes Marques, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cristiano Zanin.

A maioria do Supremo considerou que a Corte não poderia chancelar os mandatos de parlamentares eleitos com base em uma regra considerada inconstitucional. Caso contrário, deputados que deveriam estar nos cargos seriam prejudicados.

Por outro lado, os ministros Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso e André Mendonça foram vencidos. Eles defenderam que a decisão deveria produzir efeitos somente para o futuro, sem afetar o mandato de parlamentares eleitos. Isso porque a Constituição prevê que a lei que alterar o processo eleitoral não se aplica à eleição que ocorrer em até um ano da data de sua vigência.

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