Kim Jong-un critica parceria entre EUA, Coreia e Japão e promete reforçar programa nuclear

Internacional
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O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou que a parceria de segurança reforçada entre Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão representa uma grave ameaça ao seu país e prometeu fortalecer ainda mais seu programa de armas nucleares, informou a mídia estatal neste domingo, 9.

Kim já fez advertências semelhantes no passado, mas sua mais recente declaração indica que o líder norte-coreano provavelmente não aceitará a tentativa do presidente Donald Trump de se reunir com ele e retomar as negociações diplomáticas tão cedo.

Em um discurso no sábado, durante o 77º aniversário da fundação do Exército Popular da Coreia, Kim disse que a parceria trilateral de segurança entre EUA, Japão e Coreia do Sul, criada sob um suposto plano dos EUA de formar um bloco militar regional semelhante à OTAN, está causando um desequilíbrio militar na Península Coreana e. Ele afirmou ainda que o acordo "representa um grave desafio ao ambiente de segurança" do país, segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).

"Ao se referir a uma série de novos planos para fortalecer rapidamente toda a capacidade de dissuasão, incluindo as forças nucleares, ele reafirmou a política inabalável de desenvolver ainda mais as forças nucleares", afirmou a KCNA.

Diante da estagnação das negociações diplomáticas com os EUA e com a Coreia do Sul nos últimos anos, Kim tem se concentrado em expandir e modernizar seu arsenal nuclear. Em resposta, os Estados Unidos e a Coreia do Sul intensificaram seus exercícios militares conjuntos e treinamentos trilaterais com o Japão. A Coreia do Norte tem criticado duramente essas manobras, chamando-as de ensaios para uma possível invasão ao país.

Desde sua posse em 20 de janeiro, Trump afirmou que tentará retomar o diálogo com Kim, lembrando seus encontros anteriores com o líder norte-coreano durante seu primeiro mandato.

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba na sexta-feira, Trump declarou: "Teremos relações com a Coreia do Norte, com Kim Jong-un. Eu me dei muito bem com ele, como vocês sabem. Acho que evitei uma guerra."

Em uma entrevista à Fox News transmitida em 23 de janeiro, Trump chamou Kim de "um cara inteligente" e disse que ele não é "um fanático religioso". Quando questionado se tentaria retomar contato com o líder norte-coreano, ele respondeu: "Sim, tentarei."

Trump e Kim se reuniram três vezes entre 2018 e 2019 para discutir a desnuclearização da Coreia do Norte, no que foram os primeiros encontros diretos entre líderes dos dois países. No entanto, as negociações fracassaram porque Trump rejeitou a oferta de Kim de desmantelar seu principal complexo nuclear em troca de um amplo alívio das sanções econômicas.

A Coreia do Norte ainda não respondeu diretamente à recente tentativa de reaproximação de Trump, mantendo testes de armas e uma retórica hostil contra os EUA. Muitos especialistas acreditam que Kim está atualmente mais focado no envio de tropas para a Rússia para apoiar o esforço de guerra contra a Ucrânia. No entanto, avaliam que ele pode eventualmente reconsiderar a diplomacia com Trump, caso perceba que sua aliança com a Rússia não será sustentável no longo prazo.

No discurso de sábado, Kim reafirmou que a Coreia do Norte "apoiará e incentivará incondicionalmente a justa causa do exército e do povo russos na defesa de sua soberania, segurança e integridade territorial." Ele também acusou os EUA de estarem por trás "da máquina de guerra que alimenta a trágica situação da Ucrânia."

Na Coreia do Sul, há preocupações de que Trump possa abandonar o objetivo da comunidade internacional de alcançar a desnuclearização completa da Coreia do Norte em troca de um avanço diplomático de curto prazo.

No entanto, um comunicado conjunto divulgado após a cúpula entre Trump e Ishiba reafirmou "o compromisso resoluto dos dois líderes com a desnuclearização completa da Coreia do Norte." O documento também destacou a importância da parceria trilateral entre EUA, Japão e Coreia do Sul na resposta às ameaças norte-coreanas.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), se reúne nesta terça-feira, 11, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, para tratar do projeto de lei antifacção. O encontro é realizado na residência oficial do presidente da Câmara.

O projeto estava previsto para ser votado nesta tarde, mas a deliberação foi adiada por falta de acordo em relação ao texto. O principal impasse, levantado por governistas, diz respeito aos termos do substitutivo apresentado pelo relator, Guilherme Derrite (PP-SP).

Os deputados questionam trecho do texto que trata das competências da Polícia Federal - o que foi alvo de críticas da própria corporação. O argumento é de que o texto de Derrite enfraquece a atuação da PF.

Também é questionada a inserção da tipificação das facções na lei antiterrorismo. Segundo governistas, o movimento abre brecha para sanções.

Após as críticas, Derrite apresentou uma nova versão de seu substitutivo. O relator ainda deve apresentar uma outra proposta de texto na tarde desta terça.

Líderes partidários da Câmara dos Deputados ainda têm divergências em relação ao texto do projeto de lei antifacção, de relatoria de Guilherme Derrite (PP-SP), e a votação não ocorrerá nesta terça-feira, 11. A previsão é que a análise da proposta ocorra nesta quarta-feira, 12.

O maior ponto divergente, dizem parlamentares, é sobre o papel da Polícia Federal no combate ao crime organizado. Governistas dizem que o texto apresentado por Derrite enfraquece a PF.

Para chegar a um consenso, Motta está reunido com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, na tarde desta terça-feira, para tratar das divergências. Depois disso, Motta se encontrará novamente com líderes para trazer as sugestões de ajustes na redação.

"O texto está em negociação", disse Motta após a reunião da manhã com líderes partidários. Antes, afirmou que a Câmara "não permitirá que a Polícia Federal perca as suas prerrogativas".

O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), afirmou que atuará com Planalto e Hugo Motta para chegar a um entendimento com o relator, e disse acreditar que o projeto será votado na quarta.

"Estou muito empenhado, desde as 7 da manhã com Motta, na busca de um entendimento. O diálogo está ocorrendo. Vou agora no Palácio e ainda hoje vamos construir um entendimento naquelas questões centrais. O debate agora é sobre o mérito do projeto. O sentimento é de que vamos pegar o texto apresentado, a segunda versão, e até a noite construir esse entendimento", disse.

Na segunda versão do texto, apresentada nesta segunda-feira, 10, Derrite alterou o trecho sobre a atuação da PF. Agora, a PF poderá investigar facção por solicitação do delegado de polícia estadual ou do Ministério Público estadual, ou por iniciativa própria da PF, mediante comunicação às autoridades estaduais.

Líderes do governo na Câmara criticaram a proposta. "A autoria desse projeto é do Poder Executivo e o relator desfigurou esse projeto", diz Lindbergh Farias (RJ), líder do PT na Casa legislativa.

"A questão da Polícia Federal é muito grave. O Comando Vermelho, por exemplo, não atua só no Rio de Janeiro. É interestadual. Reduzir o papel da Polícia Federal é gravíssimo e é uma espécie de blindagem", afirmou Taliria Petrone (RJ), líder do PSOL na Câmara.

Deputados ainda discutem se organizações criminosas seriam tipificadas como terrorista - outro ponto em que o governo é contra. Caso o relator ceda nesse ponto, parlamentares do Centrão acreditam que o aumento das penas sugerido por Derrite se manteria ainda assim.

Derrite se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para reassumir temporariamente sua vaga como parlamentar, e foi escolhido por Motta para ser relator do projeto do governo Lula contra facções criminosas. Governistas consideraram a indicação um "desrespeito" ao presidente e sinalizaram um estremecimento na relação entre o Planalto e Motta.

Pesquisa da Futura Inteligência/Apex Partners divulgada nesta terça-feira, 11, mostra que 62,7% dos brasileiros aprovam o governador de seu Estado, enquanto 30,1% desaprovam, e 7,2% não sabem ou não responderam.

São 46,5% que consideram o governo do seu Estado ótimo. O porcentual é maior do que em outubro, quando o índice marcou 45,6%, e maior que em setembro, quando 43,5% fizeram avaliação positiva.

Outros 30% veem o governo estadual como regular, índice que se mostra estável nos últimos meses. Já para 20,1%, o governo estadual está ruim ou péssimo. O porcentual era maior em setembro (24,7%) e em outubro (22,2%).

Além disso, 40,7% dizem não ter preferência de posicionamento político; 37,3% afirmam preferir a direita; 11,6%, a esquerda; e 3,7%, o centro. Não sabem ou não responderam, 6,7%. Para 86,5%, o posicionamento político do candidato é importante na decisão do voto.

A pesquisa realizou 2.000 entrevistas com eleitores de 16 anos ou mais, de 898 cidades, por entrevista telefônica assistida por computador. A margem de erro é de 2,2 pontos porcentuais.