Zelenski tem reuniões individuais com rei Charles e a premiê italiana, Giorgia Meloni

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, se encontrou neste domingo (2) com o rei Charles, na casa de campo real Sandringhamem, em Nortfolk, Inglaterra. O encontro ocorreu após a cúpula com outros líderes europeus, que discutiu a guerra na Ucrânia, o reforço nas defesas do país e um trabalho em direção a um acordo de paz.

De acordo com informações da Sky News atribuídas ao Palácio de Buckingham, a reunião durou pouco menos de uma hora. Zelenski voou de helicóptero de Londres, há cerca de uma hora, para Sandringham, onde o rei e a rainha passam a maior parte do tempo.

A cúpula deste domingo, organizada pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, incluiu mais de 19 líderes, em sua maioria europeus, mas também o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte.

Além da reunião coletiva, Zelenski realizou alguns encontros individuais com os líderes europeus, como este com o Rei Charles e também com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. Neste segundo caso, o presidente ucraniano disse, em seu perfil na rede social X, que a reunião foi produtiva, visando o desenvolvimento conjunto de um plano de ação para acabar com a guerra.

"Ninguém além de (o presidente da Rússia, Vladimir) Putin está interessado na continuação e rápido retorno da guerra. Portanto, é importante manter a unidade em torno da Ucrânia e fortalecer a posição do nosso país em cooperação com nossos aliados - os países da Europa e os Estados Unidos", escreveu.

"A Ucrânia precisa de paz apoiada por garantias de segurança robustas. Sou grato à Itália por seu apoio contínuo e parceria para aproximar a paz na Ucrânia", concluiu.

Zelenski não fez postagens sobre o encontro com o Rei Charles.

O presidente ucraniano chegou a Londres no sábado, 1º, quando se encontrou com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

As reuniões ocorrem após o colapso das negociações entre Zelenski e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, na última sexta-feira (28), quando Trump acusou o presidente ucraniano de não ser agradecido pelo apoio norte-americano. Zelenski deixou os EUA sem a esperada assinatura de um acordo entre os dois países para a exploração mineral na Ucrânia.

*Com agências internacionais.

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A licença parlamentar do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acabou neste domingo, 20. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu o afastamento da função por 122 dias em março para, segundo ele, atuar politicamente nos Estados Unidos para combater as ameaças à liberdade de expressão no Brasil.

Se quisesse, Eduardo poderia pedir renúncia do cargo, mas isso pode afetar a estratégia dele para 2026. Isso porque ele poderia ficar inelegível até 2035 se optasse por essa saída.

O texto da Lei da Ficha Limpa diz que é uma condição de inelegibilidade um parlamentar renunciar ao mandato desde o oferecimento de representação capaz de autorizar abertura de processo.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já abriu inquérito que o investiga por coação, obstrução de investigação e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Eduardo é um dos especulados pelo próprio Jair Bolsonaro para disputar a Presidência da República em 2026.

Perder o mandato por faltas, de acordo com a lei, não implica no afastamento temporário da disputa eleitoral.

Foi o que aconteceu com o ex-deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Em abril deste ano, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados declarou a perda do mandato parlamentar dele, um ano após ele faltar sessões ininterruptamente, já que ele estava preso preventivamente desde março do ano passado sob a acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

A Câmara poderia ter votado a cassação dele no plenário da Casa - se optasse por essa solução, o ex-parlamentar carioca ficaria inelegível até 2035. Enquanto preso, Chiquinho Brazão custou mais de R$ 1 milhão aos cofres da Câmara.

Mesmo fora do Brasil, Eduardo manterá o mandato por algum tempo - a regra da Casa legislativa diz que deputados podem perder o mandato após faltar a um terço das sessões legislativas num ano.

Enquanto isso, ele receberá salário (com desconto por ausências) e poderá usar a cota parlamentar, apresentar projetos de lei e contratar via gabinete.

A contagem iniciará efetivamente em agosto, já que os deputados estão em recesso parlamentar até o primeiro dia do próximo mês.

Internamente, o PL calcula que Eduardo poderia faltar até 44 vezes para então ter o mandato declarado perdido. Enquanto isso, a sigla estuda o regimento para contornar a punição ou até mesmo alterar as regras da Câmara para preservar o mandato.

Uma alternativa já foi indicada pelo líder do partido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ). Ele protocolou um projeto que permitiria Eduardo apresentar nova licença pedindo afastamento de 120 dias.

Se aprovado, esse projeto garantiria o mandato do parlamentar em 2025, e ele ainda poderia pedir nova licença de 240 dias. Isso praticamente asseguraria que não haveria perda do mandato.

Caso perca a cadeira na Câmara, Eduardo Bolsonaro perderá R$ 46.366,19 de salário mensal, além de R$ 42.837,33 mensais de cota parlamentar, R$ 4.148,80 por mês de auxílio-moradia e reembolsos de gastos com saúde que podem chegar a R$ 135,4 mil, R$ 133,2 mil por mês para pagar o salário de 25 secretários parlamentares e indicar R$ 37,8 milhões anuais em emendas parlamentares ao Orçamento.

Há mais vantagens que Eduardo poderá perder caso perca o mandato. Como parlamentar, ele não pode ser preso, ao menos que em flagrante de crime inafiançável e com o aval do plenário da Casa e é inviolável civil ou penalmente por qualquer opinião ou voto.

Deputados também têm direito a foro privilegiado e só podem ser julgados no STF por crimes cometidos no exercício do mandato. Sem esse direito, os processos tramitam na primeira instância do Judiciário.

A regra da Câmara diz que a Mesa Diretora - comandada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), - é a responsável por decretar a perda de mandato por falta. Ela pode ser provocada por partidos políticos com representação no Congresso Nacional a fazer isso.

Na última quinta-feira, 17, Jair Bolsonaro disse que o filho é "mais útil" nos EUA do que no Brasil e que há oportunidades de trabalho para Eduardo em solo americano. "Ele tem portas abertas no governo Trump, conhece dezenas de parlamentares e está trabalhando pela nossa liberdade", afirmou.

A maioria dos brasileiros desaprova a atuação do Congresso Nacional, aponta pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta segunda-feira, 21. A maior parte dos entrevistados pelo levantamento rejeita o dispositivo das emendas parlamentares e avalia que os recursos destinados por deputados federais e senadores aos Estados e municípios é desviada antes de ser convertida em investimentos para a população.

Segundo a Genial/Quaest, 51% dos brasileiros rejeitam o trabalho da Câmara e do Senado, enquanto 42% aprovam e 7% não responderam.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos entrevistados considera que deputados federais e senadores não deveriam indicar emendas ao Orçamento da União: 46% rejeitam o dispositivo, enquanto 38% o aprovam e 16% não responderam.

Por outro lado, 72% dos entrevistados nem sequer sabia que, a cada ano, os parlamentares destinam uma parcela bilionária do orçamento federal. São 27% os que conheciam o dispositivo, enquanto 1% não respondeu.

Em 2025, o volume de emendas parlamentares soma R$ 50,4 bilhões, uma quantia superior aos recursos livres de 30 ministérios. A maioria dos entrevistados afirmou ter a impressão de que as emendas são desviadas antes de chegarem às cidades a que são destinadas. Para 82%, as emendas são alvos de corrupção; para 9%, os recursos são convertidos em investimentos nas cidades, enquanto outros 9% não responderam.

A Genial/Quaest ouviu 2.004 brasileiros de 16 anos ou mais entre os dias 10 e 14 de julho. A margem de erro é de dois pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%.

As emendas parlamentares estão previstas na Constituição Federal de 1988. Até 2015, os repasses das emendas individuais não eram impositivos - ou seja, o governo federal não era obrigado a aplicar os recursos da forma que os deputados federais e senadores indicassem. Naquele ano, foi aprovada uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que tornou o pagamento das emendas individuais obrigatório, o que reformulou o balanço de forças entre o Congresso e o Poder Executivo.

O Estadão revelou a existência das "emendas Pix" e do "orçamento secreto", meios de pagamento das emendas parlamentares que dificultavam a rastreabilidade dos recursos. O orçamento secreto foi julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2022. Em dezembro de 2024, após um período de suspensão dos repasses, a Corte condicionou o pagamento de emendas Pix a diretrizes de transparência.

Nesta segunda, o Estadão mostrou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu "taxar" a emenda Pix e cobrar uma espécie de pedágio de 1% para liberar cada recurso indicado por deputados e senadores nessa modalidade. O Executivo federal prepara uma portaria criando a cobrança. Vai funcionar assim: o parlamentar indica o recurso a um município e o governo vai reter 1% do valor na hora de liberar o dinheiro.

O Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos disse ao Estadão que a cobrança foi autorizada pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) deste ano e que o recurso será usado para melhorar o Transferegov.br, plataforma criada para centralizar e dar transparência aos repasses federais

A Polícia Federal realizou uma análise preliminar no pen drive encontrado no banheiro da residência do ex-presidente Jair Bolsonaro durante busca e apreensão na última sexta-feira (18) e considerou seu conteúdo irrelevante para as investigações.

Ainda não foi produzido um relatório apresentando os detalhes do conteúdo do aparelho, mas essa análise inicial feita pelos investigadores descartou a importância do item para a investigação.

Bolsonaro havia dito, em entrevista após a ação da PF, desconhecer o pen drive e chegou a insinuar que o item poderia ter sido plantado pelos agentes da Polícia Federal. O cumprimento das buscas, entretanto, foi filmado por câmeras corporais dos agentes.

Agora a PF deve analisar com mais profundidade o conteúdo do aparelho celular do ex-presidente, que também foi apreendido na ação.

Um dos focos vai ser analisar os diálogos dele com seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), para verificar se houve alguma orientação do ex-presidente em relação às ações nos Estados Unidos para pressionar o governo de Donald Trump a impor sanções ao Brasil por causa do julgamento da ação da tentativa de golpe.

Não há prazo, porém, para que essa análise seja concluída.