Ucrânia: Trump diz que há 'chance muito boa' de paz após conversa de enviado dos EUA com Putin

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira, 14, que os Estados Unidos tiveram discussões "muito boas e produtivas" com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sobre um possível cessar-fogo para a guerra na Ucrânia.

 

"Tivemos discussões muito boas e produtivas com o presidente Vladimir Putin da Rússia ontem (quinta, 13)", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social na manhã de sexta-feira. "Há uma chance muito boa de que esta guerra horrível e sangrenta possa finalmente chegar ao fim."

 

O presidente americano se referiu a uma reunião na quinta-feira, 13, entre Putin e seu enviado especial para Oriente Médio, Steve Witkoff, que também tem se envolvido em assuntos que não fazem parte de seu portfólio.

 

O Kremlin afirmou que espera que o líder russo possa conversar no telefone com Trump sobre o cessar-fogo. O porta-voz do governo da Rússia, Dmitri Peskov, apontou em entrevista coletiva que havia razão para que houvesse um "otimismo cauteloso" em relação a um acordo de trégua. As declarações de Peskov sinalizaram que Moscou está disposta a continuar negociando a trégua com os EUA.

 

Na quinta-feira, antes da reunião com Witkoff, Putin mostrou que não tinha pressa em aceitar a oferta de um cessar-fogo de 30 dias. Em uma entrevista coletiva ao lado do presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, o líder russo afirmou que estava aberto a uma trégua, mas que seria necessário negociar uma série de questões, como uma pausa na entrega de armas ocidentais para a Ucrânia, que poderiam atrasar o acordo ou torna-lo impossível.

 

"A ideia em si é a certa, e nós definitivamente a apoiamos", disse Putin, durante uma coletiva de imprensa. Apesar disso, o líder russo questionou a efetividade do acordo. "Como eles [os ucranianos] vão usar esses 30 dias? Vão continuar a mobilização, a se armar? O que acontecerá em Kursk? Eles irão embora, devemos deixá-los ir embora após as atrocidades que cometeram [na região russa invadida por Kiev]?", disse Putin.

 

Peskov apontou que o resultado das negociações só seria visualizado após o retorno de Witkoff a Washington. Segundo o porta-voz, o enviado de Trump irá informar o presidente dos avanços das conversas e Trump e Putin devem se comunicar diretamente. "Há um entendimento de ambos os lados de que tal conversa é necessária."

 

Equilíbrio

 

O Kremlin enfrenta um dilema neste momento da guerra. Moscou tem se aproximado da administração Trump, que pede o fim imediato do conflito, ao mesmo tempo em que avança no campo de batalha.

 

Yuri Ushakov, conselheiro de política externa de Putin, afirmou durante uma entrevista para a televisão russa na quinta-feira que um cessar-fogo apenas ofereceria uma "pausa temporária para os militares ucranianos".

 

Na terça-feira, 11, a Ucrânia aceitou uma proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias. Em resposta, Washington retomou o envio de ajuda militar para Kiev.

 

Na quarta-feira, 12, Trump afirmou que "agora tudo depende da Rússia". O presidente dos EUA fez ameaças veladas de atingir a Rússia com novas sanções se o país não aceitar o cessar-fogo.

 

Em entrevista a emissora americana Fox News, Mike Waltz, o conselheiro de Segurança Nacional de Trump, afirmou que era possível ter um "otimismo cauteloso" sobre as perspectivas de cessar-fogo. "É claro que ambos os lados terão suas demandas e, claro, ambos os lados terão que fazer alguns compromissos". (Com agências internacionais).

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Falando para um público de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista neste domingo, 3, o pastor Silas Malafaia deu um recado direto aos governadores que se colocam na lista de herdeiros do capital político do inelegível ex-presidente da República nas eleições do próximo ano.

Afirmando que não iria deixar "passar nada", Malafaia questionou: "Cadê aqueles que dizem ser a opção no lugar de Bolsonaro? Onde eles estão? Era para estarem aqui!"

Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o de Goiás, Ronaldo Caiado (União), não participaram de nenhuma das manifestações que ocorreram em diversas cidades do País neste domingo.

Nenhum deles publicou nas redes sociais nada relacionado aos protestos em favor do ex-presidente, réu por golpe de Estado no Supremo Tribunal Federal (STF), e pivô de uma guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. O norte-americano também puniu o ministro Alexandre de Moraes, da Suprema Corte, com Lei Magnitsky, sanção usada contra ditadores e violadores de direitos humanos.

"Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro", gritou o pastor.

Bolsonaro segue inelegível por condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, portanto, mesmo que não seja preso e se candidate, não conseguirá continuar com a candidatura.

Tarcísio, o melhor colocado da direita nas pesquisas de intenção de voto, afirmou na quinta-feira, 31, que passaria por procedimento médico e por isso faltaria ao evento. Após o fim da manifestação, a assessoria do governador afirmou que a intervenção ocorreu sem intercorrências, que Tarcísio tem alta prevista para esta mesma noite e que na segunda-feira terá agenda interna no Palácio dos Bandeirantes.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se encontrou neste domingo, 3, em Brasília, com Fidel Antonio Castro Smirnov, o "Fidelito" - neto do líder cubano Fidel Castro, que morreu em 2016.

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O evento reuniu lideranças petistas, como a ex-presidente do PT e atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o novo presidente do partido, Edinho Silva.

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Ele não foi à manifestação bolsonarista realizada neste domingo na Avenida Paulista por causa do procedimento.