Trump defende conselheiro de Segurança Nacional após conversa confidencial envolver jornalista

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou apoio ao seu conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e a Casa Branca negou que materiais confidenciais tenham sido compartilhados por autoridades do governo em um chat de grupo em um serviço não governamental que, por engano, incluiu um jornalista.

A reportagem da The Atlantic revelou que Waltz organizou a conversa sobre os planos dos EUA para lançar ataques aéreos contra militantes houthi no Yemen e incluiu o editor-chefe da revista, Jeffrey Goldberg. O incidente gerou grande preocupação em Washington sobre os procedimentos do governo para proteger informações sensíveis de defesa.

Trump demonstrou apoio a Waltz, que havia sido criticado de forma privada por alguns oficiais do governo após o episódio. "Michael Waltz aprendeu a lição, e ele é um bom homem", afirmou Trump à NBC News. O presidente minimizou o ocorrido, chamando-o de "o único erro em dois meses, e no final não foi algo sério".

Seus comentários ocorreram enquanto a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, escreveu em um post no X que os oficiais no chat não discutiram "planos de guerra". Ela também ressaltou que o Escritório do Conselheiro da Casa Branca "forneceu orientações sobre diversas plataformas para que os principais oficiais do presidente Trump se comuniquem da forma mais segura e eficiente possível".

A discussão no Signal, aplicativo criptografado, se estendeu por dias e incluiu detalhes específicos sobre horários, armas e alvos, incluindo indivíduos que seriam atacados, segundo Goldberg. Essas informações foram discutidas antes do ataque aos houthi. Leavitt também informou que o Conselho de Segurança Nacional está investigando como Goldberg foi adicionado ao grupo.

Goldberg e a The Atlantic não responderam imediatamente a pedidos de comentário. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes manifestou apoio ao colega Alexandre de Moraes nesta quarta-feira, 6. Segundo o decano da Corte, não há "nenhum desconforto" com a decisão de Moraes de prender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"O ministro Alexandre tem toda a nossa confiança e o nosso apoio", disse Mendes a jornalistas ao chegar ao Fórum Saúde, realizado pela organização Esfera Brasil e pela EMS Farmacêutica em Brasília.

Uma ala do STF ficou incomodada com a decisão de Moraes de ter determinado a prisão domiciliar do ex-presidente sem consulta prévia aos demais ministros.

Para Gilmar Mendes, as discussões entre países em torno de questões comerciais são normais. Por isso, de acordo com ele, o mundo até constituiu a Organização Mundial do Comércio (OMC), que está enfraquecida, como pontuou.

"O que não é normal é a tentativa de fazer valer as tarifas para obter mudanças institucionais. Ou seja, afetar a soberania dos países. Isso é claramente repudiável e claramente não é aceito pelas nações maduras, como é o caso do Brasil. E as ações impostas ao ministro Moraes também deixam clara essa tentativa", considerou.

No último dia 30, o governo dos Estados Unidos oficializou a tarifa de 50% a produtos brasileiros, que entram em vigor nesta quarta-feira. No dia 9, o presidente Donald Trump havia anunciado a medida, em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e divulgada na rede social Truth Social. Na ocasião, Trump justificou a imposição da taxa como resposta ao tratamento dado pelo Brasil a Bolsonaro.

Também no fim do mês de julho, o governo Trump aplicou a Lei Magnitsky contra Moraes. O dispositivo legal acionado pela Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos impõe sanções financeiras a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) afirmou que seguirá nos Estados Unidos em busca de mais sanções ao Brasil pelo governo do presidente Donald Trump.

Em entrevista ao jornal O Globo nesta quarta-feira, 6, o filho "03" do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que há a possibilidade de passar "décadas" em autoexílio nos Estados Unidos.

"Se eu retornar, sei que vou ser preso", disse o deputado federal, investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de coação no processo em que seu pai é réu por tentativa de golpe de Estado.

As tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros pelos EUA entrou em vigor nesta quarta-feira, 6. Questionado sobre o impacto negativo bilionário às exportações do País, Eduardo culpou o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e insistiu na aprovação de uma "anistia ampla, geral e irrestrita" aos réus pelo 8 de Janeiro e pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

"Isso colocaria o Brasil numa boa condição na mesa de negociações junto ao governo dos EUA", disse Eduardo Bolsonaro.

O deputado federal afirmou que "leva um pouco" do impacto econômico das tarifas aos seus interlocutores na Casa Branca, mas não pretende interceder ao presidente americano.

"Não me sinto na posição de desautorizar o Trump. Entendo que ele é muito mais qualificado do que eu para escolher quais armas utilizar nessa briga, até porque tem uma carreira de muito êxito empresarial, é um excelente negociador", afirmou o filho "03" de Bolsonaro.

Eduardo minimizou os efeitos das tarifas sobre produtos do agronegócio. "Até agora nenhum fazendeiro ou produtor agrícola me ligou para dizer que eu deveria parar com as minhas ações", disse o deputado.

Um levantamento exclusivo do Estadão/Broadcast mostrou que 82% do volume de exportações do agronegócio serão prejudicadas com o tarifaço de Trump, pois ficaram de fora da lista de exceções à taxa adicional.

Sanções a Motta e Alcolumbre

Sem especificar a situação jurídica com a qual permanece em solo americano, Eduardo declarou que tem condições de permanecer nos Estados Unidos "durante um bom tempo". O deputado federal chegou a afirmar à Coluna do Estadão que "abriria mão" do mandato na Câmara. Ao Globo, Eduardo disse que oficiará o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em uma tentativa de manter o cargo na Casa.

O deputado federal manifestou apoio à mudança no Regimento da Casa proposta pelo deputado Evair de Melo (PP-ES) que possibilitaria o exercício do mandato à distância.

Eduardo também voltou a afirmar que, caso Motta ou Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Senado, não pautem a anistia "ampla, geral e irrestrita" e o impeachment de Moraes, podem "entrar no radar" das sanções dos Estados Unidos. O parlamentar já havia falado sobre a possibilidade de sanções aos presidentes das Casas em entrevista ao portal Metrópoles nesta terça-feira, 5.

"Uma vez que não é pautado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes no Senado, uma vez que o presidente da Câmara não pauta uma anistia, eles estão entrando no radar das autoridades americanas. As pessoas que estão em posição de poder têm responsabilidades e estão sendo observadas pelas autoridades americanas. Todos eles estão no radar", disse.

O parlamentar afirmou que vai à Casa Branca "quase toda semana" e que mantém contato frequente com os parlamentares María Elvira Salazar, Richard McCormick e Chris Smith, além do ex-estrategista de Trump Steve Bannon.

Sobre os planos para as eleições de 2026, afirmou que só sairia candidato ao Planalto se recebesse apoio do pai. "Antes, tenho que ter sucesso nessa questão de resgate da normalidade democrática no Brasil e no isolamento do Alexandre de Moraes, na anistia, em todas essas pautas", afirmou.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 6, que terá uma reunião remota com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, na próxima quarta-feira, 13. O motivo principal do encontro é para discutir a tarifa de 50% sobre parte das exportações do Brasil para os Estados Unidos. Mas Haddad também disse que a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pode ser objeto da conversa na reunião.

Haddad afirmou que, a depender da qualidade da conversa com Bessent, poderá haver uma reunião de trabalho presencial. "Aí (será uma reunião) com os ânimos já orientados no sentido de um entendimento entre os dois países, que têm um relacionamento de uns 200 anos, e que não faz o menor sentido nós estarmos vivendo nesse momento. A questão da política tem que ser tratada na esfera da política", disse.

Haddad repetiu que a intenção do governo brasileiro é abrir um cenário de negociação e superar um desentendimento que, segundo o ministro, foi provocado pela extrema-direita do País. Ele voltou também a expressar "preocupação" com a ação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro nos Estados Unidos.

"Hoje teve uma entrevista muito forte do Eduardo Bolsonaro ameaçando o Congresso Nacional e dizendo que o empresariado brasileiro do agro não está em contato com ele pedindo um arrefecimento das tensões entre os dois países, que seria o mais adequado. O pessoal ligado a eles trabalharam junto conosco para distensionar as relações e tratar o que é a política na política e o que é a economia na economia. Essa mistura está atrapalhando, atrapalhando muito", afirmou.