Secretário dos EUA planeja 10.000 cortes de vagas para reestruturação do Departamento de Saúde

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O secretário de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., disse que reduziria significativamente o tamanho do departamento que dirige, reformulando as agências de saúde do país e fechando escritórios regionais. Kennedy Jr. declarou nesta quinta-feira, 27, que a agência cortaria 10.000 funcionários em tempo integral espalhados por agências encarregadas de responder a surtos de doenças, aprovar novos medicamentos, fornecer seguro para os norte-americanos mais pobres e muito mais.

Os cortes se somam aos cerca de 10.000 funcionários que optaram por deixar o departamento por meio de ofertas de demissão voluntária desde que o presidente Donald Trump assumiu o cargo.

"Vamos eliminar toda uma sopa de letrinhas de departamentos e agências, preservando sua função principal", disse Kennedy Jr. em um vídeo publicado no X. Fonte: Dow Jones Newswires.

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A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou nesta terça-feira, 27, apoio ao inquérito aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar as ações de Eduardo Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. "A PGR e o STF estão comprovando que o Brasil é um País soberano, onde os cidadãos se submetem às leis e não a ameaças e pressões vindas do estrangeiro" diz Gleisi.

No X (antigo Twitter), Gleisi criticou a busca de Eduardo por apoio político das autoridades norte-americanas, acusando o deputado do PL de estar "conspirando com a extrema-direita" dos EUA. "A PGR foi acionada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, que denunciou as pressões da família e seus aliados no sentido de uma intervenção estrangeira na condução da ação penal contra Jair Bolsonaro e sua turma golpista", declarou a ministra.

A petista ainda complementa dizendo que Eduardo Bolsonaro está "espalhando mentiras contra o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e contra o Brasil, passaram de todos os limites e entraram na seara criminal. Ditadura era o que eles queriam implantar com sua tentativa fracassada de golpe".

Na última semana, Gleisi também saiu em defesa do ministro do STF, quando o chefe do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio disse que o magistrado poderia ser alvo de sanções do governo de Donald Trump.

Gleisi avaliou como "vergonhosa" a possível ação do governo dos EUA, considerando a investida uma "conspiração de (Jair) Bolsonaro com a extrema-direita dos EUA, em busca de intervenção estrangeira no Judiciário do Brasil". A ministra ainda afirmou que a ameaça do secretário de Estado do país a Alexandre de Moraes merece repúdio.

O inquérito

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizou nesta segunda-feira, 26, a abertura de um inquérito para investigar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela atuação nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

A PGR atribui ao deputado uma campanha de intimidação e perseguição contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal envolvidos em investigações e processos contra bolsonaristas.

Em publicações em seus perfis nas redes sociais, Eduardo afirmou que abertura de investigação é "medida injusta e desesperada" e que o procurador-geral Paulo Gonet age "politicamente".

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou a Controladoria-Geral da União (CGU) auditar entidades do terceiro setor que teriam recebido recursos de emendas parlamentares para encobrir integrantes de ONGs suspeitas de desviar recursos públicos. A auditoria deve ser entregue até 31 de outubro. A decisão foi publicada nesta terça-feira, 27.

Dino se baseou em reportagem publicada no dia 19 pelo portal UOL sobre sete ONGs que receberam R$ 274 milhões em emendas de ao menos 21 parlamentares. Desse montante, R$ 219 milhões em emendas migraram de uma rede de ONGs suspeita de desvio de recursos públicos, segundo a reportagem.

"Os fatos relatados, caso sejam verídicos, configuram a perpetuação de práticas que atentam contra a transparência e a rastreabilidade na execução orçamentária. Além disso, caso confirmada, a 'migração', a pedido de parlamentares, da destinação de recursos para novas ONGs com integrantes que são ou foram ligados a ONGs suspeitas, revelaria uma gravíssima burla aos comandos judiciais", destacou o ministro.

Por determinação de Dino, a CGU tem feito um pente fino sobre as entidades não governamentais que mais receberam emendas parlamentares. Após o órgão apontar uma série de problemas na prestação de contas, o ministro chegou a bloquear o repasse de emendas a 13 entidades - 8 delas fundações ligadas a universidades públicas, como mostrou o Broadcast Político. Parte delas foram liberadas para receber emendas após apresentarem novas regras de transparência.

A CPI das Bets entrou na reta final com um novo capítulo da briga entre a relatora, Soraya Thronicke (Podemos-MS), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), apontado como um membro da "bancada das bets" e protagonista do esvaziamento da investigação aberta no Senado.

Na sessão desta terça-feira, 27, a senadora anunciou um pedido formal de substituição de Ciro Nogueira na composição do colegiado para "preservar a credibilidade" dos trabalhos e expôs uma contradição do colega sobre a relação dele com um empresário investigado pela comissão.

A solicitação da senadora foi protocolada na esteira da revelação de uma viagem de Ciro Nogueira a Mônaco em um jato do empresário piauiense Fernando Oliveira Lima. Investigado na CPI das Bets, Fernandin OIG, como é conhecido, é apontado como o responsável pela popularização do "jogo do tigrinho" no Brasil. A carona ao senador foi revelada pela revista piauí.

Em reação, o senador subiu o tom contra a relatora. "Senadora acusada de auxiliar lobista a extorquir investigado não tem credibilidade", disse ao Estadão.

A acusação trocada está atrelada a um outro personagem que marcou a CPI e acabou sendo decisivo para a implosão dos trabalhos. O lobista Sílvio Barbosa de Assis foi acusado por empresários de tentar extorqui-los pedindo pagamentos em troca de blindagem na comissão. Entre os que teriam sido sondados, Fernandin OIG.

Assis é próximo de Soraya Thronicke e tinha uma irmã nomeada no gabinete da senadora. A parlamentar afirma que a acusação é falsa e que vinha sofrendo ameaças e intimidações de senadores que atuam conforme interesses das bets.

O pedido para excluir Ciro Nogueira da CPI foi apresentado ao líder do bloco Aliança no Senado, senador Hiran Gonçalves (PP-RR). Ele é o presidente do colegiado que investiga os impactos das apostas. Procurado, não respondeu sobre como vai deliberar.

"A presente solicitação de substituição deste membro fundamenta-se na necessidade de preservar a imparcialidade e a credibilidade dos trabalhos investigativos desta CPI", destacou a parlamentar.

Como mostrou o Estadão, o Senado tem uma espécie de "bancada das bets" composta por parlamentares que defendem interesses das casas de apostas.

A comissão de inquérito tem sido marcada por sessões esvaziadas e falta de foco. A expectativa dos próprios senadores é a de que os resultados da investigação sejam mínimos. Iniciada em 12 de novembro de 2024, ela foi prorrogada em 30 de abril. O novo prazo final é 14 de junho.