Primeiro-ministro da Austrália convoca eleições para 3 de maio

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O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, convocou eleições para 3 de maio em um cenário de recuperação econômica e crescente incerteza em torno das perspectivas globais.

As pesquisas mostram que a eleição terá uma disputa acirrada, com o governo trabalhista esperando que o anúncio de mais cortes de imposto de renda no orçamento para 2025-2026 ajude a garantir um segundo mandato.

Questões globais e liderança devem emergir durante toda a campanha, com a Casa Branca de Trump já mirando a Austrália com tarifas de aço e alumínio.

O governo trabalhista vai às urnas com apenas uma pequena maioria na Câmara dos Representantes.

Albanese disse a repórteres, em Canberra, que pretende fazer campanha com base no histórico da melhora da economia e do custo de vida mais brando.

"O que eu quero é uma campanha sobre substância política e sobre esperança e otimismo para o nosso país", disse.

"Estou otimista sobre a Austrália", acrescentou. "Essa é uma das grandes distinções nesta campanha."

O Partido Trabalhista apontará para a queda das taxas de juros, crescimento salarial mais forte e inflação controlada durante a campanha de cinco semanas.

"A Austrália está virando a esquina", disse Albanese.

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O deputado Lindbergh Farias (RJ), líder do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara, disse na segunda-feira, 26, que o partido vai protocolar uma ação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados pedindo a cassação do mandato do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O petista argumenta que o filho do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) está cometendo crimes de obstrução de Justiça e atentando contra a soberania nacional.

Lindbergh sustenta que o deputado licenciado articula um movimento de ataque ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos Estados Unidos.

Segundo Lindbergh, Eduardo Bolsonaro tem conspirado contra a soberania nacional e deve ter seu mandato cassado. "Não é contra o PT, não é contra um lado. É contra o STF. Contando inverdades de que aqui existe uma ditadura", disse.

O petista denunciou que o filho do ex-presidente "está claramente querendo coagir os ministros do STF".

Além do pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, Lindbergh Farias também afirmou que está elaborando um dossiê sobre as ações do deputado licenciado para entregar à Polícia Federal (PF).

Em entrevista ao portal Metrópoles publicada nesta terça-feira, 27, o petista disse que possui registros do bolsonarista articulando contra o STF com autoridades norte-americanas.

Inquérito contra Eduardo Bolsonaro

A decisão do PT de reforçar as ações contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética ocorre no dia em que a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de um inquérito contra Eduardo.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, acatou a solicitação da PGR e no final da tarde da segunda-feira abriu inquérito criminal contra o deputado licenciado do PL. O procurador-geral da república, Paulo Gonet, disse que o deputado do PL busca obstruir investigações, por meio de coação no curso do processo e atentado à soberania do Brasil.

A PGR atribui ao deputado uma campanha de intimidação e perseguição contra integrantes do Supremo Tribunal Federal, da Procuradoria-Geral da República e da Polícia Federal envolvidos em investigações e processos contra bolsonaristas.

Após a decisão do STF, Eduardo Bolsonaro usou as redes sociais para afirmar que a abertura do inquérito é uma "medida injusta e desesperada". O deputado licenciado disse ainda que a PGR está agindo de forma política.

"No Brasil, há um Estado de exceção, a 'justiça' depende do cliente, o processo depende da capa. Por isso, decidi ficar nos EUA, para estar livre e bem desempenhar a defesa das liberdades dos brasileiros, algo quase impossível de ser fazer no Brasil hoje", escreveu Eduardo.

PT já havia pedido a cassação de Eduardo Bolsonaro

A petição do PT de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro será anexada a outra ação do partido protocolada no dia 27 de fevereiro no mesmo colegiado da Câmara, por quebra de decoro parlamentar.

Na ação de fevereiro, firmada pela então presidente do partido, Gleisi Hoffmann, o PT ressaltou que a conduta do filho do ex-presidente viola o Código de Ética e Decoro Parlamentar ao não respeitar deveres e obrigações a que estão submetidos todos os deputados, como o de "promover a defesa do interesse público e da soberania nacional" e de "abusar das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional".

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), venceria a eleição para governador do Estado em primeiro turno se o pleito fosse hoje, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira, 27, pelo instituto Paraná Pesquisas.

Paes tem 57% das intenções de voto no cenário estimulado, quando os nomes dos políticos são apresentados aos entrevistados. O deputado estadual Rodrigo Barcellar (União), presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), aparece em segundo lugar, com 10,4%, seguido do deputado federal Tarcísio Motta (PSOL), com 8,3%. O empresário Ítalo Marsili aparece com 1,6%.

Os que disseram votar em branco ou nulo são 16,7%, enquanto 6% não souberam ou não responderam.

Na pesquisa espontânea, em que os entrevistados respondem em quem votariam, sem uma lista prévia de candidatos, Paes lidera com 7,6% das intenções de voto, seguido pelo atual governador do Estado, Cláudio Castro (PL), com 4% - que foi reeleito em 2022 e, por isso, não pode disputar novo mandato.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) aparece com 1%. Neste cenário, 80,3% dos entrevistados não souberam ou não opinaram.

O levantamento também simulou três cenários para a disputa ao Senado. No primeiro cenário estimulado, Flávio Bolsonaro aparece com 39,8% das intenções de voto, e a deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) tem 27,2%.

A ex-deputada Clarissa Garotinho (União-RJ) tem 18,4%; o ex-deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), 15,1%; a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, 14,5%, o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), 13,7%; e o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), 11,3%. Outros 10,9% disseram que vão votar em branco ou anular o voto, enquanto 4,7% não souberam ou não responderam.

No segundo cenário, Flávio Bolsonaro obteve 38,8% das intenções de voto. Benedita da Silva se mantém em segundo lugar com 26%, seguida de Cláudio Castro, com 23,4%. Na sequência estão Clarissa Garotinho com 17%, Anielle Franco com 14,6%, Alessandro Molon com 14,4% e Pedro Paulo com 12,8%. Nesta simulação, 10,1% dos eleitores vão votar em branco ou anular o voto e 4,5% não souberam ou não responderam.

No terceiro cenário, Flávio Bolsonaro aparece com 40,2% das intenções de voto, seguido de Benedita da Silva com 27,4% e Clarissa Garotinho com 19%. Alessandro Molon aparece com 15,7%, seguido de Anielle Franco com 15,4%, Pedro Paulo com 14% e o senador Carlos Portinho (PL-RJ) com 6,5%. Outros 10,8% dos eleitores escolheram votar em branco ou anular o voto, enquanto 5,1% não souberam ou não responderam.

Avaliação do governo de Cláudio Castro

Os entrevistados também opinaram sobre a atual gestão do governador Cláudio Castro. Segundo a pesquisa, 49% dos fluminenses desaprovam o atual governo, enquanto 46% aprovam a gestão. Além disso, 35,1% dos eleitores avaliam a administração como ruim ou péssima.

A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas pessoais, entre os dias 19 e 23 de maio de 2025. Foram ouvidos 1.680 eleitores em 58 municípios. Tal amostra representativa do Estado do Rio de Janeiro confere à pesquisa um grau de confiança de 95% para uma margem estimada de erro de aproximadamente 2,4 pontos porcentuais para os resultados gerais.

O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Moura da Cunha afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, 27, que o órgão só teve condições de cravar a gravidade dos atos do 8 de Janeiro na véspera. Naquele dia, vândalos depredaram os prédios dos Três Poderes em Brasília.

Chefe da Abin no início do governo Lula, Cunha foi convocado como testemunha de defesa de Anderson Torres, ministro da Justiça e Segurança Pública no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e secretário de Segurança Pública do Distrito Federal no início de 2023. Torres é réu na ação penal da tentativa de golpe de Estado.

O ex-diretor da Abin disse ainda que o órgão não tinha conhecimento do trajeto dos manifestantes, e que essa informação só chegou para ele às 8h do próprio dia 8.

De acordo com Saulo Moura da Cunha, a Polícia Federal (PF) forneceu informações sobre os ônibus na capital federal, com pessoas para o ato no dia 8. No dia 7, eram 25 veículos. No dia 8, estavam já 100 ônibus na Granja do Torto. "100 ônibus são quase 5 mil pessoas. Teríamos uma manifestação de grande porte", afirmou.

Os alertas já estavam sendo feitos desde o dia 2 de janeiro ao Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Naquela data, manifestante já trocavam mensagens em aplicativos convocando para atos, sugerindo depredação das sedes dos Três Poderes. O primeiro alerta mais contundente ocorreu na noite do dia 6.

Fazem parte do Sisbin, entre outros, as secretarias-executivas do ministério da Casa Civil, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), do Ministério das Relações Exteriores, os centros de inteligência de cada uma das Forças Armadas e do Ministério da Justiça e as diretorias de inteligência da pasta, da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.

No dia 7 de janeiro de 2023, pela manhã, houve o primeiro contato com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, feito pelo ex-secretário de Planejamento e Gestão da Abin com a subsecretária da pasta do DF, Marília Ferreira de Alencar, quando foi feito um grupo para discutir os desdobramentos.

"Essas manifestações efetivamente estavam tomando vulto. Achei melhor abrirmos esse canal", afirmou Saulo. Houve sucessivos alertas ao Sisbin na manhã do dia 8, quando a Abin já sabia que os manifestantes marchariam rumo à Esplanada dos Ministérios no começo da tarde.

Marília é a única mulher entre os 31 tornados réus pelo STF. Ela teria coordenado o emprego das forças policiais do DF "para sustentar a permanência ilegítima de Jair Messias Bolsonaro no poder", segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Segundo Saulo, a Abin não recebeu informações de outros órgãos via Sisbin para saber o fluxo de pessoas a Brasília nos dias anteriores ao 8 de Janeiro. "Uma boa medida para gente é da Polícia Rodoviária Federal. A PRF não passou informação de ônibus detectados na estrada", disse.

O ex-diretor foi a última testemunha de Anderson Torres a depor na manhã desta segunda-feira. Mais cedo, o ex-diretor de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Djairlon Henrique Moura disse ao STF que blitze durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022 ocorreram para verificar a condição dos carros e dos transportadores, mas não impediram o fluxo de veículos de transporte durante a data. "Mais de 60% dos veículos fiscalizados não demoraram mais que 15 minutos para liberá-los", disse.

Ele também negou que houve um direcionamento específico para o Nordeste, ainda que tenha confirmado que, dias antes, houve uma operação da PRF em ônibus que estavam deslocando do Centro-Oeste e Sudeste para o Nordeste.

Já o delegado da PF Braulio do Carmo Vieira, ex-secretário de operações integradas do Ministério da Justiça afirmou que a live feita em 2021, em que foram feitos ataques à lisura do processo eleitoral, sem provas, causou "desconforto" a Torres, que teria sido "convocado" por Bolsonaro para participar. Segundo Braulio, o ex-ministro tinha "desconhecimento técnico" sobre o tema.

O julgamento será retomado nesta tarde, quando vão depor o ex-ministro da Educação Victor Godoy e outros funcionários da PF e da Abin na gestão de Bolsonaro.