Musk espera que cortes do Doge sejam concluídos até final de maio

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Elon Musk, que está a frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês) dos EUA espera que os cortes do departamento sejam concluídos até o final de maio e disse que percebeu que a quantidade de desperdício no governo é "absurda". As falas foram feitas em uma entrevista à Fox News nesta quinta-feira, 27.

Musk também afirmou que o Doge é uma "revolução" que visa acabar com fraude e desperdício no governo. "Estamos implementando padrões de empresas privadas para a força de trabalho federal", acrescentou.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu nesta sexta-feira, 27, que o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), que se encontra preso na Penitenciária de Magé (RJ), passe por uma perícia médica antes de fazer uma cirurgia no joelho.

A defesa do ex-deputado bolsonarista alegou que ele precisa de "cirurgia em caráter de urgência". Em exames de raio-X e ressonância magnética, médicos teriam encontrado "um desgaste no aparelho extensor e lesões contrais as quais são irreversíveis", justificando a necessidade da intervenção médica.

Em resposta, Moraes terminou que Silveira fosse submetido a uma perícia no prazo máximo de cinco dias, "para avaliação da necessidade e da urgência na realização da cirurgia prescrita".

Silveira descumpriu medidas cautelares repetidas vezes

Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar. Em 2021, ele já foi enviado para a cadeia depois de publicar um vídeo em que ameaçava e disparava injúrias contra a Suprema Corte. O ex-parlamentar foi preso novamente em 2023, depois de ter, na véspera de Natal, descumprido as condições para a liberdade condicional e ter saído de casa durante o horário noturno. Na ocasião, Moraes afirmou que ele desobedeceu as medidas cautelares 227 vezes. Em um dos episódios, o detento violou a medida cautelar indo a um passeio no shopping.

Alexandre de Moraes tem sido taxativo em impedir saídas ao ex-deputado. Em março deste ano, o magistrado negou o direito de "saidinha" de Páscoa a Silveira sob a justificativa de que ele violou acordos anteriores e tem "total desrespeito ao Poder Judiciário".

O ex-policial militar, em mais uma investida, alegou que precisava trabalhar para garantir o sustento de sua família, em abril deste ano. Por isso, requisitou o regime semiaberto, com monitoramento feito por tornozeleira eletrônica. O pedido também foi negado por Moraes.

A Google e a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, expressaram preocupação com a liberdade de expressão após o julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Nesta quinta-feira, 26, por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as big techs podem ser responsabilizadas pelo conteúdo publicado por usuários na internet.

O artigo estabelece que as plataformas só podem ser responsabilizadas por conteúdos publicados por terceiros se não removerem o material após ordem judicial. Após 12 sessões, o Supremo flexibilizou essa regra, ampliando a responsabilização das plataformas de tecnologia.

Em nota enviada ao Estadão, a Meta, empresa do norte-americano Mark Zuckerberg, a decisão da Corte levanta preocupações sobre "a liberdade de expressão e as milhões de empresas que usam nossos aplicativos para crescer seus negócios e gerar empregos no Brasil".

"Enfraquecer o Artigo 19 do Marco Civil da Internet traz incertezas jurídicas e terá consequências para a liberdade de expressão, inovação e desenvolvimento econômico digital, aumentando significativamente o risco de fazer negócios no Brasil", declarou o porta-voz da Meta.

Assim como a Meta, a Google também manifestou preocupação com o novo entendimento do STF, alegando que poderá "impactar a liberdade de expressão e a economia digital". A big tech também afirmou que está aberta ao diálogo e que irá analisar a tese aprovada e os impactos da decisão nos seus produtos.

Responsabilidade

Ao longo dos últimos meses, as duas empresas se posicionaram contrárias ao julgamento no STF. Em dezembro, a Meta emitiu nota reforçando a preocupação com a possibilidade de as big techs serem responsabilizadas pelos conteúdos publicados pelos seus usuários.

"Temos uma longa história de diálogo e colaboração com as autoridades no Brasil, incluindo o Judiciário. Mas nenhuma grande democracia no mundo jamais tentou implementar um regime de responsabilidade para plataformas digitais semelhante ao que foi sugerido até aqui no julgamento no STF", disse a empresa.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, afirmou que o tribunal preservou, na maior extensão possível, a liberdade de expressão, "sem permitir, no entanto, que o mundo desabe num abismo de incivilidade, legitimando discursos de ódio ou crimes indiscriminadamente praticados na rede".

Internamente, o julgamento é considerado o mais importante da história recente do STF. Os ministros aguardavam uma regulamentação das redes pelo Congresso, mas perderam a esperança desde o fracasso do Projeto de Lei das Fake News. O tribunal decidiu esperar as eleições passarem para se debruçar sobre o tema.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino afirmou nesta sexta-feira, 27, durante audiência pública convocada para debater a obrigatoriedade de o governo federal repassar recursos para pagar emendas parlamentares, que a Corte não usurpa poderes do Legislativo no tema. A presença dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), estava confirmada, mas eles desistiram de comparecer e enviaram representantes.

O cancelamento da participação de Motta e Alcolumbre na reunião realizada no STF ocorre após o governo Lula sofrer nova derrota no Congresso, com a derrubada de decreto que aumentava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O Executivo começou a destravar emendas em meio à crise com o Parlamento, mas não conseguiu evitar o revés.

Relator no Supremo de ações que tratam de emendas, Dino afirmou que o tribunal não tem o intuito de arrebatar funções de outros Poderes. "Temos um sistema constitucional que pode ser modificado pelo Congresso, que pode fazê-lo a qualquer tempo, salvo em relação à forma federativa de Estado, que é cláusula pétrea. Não há nenhum intuito de usurpação de Poderes", declarou Dino na audiência, que contou com exposições de especialistas e representantes da sociedade civil, do governo federal e do Congresso.

'Dever'

Dino disse ainda que foi o próprio Congresso que definiu o sistema presidencialista e federalista no Brasil, por meio da Constituição. "Se o Congresso quiser tirar a responsabilidade fiscal da Constituição, pode tirar. Se quiser tirar o presidencialismo da Constituição, pode tirar. Assim como pode desconstitucionalizar o devido processo legal orçamentário. Mas, enquanto estiver na Constituição, não se cuida, portanto, de uma invasão do Supremo", declarou.

Na avaliação do ministro, a Corte cumpre um "dever" ao tratar de emendas, e a responsabilidade fiscal não é uma "opção", por ter sido um dispositivo aprovado pelo Congresso. "O Congresso Nacional, órgão de soberania nacional e popular, decidiu criar as emendas impositivas, e isto tem um peso fundamental na arena institucional brasileira. Mas esse mesmo Congresso constitucionalizou o conceito de responsabilidade fiscal. A responsabilidade fiscal, portanto, não é mais opção governamental, é imposição constitucional."

Antes, Dino havia dito que a liberação de emendas não pode seguir "vontades unilaterais". "No sistema de tripartição funcional de Poderes, não há lugar para vontades unilaterais. Deve prevalecer o mandamento constitucional da independência com harmonia."

'Paroquiais'

Representante de Motta na audiência, o advogado-geral da Câmara, Jules Michelet, declarou que os gastos "paroquiais" com emendas são "democraticamente legitimados, porque foram essas pessoas que elegeram esses parlamentares". "Esses gastos paroquiais decorrem muito mais da impossibilidade de os municípios investirem sozinhos do que de uma vontade privada dos parlamentares. Eu vou muito a audiências no interior, e eu vejo como os parlamentares têm orgulho de mostrar aquele postinho de saúde, que arrumou emenda, aquele pessoal que conseguiu fazer cirurgia de catarata, porque agora tem cirurgia de catarata no hospital regional. Os parlamentares têm muito orgulho de demonstrar isso", afirmou o advogado da Câmara.

Como mostrou o Estadão em abril, o valor das emendas parlamentares aprovadas para 2025, de R$ 50,4 bilhões, ultrapassa a soma dos recursos livres para investimentos de 30 dos 39 ministérios.

Michelet também disse que o uso eleitoral de recursos públicos é um problema maior no Executivo do que no Legislativo. "Esse problema é muito mais grave no Executivo. É uma questão que precisa ser enfrentada pela legislação eleitoral, não orçamentária. O Parlamento está apresentando esses controles, porque está discutindo a legislação eleitoral", afirmou o advogado-geral.

Minorias

A advogada-geral do Senado, Gabrielle Tatith Pereira, por sua vez, defendeu a impositividade de emendas, ou seja, que tenham o pagamento obrigatório. Segundo ela, a impositividade garante a igualdade entre congressistas e é um "instrumento de preservação de minorias parlamentares" na aplicação de recursos.

"A execução orçamentária discriminava conforme critérios político-partidários. A base era atendida por meio de emendas. A impositividade vem para assegurar a participação de partidos e parlamentares da oposição, antes preteridos na alocação de recursos públicos", declarou a representante de Alcolumbre.

Gabrielle afirmou que a impositividade "não elimina a discricionariedade do Executivo" e que o Legislativo tem aprimorado ações de controle nos gastos públicos. "Os recursos são liberados segundo cronograma definido pelo governo, e as emendas se submetem a impedimentos técnicos que são analisados por entidades que integram o próprio governo."

Pressão

Ao longo da reunião, especialistas apontaram uma pressão cada vez maior das emendas sobre as despesas discricionárias do Executivo. "As críticas - legítimas - não são particulares à atuação parlamentar e não decorrem de um conflito entre um Legislativo gastador e, respeitosamente, um Executivo guardião da disciplina fiscal. A questão é muito mais complexa, envolve conflitos no âmbito do próprio Executivo e se relaciona muito mais à dinâmica situação-oposição do que Legislativo-Executivo", afirmou Gabrielle.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.