Big techs indicam preocupação com decisão do supremo

Política
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A Google e a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, expressaram preocupação com a liberdade de expressão após o julgamento do artigo 19 do Marco Civil da Internet. Nesta quinta-feira, 26, por 8 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que as big techs podem ser responsabilizadas pelo conteúdo publicado por usuários na internet.

O artigo estabelece que as plataformas só podem ser responsabilizadas por conteúdos publicados por terceiros se não removerem o material após ordem judicial. Após 12 sessões, o Supremo flexibilizou essa regra, ampliando a responsabilização das plataformas de tecnologia.

Em nota enviada ao Estadão, a Meta, empresa do norte-americano Mark Zuckerberg, a decisão da Corte levanta preocupações sobre "a liberdade de expressão e as milhões de empresas que usam nossos aplicativos para crescer seus negócios e gerar empregos no Brasil".

"Enfraquecer o Artigo 19 do Marco Civil da Internet traz incertezas jurídicas e terá consequências para a liberdade de expressão, inovação e desenvolvimento econômico digital, aumentando significativamente o risco de fazer negócios no Brasil", declarou o porta-voz da Meta.

Assim como a Meta, a Google também manifestou preocupação com o novo entendimento do STF, alegando que poderá "impactar a liberdade de expressão e a economia digital". A big tech também afirmou que está aberta ao diálogo e que irá analisar a tese aprovada e os impactos da decisão nos seus produtos.

Responsabilidade

Ao longo dos últimos meses, as duas empresas se posicionaram contrárias ao julgamento no STF. Em dezembro, a Meta emitiu nota reforçando a preocupação com a possibilidade de as big techs serem responsabilizadas pelos conteúdos publicados pelos seus usuários.

"Temos uma longa história de diálogo e colaboração com as autoridades no Brasil, incluindo o Judiciário. Mas nenhuma grande democracia no mundo jamais tentou implementar um regime de responsabilidade para plataformas digitais semelhante ao que foi sugerido até aqui no julgamento no STF", disse a empresa.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo, afirmou que o tribunal preservou, na maior extensão possível, a liberdade de expressão, "sem permitir, no entanto, que o mundo desabe num abismo de incivilidade, legitimando discursos de ódio ou crimes indiscriminadamente praticados na rede".

Internamente, o julgamento é considerado o mais importante da história recente do STF. Os ministros aguardavam uma regulamentação das redes pelo Congresso, mas perderam a esperança desde o fracasso do Projeto de Lei das Fake News. O tribunal decidiu esperar as eleições passarem para se debruçar sobre o tema.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Pelo menos 60 pessoas morreram após ataques israelenses na região neste sábado, 28, segundo profissionais de saúde. Os bombardeios ocorrem no momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que pode haver um acordo de cessar-fogo dentro de uma semana. Respondendo a perguntas de jornalistas no Salão Oval, na sexta-feira, 27, o presidente disse: "Estamos trabalhando em Gaza e tentando resolver a situação."

Segundo fontes, há uma expectativa de que o ministro israelense de Assuntos Estratégicos, Ron Dermer, viaje a Washington na próxima semana para discussões sobre o cessar-fogo em Gaza, o Irã e outros temas. Fonte: Associated Press.

O governo de Donald Trump planeja deportar Kilmar Abrego García pela segunda vez, mas não pretende mandá-lo de volta para El Salvador. Ele havia sido erroneamente deportado para seu país de origem, mas retornou aos EUA após ordem judicial, onde agora ele enfrenta acusações federais de contrabando de pessoas.

A Casa Branca ainda não tomou a decisão de quando será a deportação ou se ela ocorrerá antes que o processo criminal seja concluído. O Departamento de Justiça garantiu que não há "planos imediatos" de retirar García do país.

Nesta sexta, 27, um juiz federal do Tennessee ordenou o adiamento da libertação de Garcia citando preocupações de que o salvadorenho possa ser deportado imediatamente após ser colocado em liberdade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O exército israelense afirmou neste sábado, 28, que um míssil disparado do Iêmen em direção ao território de Israel foi "muito provavelmente interceptado com sucesso", segundo informações divulgadas pela agência de notícias Reuters.

O lançamento foi reivindicado pelos Houthis, grupo de rebeldes apoiado pelo Irã, e teve como alvo uma área de Berseba, no sul de Israel. Há cerca de uma semana, um hospital na mesma cidade foi alvo de um míssil lançado pelo Irã.

Ainda segundo a agência, o grupo rebelde diz atacar Israel em solidariedade à Faixa de Gaza. O governo israelense advertiu que poderá impor bloqueio naval e aéreo ao Iêmen se os ataques persistirem.

No X (antigo Twitter), as Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que sirenes de emergência soaram no sul do país após o lançamento de projéteis vindos do Iêmen.

A guerra em Gaza começou quando terroristas liderados pelo Hamas atacaram o sul de Israel em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e sequestrando 251.

Desde então, os Houthis, grupo que controla parte do Iêmen, têm atacado navios no Mar Vermelho, causando graves interrupções em uma importante rota comercial, e têm alvejado Israel com drones e mísseis.

No início do mês, a Marinha israelense atacou as docas da cidade portuária de Hodeida, no Iêmen, controlada pelos Houthis. Foi a primeira vez que forças de Israel se envolveram em ataques diretos contra os rebeldes.