"O pior": artista vê futuro ameaçado após ataque de Trump ao seu trabalho

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Uma artista do estado do Colorado, nos EUA, nega tentar distorcer a imagem do presidente Donald Trump em um retrato que estava pendurado até recentemente no Capitólio do estado e diz que as críticas do presidente estão prejudicando seus negócios. Ela também contestou que o trabalho atraiu muitas reclamações antes de Trump opinar.

 

Trump chamou o retrato da pintora Sarah Boardman, de Colorado Springs, de "propositalmente distorcido", em uma postagem de 23 de março na plataforma Truth Social. Trump acrescentou que Boardman "deve ter perdido seu talento à medida que envelhecia" e postou que preferia não ter nenhum retrato no Capitólio do Colorado a essa obra da artista.

 

Os líderes legislativos anunciaram no dia seguinte que retirariam o retrato. Ele desapareceu de uma parede de retratos de ex-presidentes na manhã seguinte, relegado ao armazenamento do museu.

 

Em uma declaração por e-mail no sábado, 5, Boardman negou ter distorcido Trump intencionalmente. Enquanto Trump postou que "muitas pessoas" do Colorado reclamaram do retrato, Boardman escreveu que ela "recebeu avaliações e feedback extremamente positivos" ao longo dos seis anos em que ele ficou pendurado no Capitólio.

 

Isso mudou para pior desde os comentários de Trump, escreveu Boardman. "O presidente Trump tem o direito de comentar livremente, como todos nós, mas as alegações adicionais de que eu 'distorci propositalmente' o retrato e que eu 'devo ter perdido meu talento à medida que envelheci' agora estão impactando direta e negativamente meu negócio de mais de 41 anos, que agora corre o risco de não se recuperar."

 

Um comitê consultivo do Capitólio do Colorado encomendou o retrato, aprovou a foto de referência para o retrato e aprovou seu trabalho em andamento, escreveu Boardman.

 

"Eu completei o retrato com precisão, sem 'distorção proposital', preconceito político ou qualquer tentativa de caricaturar o sujeito, real ou implícito. Eu cumpri a tarefa de acordo com meu contrato", escreveu Boardman. A pintora também afirmou que não faria mais comentários.

 

Boardman também pintou os retratos dos ex-presidentes George W. Bush e Barack Obama no Capitólio estadual. Trump postou que Obama "parece maravilhoso" em seu retrato, mas que seu próprio retrato - pago com US$ 10 mil arrecadados pelos republicanos do Colorado - é "verdadeiramente o pior".

 

O líder da minoria do Senado do Colorado, Paul Lundeen, um republicano, disse que o retrato de Trump deveria ser substituído por um "que retrate sua semelhança contemporânea". O processo de encomenda de uma substituição ainda não começou. / AP

Em outra categoria

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) irá recorrer de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, que desobrigou Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", e o empresário Maurício Camisotti de comparecerem para depoimento no colegiado.

O presidente da CPI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), disse que a presença dos dois é "fundamental". "É fundamental que eles compareçam para que possamos esclarecer, com mais rapidez, tudo o que aconteceu. Respeito a decisão do ministro, mas considero injustificável permitir que não venham depor", afirmou.

Tanto o "Careca do INSS" (na segunda-feira, 15) como Camisotti (na quinta-feira, 18) estavam previstos para depor nesta semana.

Investigação da Polícia Federal aponta o "Careca do INSS" como um dos principais operadores do esquema fraudulento de descontos associativos em aposentadorias. Camisotti, por sua vez, é suspeito de ser sócio oculto de uma das associações envolvidas no esquema.

Os dois foram presos nesta sexta-feira, 12, em uma nova fase da Operação Sem Desconto. O escritório do advogado Nelson Willians foi alvo de buscas.

A Operação Cambota cumpre 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. A operação foi autorizada pelo ministro Andre Mendonça.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que a proposta de mudança do nome da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) é uma "orientação" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que o governo faz uma análise jurídica sobre a operação.

As declarações ocorreram após uma visita de Lula ao Hospital Universitário de Brasília (HUB) neste sábado para acompanhar um dia de mutirão de atendimentos médicos à população realizado pelo Ministério da Educação e pelo Ministério da Saúde. Na ocasião, Lula defendeu a mudança do nome da EBSERH para uma palavra "mais digerível" e "popular".

"É uma orientação dele", afirmou Padilha, ao se referir ao presidente da República. Segundo o ministro, o objetivo é "mostrar a força" da EBSERH, que ele descreveu como a maior rede pública de hospitais do sul global.

Padilha também afirmou que o ministro da Educação, Camilo Santana, e o presidente da EBSERH, Arthur Chioro, estão "analisando juridicamente" como fazer a alteração, uma vez que esse nome já constava na Medida Provisória de 2010 que instituía a empresa e foi consolidado em lei.

Durante o evento, Lula chegou a sugerir, em tom de brincadeira, que o nome da EBSERH passe a ser "Minhocão". No entanto, ao Broadcast Político, Chioro disse que ainda não há a previsão de um novo nome.

Nascida em 2011 como uma empresa pública vinculada ao Ministério da Educação, a EBSERH tem como finalidade a gerência de 45 hospitais universitários federais.

Neste sábado, a empresa promove a "EBSERH em Ação - Agora Tem Especialistas", com a realização de 29 mil procedimentos no Brasil, entre eles 22.700 exames, 4.500 consultas e 1.900 cirurgias eletivas, em especialidades como oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher.

Pesquisa Datafolha divulgada há pouco revela que 50% dos brasileiros defendem a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado e crimes correlatos, enquanto 43% são contra a medida.

O levantamento ouviu 2.005 eleitores na segunda (8) e na terça-feira (9), em meio ao julgamento de Bolsonaro, em 113 cidades do País. A margem de erro do levantamento é de dois pontos para mais ou para menos.

Em abril, primeira ocasião da pergunta aos participantes, 52% eram a favor da prisão do ex-presidente e 42%, contra. Já em julho, houve um empate técnico: 48% a 46%, respectivamente. A distância voltou a ser retomada na pesquisa atual.

Sobre a crença na execução da pena, em abril, 52% responderam que Bolsonaro escaparia de ser preso, contra 41%, o que ficou estável na pesquisa de julho (51% a 40%). Já na semana passada, em meio ao julgamento, 50% acreditavam que o ex-presidente iria para a cadeia, ante 40%.