Zelenski diz ter capturado 2 chineses que lutavam ao lado dos russos

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O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse nesta terça-feira, 8, ter capturado dois chineses que lutavam ao lado dos russos na região de Donetsk. Ele acusou a Rússia de tentar envolver a China no conflito, afirmou que há mais chineses na frente de batalha e exigiu explicações de Pequim.

No Telegram, Zelenski escreveu que os dois foram capturados em Donetsk, território ucraniano quase todo ocupado pela Rússia. Ele disse ter instruído seu chanceler, Andrii Sibiha, a exigir respostas da China. Pequim não comentou o assunto.

"Nossos militares capturaram dois cidadãos chineses que lutavam no exército russo. Isso aconteceu em território ucraniano, na região de Donetsk. Temos os documentos desses prisioneiros, cartões bancários e dados pessoais", escreveu Zelenski, postando imagens de um dos capturados.

Segundo o chanceler ucraniano, porém, os combatentes capturados foram "seduzidos por um contrato" com a Rússia e não fazem parte do exército regular. "Nós os consideramos militares porque são soldados do exército ocupante (Rússia)", disse Sibiha. "Estamos esclarecendo se eles têm experiência militar e o que pensa Pequim."

Diferentemente da Coreia do Norte, que enviou mais de 10 mil soldados, mísseis e equipamentos para a Rússia, a participação de tropas da China ainda é cercada de mistério, com relatos de chineses que voluntariamente decidiram lutar ao lado dos russos. "Somos fortes, mas não podemos lutar contra vários países ao mesmo tempo", disse Zelenski.

Parceria

Pouco antes do início da guerra, Rússia e China declararam uma parceria "sem limites". Desde então, o presidente chinês, Xi Jinping, tem dado cobertura diplomática e econômica ao Kremlin, embora evitando fornecer ajuda militar letal. "Os chineses estão lutando em território ucraniano. E esse é um ponto importante que precisamos discutir com nossos aliados", disse Zelenski.

O incidente ocorre no momento em que os EUA tentam intermediar uma trégua e reduzir seu envolvimento financeiro na guerra, ao mesmo tempo que intensificam uma guerra comercial cada vez mais acirrada com Pequim. Em comunicado, Zelenski disse que o episódio é um sinal de que Putin não está interessado em acabar com a guerra.

"O envolvimento da Rússia com a China e outros países, seja direta ou indiretamente, é um sinal claro de que Putin pretende fazer qualquer coisa, menos acabar com a guerra. Ele está procurando maneiras de continuar lutando", afirmou o presidente da Ucrânia.

A captura de soldados chineses ocorre dois meses após a primeira ligação entre Xi e Putin desde que Donald Trump deu um cavalo de pau na política externa dos EUA e se reaproximou de Moscou. O telefonema, feito no mesmo dia em que o conflito na Ucrânia completou seu terceiro ano, foi uma mensagem de Pequim de que suas relações com a Rússia não seriam afetadas pela pressão da Casa Branca.

O governo chinês afirma ser parte neutra no conflito. A Rússia, no entanto, faz uso frequente de componentes fabricados na China em suas armas - embora a Ucrânia também use equipamento chinês para aperfeiçoar seus drones.

Envolvimento

Cidadãos de cerca de 70 países, incluindo EUA, Reino Unido e Brasil, lutaram ao lado das forças armadas da Ucrânia. Algumas unidades, como a Brigada Azov, têm procurado constantemente recrutar estrangeiros para reforçar suas forças, que vêm se esgotando rapidamente após mais de três anos de guerra. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (7) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem tudo para ser competitivo e até favorito nas eleições de 2026. Ele participou do programa Bom Dia, Ministro, da EBC, ligada ao governo.

"Então, eu acredito que o presidente vai chegar bem. Ele é uma figura histórica, ele representa o Brasil como ninguém, em minha opinião, perante as outras nações. Ele tem tudo para chegar muito competitivo e até favorito", disse.

Haddad afirmou não acreditar em uma descontinuidade em obras e programas sociais do governo e que, com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, as pessoas vão sentir que ganharam um 14° salário.

"Então eu acredito que quando o trabalhador brasileiro chegar em fevereiro e verificar que o salário dele não teve desconto e que alguns deles, não todos os 10 milhões, mas alguns deles vão ter a sensação de quase ganhar um 14º salário, eu penso que isso vai ajudar muito", afirmou.

O ministro disse ainda que a taxa de juros do crédito consignado para trabalhadores da iniciativa privada está caindo por conta da concorrência.

Além disso, afirmou que há muitas reformas microeconômicas ainda pendentes no Congresso e que ele apresentou ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), essas propostas.

"Temos uma agenda micro muito importante e eu até mandei a pedido tanto para o senador Davi quanto para o presidente Hugo, eu mandei a lista de projetos que estariam prontos para aprovar, ou porque já passaram por uma das casas, ou porque já existe um relatório consensuado", completou.

O vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) criticou nesta segunda-feira a falta de mobilização de lideranças de direita em defesa de anistia a seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar e foi condenado por golpe de Estado.

"Jair Messias Bolsonaro, o principal líder político do país, segue preso ilegalmente, torturado diariamente, enquanto nenhum integrante da chamada 'união da direita' se manifesta com uma única palavra ou ação jurídica e política diante da destruição completa da democracia brasileira", escreveu nesta segunda-feira, 6, em seu perfil no X (antigo Twitter).

A expressão "união da direita" remete a declarações recentes do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP, que defendeu maior união entre os partidos conservadores para evitar derrota eleitoral em 2026.

"Já está passando de todos os limites a falta de bom senso na direita, digo aqui a centro-direita, a própria direita e seu extremo. Ou nos unificamos ou vamos jogar fora uma eleição ganha outra vez", escreveu o senador.

Carlos e o irmão, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), têm demonstrado insatisfação com o recuo da oposição na pressão pela anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro que beneficiaria o ex-presidente.

Na última quinta-feira, 2, Carlos cobrou "firmeza e coerência". "Chega desse papo de 'eu darei indulto se for eleito' para enganar inocentes", afirmou.

As críticas são dirigidas a figuras como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); e de Goiás, Ronaldo Caiado (União). Os três já declararam que perdoariam Bolsonaro caso chegassem à Presidência em 2026.

O relator do projeto de anistia na Câmara, Paulinho da Força (Solidariedade-SP), já disse que a "anistia ampla, geral e irrestrita" defendida por bolsonaristas está descartada em seu parecer, que se limitará à dosimetria, ou seja, na redução das penas fixadas.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), elogiou a Justiça Eleitoral nesta segunda-feira, 6, após ser agraciado com o Colar do Mérito Eleitoral Paulista, homenagem concedida pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). A Justiça Eleitoral é criticada pelos bolsonaristas por ter tornado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em duas ocasiões.

"Uma premiação, uma comenda, é como se fosse uma nota promissória. A gente sai daqui mais devedor. Eu saio daqui no dia de hoje mais devedor da Justiça Eleitoral, em especial da Justiça Eleitoral de São Paulo", disse o governador em seu discurso de agradecimento.

Ele afirmou ainda que por causa do trabalho do órgão eleitoral tem "certeza" que as eleições vão transcorrer com tranquilidade e disse que se hoje tem condições de exercer o mandato é porque a Justiça Eleitoral "garantiu isso". "Nós vamos pagar nossa nota promissória, fazendo com que o Estado de São Paulo sempre apoie a Justiça Eleitoral", concluiu Tarcísio.

Segundo o TRE-SP, o objetivo do colar recebido por Tarcísio é homenagear juízes e autoridades "por seus méritos e relevantes serviços prestados à vivência democrática e ao processo eleitoral do Estado".

O chefe do Executivo paulista já havia elogiado a Justiça Eleitoral no início do ano, quando afirmou que ela era "garantidora da democracia", o que lhe rendeu críticas de apoiadores do ex-presidente.

Mais recentemente, Tarcísio mudou de postura e passou a criticar o Judiciário como um todo. Em agosto, às vésperas do início do julgamento de Bolsonaro pela trama golpista, o governador disse que "infelizmente, hoje eu não posso falar que confio na Justiça". Dias depois, na manifestação bolsonarista de 7 de Setembro, chamou o ministro Alexandre de Moraes de "ditador" e afirmou que não aceitaria mais a ditadura de "um poder sobre o outro".