Reação da Celac às negociações de Lula em Honduras sobre tarifas e deportações é considerada improvável

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Honduras nesta terça-feira, dia 8, à noite para participar pela terceira vez no atual mandato da Cúpula da Comunidade de Países Latino-americanos e Caribenhos (Celac).

 

Lula levou a Tegucigalpa um discurso voltado a demonstrar repúdio às políticas comerciais e migratórias do presidente americano Donald Trump, assunto incontornável uma semana após o tarifaço global e diante da deportação em massa de imigrantes de volta aos países latinos.

 

Uma reação conjunta do bloco a Trump, no entanto, é considerada improvável pelo Itamaraty, dado o quadro de fragmentação política da região.

 

A viagem é vista no governo como uma forma de Lula mandar recados em defesa das regras de livre comércio, do multilateralismo e da OMC (Organização Mundial do Comércio).

 

Integração regional

 

O petista quer recuperar influência e mostrar que dá prioridade à integração regional, além de apresentar prioridades para a COP-30, em Belém.

 

O presidente deve aproveitar para mostrar interesse do Brasil em maior participação nos mercados regionais, como fornecedor não somente dos produtos do agro, mas também de manufaturados e semimanufaturados.

 

Os países da Celac têm uma corrente de comércio de US$ 86 bilhões com o Brasil. Para o governo, a guerra tarifária trumpista pode favorecer a América Latina, com o aumento da integração comercial entre países punidos pelas taxas americanas.

 

Os membros do bloco têm no total um mercado consumidor de 670 milhões de pessoas, mas como o poder de compra da maioria desses países ainda é baixo, essa integração, na prática, seria pouco rentável.

 

O petista vai precisar contornar divergências políticas. Desde que voltou ao poder, Lula tentou reativar organismos regionais de coordenação, mas as diferenças se sobressaíram.

 

Nessa linha, o petista foi às cúpulas anteriores da Celac na Argentina (2023) e em São Vicente e Granadinas (2024); convocou presidentes sul-americanos a Brasília para relançar a Unasul, o que não conseguiu fazer; prestigiou as reuniões periódicas do Mercosul; e organiza em 13 de junho uma recepção ampla aos líderes de países do Caribe.

 

Trump na mira

 

Embora os EUA não façam parte da Celac, a pauta da "nova presença americana" na região deve dominar as atenções. No governo brasileiro, existe a interpretação de que Washington deixou para trás a "negligência benigna" no hemisfério e, sob Trump, já adota uma posição mais ostensiva de disputa geopolítica com a China, que avançou na região com a iniciativa Cinturão e Rota, também conhecida como a Nova Rota da Seda.

 

Um diagnóstico corrente no governo Lula é que as políticas de Trump para a região podem criar uma "crescente instabilidade" política nas Américas. Ele colocou em prática uma receita de deportações em massa, controle de rotas migratórias, combate ao narcotráfico, sanções aos regimes de esquerda (sobretudo Venezuela, Cuba e Nicarágua - batizada nos EUA de "tríade da tirania") e tarifas comerciais. Com retórica ameaçadora, tenta forçar governos mais suscetíveis a romper relações com a China - como a ameaça de tomar o Canal do Panamá.

 

Os dois elementos mais claros e que atingem uma ampla maioria são as tarifas e as deportações. Exceto as ditaduras Venezuela (15%) e Nicarágua (18%), todos os demais países da Celac atingidos pelo tarifaço levaram o menor e mesmo patamar de 10% adicional sobre as exportações ao mercado americano.

 

Mas não se espera uma resposta comum contundente. Ela não estava prevista, por exemplo, nos rascunhos da Declaração de Tegucigalpa, negociada previamente por diplomatas, como é praxe nos fóruns globais.

 

"Acho que (o tema das tarifas) vai ser tratado de alguma maneira. É inevitável que seja mencionado nos discursos. Talvez tenha algum parágrafo na declaração, mas não vamos discutir só tarifas, mesmo porque os quadros são muito distintos de parcerias. Tem países como o Brasil que possuem um comércio mais equilibrado, outros como o México têm superávit, e outros têm um comércio muito pequeno. Para a Colômbia, os EUA são o primeiro parceiro, para o resto, não. As situações são bem distintas", ponderou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty. "Não vejo capacidade de unir todas as diferentes realidades e sair com uma coisa mais forte. Cada país tem a sua estratégia de como resolver."

 

"A declaração em discussão tem compromissos reiterados, inclusive de outras cúpulas, com o funcionamento do sistema multilateral de comércio, com a ideia de um comércio justo. Mas o tema em si (tarifas), assim como questões específicas bilaterais não estão na pauta do encontro. A ideia é que seja um debate livre dos presidentes sobre as prioridades da região, sobre as preocupações", disse a embaixadora Daniela Arruda Benjamin, diretora do Departamento de Integração Regional.

 

Donald Trump não tem um plano infalível

 

A razão para isso é a cisão política e a radicalização em diversos países, conforme avaliam integrantes do governo Lula. O Planalto atribui aos governos antecessores a "destruição" da institucionalidade regional, que agora o petista busca reativar, e a tentativa de criar novos órgãos substitutos como o ProSul e Grupo de Lima - logo abandonados.

 

Em 2020, o ex-presidente Jair Bolsonaro retirou o Brasil da Celac, que reúne 33 países da região. Uma das primeiras medidas de Lula foi retomar e voltar às cúpulas, em janeiro de 2023.

 

 

Para um interlocutor do governo, é preciso reconhecer a ascensão de uma direita eleitoralmente viável e alinhar as expectativas do que pode ou não ser alcançado na Celac. Ele diz que não se pode esperar verdadeiros manifestos em favor da democracia e dos direitos humanos, em contraposição a Trump.

 

Segundo esta autoridade, a conjuntura de governos avessos à integração impediu a retomada do quadro institucional que vigorou até 2013 e a própria cúpula enfrentará dificuldades. Não se espera em Brasília a aprovação de documento algum com críticas fortes à política migratória de Trump - não somente por causa da dependência econômica de países centro-americanos que são alvos dela e temem retaliação, mas porque alguns concordam com a visão de Washington - vide El Salvador.

 

A reação de governos mais alinhados a Washington logo após o tarifaço também deixou claro a dificuldade de unidade. O argentino Javier Milei viajou aos EUA na busca de um encontro frustrado com Trump e disse que pretendia ajustar a legislação do país para se adequar às exigências do republicano. A "harmonização" de tarifas sugerida por Milei permitiria mais exportações de 50 produtos americanos e sinalizaria interesse em um acordo comercial, que poderia colocar em xeque o Mercosul.

 

Já o paraguaio Santiago Peña minimizou os impactos, disse que seu país estava "muito melhor que outros" no cenário, mais robusto economicamente e que o protecionismo "não é nada novo" e que o mundo já conseguiu suportar antes.

 

Quase todos os países decidiram negociar bilateralmente, assim como o Brasil até aqui, e a fragmentação e o "bloqueio regional" forte de instituições que funcionam por consenso impede maior coordenação.

 

Questão migratória

 

Já a questão migratória é um tema permanente na Celac. Mas além de os fluxos de imigrantes serem muito distintos, a remessa de divisas também exerce papel importante nas economias de países centro-americanos e sul-americanos, e a realidade não é a mesma para todos.

 

Em 2023, as remessas salariais de imigrantes latino-americanos e caribenhos somaram US$ 154,4 bilhões enviados dos EUA, conforme o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O México representa 41% do total com US$ 63,3 bilhões.

 

Na América Central destacaram-se a Guatemala (US$ 19,8 bilhões), Honduras (US$ 9,1 bilhões) e El Salvador (US$ 8,1 bilhões) em 2023. Na América do Sul, somente a Colômbia (US$ 10 bilhões) representou 34% no ano passado.

 

No caso das deportações, a situação é comum à maioria dos países, mas os números variam e os governos reagem de forma diferente - vide El Salvador, que aceitou até receber criminosos, inclusive de outras nacionalidades, que supostamente fariam parte de facções como o Tren de Aragua e a salvadorenha Mara Salvatrucha (MS-13).

 

As estimativas mais recentes do Pew Research Center revelam que 11 milhões de imigrantes não documentados vivem nos EUA. Os dados foram atualizados até 2022.

 

A maior comunidade de imigrantes não autorizados segue sendo a mexicana com 4 milhões de pessoas. Para comparação, os centro-americanos em geral somam 2,1 milhões, além de 1 milhão de sul-americanos e 725 mil caribenhos.

 

Os países do Triângulo do Norte são os maiores emissores: salvadorenhos (750 mil), guatemaltecas (675 mil) e hondurenhos (525 mil). A Venezuela tem 275 mil. Brasil e República Dominicana têm 230 mil cada. Depois aparecem Colômbia (190 mil), Equador (140 mil) e Haiti (110 mil).

 

Os latinos vivem especialmente na Califórnia (1,8 milhão), Texas (1,6 milhão) e Flórida (1,2 milhão) - sendo o último o Estado que mais cresceu de 2019 a 2022, com acréscimo de 400 mil imigrantes.

 

"Imigração é um tema que tem impacto econômico e social em todos os países da região, sejam países de entrada, de saída ou de passagem. O impacto específico das últimas medidas (de Trump) ainda está sendo avaliado por diferentes países em função, obviamente, das circunstâncias diferentes, para identificação de estratégias. Necessariamente, e muito possivelmente, não será uma estratégia única", disse a embaixadora Daniela. "A mobilidade humana e o impacto que isso tem sobre as condições socioeconômicas e o desenvolvimento da região é um tema de preocupação central."

 

Direita ausente

 

A divisão política dificulta a própria articulação. Em janeiro, a presidente hondurenha Xiomara Castro, de esquerda, tentou convocar uma reunião de emergência sobre deportações após a crise entre Trump e o colombiano Gustavo Petro. Paraguai e Argentina bloquearam, segundo diplomatas.

 

Agora, essas delegações dos presidentes de direita não devem se fazer representar em alto nível na cúpula hondurenha. Ao celebrar as confirmações, a anfitriã Xiomara Castro mostrou mais uma vez uma presença destacada dos governos esquerdistas, sem nomes relevantes da direita.

 

Além de Lula, estarão em Tegucigalpa Claudia Scheinbaum (México), Gustavo Petro (Colômbia), Bernardo Arévalo (Guatemala), Yamandú Orsi (Uruguai), Miguel Díaz-Canel (Cuba), Luis Arce (Bolívia), Ralph Gonsalves (São Vicente e Granadinas), Mark Anthony Phillips (Guiana) e Leslie Voltaire (Haiti). Em claro recado à ausência dos conservadores, a mexicana Scheinbaum destacou que a busca de "unidade" precisa ir "além do movimento progressista", ampliando o leque de relacionamento.

 

Risco de instabilidade

 

Estrategistas do governo brasileiro enxergam a política trumpista para a América Latina muito influenciada por autoridades que dialogam com muito com a extrema-direita em detrimento de governantes.

 

O "trio de ferro" de Trump é formado por Marco Rubio (Secretário de Estado) e por Mauricio Claver-Carone (enviado especial para América Latina e e ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento) e por Mike Waltz (Conselheiro de Segurança Nacional). Eles são vistos no governo brasileiro como mais combativos a ditaduras de esquerda e favoráveis a forçar mudanças de regime, por causa dos elos e interesses políticos mais imediatos ligados à comunidade de origem latina expatriada na Flórida.

 

Já o enviado de Trump para a Venezuela, Richard Grenell, é visto como alguém mais ligado à estratégia de conter a influência da China - e, para isso, aceita algumas concessões. Foi ele quem negociou um acerto com Maduro para liberar deportações em massa de volta a Caracas. Mas agora, na visão de uma autoridade federal, Trump começa a adotar mais uma lógica punitivista em relação a Caracas, defendida pelos três outros assessores.

 

O Palácio do Planalto e o Itamaraty avaliam que o começo do novo mandato de Trump apresentou uma agenda negativa para as Américas. A longo prazo, pondera um embaixador, a receita poderia favorecer a China, que é o elemento de fundo a ser combatido pelos americanos a partir da Flórida.

 

Candidatura feminina para chefiar a ONU

 

O Brasil propôs também que os países aprovem em Tegucigalpa uma campanha unificada e apresentem uma candidata mulher para concorrer à sucessão do português António Guterres como secretário-geral da ONU. Lula deve defender essa proposta em discurso aos líderes da Celac.

 

A eleição do próximo secretário-geral das Nações Unidas ocorrerá em 2026 e, pelo acordo informal, será a vez de a América Latina e o Caribe indicarem o candidato, segundo um acordo informal para haver rodízio entre as regiões do mundo.

 

Há, no entanto, entraves à articulação de Lula. Um deles é a posição conflitante com governos de direita sobre a priorização da pauta de gênero. Uma amostra foi a atuação recente do presidente argentino Javier Milei, que buscou bloquear discussões e compromissos de gênero em fóruns como o G-20, a OEA e o Mercosul.

 

Agenda de Lula em Honduras

 

8/4 - Chegada a Tegucigalpa às e participação em coquetel de chefes de Estado e de governo

 

9/4 - Discurso na IX Cúpula da Celac, almoço entre os líderes e reuniões bilaterais

Em outra categoria

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar R$ 100 milhões para um plano nacional para enfrentamento aos desastres naturais que será desenvolvido juntamente com a Marinha e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A parceria foi oficializada em Belém, nesta sexta-feira, 7, durante cerimônia que homenageou Pedro Teixeira, militar português do período colonial que liderou a primeira expedição fluvial subindo o rio Amazonas.

Estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen; a diretora do Cemaden, Regina Célia Alvalá; e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. A cerimônia ocorreu no espaço interno do navio Atlântico, ancorado no porto de Belém e que funcionará como base de operações e apoio logístico das Forças Armadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

A ideia da parceria é unir esforços técnicos, científicos e institucionais para fortalecer a capacidade nacional de prevenção, monitoramento e resposta aos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes.

"Estamos tendo desastres extremos cada vez mais frequentes e intensos. Estamos desenvolvendo esforços de prevenção, com programa de descarbonização e outras iniciativas. Mas nós também temos que nos preparar para a resposta.

Salvar vidas em primeiro lugar e recuperar as estruturas, as comunicações, a economia", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com Mercadante, a expectativa é de que, com base nas estudos que serão realizados, o plano nacional esteja concluído em outubro do próximo ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado, 8, que o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto de lei antifacção enviado ao Congresso pelo Executivo "preserva avanços" do texto do governo federal e "endurece as penas contra o crime".

"É hora de colocar todos na mesma mesa: governo, Congresso e sociedade e, com a maturidade que o país exige, trabalhar juntos por um projeto que una o Brasil no que realmente importa: garantir segurança à nossa sociedade", escreveu o parlamentar em sua conta no X. "Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger", completou.

Motta afirmou ainda que segurança pública é uma pauta suprapartidária e que vai conduzir as discussões sobre o congresso, "com respeito ao regimento, mas com a firmeza de quem conhece a urgência das ruas". O deputado diz acreditar que o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado "encontrou um ponto de unidade".

A declaração ocorre no rescaldo do anúncio, na noite desta sexta, 7, de que Derrite - que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar projetos sobre o tema na Câmara - também seria relator do PL antifacção, de autoria do governo Lula. O parlamentar já havia recebido a relatoria de um projeto concorrente, o que propõe equiparar facções a organizações terroristas, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE).

O anúncio gerou fortes críticas de governistas. O líder do PT na Câmara dos Deputados afirmou que a escolha de Derrite como relator do projeto como um "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também ressaltou que a decisão "beira uma provocação". Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, disse que a escolha "contamina o debate com os objetivos eleitoreiros de seu campo político".

Horas depois do anúncio Derrite já publicou seu parecer sobre o tema, que pode ser analisado na Câmara dos Deputados já na próxima semana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um mecanismo para troca de dívidas ("debt swaps") dos países em desenvolvimento para aumentar o financiamento para ações climáticas.

Em uma carta de "chamado à ação", divulgada na noite da última sexta-feira, 7, Lula pediu a prevenção às chamadas "medidas unilaterais de comércio" com justificativas ambientais.

O tópico é um tema sensível sobretudo para a União Europeia, que costuma praticar ações protecionistas utilizando supostas infrações ambientais dos países em desenvolvimento como argumento. Lula pede que essa conduta seja evitada para "que o comércio volte a unir as nações, em vez de dividi-las".

O presidente defendeu mais uma vez que sejam implementadas ações concretas para o aumento do financiamento climático por parte dos países desenvolvidos. Lula pede que os países adotem o Roteiro Baku-Belém, produzido pelos presidentes da COP30, André Corrêa do Lago, e da COP29, Mukhtar Babayev, para alcançar a marca de US$ 1,3 trilhão.

No texto, Lula pede que o desembolso feito por fundos como o de Adaptação e de Países de Menor Desenvolvimento Relativo, do Fundo Especial para as Mudanças Climáticas sejam triplicados até 2030.

"Sem o devido apoio financeiro, tecnológico e de capacitação, os países em desenvolvimento não têm as condições necessárias para implementar de forma efetiva metas climáticas", diz o presidente.

Lula defende um "aumento significativo" do financiamento para adaptação climática e que os recursos também possam ser triplicados para que os países em desenvolvimento tenham condições de lidar com os efeitos das mudanças climáticas.

Grande destaque a Cúpula de Líderes, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) também foi citado pelo presidente. Lula sugere que haja uma ampliação do financiamento para florestas e aportes em mecanismos como o fundo.

O TFFF é um fundo criado para remunerar a preservação de florestas. A ideia é que sejam pagos US$ 4 por hectare preservado. E conquistou US$ 5,5 bilhões em investimentos internacionais durante a Cúpula de Líderes.

Combustíveis fósseis

Em sua carta, o presidente defende novamente a implementação do que foi acordado durante a COP-28, em Dubai. Na ocasião, os países concordaram em promover o afastamento rumo ao fim dos combustíveis fósseis, mas não definiram um cronograma.

Lula defende ainda a "definição de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos." A íntegra da carta pode ser lida no site do governo federal.

Com o fim do encontro de chefes de Estado no último dia 7, os países se preparam para iniciar a rodada de negociações da COP-30 a partir de segunda-feira, 10. A Cúpula foi considerada bem sucedida pelo governo brasileiro e há expectativa de que o clima favorável se estenda às reuniões da COP-30.