Celac: viemos discutir integração regional e ampliar a articulação entre países, diz Lula

Internacional
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo vai discutir o "fortalecimento da integração regional e ampliar a articulação entre os países" na reunião da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). A abertura será realizada às 13h (horário local). Lula chegou em Tegucigalpa, capital de Honduras, na noite de terça-feira, 8. "Fui muito bem-recebido ontem à noite na chegada pelo ex-presidente, Manuel Zelaya", afirmou o presidente brasileiro nas redes sociais.

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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta-feira, 17, que o ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Filipe Martins, acompanhe o próprio julgamento presencialmente.

Filipe faz parte do segundo núcleo da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por golpe de Estado após as eleições de 2022. O julgamento será realizado nas próximas terça e quarta-feira, 22 e 23 de abril, na Primeira Turma da Corte, em Brasília.

A decisão de Moraes atende a pedido da defesa do ex-assessor, que, por estar cumprindo medidas cautelares, precisa de autorização judicial para sair de onde reside, em Ponta Grossa (PR).

"É pacífico o entendimento de que a presença do acusado em atos centrais do processo deve ser não apenas admitida, mas estimulada, sempre que compatível com a ordem pública e com a instrução processual, especialmente quando não há qualquer histórico de risco, evasão, obstrução ou descumprimento", diz a petição assinada por seus advogados.

A defesa solicita que ele embarque em voo para Brasília na segunda-feira, 21, e retorne na quinta-feira, 24, e informa onde ele ficará hospedado. Também faz uma ressalva quanto à cobertura midiática da sessão.

Como parte das medidas cautelares, Filipe não pode participar das redes sociais. Os advogados pedem que ele não seja responsabilizado em caso de "captação ou divulgação de imagens, vídeos ou registros de outra natureza realizados por terceiros", já que se trata de um julgamento em sessão pública e com cobertura midiática.

No início do mês, Filipe Martins foi multado pelo ministro Alexandre de Moraes em R$ 20 mil por ter aparecido em vídeo publicado nas redes sociais por seu advogado, o desembargador aposentado Sebastião Coelho. A defesa recorreu.

Outro denunciado do núcleo 2, o ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, também solicitou autorização para acompanhar a análise na semana que vem, mas desistiu de comparecer.

Quando o relator Moraes pediu esclarecimentos sobre onde Silvinei ficaria hospedado em Brasília, a defesa encaminhou uma desistência da solicitação. A alegação é a exposição midiática e de imagem do julgamento e a possibilidade de que o STF entenda que ele descumpriu as medidas cautelares.

"É certo que a imprensa se fará presente no local designado para ocorrência da solenidade, motivo pelo qual, objetivando-se evitar qualquer tipo de prejuízo à integridade das cautelares em vigência, chegou-se à conclusão de que seu não comparecimento é a medida mais acertada", escreveram os advogados.

Julgamento dos núcleos denunciados pela PGR por golpe de Estado:

Núcleo 1: denúncia aceita em 26 de março;

Núcleo 2: julgamento marcado para os dias 22 e 23 de abril;

Núcleo 3: julgamento marcado para os dias 20 e 21 de maio;

Núcleo 4: julgamento marcado para os dias 6 e 7 de maio.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) decidiu suspender a greve de fome nesta quinta-feira, 17, após conversa com parlamentares do PSOL e apoiadores. A decisão foi tomada após diálogo com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), que prometeu adiar a votação da cassação do parlamentar em plenário para o segundo semestre.

"Quero dizer que estou suspendendo a greve de fome, mas nós não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto", afirmou Glauber. Segundo o parlamentar, ele agora começará o período de transição e recuperação.

Glauber iniciou a greve de fome no dia 2 de abril após o Conselho de Ética votar pela cassação dele, por 13 votos a cinco. Durante esse período, ele ficou dormindo no plenário de uma comissão da Câmara e fazendo apenas a ingestão apenas de água, soro fisiológico e isotônico.

Mais cedo, antes da declaração de Glauber, Motta disse que dará um prazo de 60 dias para votar a cassação de Glauber no plenário caso a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprove o avanço do processo.

"Garanto que, após a deliberação da CCJ, qualquer que seja ela, não submeteremos o caso do deputado ao plenário da Câmara antes de 60 dias para que ele possa exercer a defesa do seu mandato parlamentar", afirmou Motta.

O processo foi aberto em 2024 em razão do episódio em que Glauber expulsou o influenciador Gabriel Costenaro, integrante do Movimento Brasil Livre (MBL), da Casa aos chutes.

Na ocasião, Costenaro fez insinuações sobre a ex-prefeita de Nova Friburgo Saudade Braga, que na época estava doente. Mãe do deputado, ela morreu 22 dias após o ocorrido.

O PSOL já tem o recurso pronto, que será apresentado à CCJ na próxima terça-feira, 22, prazo limite.

Segundo a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o documento argumentará, entre outras coisas, a suspeição do relator do caso no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), e a desproporcionalidade da pena.

Como mostrou o Estadão, Magalhães - que pediu pela cassação de Glauber - também já agrediu uma pessoa na Câmara e não foi punido.

O incidente ocorreu em 2001, quando o jornalista Maneca Muniz lançava, no corredor das comissões da Câmara, um livro chamado As Veias Abertas do Carlismo, onde detalhava escândalos de corrupção de Antônio Carlos Magalhães, tio do deputado.

O parlamentar, que na época era do PFL (que se tornou DEM e agora é o União Brasil), arrancou um varal onde estavam expostos trechos da obra e deu um pontapé em Muniz, que revidou com um soco.

Qualificado como "juiz estrela" pela inglesa The Economist nesta quarta-feira, 16, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vem ocupando espaço em jornais e revistas de grande circulação pelo mundo. O foco no magistrado remete principalmente aos processos de grande repercussão dos quais é relator, às quedas de braço internacionais e ao protagonismo assumido pelo juiz em ações visando a defesa da democracia.

O artigo mais recente, publicado pela The Economist, afirma que o Judiciário brasileiro é um sistema de "juízes com poder excessivo", e, segundo a revista, nenhuma figura personifica isso melhor do que Moraes. O artigo avalia que a Suprema Corte do País enfrenta "crescentes questionamentos" na medida em que tenta "administrar" assuntos políticos.

No início do mês, a revista The New Yorker publicou uma entrevista com o ministro, que incluiu também um ensaio fotográfico. As fotos foram feitas em 26 de março, mesmo dia que a Primeira Turma da Corte tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados réus por tentativa de golpe de Estado.

O perfil, publicado em 7 de abril na versão digital, e que também ilustrou a versão impressa da revista, mostrou a forma de atuação de Moraes ao longo da carreira.

Enquanto secretário de Segurança Pública, por exemplo, ele foi descrito como mantendo a linha "tolerância zero contra o crime", o que lhe rendia críticas de setores progressistas. A imagem do ministro mudou quando passou a fazer a relatoria de inquéritos contra a família Bolsonaro, sendo aclamado pela esquerda e criticado na extrema direita, descreve o perfil.

Em setembro do ano passado, uma reportagem da Financial Times qualificou Moraes, já no título, como o "implacável juiz brasileiro que enfrenta Elon Musk". A publicação ocorreu em meio à sequência de atritos entre o X (antigo Twitter), do bilionário, e o Judiciário brasileiro, que resultou no bloqueio da plataforma no País por quase 40 dias.

"Para seus defensores, o magistrado de 55 anos é um herói que protegeu a democracia contra uma enxurrada de notícias falsas. Para os detratores, ele é culpado de censura e mira injustamente nos conservadores", diz trecho da reportagem.

Outro entrave envolvendo Moraes para além das fronteiras nacionais foi repercutido pelo jornal The New York Times no início de fevereiro. O magistrado brasileiro foi alvo de uma ação por suposta violação à soberania americana, movida pela Trump Media, ligada ao presidente Donald Trump, e pela plataforma de vídeos Rumble.

O jornal descreveu a ação como "um esforço surpreendente" de Trump em prol de um aliado com uma trajetória similar, "que, assim como ele, é um líder de direita indiciado por haver tentado reverter sua derrota eleitoral", disse o jornal se referindo a Bolsonaro, que considera Moraes seu maior rival político.

Em outubro do ano passado, o mesmo jornal publicou uma reportagem questionando se a expansão do Supremo "para poder proteger a democracia" agora o tornava uma espécie de "ameaça". Afirmando que a Corte nomeou Moraes como uma "espécie de xerife da internet brasileira", o artigo cita a relatoria de Moraes no inquérito das fake news e narra diversas ações tomadas pelo ministro no bojo dessa investigação.