Trump promete proposta para Ucrânia e diz que agirá com firmeza contra Irã se necessário

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a responsabilizar nesta segunda-feira, 14, o ex-líder norte-americano, Joe Biden, e o atual mandatário ucraniano, Volodymyr Zelensky, pelo conflito na Ucrânia. "Se Biden e Zelensky fossem competentes, a guerra não teria começado", disse. "Agora temos um país Ucrânia que perdeu 25% de seu território. E eram partes importantes."

A culpa, segundo ele, "é de todos, de Biden e Zelensky, que não conseguiram parar a guerra, e do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que nunca devia ter começado o conflito".

Ele prometeu novas propostas "muito em breve" para acabar com a guerra.

Irã

Em coletiva de imprensa ao lado do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, Trump confirmou uma nova rodada de negociações com o Irã no próximo sábado. "O Irã quer negociar com a gente, mas ainda não sabe como", afirmou.

Ele disse ainda que o país "não pode ter armamento nuclear, é muito simples" e prometeu agir com firmeza caso veja necessidade: "Se tivermos que fazer algo mais duro contra o Irã, faremos."

O presidente norte-americano também elogiou Bukele, dizendo ter "ótima relação" com ele. "Tem todo meu apoio."

Confronto com a CNN

A relação com a imprensa, em especial com a CNN, seguiu tensa. Trump recusou sucessivas perguntas do canal, acusando-o de "fake news" e de "não gostar do país". "Por isso mais ninguém assiste vocês. Próxima pergunta", disparou, ao ser questionado sobre política externa e deportações.

Ele manteve o padrão durante toda a coletiva, interrompendo repórteres da emissora e se recusando a responder temas sensíveis.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse a estudantes no sábado, 18, que quer construir uma "doutrina" com professores e alunos latino-americanos para que a América do Sul seja independente e que "nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil".

Lula não citou expressamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com quem disse ter surgido uma "química" após encontro na Assembleia Geral da ONU. Depois do episódio, os governos Lula e Trump se aproximaram para negociar a revogação do tarifaço às exportações brasileiras. Há possibilidade de um encontro entre os dois mandatários até o final do ano.

O presidente participou de um aulão com cursinhos populares em São Bernardo do Campo (SP), cidade da região do Grande ABC onde começou sua carreira política no Sindicato dos Metalúrgicos. Ele subiu ao palco ao lado dos ministros da Educação, Camilo Santana, e da Fazenda, Fernando Haddad, e foi recebido pelos estudantes aos gritos de "sem anistia" e em defesa da educação popular.

O presidente discursava sobre as universidades que criou em seu governo, quando citou a Universidade de Integração Latino-Americana, em Foz do Iguaçu (PR) e fez a menção indireta a Trump.

"A gente quer formar uma doutrina latino-americana, com professores latino-americanos, com estudantes latino-americanos, para que a gente possa sonhar que esse continente um dia vai ser independente e que nunca mais um presidente de outro país ouse falar grosso com o Brasil porque a gente não vai aceitar", declarou Lula, que foi ovacionado pelos alunos neste momento. "Não é uma questão de coragem, é uma questão de dignidade e de caráter. Dignidade e caráter vocês não comprarão em shopping, free shop. É o pai e a mãe de vocês que deram a dignidade e o caráter para definir o que a gente é", continuou o presidente.

O evento, realizado no ginásio poliesportivo Adib Moysés Dib, estava marcado para começar às 10h30, mas começou cerca de 30 minutos depois. Neste meio-tempo, uma professora pedia aos alunos que se sentassem e os dirigia para que nenhuma cadeira da arquibancada ficasse vazia. Ela também ensaiou músicas, palavras de ordem e até uma "ola" para quando o presidente chegasse.

Os alunos ergueram uma faixa pedindo que Lula indique uma mulher negra para o STF. O presidente, contudo, caminha para indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para o posto - os outros dois cotados são o senador Rodrigo Pacheco (PSD) e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.

Presidente volta a criticar classe política

O presidente incentivou os jovens a entrarem na política e aproveitou o gancho para voltar a criticar a Câmara dos Deputados pela aprovação da PEC da Blindagem - a proposta foi enterrada pelo Senado. Durante a semana, Lula afirmou que o Congresso nunca esteve "em tão baixo nível".

"Se eu cheguei [à Presidência], vocês também podem chegar", disse ele neste sábado. "Vocês não podem desanimar. Quando vocês perceberem que a classe política não representa vocês, pelo amor de Deus, não desanimem. Quando vocês verem que a classe política está querendo aprovar uma lei que garanta impunidade para ladrão, não desistam. O político bom está dentro de vocês, não dentro deles", seguiu Lula.

Ele anunciou a intenção de universalizar o programa Pé-de-Meia para todos os estudantes do ensino médio e antecipou que haverá críticas da Faria Lima. "Eles vão brigar com a gente, os banqueiros vão reclamar 'nossa, esse governo está gastando R$ 13 bilhões, poderia estar aqui na Faria Lima pra gente ganhar mais dinheiro'. Gastando a gente estaria se o dinheiro fosse pra eles, nós estamos é investindo na nossa juventude", afirmou.

Antes, Haddad disse que o lema do governo é colocar o "pobre no orçamento e o rico no imposto de renda". "Essa turma tem que contribuir", disse o ministro da Fazenda.

Haddad diz que reservar 50% das vagas universitárias para escola pública equivale a reforma agrária

Apoio a cursinhos populares

Camilo Santana anunciou a intenção de aumentar o valor destinado para apoiar a Rede Nacional de Cursinhos Populares (CPOP), instituída pelo Ministério da Educação no início do ano. A previsão é de repassar R$ 74 milhões a 384 cursinhos espalhados até o final de 2025. Para 2026, segundo o Ministério da Educação, o edital chegará a R$ 108 milhões, contemplando até 500 cursinhos.

Antes da chegada de Lula, os alunos tiveram uma rápida aula de Física. Depois que o presidente deixou o palco, teve início uma aula de Redação, mas a maior parte dos estudantes já havia deixado o local. O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) está marcado para novembro.

Horas antes de se aposentar do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso foi recebido ontem, 17, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para jantar no Palácio da Alvorada, residência oficial. Na conversa, o presidente puxou o assunto da sucessão na Corte e perguntou a opinião de Barroso sobre cada um dos três cotados à vaga deixada por ele.

Lula citou nominalmente o advogado-geral da União, Jorge Messias, o senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e o ministro do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas. Diplomático, Barroso respondeu que consideravam os três preparados para assumir o cargo. Durante o jantar, os dois também conversaram sobre política, vida pessoal e a participação de mulheres no Judiciário.

Segundo integrantes do Judiciário e do governo, Lula já teria decidido dar a cadeira de Barroso a Messias, mas não disse isso ao ministro aposentado.

A expectativa é que a nomeação seja oficializada no início da próxima semana. O indicado pelo presidente precisa ser submetido a sabatina e votação no Senado antes de tomar posse no Supremo.

Pouco antes de ir à residência oficial da Presidência da República, Barroso apresentou um voto no plenário virtual do STF em defesa da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Na sequência, o ministro Gilmar Mendes interrompeu o julgamento, que não tem data prevista para ser retomado. Além do voto de Barroso, também votou Rosa Weber, também aposentada, no mesmo sentido do colega.

A pré-candidatura do senador Sérgio Moro (União Brasil) ao governo do Paraná provocou uma debandada de prefeitos do Progressistas (PP) no Estado. Dos 61 prefeitos eleitos em 2024, 18 deixaram a sigla desde a oficialização da federação do PP com o União Brasil, que trouxe consigo a pré-candidatura de Moro ao Executivo estadual.

O levantamento da reportagem considerou as certidões de filiação partidária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo dirigentes do PP no Paraná, no entanto, o número de dissidentes é ainda maior, chegando a metade da bancada eleita no último pleito. Procurado, Moro não se manifestou.

As baixas sinalizam que os gestores do PP preferem seguir aliados ao grupo político do PSD, do governador Ratinho Júnior, do que embarcar na pré-candidatura de Moro. O ex-juiz da Operação Lava Jato lidera as pesquisas de intenção de voto, mas enfrenta rusgas dentro da federação e do próprio partido para se lançar ao Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense.

Dos 18 dissidentes do PP, 11 seguem sem partido, enquanto 7 migraram para o PSD. Dirigentes do Progressistas no Paraná alegam que prefeitos da sigla foram pressionados pela ameaça de não assinatura de convênios e parcerias com o governo estadual. O secretário de Cidades do Paraná, Guto Silva, nega qualquer tipo de pressão sob os gestores municipais.

"Esses prefeitos tinham uma vinculação muito forte com o governo e não queriam ser entregues de bandeja a um projeto que não é deles. Antes, PP e União Brasil estavam juntos com o governador", disse Silva. "Não teve pressão. Todos receberam recursos do Estado".

A Secretaria de Cidades é a principal pasta de articulação política do governo do Paraná, e Silva é cotado como indicação do PSD para a sucessão de Ratinho Júnior. Além do secretário, concorre à nomeação o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Alexandre Curi (PSD).

Em meio ao impasse no PSD, Sergio Moro lidera a corrida ao Iguaçu, segundo levantamento da Genial/Quaest divulgado em 22 de agosto. O ex-juiz registra 38% das intenções de voto no cenário estimulado, detendo vantagem de 30 pontos porcentuais sobre o segundo colocado, Paulo Eduardo Martins (Novo), vice-prefeito de Curitiba, que figura com 8% de menções. Enio Verri (PT), diretor da Itaipu Binacional, tem 7%, e Guto Silva, 6%.

Embora aponte para a liderança de Moro, a pesquisa também indica potencial de votos de um candidato indicado por Ratinho Júnior: 70% dos paranaenses ouvidos pelo instituto acreditam que o governador merece eleger um sucessor.

A Genial/Quaest ouviu 1.104 eleitores do Paraná entre os dias 13 e 17 de agosto. A margem de erro é de três pontos porcentuais e o índice de confiança é de 95%.