Vance cobra diálogo direto entre Rússia e Ucrânia e critica postura de defesa da Europa

Internacional
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O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, abordou nesta quarta-feira (7) o conflito entre Rússia e Ucrânia durante a Conferência de Segurança de Munique. Ele destacou a ausência de diálogo direto entre os dois países. "Rússia e Ucrânia não têm conversas concretas sobre o que fazer para acabar com a guerra", afirmou.

Apesar das dificuldades, Vance demonstrou algum otimismo: "Ainda não estou tão pessimista com a situação Rússia-Ucrânia", disse, reconhecendo, no entanto, que "a Rússia impõe muitas condições para o fim do conflito".

O vice-presidente defendeu avanços nas tratativas de paz: "Precisamos dar um passo à frente nas negociações Rússia-Ucrânia nesta semana". Para ele, é essencial que as conversas ocorram de forma direta. "É muito importante que Rússia e Ucrânia comecem a conversar entre si", afirmou, ponderando que "há um grande abismo entre as posições dos ucranianos e dos russos".

Vance também expressou frustração com o impasse nas negociações. "Os dois lados se odeiam tanto, que os primeiros 30 minutos de conversas seriam só com um lado reclamando do outro de questões históricas", disse. Ainda assim, ressaltou que uma "paz duradoura será economicamente benéfica para Ucrânia e Rússia".

Além do tema do conflito, Vance destacou a importância da cooperação entre Estados Unidos e Europa na área de segurança, mas criticou a estratégia europeia nas últimas décadas. "EUA e Europa estão no mesmo time" sobre segurança, afirmou, acrescentando que a "aliança com a Europa é muito importante para nós". No entanto, avaliou que "a postura de segurança da Europa dos últimos 20 anos não é adequada para os próximos 20 anos".

Ele ainda parabenizou o chanceler eleito da Alemanha, Friedrich Merz, e informou que terá uma conversa com ele nos próximos dias.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que providências serão tomadas até o final desta quinta-feira, 7, em referência à possibilidade de suspender deputados que obstruíram os trabalhos na Casa por mais de 30h.

Ao chegar à Câmara, Motta afirmou que o "diálogo prevaleceu". "Vamos trazer de volta o ambiente do debate e da defesa de ideias", disse.

Na noite desta quarta-feira, 6, após dois dias de obstrução protagonizada pela oposição, Motta retomou a cadeira para abrir a sessão plenária.

Houve resistência por parte dos bolsonaristas que, inicialmente, não queiram deixar o presidente iniciar os trabalhos. A sessão foi iniciada e encerrada após discurso do presidente da Câmara com um recado aos oposicionistas: "o País deve estar em primeiro lugar, e não projetos pessoais".

A oposição adotou diversas táticas para ocupar as Mesas da Câmara e do Senado em protesto à prisão domiciliar de Bolsonaro. Os deputados usaram esparadrapos para cobrir a boca e os olhos e a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou a filha de quatro meses para o plenário e sentou na cadeira de Motta com a bebê ao longo do dia. Na Casa Alta, alguns senadores chegaram a se acorrentar à mesa utilizada para comandar os trabalhos.

O deputado federal Reimont (PT-RJ) afirmou que acionou o Conselho Tutelar nesta quarta-feira, 6, contra a deputada federal Julia Zanatta (PL-SC), que levou sua filha de quatro meses à Câmara dos Deputados, onde aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) obstruíam os trabalhos. Em suas redes sociais, a deputada disse ter usado o bebê como "escudo" para não ser retirada do local.

No ofício encaminhado ao Conselho Tutelar, Reimont diz que a conduta da deputada "suscita sérias preocupações quanto à segurança da criança, que foi exposta a um ambiente de instabilidade, risco físico e tensão institucional".

O texto publicado pelo deputado no X (antigo Twitter) ainda destaca que Zanatta se manteve com a criança no colo, sentada nas cadeiras da Mesa Diretora da Câmara, mesmo com "alertas e possibilidade de intervenção da Polícia Legislativa".

Julia Zanatta afirmou, também no X, que os que criticam a atitude dela "não estão preocupados com a integridade da criança" já que "nenhum abortista jamais esteve". "Eles querem é INVIABILIZAR o exercício profissional de uma MULHER usando SIM uma criança como escudo."

A deputada e os demais parlamentares da oposição tentaram paralisar os trabalhos na Câmara e no Senado Federal em meio à pressão pela aprovação do PL da Anistia e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), conseguiu sentar em seu lugar na Mesa Diretora e abriu a sessão da Casa por volta das 22h25 desta quarta. A reunião foi encerrada após um breve discurso, no qual ele defendeu o diálogo.

No Senado, Magno Malta (PL-ES), Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) se acorrentaram à Mesa utilizada para comandar as reuniões. Assim como os deputados, eles se revezaram durante a madrugada de quarta-feira para ocupar os plenários das duas Casas.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está em prisão domiciliar, a receber a visita do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e outros deputados. As visitas devem ocorrer até às 18 horas desta quinta-feira, 7.

A lista dos que vão visitar o ex-presidente na sua residência em Brasília inclui ainda a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), os deputados Zucco (PL-RS), Junio Amaral (PL-MG) e Marcelo Moraes (PL-RS) e o empresário Renato de Araújo Corrêa, de Angra dos Reis (RJ).

No ofício em que pediu autorização para visitar Bolsonaro nesta quinta-feira, Tarcísio disse ser "correligionário e amigo" do capitão reformado e que considera que há razões "político-institucionais" e "humanitárias" que justificariam a autorização por Moraes.

Tarcísio está em Brasília e participou da cerimônia de promoção dos generais da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). O governador não discursou e manteve postura discreta durante o evento.

Além dele, estiveram na cerimônia o presidente do PSD e seu secretário de governo em SP, Gilberto Kassab, o ministro da Defesa, José Múcio, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Amaro Santos, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e os deputados federais Zucco e Celso Russomano (Republicanos-SP)

Moraes decretou a prisão domiciliar de Bolsonaro na última segunda-feira, 4, por descumprimento de medidas cautelares. Na mesma decisão, o ministro também o proibiu de receber visitas e de usar celular. Nesta quarta-feira, 6, o ministro proferiu novo despacho autorizando o ex-presidente a receber visitas de filhos, noras e netos.