Xi Jinping pede defesa da ordem internacional e do multilateralismo estabelecidos no pós-guerra

Internacional
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O presidente da China, Xi Jinping, pediu união para defender a ordem internacional estabelecida após a Segunda Guerra Mundial e o sistema econômico multilateral, em entrevista para a Russian Gazette, republicada pelo site oficial do governo chinês nesta quarta-feira, 7. Xi lembrou que a China e a Rússia participaram desde o início dessa nova ordem, incluindo na criação da Organização das Nações Unidas (ONU).

"Quanto mais turbulenta e complexa se torna a situação internacional, mais devemos manter e defender a autoridade da ONU, defender firmemente o sistema internacional baseado em regras e promover o mundo multipolar", afirmou Xi, destacando também a importância da "globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva".

Segundo ele, é importante que líderes globais escolham "diálogo ao invés de confronto, parcerias no lugar de alianças, e busquem cooperação com ganhos mútuos". "Acreditamos firmemente que as pessoas ao redor do mundo escolherão o lado certo da história, o lado da justiça", acrescentou.

O líder chinês defendeu também a amizade com a Rússia, apontando que os países sempre compartilharam apoio mútuo em "interesses centrais" e que juntos possuem uma "influência significativa no mundo". Xi classificou a aliança como uma "força construtiva para manter a estabilidade global estratégica". "Juntos, devemos frustrar todos os esquemas para romper ou minar nossos laços de amizade e confiança, sem nos deixar abalar por questões transitórias ou desafios", disse.

Xi Jinping destacou que a Rússia apoia a política de "One China" e reiterou que a reunificação de Taiwan acontecerá eventualmente, alegando que isso é "inevitável" independente de como a situação da ilha se desdobrar ou de ações de influência externa.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), encaminhou uma petição ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, solicitando uma visita nesta quinta-feira, 7, ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que cumpre prisão domiciliar em Brasília. No ofício, Tarcísio afirma ser "correligionário e amigo" do capitão reformado e que considera que há razões "político-institucionais" e "humanitárias" que justificariam a autorização de Moraes.

"Diante do exposto, solicito à Vossa Excelência autorização para empreender visita domiciliar ao senhor Jair Messias Bolsonaro, no próximo dia 7 de agosto, assumindo, desde já, o compromisso de observar todas as determinações estabelecidas por esse juízo", diz a petição.

Após o pedido, Moraes determinou que a defesa de Bolsonaro informe se o ex-presidente tem interesse em receber a visita do governador paulista e de outras cinco pessoas que pediram autorização. Entre elas, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS).

Tarcísio mantém contato frequente com Bolsonaro, com quem costuma falar semanalmente por ligações ou mensagens. O ex-presidente, contudo, foi proibido de utilizar o telefone celular na mesma decisão em que Moraes decretou sua prisão domiciliar.

A medida foi determinada pelo ministro na última segunda-feira, 4, após Bolsonaro descumprir medidas cautelares. Na manhã desta quarta, Moraes proferiu novo despacho autorizando o ex-presidente a receber visitas dos seus filhos, das cunhadas e dos netos. Além deles, apenas o senador Ciro Nogueira (PP-PI) obteve autorização para visitar o ex-presidente.

Após Moraes decretar a prisão domiciliar, Tarcísio postou um vídeo nas redes sociais, ainda na segunda-feira, para criticar a decisão. Ele classificou a prisão como "absurda" e disse que Bolsonaro "foi julgado e condenado muito antes de tudo isso começar".

"Uma tentativa de golpe que não aconteceu, um crime que não existiu e acusações que ninguém consegue provar", disse Tarcísio. "Vale a pena acabar com a democracia sob o pretexto de salvá-la? Será que não está claro que estamos avançando em cima de garantias individuais?", disse o governador na ocasião.

Uma ala do bolsonarismo avalia que Tarcísio é mais comedido nas críticas do que outros governadores da direita porque precisa se equilibrar entre fazer gestos a Bolsonaro e seus apoiadores sem derrubar pontes com o STF. Ele é um dos principais interlocutores do ex-presidente com o Supremo, especialmente com o ministro Alexandre de Moraes.

A postura do governador, contudo, é criticada pelos aliados mais radicais de Bolsonaro, como pastor Silas Malafaia, que se queixa do governador não citar expressamente o STF e o ministro em suas declarações.

O vice-prefeito de São Paulo, Coronel Mello Araújo (PL), manifestou apoio à obstrução de congressistas aliados a Jair Bolsonaro (PL), que desde terça-feira, 5, impedem a realização dos trabalhos legislativos, e sugeriu que os governadores também pressionem pelas pautas que beneficiam o ex-presidente, em prisão domiciliar.

"Vamos envolver os governadores também. Momento oportuno", escreveu Mello Araújo em vídeo publicado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Instagram. Na gravação transmitida da Mesa Diretora da Casa, o senador interage com apoiadores e coloca músicas pedidas por eles.

O vice-prefeito, indicado por Bolsonaro na chapa com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), esteve presente na última manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, neste domingo, 3. Mello Araújo criticou senadores "por não fazerem a lição de casa", justificando as sanções americanas contra o País que entram em vigor nesta quarta-feira, 6, como resultado da falta de ação dos parlamentares em pautarem a anistia a Bolsonaro. Nunes também esteve presente e acenou ao público, mas não discursou.

Ao sugerir o envolvimento de governadores no assunto, o coronel não citou diretamente o de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Ele e outros presidenciáveis da direita não compareceram ao ato, e foram cobrados pelo organizador do evento, pastor Silas Malafaia.

"Isso prova que Bolsonaro é insubstituível! Vão enganar trouxa! E eu não sou trouxa. Estão com medo do STF, né? Por isso não vieram. Arrumaram desculpa, né? Por isso, minha gente, 2026 é Bolsonaro", gritou o pastor do domingo, 3.

Mello Araújo também cobrou que deputados estaduais participem das ações em defesa do ex-presidente, que está em prisão domiciliar desde segunda-feira, 4, após descumprir medida cautelar que proibia o uso de redes sociais, mesmo de terceiros.

Em vídeo publicado na manhã desta quarta, 6, gravado enquanto Mello Araújo se deslocava de metrô, ele parabeniza a atuação de senadores e deputados federais e cobra o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Parabenizar a movimentação que os senadores estão fazendo em Brasília e tem que continuar assim mesmo. Inclusive, na minha visão, tinha que entrar todo mundo. Os deputados também estão fazendo, e também, os estaduais", afirmou o vice-prefeito.

O PP e o União Brasil anunciaram, nesta quarta-feira, 6, que vão aderir à obstrução conduzida pela oposição na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, em protesto à prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Diante do legítimo movimento de obstrução feito pela oposição, a Federação União Progressista orientou a bancada a não registrar presença em plenário no dia de hoje nas duas Casas", diz o texto.

"Continuamos defendendo o diálogo como único caminho possível para encontrarmos soluções que devolvam a normalidade dos trabalhos no Congresso Nacional. O Brasil precisa virar essa página e voltar a focar em pautas que resolvam os problemas econômicos, sociais e de insegurança do nosso País", prossegue a nota, assinada pelos presidentes dos dois partidos, Antônio de Rueda, do União Brasil, e Ciro Nogueira, do PP.

Como mostrou o Estadão, já na terça-feira, 5, quando oposicionistas ocuparam a Mesa Diretora das duas Casas do Congresso Nacional para que nada fosse votado, o presidente do PL conversou com presidentes de partidos. Os primeiros foram Rueda e Nogueira.

"A ideia é saber se somos 130 deputados e 20 senadores", disse o líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ). "Vamos organizar as coisas para saber o tamanho que a gente vai formar."

Há tratativas também com os presidentes do Republicanos, Marcos Pereira, e do PSD, Gilberto Kassab.

Juntos, União (59 na Câmara e sete no Senado) e PP (51 na Câmara e sete no Senado) têm 110 deputados e 14 senadores.

Também na terça-feira, Ciro Nogueira visitou Bolsonaro. "Não vou dizer que não estava triste, mas é uma pessoa que acredita muito ainda no nosso País", disse o presidente do PP.

Neste mesmo dia, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (AL), do PP, disse que a prisão de Bolsonaro é "exagerada" e e "acirra os ânimos em um país já polarizado".