Trump planeja anunciar que os EUA chamarão o Golfo Pérsico de Golfo Árabe, dizem autoridades

Internacional
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O presidente americano, Donald Trump, planeja anunciar durante sua viagem à Arábia Saudita na próxima semana que os Estados Unidos agora se referirão ao Golfo Pérsico como Golfo Árabe ou Golfo da Arábia, de acordo com duas autoridades americanas. A Casa Branca e o Conselho de Segurança Nacional não responderam imediatamente às mensagens solicitando comentários.

Países árabes pressionaram por uma mudança no nome geográfico do corpo de água na costa sul do Irã, enquanto o Irã mantém seus laços históricos com o golfo. Nesta quarta-feira, 7, o ministro iraniano das Relações Exteriores afirmou que os nomes das hidrovias do Oriente Médio "não implicam propriedade de nenhuma nação em particular, mas refletem um respeito mútuo pela herança coletiva da humanidade".

O Golfo Pérsico é amplamente conhecido por esse nome desde o século XVI, embora o uso de "Golfo da Arábia" e "Golfo Árabe" seja predominante em muitos países do Oriente Médio. O governo do Irã - anteriormente Pérsia - ameaçou processar o Google em 2012 devido à decisão da empresa de não rotular o corpo de água em seus mapas.

Hoje, no Google Maps dos EUA, o corpo d'água aparece como Golfo Pérsico (Golfo Árabe). O Apple Maps indica apenas Golfo Pérsico. Fonte: Associated Press.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou pouco antes das 14h30 nesta quinta-feira, 7, ao condomínio onde mora o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no Jardim Botânico, em Brasília. Tarcísio foi autorizado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a visitar o ex-chefe do Executivo, que cumpre prisão domiciliar.

Tarcísio chegou num comboio de quatro carros. Na portaria, moradores do condomínio se queixavam sobre a movimentação no local. "Ainda não foi para a Papuda", gritou uma moradora, em referência ao complexo prisional na capital federal.

Antes da chegada do governador de São Paulo, uma viatura da Polícia Militar fez uma ronda na parte externa do condomínio.

No ofício em que pediu autorização para visitar Bolsonaro nesta quinta-feira, Tarcísio disse ser "correligionário e amigo" do capitão reformado e que considera que há razões "político-institucionais" e "humanitárias" que justificariam a autorização por Moraes.

A defesa de Bolsonaro informou que ele concordou com a visita, e Moraes autorizou o encontro. Mais cedo, em Brasília, Tarcísio participou da cerimônia de promoção dos generais da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). O governador não discursou e manteve postura discreta durante o evento.

Além de Tarcísio, também foram permitidas as visitas da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão(PP), dos deputados Zucco (PL-RS), Junio Amaral (PL-MG) e Marcelo Moraes (PL-RS) e do empresário Renato de Araújo Corrêa, de Angra dos Reis (RJ).

O ex-presidente está em prisão domiciliar desde segunda-feira, 4, por descumprir medidas cautelares anteriores impostas pelo STF.

Inicialmente, as medidas foram determinadas no último dia 18, no inquérito que apura conduta do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e investiga crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

As medidas incluíam, além do uso de tornozeleira eletrônica, que Bolsonaro não usasse as redes sociais, mesmo por meio de aparelhos e contas de terceiros.

Conforme mostrou o Estadão, neste domingo, 3, o ex-presidente discursou para manifestantes por meio de um contato pelo telefone com o filho senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que publicou o discurso nas redes, o que foi considerada uma quebra das medidas impostas anteriormente. Mais tarde, o senador chegou a apagar a postagem, o que foi mencionado por Moraes na decisão.

Parlamentares da oposição adotaram diversas táticas nos últimos dias para tentar paralisar os trabalhos na Câmara dos Deputados e no Senado Federal em meio à pressão pela aprovação do PL da Anistia e do impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O movimento começou depois do magistrado decretar a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL).

Após tumulto que durou horas, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) conseguiu reaver o seu lugar na Mesa Diretora e abriu a sessão da Casa por volta das 22h25. A reunião foi encerrada após um breve discurso, no qual ele defendeu o diálogo.

"Nós tivemos um somatório de acontecimentos recentes que nos trouxeram a esse sentimento de ebulição dentro da Casa. É comum? Não. Nós estamos vivendo tempos normais? Também não. Mas é justamente nessa hora que não podemos negociar a nossa democracia e aquilo que para essa Casa é o sentimento maior, que é termos a capacidade de dialogar, fazermos os enfrentamentos necessários e deixarmos a maioria se estabelecer", declarou Motta.

A deputada federal Julia Zanatta (PL-SC) levou a filha de quatro meses para o plenário na noite desta quarta-feira, 6. Em imagens, ela apareceu ao lado de outros parlamentares ocupando a Mesa Diretora da Casa ao longo do dia com o bebê no colo.

"Os que estão atacando minha bebê não estão preocupados com a integridade da criança (nenhum abortista jamais esteve) eles querem é INVIABILIZAR o exercício profissional de uma MULHER usando SIM uma criança como escudo. CANALHAS!", escreveu a parlamentar na rede social X.

Outros deputados, como Hélio Lopes (PL-RJ) optaram por colar esparadrapos na boca e nos olhos, em uma crítica à suposta censura sofrido por bolsonaristas (veja galeria abaixo).

Antes da desobstrução ser consumada, o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), disse que Motta indicou que os deputados que o impedissem de assumir a cadeira no plenário serão suspensos por seis meses. Os bolsonaristas, contudo, diziam que iriam resistir à desocupação - ao final, eles cederam.

A sessão não começou às 20h30m, conforme previsto inicialmente. O clima na Câmara era de tensão ante à expectativa de Motta reassumir sua cadeira na Mesa do plenário e à possibilidade, em último caso, de ação da Polícia Legislativa.

A deputada Adriana Ventura (Novo-SP) chegou a indicar que pediu aos parlamentares de oposição que saíssem da Mesa da Câmara, permanecendo em plenário para a obstrução, justamente ante essa possibilidade.

No Senado, Magno Malta (PL-ES), Izalci Lucas (PL-DF) e Damares Alves (Republicanos-DF) se acorrentaram à Mesa utilizada para comandar as reuniões. Assim como os deputados, eles se revezaram durante a madrugada de quarta-feira para ocupar os plenários das duas Casas e oraram com o auxílio de um pastor por chamada de vídeo. Um auditório do Senado também foi ocupado pelos bolsonaristas após rumores de que o local poderia ser utilizado para realizar a sessão plenária.

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) também participou do movimento. Em algumas imagens, ele aparece descalço no plenário e utilizando a tornozeleira eletrônica, como determinado por Moraes desde que ele retornou de uma viagem não autorizada aos Estados Unidos no início da semana.

"Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento", afirmou Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado. Ele determinou a realização de sessão remota nesta quinta-feira, às 11h.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que providências serão tomadas até o final desta quinta-feira, 7, em referência à possibilidade de suspender deputados que obstruíram os trabalhos na Casa por mais de 30h.

Ao chegar à Câmara, Motta afirmou que o "diálogo prevaleceu". "Vamos trazer de volta o ambiente do debate e da defesa de ideias", disse.

Na noite desta quarta-feira, 6, após dois dias de obstrução protagonizada pela oposição, Motta retomou a cadeira para abrir a sessão plenária.

Houve resistência por parte dos bolsonaristas que, inicialmente, não queiram deixar o presidente iniciar os trabalhos. A sessão foi iniciada e encerrada após discurso do presidente da Câmara com um recado aos oposicionistas: "o País deve estar em primeiro lugar, e não projetos pessoais".

A oposição adotou diversas táticas para ocupar as Mesas da Câmara e do Senado em protesto à prisão domiciliar de Bolsonaro. Os deputados usaram esparadrapos para cobrir a boca e os olhos e a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) levou a filha de quatro meses para o plenário e sentou na cadeira de Motta com a bebê ao longo do dia. Na Casa Alta, alguns senadores chegaram a se acorrentar à mesa utilizada para comandar os trabalhos.