Von der Leyen ameaça mais sanções contra a Rússia e líderes europeus endurecem críticas a Putin

Internacional
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A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou nesta sexta-feira, 16, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, por não comparecer nas negociações de paz na Turquia e prometeu ampliar a pressão sobre o governo russo com mais sanções econômicas, em comentários nos arredores de cúpula europeia sobre segurança, na Albânia.

Von der Leyen afirmou que a ausência de Putin demonstra "suas verdadeiras convicções" e que ele "não quer a paz", enquanto o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, está pronto a se comprometer com um cessar-fogo e iniciar negociações diretas com a Rússia. "Portanto, aumentaremos a pressão até que Putin esteja pronto para a paz", frisou a líder do braço executivo da União Europeia (UE), conforme nota divulgada nesta sexta-feira.

Segundo ela, um novo pacote de sanções está sendo preparado e terá como alvo a frota paralela de navios cargueiros antigos que a Rússia está usando para contornar sanções internacionais e o consórcio do gasoduto Nord Stream. Von der Leyen também pretende reduzir o teto limite sobre preços de petróleo russo e colocar mais restrições sobre o setor financeiro. Os ministros das Relações Exteriores do bloco podem promulgá-lo já na terça-feira, apontou.

Putin também foi alvo de críticas de outros líderes europeus, em comentários a repórteres na chegada da cúpula na Albânia - que terá a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia no topo da agenda de pautas sobre desafios de segurança no continente. O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, classificou a decisão de Putin como um "erro" e acrescentou que o presidente russo precisa "leva a sério o desejo de paz". "Toda a pressão agora está sobre ele", afirmou Rutte, nos arredores da cúpula.

Zelenski não fez nenhum comentário ao chegar para a cúpula, caminhando com o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, pelo tapete vermelho, passando pela imprensa reunida.

Já o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, acusou Putin de estar "enrolando" para firmar um acordo de paz. A premiê da Itália, Giorgia Meloni, enfatizou que os esforços para chegar a um acordo sobre a Ucrânia devem continuar e que os líderes devem insistir em busca de um "cessar-fogo incondicional", com garantias de segurança.

A Rússia é a única grande potência europeia não convidada, juntamente com a Belarus, sua vizinha e apoiadora na guerra com a Ucrânia. A próxima reunião da Comunidade Política Europeia (EPC) ocorrerá na Dinamarca ainda este ano.

Ao encerrar visita pelo Oriente Médio, o presidente dos EUA, Donald Trump, reiterou nesta sexta-feira que entende a ausência de Putin na Turquia e disse que pretende conversar diretamente com ele o mais rápido possível. "Vamos resolver isso ou não, mas ao menos saberemos. Se não resolvermos, será bem interessante", afirmou, acrescentando que pode ligar para o presidente russo em breve.

*Com informações da Associated Press

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O sócio-fundador da SPX Capital, Rogério Xavier, alertou neste sábado, 8, para a situação fiscal explosiva do Brasil. Com o juro real perto de 11% e o atual nível de endividamento, o País corre risco de quebrar se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) for reeleito e não mudar suas políticas. Por outro lado, pode virar a página caso eleja um candidato de centro-direita, escapando do duelo Lula versus Jair Bolsonaro e colocando um ponto final no ciclo pós-ditadura.

"O País quer uma coisa diferente dessa oferta que foi nos dada nos últimos anos, que aponte para o futuro. Chega de Bolsonaro, chega de Lula, está bom", disse Xavier, durante painel na conferência MBA Brasil 2025, em Boston, nos Estados Unidos.

Segundo ele, Lula e Bolsonaro representam um período "do nós contra eles" que o Brasil vive desde o fim da ditadura. "Temos uma alternativa de acabar com esse ciclo já no ano que vem", disse, sem mencionar um candidato específico. Na sua visão, qualquer candidato da direita hoje pode ser a 'cara' do centro-direita nas eleições de 2026, mas que ainda não é hora de se colocar. "Vai apanhar", afirmou.

Xavier prevê uma eleição "super acirrada", em que não será possível saber o vencedor das urnas nem 24 horas antes do pleito. E, nesse ambiente, a situação fiscal d Brasil pode se deteriorar ainda mais, com o governo petista gastando mais para vencer a disputa. Na sua visão, "o Brasil está em risco".

"A gente está criando um endividamento muito alto e que é explosivo. 11% de juro real para um país que já tem uma dívida desse tamanho, a gente quebra", alertou. "A gente está se aproximando muito perto do encontro com a dívida", acrescentou. Uma eventual piora da situação fiscal do Brasil pode levar credor da dívida brasileira a questionar a vontade do País de honrá-la. "Dívida é capacidade vontade. A capacidade está ficando em dúvida e já tem um pouco de dúvida se (o governo) tem muita vontade de pagar mesmo".

Ao falar a estudantes brasileiros de MBA no exterior, ele analisou o histórico dos partidos políticos no Brasil para reforçar a cobrança da sociedade por uma proposta nova. Na sua visão, o PT "morreu", assim como o PSDB perdeu relevância nacional. No entanto, o Partido dos Trabalhadores tem o Lula, que é "muita coisa", mas demonstra um "egoísmo brutal" ao continuar sendo presidente e não dar oportunidade para outros.

"A reeleição é um câncer no Brasil. O incentivo do político é se reeleger. Virou uma profissão", criticou o gestor. "O político deveria servir as pessoas, servir o povo. Não se servir", emendou.

Segundo ele, é importante que o ciclo pós-ditadura termine para que o Brasil aponte para o futuro. Mesmo que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro tenha surpreendido para cima nos últimos anos, sob a ótica de crescimento, quando comparado a outros emergentes, o Brasil "ficou para trás", na sua visão. "O Brasil nunca teve horizonte, nunca teve previsibilidade", concluiu.

*A repórter viajou a convite da MBA Brasil

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar R$ 100 milhões para um plano nacional para enfrentamento aos desastres naturais que será desenvolvido juntamente com a Marinha e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A parceria foi oficializada em Belém, nesta sexta-feira, 7, durante cerimônia que homenageou Pedro Teixeira, militar português do período colonial que liderou a primeira expedição fluvial subindo o rio Amazonas.

Estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen; a diretora do Cemaden, Regina Célia Alvalá; e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. A cerimônia ocorreu no espaço interno do navio Atlântico, ancorado no porto de Belém e que funcionará como base de operações e apoio logístico das Forças Armadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

A ideia da parceria é unir esforços técnicos, científicos e institucionais para fortalecer a capacidade nacional de prevenção, monitoramento e resposta aos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes.

"Estamos tendo desastres extremos cada vez mais frequentes e intensos. Estamos desenvolvendo esforços de prevenção, com programa de descarbonização e outras iniciativas. Mas nós também temos que nos preparar para a resposta.

Salvar vidas em primeiro lugar e recuperar as estruturas, as comunicações, a economia", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com Mercadante, a expectativa é de que, com base nas estudos que serão realizados, o plano nacional esteja concluído em outubro do próximo ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado, 8, que o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto de lei antifacção enviado ao Congresso pelo Executivo "preserva avanços" do texto do governo federal e "endurece as penas contra o crime".

"É hora de colocar todos na mesma mesa: governo, Congresso e sociedade e, com a maturidade que o país exige, trabalhar juntos por um projeto que una o Brasil no que realmente importa: garantir segurança à nossa sociedade", escreveu o parlamentar em sua conta no X. "Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger", completou.

Motta afirmou ainda que segurança pública é uma pauta suprapartidária e que vai conduzir as discussões sobre o congresso, "com respeito ao regimento, mas com a firmeza de quem conhece a urgência das ruas". O deputado diz acreditar que o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado "encontrou um ponto de unidade".

A declaração ocorre no rescaldo do anúncio, na noite desta sexta, 7, de que Derrite - que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar projetos sobre o tema na Câmara - também seria relator do PL antifacção, de autoria do governo Lula. O parlamentar já havia recebido a relatoria de um projeto concorrente, o que propõe equiparar facções a organizações terroristas, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE).

O anúncio gerou fortes críticas de governistas. O líder do PT na Câmara dos Deputados afirmou que a escolha de Derrite como relator do projeto como um "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também ressaltou que a decisão "beira uma provocação". Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, disse que a escolha "contamina o debate com os objetivos eleitoreiros de seu campo político".

Horas depois do anúncio Derrite já publicou seu parecer sobre o tema, que pode ser analisado na Câmara dos Deputados já na próxima semana.