Quem era o casal de Israel assassinado em ataque a tiros em Museu Judaico dos EUA?

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Yaron Lischinsky, de 30 anos, e Sarah Lynn Milgrim, de 26, foram identificados como as duas vítimas do ataque a tiros que ocorreu na parte de fora do Museu Judaico de Washington após um evento na noite de quarta-feira, 21.

Os dois eram funcionários da embaixada de Israel nos Estados Unidos e iriam ficar noivos, segundo o embaixador israelense em Washington, Yechiel Leiter. "Ele havia comprado um anel nesta semana com a intenção de pedir sua namorada em casamento na semana que vem em Jerusalém", afirmou o diplomata em uma coletiva de imprensa.

A porta-voz da embaixada israelense, Tal Naim Cohen, afirmou que os dois foram atingidos por tiros a curta distância e foram encontrados inconscientes.

"Yaron e Sarah, palavras não podem começar a descrever a angústia e a tristeza. Ainda esta manhã, estávamos rindo juntos tomando café - e agora, tudo o que resta é uma foto", ela escreveu na rede social X. "Em vez de conduzi-los ao altar, estamos caminhando com vocês até seus túmulos. Que perda insuportável", disse ela.

Casal acreditava na paz no Oriente Médio

Lischinsky era um assistente de pesquisa no departamento político da embaixada e trabalhava em Washington desde setembro de 2022. Ele nasceu em Nuremberg, na Alemanha, e se mudou para Israel aos 16 anos. O funcionário da embaixada era graduado em relações internacionais pela Universidade Hebraica de Jerusalém e tinha um mestrado em Governo, Diplomacia e Estratégia pela Universidade Reichmann.

Em sua página na rede social corporativa LinkedIn, Lischinsky ressaltou que acreditava na promoção da paz no Oriente Médio. "Sou um ardente defensor da visão que foi delineada nos Acordos de Abraão e acredito que expandir o círculo da paz com nossos vizinhos árabes e buscar cooperação regional é do interesse do Estado de Israel e do Oriente Médio como um todo. Com este objetivo, advogo pelo diálogo inter-religioso e pelo entendimento intercultural".

Já Sarah Milgrim trabalhava no setor de diplomacia pública da embaixada. Ela cresceu nos subúrbios de Kansas, nos EUA, e tinha dois mestrados, um em relações internacionais pela Universidade Americana, e outro em recursos naturais e desenvolvimento sustentável pela Universidade da Paz, que é administrada pela ONU.

Durante o seu período em Kansas City, um supremacista branco atirou e matou três pessoas em uma instituição judaica da região. Ela se engajou na luta contra o antissemitismo após suásticas serem pintadas em sua escola. "Eu me preocupo em ir à minha sinagoga e agora tenho que me preocupar com a segurança na minha escola, e isso não deveria ser uma preocupação", apontou Sarah a um portal de notícias local na época.

De acordo com seu perfil no LinkedIn, a paixão de Milgrim era trabalhar para a "construção da paz, o engajamento religioso e o trabalho ambiental".

"Enquanto trabalhava com a Tech2Peace em Tel Aviv, Israel, eu conduzi uma pesquisa abrangente sobre a teoria da construção da paz, enfatizando iniciativas de base na região israelense-palestina", apontou a jovem funcionária da embaixada. "Minhas experiências diversas, incluindo a facilitação de discussões perspicazes sobre geopolítica em Israel e na Palestina como Educadora Judaica, e pesquisar uma série de tópicos ambientais na Índia e na América Central, refletem meu comprometimento com a promoção do entendimento entre diferentes povos".

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A Polícia Federal divulgou nota nesta segunda-feira, 10, manifestando preocupação a proposta de alteração no projeto antifacção apresentada pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP). Em nota divulgada no site da corporação, a PF diz que o texto retira atribuições do órgão de investigação criminal.

"A proposta original, encaminhada pelo Governo do Brasil, tem como objetivo endurecer o combate ao crime e fortalecer as instituições responsáveis pelo enfrentamento às organizações criminosas. Entretanto, o texto em discussão no Parlamento ameaça esse propósito ao introduzir modificações estruturais que comprometem o interesse público", diz a nota.

Segundo a PF, o relatório do deputado Derrite, cujo nome não é citado na nota, "o papel institucional histórico da Polícia Federal no combate ao crime - especialmente contra criminosos poderosos e organizações de grande alcance - poderá sofrer restrições significativas".

A proposta do deputado, aponta a PF, obrigaria a instituição só poderia entrar em investigações a pedido de governos estaduais, "o que constitui um risco real de enfraquecimento no combate ao crime organizado".

"Essa alteração, somada à supressão de competências da Polícia Federal, compromete o alcance e os resultados das investigações, representando um verdadeiro retrocesso no enfrentamento aos crimes praticados por organizações criminosas, como corrupção, tráfico de drogas, desvios de recursos públicos, tráfico de pessoas, entre outros", diz a nota.

A PF diz que, pelas regras propostas pelo deputado, as operações recentes contra o crime organizado não teriam ocorrido se as regras do texto de Derrite já estivessem valendo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes solicitou à Receita Federal a regularização do Cadastro de Pessoa Física (CPF) do ex-deputado federal Daniel Silveira, que pretende obter a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).

Atualmente, Silveira cumpre pena em regime semiaberto, já podendo progredir para aberto, pois já cumpriu metade dos oito anos de condenação impostos pela Suprema Corte em 2022. Ele foi condenado por ameaças ao Estado Democrático de Direito e tentativa de interferência em processo judicial.

A liberação do CPF ocorreu após a defesa de Silveira alegar a necessidade de regularização do documento para obter a carteira de trabalho e poder, eventualmente, trabalhar.

Em despacho, Moraes destacou que "considerando que a alegação da defesa é contraditória com a informação obtida junto à Receita Federal, que aponta a situação de regularidade do CPF do apenado, esclareça-se o pedido formulado", dando prazo de cinco dias para resposta.

Além disso, a defesa solicitou a liberação do CPF para inscrição no portal Gov.br e a abertura de conta salário em banco.

Mesmo no regime semiaberto, Silveira segue sujeito a restrições como proibição de uso de redes sociais, monitoramento por tornozeleira eletrônica, passaporte cancelado, comparecimento semanal à Justiça e permanência obrigatória no Estado do Rio de Janeiro.

O ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República no governo de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, apontado como integrante do "núcleo 2" da trama golpista, lançou uma campanha virtual de arrecadação de recursos para custear advogados nos Estados Unidos. A iniciativa foi anunciada no último domingo, 9, em publicação no X (antigo Twitter), feita pelo advogado Jeffrey Chiquini.

Segundo Chiquini, a vaquinha foi criada por um grupo de apoiadores e amigos de Filipe Martins para arrecadar recursos destinados a custear os honorários de advogados criminalistas nos Estados Unidos. Segundo ele, a iniciativa também pretende ajudar nas despesas decorrentes das restrições que o ex-assessor enfrenta "há quase três anos".

Chiquini disse ainda que todo o valor arrecadado será destinado exclusivamente ao ex-assessor de Jair Bolsonaro e defendeu o engajamento dos apoiadores. Ele afirmou que o objetivo é "levar todos os responsáveis pela fraude no sistema migratório americano à Justiça dos EUA" e pediu que as pessoas "acessem o site, ajudem a divulgar e apoiem com o que puderem".

Preso preventivamente desde fevereiro de 2024, Filipe Martins passou seis meses detido no Paraná antes de ser autorizado a cumprir prisão domiciliar, decisão tomada diante do risco de fuga ao exterior. A ordem de prisão foi fundamentada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no fato de o nome do ex-assessor constar na lista de passageiros da comitiva do então presidente Jair Bolsonaro, que deixou o Brasil rumo a Orlando em 30 de dezembro de 2022.

Desde então, a defesa de Martins argumenta que, embora seu nome apareça na relação oficial do voo, ele não embarcou e permaneceu no País durante aquele período.

A vaquinha foi anunciada após as recentes decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF. O magistrado havia determinado o afastamento da defesa de Martins por perda de prazo processual, mas recuou da decisão dias depois. O episódio gerou reação de perfis da extrema-direita nas redes sociais, que acusaram o STF de "cerceamento de defesa".

Apesar das manifestações, a Procuradoria-Geral da República (PGR) reuniu documentos e depoimentos que, segundo a denúncia, implicam diretamente Martins na tentativa de golpe de Estado.

Uma das principais provas citadas é a reunião de 7 de dezembro de 2022, na qual o então presidente Jair Bolsonaro teria apresentado aos comandantes das Forças Armadas uma minuta de decreto com medidas de exceção, considerada pela Polícia Federal como base jurídica para a execução do golpe.

Martins é réu no STF e será julgado em dezembro, nos dias 9, 10, 16 e 17, junto com outros integrantes do chamado "núcleo 2" da trama golpista, grupo composto por ex-assessores e aliados diretos de Bolsonaro que teriam sido responsáveis por ações de articulação e apoio logístico ao plano.