'Elon não está realmente indo embora', diz Trump na despedida de Musk do governo

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O presidente Donald Trump disse que Elon Musk não está "realmente indo embora" na entrevista que encerrou o período do bilionário como chefe do Departamento de Eficiência Governamental, após 130 dias.

Trump presenteou Musk com uma chave dourada com o brasão da Casa Branca e disse que continuará sendo aconselhado pelo homem mais rico do mundo. Lendo um discurso preparada para a despedida, ele descreveu o bilionário como um líder empresarial inovador e elogiou seu trabalho no DOGE.

"Estamos totalmente comprometidos em tornar permanentes os cortes do DOGE e cortar ainda mais desperdícios nos próximos meses", declarou Trump, acrescentando que Elon Musk não está "realmente não está indo embora".

Em discurso alinhado ao do presidente, o bilionário disse que espera continuar sendo "amigo e conselheiro" de Donald Trump. Ele afirmou que segue comprometido em buscar cortes de US$ 1 trilhão - meta que não chegou nem perto de atingir.

E prometeu continuar apoiando o Departamento de Eficiência Governamental. "A equipe do DOGE só vai ficar mais forte com o tempo", declarou Elon Musk.

Vestido de preto e usando um boné do DOGE, o bilionário se manteve de pé ao lado do presidente, que aproveitou a presença da imprensa para comentar diversos assuntos.

Musk estava com o olho visivelmente roxo. Questionado, ele ironizou que não estava "em nenhum lugar perto da França", uma referência ao vídeo em que a primeira-dama Brigitte empurra o rosto de Emmanuel Macron. Depois, explicou que estava "apenas brincando" com seu filho de 5 anos, chamado X. "Eu disse: 'vai em frente, me dá um soco no rosto'".

O bilionário, no entanto, evitou responder as perguntas sobre a reportagem do New York Times a respeito do suposto uso de drogas durante a campanha. Segundo o jornal, ele fez uso de substâncias como cetamina, ecstasy e cogumelos psicoativos.

A saída de Musk ocorre num momento em que sua influência dentro do governo Trump parece estar diminuindo. Ele enfrentou atritos com acionistas de suas empresas e com o próprio presidente, com quem teve desentendimentos sobre tarifas e questões orçamentárias.

O bilionário, dono da Tesla e da SpaceX, liderou um esforço informal para reduzir custos do governo, que levou à demissão de milhares de funcionários e ao desmonte de agências federais. Ele disse que está saindo porque já cumpriu 130 dias como funcionário especial - o prazo legal para essa função.

"Quero apenas agradecer a Elon por seu tempo como funcionário especial do governo", disse Trump. "Ele realmente mudou a mentalidade de muita gente."

Musk se aproximou do círculo íntimo de Donald Trump após gastar milhões de dólares em doações para a campanha do republicano. De volta à Casa Branca, Trump deu amplos poderes para que o bilionário cortasse programas do governo.

A influência na Casa Branca provocou atritos. Musk teve relações conturbadas com membros do gabinete de Trump e outros assessores de alto escalão da Casa Branca. Ele discutiu com autoridades sobre gastos e demissões e usou a sua rede social, o X, para atacar os críticos.

Depois de conquistar poderes sem precedentes para uma autoridade que não foi eleita nem passou por aprovação do Senado, Elon Musk se mostrou desanimado com a tarefa de reformar o governo.

A equipe do DOGE inflou com frequência os resultados concretos das suas iniciativas sobre o orçamento, mesmo promovendo cortes em programas e demissões em massa. Algumas agências foram praticamente desmontadas.

Isso inclui a principal agência americana de ajuda externa. De acordo com um estudo da Universidade de Boston, dezenas de milhares de pessoas já morreram em consequência da suspensão dessa assistência - dado que o secretário de Estado, Marco Rubio, nega.

Nas últimas semanas, o bilionário se distanciou do presidente. Criticou as tarifas impostas por Donald Trump aos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos e disse que estava "decepcionado" com o megapacote orçamentário do governo.

Desanimado, Elon Musk afirmou recentemente que reduziria gastos com a política e se dedicaria mais às suas empresas. No entanto, disse a assessores de Donald Trump que pretende doar US$ 100 milhões a políticos aliados antes das eleições de meio de mandato de 2026. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Em outra categoria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um mecanismo para troca de dívidas ("debt swaps") dos países em desenvolvimento para aumentar o financiamento para ações climáticas.

Em uma carta de "chamado à ação", divulgada na noite da última sexta-feira, 7, Lula pediu a prevenção às chamadas "medidas unilaterais de comércio" com justificativas ambientais.

O tópico é um tema sensível sobretudo para a União Europeia, que costuma praticar ações protecionistas utilizando supostas infrações ambientais dos países em desenvolvimento como argumento. Lula pede que essa conduta seja evitada para "que o comércio volte a unir as nações, em vez de dividi-las".

O presidente defendeu mais uma vez que sejam implementadas ações concretas para o aumento do financiamento climático por parte dos países desenvolvidos. Lula pede que os países adotem o Roteiro Baku-Belém, produzido pelos presidentes da COP30, André Corrêa do Lago, e da COP29, Mukhtar Babayev, para alcançar a marca de US$ 1,3 trilhão.

No texto, Lula pede que o desembolso feito por fundos como o de Adaptação e de Países de Menor Desenvolvimento Relativo, do Fundo Especial para as Mudanças Climáticas sejam triplicados até 2030.

"Sem o devido apoio financeiro, tecnológico e de capacitação, os países em desenvolvimento não têm as condições necessárias para implementar de forma efetiva metas climáticas", diz o presidente.

Lula defende um "aumento significativo" do financiamento para adaptação climática e que os recursos também possam ser triplicados para que os países em desenvolvimento tenham condições de lidar com os efeitos das mudanças climáticas.

Grande destaque a Cúpula de Líderes, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) também foi citado pelo presidente. Lula sugere que haja uma ampliação do financiamento para florestas e aportes em mecanismos como o fundo.

O TFFF é um fundo criado para remunerar a preservação de florestas. A ideia é que sejam pagos US$ 4 por hectare preservado. E conquistou US$ 5,5 bilhões em investimentos internacionais durante a Cúpula de Líderes.

Combustíveis fósseis

Em sua carta, o presidente defende novamente a implementação do que foi acordado durante a COP-28, em Dubai. Na ocasião, os países concordaram em promover o afastamento rumo ao fim dos combustíveis fósseis, mas não definiram um cronograma.

Lula defende ainda a "definição de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos." A íntegra da carta pode ser lida no site do governo federal.

Com o fim do encontro de chefes de Estado no último dia 7, os países se preparam para iniciar a rodada de negociações da COP-30 a partir de segunda-feira, 10. A Cúpula foi considerada bem sucedida pelo governo brasileiro e há expectativa de que o clima favorável se estenda às reuniões da COP-30.

O relator do projeto de lei antifacção do governo Lula, o deputado federal Guilherme Derrite (PP-SP) alterou o texto para equiparar organizações criminosas a organizações terroristas.

Ele aproveitou para elevar a pena máxima para terroristas de 30 para 40 anos.

"Não se trata de classificar as organizações criminosas, paramilitares ou milícias privadas como 'organizações terroristas' em sentido estrito, mas de reconhecer que certas práticas cometidas por essas estruturas produzem efeitos sociais e políticos equivalentes aos atos de terrorismo, justificando, portanto, um tratamento penal equiparado quanto à gravidade e às consequências jurídicas", argumenta.

Com essa justificativa, o deputado incluiu as propostas de agravamento de pena que estavam no texto original do governo na lei que já existe para combater o terrorismo, evitando, no entanto, enquadrar as facções como entidades terroristas. As penas previstas tanto para facções como para terroristas foram equiparadas.

Derrite acredita que o enfrentamento ao crime organizado no Brasil exige "legislação de guerra em tempos de paz". Ele define esse conceito como "normas que asfixiem financeiramente as organizações criminosas, silenciem os líderes, alcancem o patrimônio ilícito, desestimulem o ingresso de novos membros e restabeleçam o monopólio estatal da força".

O relatório foi apresentado pouco menos de duas horas depois do anúncio oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), feito ainda nesta sexta-feira, 7.

Motta anunciou Derrite na relatoria e disse que ele transformaria o projeto de lei no "Marco Legal do Combate ao Crime Organizado no Brasil".

Esse novo texto apresentado altera o Código Penal, a Lei de Execução Penal, a Lei de Terrorismo, a Lei de Organização Criminosa, a Lei de Crimes Hediondos, a Lei de Drogas e a Lei de Armas.

No relatório, Derrite endurece a progressão da pena para os crimes de crime hediondo, com agravantes. Agora, esse benefício só é válido com 70% da pena cumprida em caso de crime hediondo, podendo chegar a 85% se o criminoso é reincidente e o crime resultou em morte.

Líderes de organização criminosa, paramilitar ou milícia também serão obrigados a cumprir a pena em presídio de segurança máxima.

Derrite elogia a proposta do governo. "Muitos pontos trazidos na proposição original são de excelente contribuição ao nosso sistema de justiça criminal", diz.

Ele cita quatro pontos presentes na versão da proposta petista que foram incorporados ao seu relatório:

- a criação de um banco nacional de membros de organizações criminosas;

- o afastamento cautelar de servidores públicos ligados ao crime organizado;

- a intervenção judicial de empresas infiltradas com faccionados, os processos de descapitalização e confisco patrimonial de membros de organizações criminosas;e

- o monitoramento de diálogos nos parlatórios prisionais.

O deputado não poupa críticas. Além da própria questão de o texto original não definir organizações criminosas como terroristas, ele diz que há outra fragilidade ao governo colocar uma causa de redução de pena para integrantes de organização criminosa que tenham bons antecedentes e sejam réus primários.

"Na prática, isso significa que um membro do Primeiro Comando da Capital (PCC), em São Paulo, quando condenado, pode pegar apenas 1 ano e 8 meses de prisão, em regime aberto, o que é, por si só, um contrassenso técnico com a essência e a finalidade do que se propõe nesta oportunidade", afirma.

Derrite se afastou temporariamente do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para assumir a relatoria do "PL Antiterrorismo", principal proposta da oposição no campo da segurança pública.

Esse projeto quer enquadrar facções criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. Essa proposta tem a rejeição do governo.

A deputada estadual de Mato Grosso Janaina Riva (MDB) anunciou nesta quinta-feira, 6, que denunciou o servidor comissionado da Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), Deliandson Milton da Silva, por importunação sexual.

Segundo a parlamentar, a denúncia foi feita após ela receber diversos áudios com ofensas e insinuações de cunho sexual e moral supostamente feitas pelo servidor.

A Coder afirma que desligou o funcionário. A defesa do acusado não foi localizada para que ele se manifeste. O espaço está aberto.

"Fui pega de surpresa com esses áudios de servidores da Prefeitura Municipal de Rondonópolis. São ataques de cunho sexual, de cunho moral. Recebi de várias pessoas preocupadas com a minha segurança, com a minha família e revoltadas com o teor dessas mensagens", relatou Janaina em suas redes sociais.

Além da denúncia, Janaina informou que registrou uma queixa formal contra o acusado e afirmou que pretende levar o caso ao Ministério Público.

"Quero que esse caso que aconteceu comigo seja um exemplo para todas vocês, mulheres. Por mais constrangedor que às vezes seja, nós precisamos denunciar e não podemos ter medo", declarou.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 7, a Coder afirmou que "repudia qualquer conduta que contrarie os princípios da administração pública ou que constitua ofensa, assédio ou desrespeito à dignidade da pessoa humana".