Greta Thunberg e ator de 'Game of Thrones' embarcam rumo à Gaza para protestos contra Israel

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A ativista climática Greta Thunberg e outros 11 ativistas partiram no domingo, 1º, à tarde para Gaza num navio com o objetivo de "quebrar o cerco de Israel" ao território devastado, segundo os organizadores. O veleiro Madleen - operado pelo grupo ativista Freedom Flotilla Coalition - partiu do porto siciliano de Catânia, no sul da Itália.

Ele tentará chegar à costa da Faixa de Gaza em um esforço para levar ajuda e aumentar a "conscientização internacional" sobre a crise humanitária em curso, disseram os ativistas em coletiva de imprensa no domingo, antes da partida.

"Estamos fazendo isso porque, não importa as adversidades que enfrentemos, temos de continuar tentando", disse Greta, de 22 anos, chorando durante seu discurso.

"No momento em que paramos de tentar é quando perdemos nossa humanidade", disse a jovem, que falou em "genocídio" por parte do governo. O mesmo comentário foi feito neste domingo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que condenou o plano de novos assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Israel, país fundado após o Holocausto, rejeitou veementemente as acusações de genocídio contra si como uma 'calúnia de sangue' antissemita. A Confederação Israelita do Brasil (Conib) também classificou como antissemita a fala de Lula.

Em meados de maio, Israel flexibilizou ligeiramente seu bloqueio a Gaza após quase três meses, permitindo a entrada de quantidade limitada de ajuda humanitária no território.

A ONU e grandes grupos de ajuda humanitária afirmam que as restrições israelenses, o colapso da lei e da ordem e os saques generalizados tornam extremamente difícil entregar ajuda aos cerca de 2 milhões de palestinos em Gaza.

Entre aqueles que se juntaram à tripulação do Madleen estão um ator de "Game of Thrones", Liam Cunningham, e Rima Hassan, uma francesa membro do Parlamento Europeu que é descendente de palestinos. Ela foi impedida de entrar em Israel devido à sua oposição ativa ao governo israelense.

Os ativistas esperam levar sete dias para chegar ao destino, se não forem impedidos.

Greta, que se tornou ativista climática internacionalmente famosa após organizar protestos massivos de adolescentes em sua terra natal, a Suécia, deveria embarcar em um navio anterior da Freedom Flotilla no mês passado.

Essa tentativa de chegar a Gaza por mar, no início de maio, fracassou depois que outro navio do grupo, o "Conscience", foi atacado por dois supostos drones enquanto navegava em águas internacionais ao largo da costa de Malta.

O grupo culpou Israel pelo ataque, que danificou a parte dianteira do navio, no mais recente confronto sobre os esforços para enviar ajuda ao território palestino.

O governo israelense afirma que o bloqueio é uma tentativa de pressionar o Hamas a libertar os reféns que capturou no ataque de 7 de outubro de 2023, que desencadeou o conflito. Militantes liderados pelo Hamas atacaram o sul de Israel naquele dia, matando cerca de 1,2 mil pessoas, a maioria civis, e sequestrando 251. O Hamas ainda mantém 58 reféns, 23 dos quais se acredita estarem vivos.

Em resposta, Israel lançou ofensiva que matou mais de 52 mil palestinos. Os bombardeios e operações terrestres de Israel destruíram vastas áreas do território e deixaram a maior parte da população desabrigada. (COM INFORMAÇÕES DA AP)

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai destinar R$ 100 milhões para um plano nacional para enfrentamento aos desastres naturais que será desenvolvido juntamente com a Marinha e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). A parceria foi oficializada em Belém, nesta sexta-feira, 7, durante cerimônia que homenageou Pedro Teixeira, militar português do período colonial que liderou a primeira expedição fluvial subindo o rio Amazonas.

Estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen; a diretora do Cemaden, Regina Célia Alvalá; e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. A cerimônia ocorreu no espaço interno do navio Atlântico, ancorado no porto de Belém e que funcionará como base de operações e apoio logístico das Forças Armadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

A ideia da parceria é unir esforços técnicos, científicos e institucionais para fortalecer a capacidade nacional de prevenção, monitoramento e resposta aos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes.

"Estamos tendo desastres extremos cada vez mais frequentes e intensos. Estamos desenvolvendo esforços de prevenção, com programa de descarbonização e outras iniciativas. Mas nós também temos que nos preparar para a resposta.

Salvar vidas em primeiro lugar e recuperar as estruturas, as comunicações, a economia", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com Mercadante, a expectativa é de que, com base nas estudos que serão realizados, o plano nacional esteja concluído em outubro do próximo ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado, 8, que o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto de lei antifacção enviado ao Congresso pelo Executivo "preserva avanços" do texto do governo federal e "endurece as penas contra o crime".

"É hora de colocar todos na mesma mesa: governo, Congresso e sociedade e, com a maturidade que o país exige, trabalhar juntos por um projeto que una o Brasil no que realmente importa: garantir segurança à nossa sociedade", escreveu o parlamentar em sua conta no X. "Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger", completou.

Motta afirmou ainda que segurança pública é uma pauta suprapartidária e que vai conduzir as discussões sobre o congresso, "com respeito ao regimento, mas com a firmeza de quem conhece a urgência das ruas". O deputado diz acreditar que o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado "encontrou um ponto de unidade".

A declaração ocorre no rescaldo do anúncio, na noite desta sexta, 7, de que Derrite - que se licenciou do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo para relatar projetos sobre o tema na Câmara - também seria relator do PL antifacção, de autoria do governo Lula. O parlamentar já havia recebido a relatoria de um projeto concorrente, o que propõe equiparar facções a organizações terroristas, de autoria do deputado Danilo Forte (União-CE).

O anúncio gerou fortes críticas de governistas. O líder do PT na Câmara dos Deputados afirmou que a escolha de Derrite como relator do projeto como um "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também ressaltou que a decisão "beira uma provocação". Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, disse que a escolha "contamina o debate com os objetivos eleitoreiros de seu campo político".

Horas depois do anúncio Derrite já publicou seu parecer sobre o tema, que pode ser analisado na Câmara dos Deputados já na próxima semana.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a criação de um mecanismo para troca de dívidas ("debt swaps") dos países em desenvolvimento para aumentar o financiamento para ações climáticas.

Em uma carta de "chamado à ação", divulgada na noite da última sexta-feira, 7, Lula pediu a prevenção às chamadas "medidas unilaterais de comércio" com justificativas ambientais.

O tópico é um tema sensível sobretudo para a União Europeia, que costuma praticar ações protecionistas utilizando supostas infrações ambientais dos países em desenvolvimento como argumento. Lula pede que essa conduta seja evitada para "que o comércio volte a unir as nações, em vez de dividi-las".

O presidente defendeu mais uma vez que sejam implementadas ações concretas para o aumento do financiamento climático por parte dos países desenvolvidos. Lula pede que os países adotem o Roteiro Baku-Belém, produzido pelos presidentes da COP30, André Corrêa do Lago, e da COP29, Mukhtar Babayev, para alcançar a marca de US$ 1,3 trilhão.

No texto, Lula pede que o desembolso feito por fundos como o de Adaptação e de Países de Menor Desenvolvimento Relativo, do Fundo Especial para as Mudanças Climáticas sejam triplicados até 2030.

"Sem o devido apoio financeiro, tecnológico e de capacitação, os países em desenvolvimento não têm as condições necessárias para implementar de forma efetiva metas climáticas", diz o presidente.

Lula defende um "aumento significativo" do financiamento para adaptação climática e que os recursos também possam ser triplicados para que os países em desenvolvimento tenham condições de lidar com os efeitos das mudanças climáticas.

Grande destaque a Cúpula de Líderes, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) também foi citado pelo presidente. Lula sugere que haja uma ampliação do financiamento para florestas e aportes em mecanismos como o fundo.

O TFFF é um fundo criado para remunerar a preservação de florestas. A ideia é que sejam pagos US$ 4 por hectare preservado. E conquistou US$ 5,5 bilhões em investimentos internacionais durante a Cúpula de Líderes.

Combustíveis fósseis

Em sua carta, o presidente defende novamente a implementação do que foi acordado durante a COP-28, em Dubai. Na ocasião, os países concordaram em promover o afastamento rumo ao fim dos combustíveis fósseis, mas não definiram um cronograma.

Lula defende ainda a "definição de mapas do caminho para, de forma justa e planejada, reverter o desmatamento, superar a dependência dos combustíveis fósseis e mobilizar os recursos necessários para esses objetivos." A íntegra da carta pode ser lida no site do governo federal.

Com o fim do encontro de chefes de Estado no último dia 7, os países se preparam para iniciar a rodada de negociações da COP-30 a partir de segunda-feira, 10. A Cúpula foi considerada bem sucedida pelo governo brasileiro e há expectativa de que o clima favorável se estenda às reuniões da COP-30.