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Lula recebe título de honoris causa no último dia de agenda em Paris

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre nesta sexta-feira (6) o último dia de agenda oficial na cidade de Paris. Lula recebeu o título de honoris causa da Universidade de Paris 8, uma instituição pública em Saint Denis, município da região metropolitana da capital francesa. Ele e a primeira-dama Rosângela da SIlva, a Janja, foram recebidos por alunos, professores, autoridades e um coral de estudantes e funcionários à capela que cantou Pau de Arara, de Luiz Gonzaga, em português. A Universidade 8 é conhecida por receber minorias, estrangeiros e tem, no corpo discente, pós-graduandos indígenas do Brasil.

 

Acompanhavam o presidente os ministros de Minas e Energia, Alexandre Silveira, dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; o ministro em exercício do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, secretário-executivo, Márcio Elias da Rosa; da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; das Relações Exteriores, Mauro Vieira; as ministras da Cultura, Margareth Menezes, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva; o embaixador brasileiro na França, Ricardo Neiva Tavares; o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. O embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, também participou do evento.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cantou louvores e subiu no trio elétrico com uma bandeira de Israel nas costas durante a 33ª Marcha para Jesus nesta quinta-feira, 19, na capital paulista. Considerado pré-candidato à Presidência da República em oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Tarcísio foi muito festejado e, durante discurso no palco, abordou o "arrependimento por nossos caminhos".

"Hoje é o dia da reconciliação. É o dia de louvar, de agradecer, de se humilhar, de orar, de pedir perdão pelos nossos caminhos. E aí, a praga vai embora. O mal se afasta. A gente se reencontra com a prosperidade. A gente se reencontra com a bênção", disse o governador. "É um dia de reconciliação, de buscar perdão. E se a nação sucumbir à idolatria e à corrupção?", questionou.

A declaração ocorreu nesta tarde em clima de festa religiosa de maioria evangélica e forte mobilização de fiéis, com público estimado de 2 milhões pela organização. O evento reuniu trios elétricos, músicas gospel e bandeiras de Israel, em meio à recente escalada de tensão com o Irã. A multidão, entusiasmada, entoou "parabéns" ao governador após o anúncio da sanção. Hoje é seu aniversário de 50 anos. Durante o evento, Tarcísio foi chamado de "um projeto de Deus" pelo apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo, organizador do evento.

Em discurso marcado por referências bíblicas, Tarcísio evocou o trecho de Crônicas 7:14: "Deus responde à oração de Salomão: 'Se o povo se humilhar, orar e se arrepender, eu ouvirei do céu e sararei a sua terra'" Para ele, muitas vezes, a falta de prosperidade não vem de causas materiais. "A gente pensa que é porque a terra está seca, que veio a praga, o gafanhoto… mas, muitas vezes, é porque está faltando reconciliação", disse.

Além da Marcha, o governador anunciou a sanção de outra medida simbólica para o segmento evangélico: "Estamos sancionando, aqui e agora, a lei que torna o Renascer Praise (principal organizadora da Marcha) patrimônio cultural e imaterial do Estado de São Paulo. Essa é uma iniciativa do deputado Eduardo Nóbrega e também do Gil Diniz", afirmou. "A primeira é a lei que torna a Marcha para Jesus patrimônio cultural e imaterial do Estado de São Paulo. E a segunda torna a Igreja Renascer em Cristo também patrimônio cultural e imaterial do Estado."

Lula

Entre as autoridades presentes estavam o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB), o secretário de Relações Institucionais, Gilberto Kassab (PSD); o apóstolo Estevam Fernandes (líder da igreja Renascer); os deputados federais Tenente-Coronel Zucco (PL-RS) e Altair Moraes (Republicanos-SP); o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB); e o presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi. Também estavam o deputados estaduais André do Prado (PL) - presidente da Assembleia Legislativa, Gil Diniz (PL) e Eduardo Nóbrega (Podemos).

O presidente Lula foi convidado para a Marcha, mas não compareceu. O chefe do Executivo lamentou afirmando que "compromissos de governo me impedem de estar presente fisicamente nesta edição". Em comunicado, o presidente parabenizou o apóstolo Estevam e a Bispa Sônia e relembrou ter sancionado, em 2009, a lei que instituiu o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

Lula afirmou ainda que a Marcha o fez lembrar de Davi, "no propósito de unir o seu povo" e disse que a fé da população "inspira todos os dias o nosso governo na missão de reconstruir o Brasil".

"A Marcha para Jesus tem cumprido esse mesmo papel: unir corações em torno da fé, fortalecer o espírito de comunidade, e mostrar que o louvor a Deus é caminho de reconstrução, não só espiritual, mas também social", disse.

De algum lugar da Itália, onde estaria vivendo após Alexandre de Moraes decretar sua prisão e encaminhar seu nome para a difusão vermelha da Interpol - índex dos mais procurados em todo o mundo -, a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) distribuiu um documento intitulado 'Dossiê Técnico de Defesa', por meio do qual reitera a versão de que é inocente no caso da invasão aos sistemas de Justiça e já trabalha claramente com a hipótese de ser aprisionada e deportada para o Brasil. Ao longo de dez capítulos que compõem o relatório ela procura sensibilizar o governo italiano caso sua extradição seja decretada por Roma, o que ela também já admite, e faz um paralelo com o caso Henrique Pizzolato, ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil.

Como no caso Pizzolato, a defesa de Zambelli busca também que a ela sejam respeitados direitos fundamentais no cárcere a que poderá ser conduzida para cumprimento da pena imposta pelo STF, 10 anos de reclusão pelo suposto hackeamento do Conselho Nacional de Justiça.

Zambelli não lança desafios, nem hostilidades a seus algozes. O texto de sua defesa contempla uma linguagem técnica, por meio da qual fustiga os termos da acusação que levou à sua condenação e ao inconformismo.

'Dossiê Técnico de Defesa'

Condenado no processo do Mensalão - maior escândalo do primeiro governo Lula (2003-2006) - a 12 anos e 7 meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro, Pizzolato fugiu para a Itália em 2013. No ano seguinte o petista foi preso, dando início a uma longa negociação diplomática para sua extradição, autorizada em 2015 depois que o Brasil, via a Procuradoria-Geral da República, atestou ao Conselho de Estado da Itália - última instância administrativa da Justiça do país europeu - a existência aqui de presídios onde direitos fundamentais são acatados.

Quando foi condenada pelo STF, Zambelli afirmou. "Não me tiram da Itália." Alegou estar protegida de extradição por ser cidadã italiana.

A própria defesa, no entanto, reconhece que tal situação não garante a Zambelli imunidade absoluta, vez que a Constituição Italiana (artigo 26) permite a extradição de nacionais se prevista em tratado internacional - ressalvada a hipótese de crime político.

Nessa linha, o advogado Fábio Pagnozzi, que representa a deputada, aborda 'nulidades processuais, violações a direitos e garantias fundamentais no curso da ação penal, bem como os aspectos de direito interno e internacional pertinentes. Invoca a Constituição, Código Penal e de Processo Penal, Pacto de San José da Costa Rica, Convenção Europeia de Direitos Humanos, tratado de extradição Brasil-Itália, e relatórios de organismos internacionais sobre o sistema prisional brasileiro.

Fábio Pagnozzi, o defensor de Zambelli, é um advogado destacado. Ele integra a Comissão de Direito e Ética da OAB de São Paulo. "Importante observar que instâncias internacionais já reconheceram formalmente o risco que as prisões brasileiras representam", ele diz.

Ante a possibilidade de a deputada ser capturada pela Interpol e, afinal, mandada de volta ao Brasil para cumprimento de sua longa pena, uma década confinada, a defesa sustenta que 'uma preocupação premente, especialmente considerando a possibilidade de execução provisória ou definitiva da pena imposta, diz respeito às condições carcerárias brasileiras e os riscos que elas representam aos direitos humanos básicos de qualquer pessoa custodiada, inclusive da sra. Zambelli'.

"É notório, e amplamente documentado, que o sistema prisional do Brasil enfrenta uma crise humanitária crônica, caracterizada por superlotação, violência endêmica, insalubridade e práticas generalizadas de tortura e maus-tratos", acentua a defesa, amparada em relatórios nacionais e internacionais. "Convergem em apontar violações sistemáticas nas prisões brasileiras, em claro descompasso com as normas constitucionais e tratados de direitos humanos dos quais o Brasil é signatário'."

O dossiê Zambelli destaca que no caso do ex-diretor do Banco do Brasil, sentenciado na Ação Penal 470 (Mensalão), a Corte de Apelação de Bolonha, na Itália, em 2014, 'negou inicialmente a extradição do cidadão ítalo-brasileiro Henrique Pizzolato'.

"Justamente por entender que as condições das cadeias no Brasil eram 'dramáticas', alertando que 'o risco de um detento ser submetido a humilhações, torturas e violências ainda é concreto' nas penitenciárias brasileiras", argumenta Fábio Pagnozzi.

O advogado observa que no episódio Pizzolato, os juízes italianos citaram relatórios da Anistia Internacional e da Human Rights Watch 'corroborando que os abusos contra presos no Brasil são endêmicos e que falta controle efetivo para impedir a violência de facções ou de agentes estatais'.

"Ressaltaram inclusive que compromissos e melhorias pontuais (como a indicação de que Pizzolato poderia ficar em um presídio específico, de melhor condição, como o Complexo da Papuda/DF) não eliminavam o risco concreto de tratamento desumano ou degradante, negando a entrega do extraditando naquele momento", pontua o advogado.

Para ele, 'tal fato exemplifica que, aos olhos da comunidade internacional, o Brasil não consegue assegurar padrões mínimos de direitos humanos em seus presídios, gerando desconfiança e barreiras em cooperações jurídicas'. "Embora posteriormente Pizzolato tenha sido efetivamente extraditado após recursos e garantias diplomáticas, aquele precedente evidenciou a gravidade da situação prisional brasileira perante tribunais estrangeiros."

O dossiê de defesa enfatiza. "No caso de Carla Zambelli, uma eventual ordem de prisão a ser cumprida no Brasil ou via extradição demandaria garantias firmes de que sua integridade física e psíquica será preservada durante o cárcere. Qualquer indicação de que ela possa sofrer violência, ameaças ou privação de condições mínimas poderia ensejar medidas de proteção internacionais. O Brasil, por sua vez, tem o dever legal de adotar todas as providências para assegurar condições dignas a qualquer custodiado sob sua guarda, sob pena de responsabilidade internacional por violação de direitos humanos."

Fábio Pagnozzi pondera. "Esse dever reforça a necessidade de olhar o presente caso com atenção: a concretização da pena não pode transgredir os limites da humanidade, sob pena de converter a sanção em pena cruel, o que é vedado absoluta e universalmente."

Para a defesa, 'a possível submissão de Carla Zambelli ao sistema penitenciário brasileiro acende um alerta de direitos humanos'. "O histórico e a conjuntura do sistema apontam que sua vida, saúde e dignidade podem ser colocadas em risco sério. Tal constatação não busca nenhum privilégio, mas sim a plena observância das regras internacionais de tratamento de presos, incluindo as Regras de Mandela (Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Presos) e as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre pessoas privadas de liberdade."

"Em face disso, segue o advogado, espera-se que quaisquer decisões futuras relativas à execução da pena ou medidas cautelares considerem estritamente essas garantias, avaliando alternativas à prisão comum, caso necessárias, ou monitoramento por órgãos independentes para assegurar a integridade da custodiante."

O advogado é taxativo. "A defesa de Zambelli conta com argumentos sólidos para pleitear, perante a Itália, a não entrega da deputada ao Brasil, seja temporária ou definitivamente, até que se garanta um tratamento compatível com a dignidade humana e um processo equânime."

Ele afasta a tese de que Zambelli estaria em busca de privilégios. "Isso não significa impunidade, mas sim a tutela de direitos básicos. Caso a extradição venha a ser autorizada, será fundamental o acompanhamento por organizações internacionais (como a Human Rights Watch ou a Anistia Internacional) e eventualmente a imposição de condições, como a possibilidade de cumprimento de pena na própria Itália ou a supervisão internacional das condições carcerárias no Brasil durante o encarceramento."

"No caso de Carla Zambelli, uma eventual ordem de prisão a ser cumprida no Brasil ou via extradição demandaria garantias firmes de que sua integridade física e psíquica será preservada durante o cárcere", clama a defesa da deputada.

Segundo o advogado, 'qualquer indicação de que ela possa sofrer violência, ameaças ou privação de condições mínimas poderia ensejar medidas de proteção internacionais'.

O relatório diz que 'o Brasil tem o dever legal de adotar todas as providências para assegurar condições dignas a qualquer custodiado sob sua guarda, sob pena de responsabilidade internacional por violação de direitos humanos'.

"Esse dever reforça a necessidade de olhar o presente caso com atenção: a concretização da pena não pode transgredir os limites da humanidade, sob pena de converter a sanção em pena cruel, o que é vedado absoluta e universalmente."

"A possível submissão de Carla Zambelli ao sistema penitenciário brasileiro acende um alerta de direitos humanos", sustenta Fábio Pagnozzi "O histórico e a conjuntura do sistema apontam que sua vida, saúde e dignidade podem ser colocadas em risco sério."

O Dossiê Técnico de Defesa anota que 'não se busca nenhum privilégio, mas sim a plena observância das regras internacionais de tratamento de presos, incluindo as Regras de Mandela (Regras Mínimas da ONU para o Tratamento de Presos) e as recomendações da Comissão Interamericana de Direitos Humanos sobre pessoas privadas de liberdade'.

"Espera-se que quaisquer decisões futuras relativas à execução da pena ou medidas cautelares considerem estritamente essas garantias, avaliando alternativas à prisão comum, caso necessárias, ou monitoramento por órgãos independentes para assegurar a integridade da custodiante", sugere o dossiê de Zambelli.

'Versões contraditórias'

O Dossiê Técnico de Defesa de Carla Zambelli inicia com acusações ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo que levou à sua condenação a 10 anos de prisão. O ministro teria violado o princípio do juiz natural ao permanecer à frente da investigação sobre a invasão do sistema de dados do Conselho Nacional de Justiça - trama que teria sido concebida por ela, em parceria com o hacker Walter Delgatti Neto, e da qual o próprio Moraes teria sido vítima via a produção de um decreto forjado de sua prisão.

Dividido em 10 capítulos, o documento que a deputada distribuiu encerra com uma 'declaração formal de inocência' de Zambelli. "Nunca ordenou, incentivou, financiou ou participou, direta ou indiretamente, de qualquer invasão a sistemas judiciais ou falsificação de documentos públicos. Jamais sugeriu, desejou ou cogitou um ato criminoso contra o ministro Alexandre de Moraes, nem em sentido figurado, tampouco em instruções reais."

O advogado afirma que Zambelli foi condenada 'com base na palavra de um réu confesso que apresentou versões contraditórias, sem credibilidade e sem qualquer corroboração'.

"As investigações não encontraram mensagens, repasses, registros bancários, gravações, comandos técnicos nem qualquer vestígio que a ligasse às ações criminosas", ressalta o texto. "Foi julgada, processada e condenada por ser quem é: opositora de um sistema que não aceita ser questionado. A ré foi condenada previamente na arena política e midiática, e a sentença judicial apenas coroou esse processo persecutório."

"Sou inocente", diz Zambelli. "E não há nada, absolutamente nada nos autos que diga o contrário."

Na avaliação do advogado, 'a ausência de provas, combinada com as violações de direitos processuais, tornam essa condenação juridicamente insustentável e eticamente insuportável'. "A história, as cortes superiores e a comunidade internacional saberão reconhecer isso."

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira, 19, manter a prisão de Marcelo Câmara após audiência de custódia no gabinete do ministro Alexandre de Moraes. Câmara é ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e está entre os militares réus por tentativa de golpe de Estado. Procurada, defesa de Câmara informou que vai entrar com agravo no STF pois a prisão não deveria ter ocorrido.

Câmara foi preso na última quarta-feira, 18, pela Polícia Federal (PF) a mando de Moraes em decisão preventiva. O magistrado afirma que o coronel, por intermédio de seus advogados, tentou obter informações sigilosas sobre a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid.

Moraes avaliou que a iniciativa de Câmara caracteriza o crime de obstrução de investigação. O ministro ainda apontou que o réu descumpriu a decisão que o proibiu de usar redes sociais "próprias ou por terceira pessoa" e de manter contato com outros investigados, "inclusive por intermédio de terceiros".

O advogado criminalista Eduardo Kuntz, que representa o coronel, entregou ao STF mensagens que afirma ter trocado com Mauro Cid por meio de um perfil no Instagram em nome de "Gabriela" (@gabrielar702). As conversas foram usadas para pedir a anulação da delação do tenente-coronel.

Moraes afirma em sua decisão que Kuntz "transbordou ilicitamente das obrigações legais de advogado". O ministro abriu um inquérito autônomo para investigar tanto o criminalista como o coronel.