Se houver oportunidade, EUA levarão Rússia para a mesa de negociações, diz Rubio

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O secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que os Estados Unidos continuarão a engajar com a Rússia, em entrevista para o Politico, nesta quarta-feira. "Se houver uma oportunidade para fazer a diferença e levá-los à mesa de negociações, vamos aproveitá-la", defendeu.

 

Rubio disse ainda que o presidente dos EUA, Donald Trump, irá contrariar os apelos da Europa para aumentar as sanções à Rússia pela guerra com a Ucrânia porque os americanos ainda querem espaço para negociar um acordo de paz.

 

"Não tiramos nenhuma sanção à Rússia, todas ainda 'estão no lugar'. No entanto, se fizéssemos o que todos querem que façamos, que é entrar e esmagá-los os russos com mais sanções, provavelmente perderíamos nossa capacidade de falar com eles sobre o cessar-fogo e, então, quem estaria falando com eles?", ponderou.

 

De acordo com o secretário, Trump "saberá o momento e o lugar certos" para novas medidas econômicas.

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O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu prazo de 15 dias para o senador Magno Malta (PL-ES) se manifestar sobre uma queixa-crime protocolada contra ele pelo ex-ministro da Previdência e presidente do PDT, Carlos Lupi.

Segundo a queixa-crime, Magno Malta acusou falsamente Lupi de estar envolvido no esquema fraudulento de descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

O senador teria atribuído a ao ex-ministro a prática de corrupção, fraude e desvio de recursos públicos, além de utilizar expressões ofensivas como "rato de esgoto", "ladrão", "gente sem sentimento" e "tarado por dinheiro".

Lupi alega que as falas ocorreram durante um debate no Senado Federal, no dia 8 de maio, sobre a criação de uma CPMI para investigar os descontos indevidos em aposentadorias. Na ocasião, Magno Malta teria acusado o ex-ministro da Previdência de conhecer e participar do esquema.

"O querelado [Magno Malta] acrescentou ainda, que o querelante [Lupi] tinha conhecimento prévio do suposto esquema criminoso, ao dizer que 'ele sabia já do câncer', reforçando a falsa acusação de participação dolosa no esquema criminoso"; diz a queixa-crime.

Assim, Lupi protocolou a queixa-crime no STF pedindo que o senador seja processado e condenado por calúnia, difamação e injúria. Conforme o despacho de Fux, Magno Malta deverá apresentar, em até 15 dias, uma resposta às acusações.

A assessoria de imprensa de Magno Malta informou que o senador ainda não foi notificado sobre a intimação.

Fraudes no INSS

Em abril, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Sem Desconto para investigar deduções indevidas relacionadas ao INSS. O valor estimado em cobranças irregulares soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a corporação. Mas, se retroagir a data até 2016, esse valor sobe para quase R$ 8 bilhões referentes a descontos sem autorização.

Como mostrou o Estadão, o governo Lula já havia sido alertado sobre a disparada das fraudes antes da operação da PF. Documentos mostram que os alertas vieram do Tribunal de Contas da União (TCU), da Controladoria-Geral da União (CGU), do Ministério Público, do Conselho Nacional de Previdência Social e de auditores do próprio INSS.

No dia 17 de junho, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), presidente do Congresso, autorizou a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar a fraude dos descontos indevidos no INSS.

Após ter a instalação autorizada, a CPMI do INSS passou à etapa de indicação de membros. Serão 30 integrantes: 15 deputados federais e 15 senadores.

O prazo dos trabalhos da CPMI é de 180 dias, com possibilidade de prorrogação. Os custos do colegiado estão estimados em R$ 200 mil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participará nesta quinta-feira, 26, do lançamento de uma ação habitacional voltada para as quase 900 famílias que vivem na Favela do Moinho, na região central de São Paulo. A iniciativa é fruto de uma parceria entre o governo federal e a gestão estadual.

Apesar disso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não estará presente no evento. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, ele vai entregar 120 apartamentos em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Depois, seguirá para Lagoinha, no Vale do Paraíba, onde entrega obras de revitalização.

Tanto o presidente como o governador paulista são cotados como candidatos à Presidência no ano que vem. Aos 79 anos, Lula tem dito que sua candidatura à reeleição dependerá de seu estado de saúde. Já Tarcísio afirma que só entrará na disputa pelo Palácio do Planalto se for indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Nesta semana, os dois apostam em projetos de habitação social. Na terça-feira, 24, Tarcísio entregou moradias do programa Casa Paulista em São José do Rio Preto. "Olha o que está acontecendo na Favela do Moinho. Falar é fácil. Só que a gente trabalha. E é por isso que estamos fazendo o que nunca foi feito", disse na ocasião.

Dentro do PT, a disputa eleitoral em São Paulo é vista como uma prioridade. Com a popularidade do governo Lula em queda, manter a vantagem que o petista obteve na capital paulista nas eleições de 2026 é considerada crucial para garantir a reeleição.

Evento muda de endereço

A cerimônia estava prevista para ocorrer no Armazém do Campo, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no centro da cidade. Porém, o Palácio do Planalto mudou o local do evento para a Favela do Moinho. O período também foi alterado, passando da manhã para a tarde.

O Planalto diz que a mudança ocorreu devido à dinâmica de agenda da Presidência. Nos bastidores, porém, a escolha do armazém do MST para sediar o evento foi levantada como uma das razões para a ausência de Tarcísio, uma vez que ele poderia se desgastar com o bolsonarismo ao frequentar o espaço ao lado de Lula. Mesmo com a mudança, o governador decidiu não ir ao evento de Lula.

O evento na Favela do Moinho será a segunda agenda de Lula em São Paulo em pouco mais de um mês. No fim de maio, o presidente esteve na cidade para o lançamento dos cursos de Medicina e Biomedicina da Faculdade de Ciências da Saúde Sírio-Libanês.

Ministro visita Favela do Moinho

Nesta quarta-feira, 25, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, visitou a Favela do Moinho para conversar com os moradores da região sobre a ação habitacional e também para tratar da ida de Lula ao local, no dia seguinte. Macêdo é o responsável pela articulação do Planalto com os movimentos sociais.

O acordo fechado entre as gestões Lula e Tarcísio prevê que cada família receberá até R$ 250 mil para comprar uma casa. O governo federal entrará com R$ 180 mil e o governo estadual com R$ 70 mil. Terão direito ao benefício famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil.

Além de Macêdo, devem participar do evento desta quinta o ministro das Cidades, Jader Filho, e a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), divergiu nesta quarta-feira, 25, da maioria já formada no julgamento sobre a responsabilidade das plataformas, redes sociais e provedores de internet por publicações de usuários.

Com o voto, o placar está em 7 a 2 para ampliar a obrigação das empresas na moderação de conteúdo (veja como votou cada ministro). Estão pendentes os votos de Cármen Lúcia e Kassio Nunes Marques.

Fachin argumentou que a tecnologia está em "incessante mutação" e que o julgamento do STF sobre a moderação de conteúdo não será suficiente para resolver os problemas gerados pela concentração de poder nas mãos das plataformas.

"Corremos o risco de não conseguir ajustar o remédio pela falta de um completo diagnóstico", justificou.

O ministro defendeu que a regulamentação das redes sociais seja feita pelo Congresso, com a edição de uma legislação abrangente sobre o tema.

"Não creio que este tema necessariamente será solvido ou esgotado com a remoção ou não de conteúdos das plataformas. Creio que há uma necessidade de uma regulação estrutural e sistêmica, preferencialmente não via Poder Judiciário", afirmou.

Fachin também destacou riscos e benefícios de responsabilizar as plataformas por conteúdos publicados pelos usuários. Para o ministro, ampliar as obrigações das empresas de tecnologia ajudará a proteger direitos fundamentais, mas pode gerar "censura colateral", inclusive de jornalistas e professores.

"A adoção de controle de discurso dos usuários não faz parte do estado de direito democrático", disse o ministro.

"A necessidade de ordem judicial para se remover conteúdo por terceiro parece ser a única forma constitucionalmente adequada de compatibilizar a liberdade de expressão com regime de responsabilidade ulterior", acrescentou.

O que o STF está julgando?

O julgamento gira em torno do artigo 19 do Marco Civil da Internet, que proíbe a responsabilização das plataformas por conteúdos publicados pelos usuários, exceto se houver descumprimento de decisões judiciais para remover publicações.

Há maioria de votos para criar novos parâmetros de atuação das big techs. Os ministros apresentaram propostas diferentes e o plenário precisa equilibrá-las em uma tese para ser aplicada nacionalmente pelo Poder Judiciário, o que só deve ocorrer no segundo semestre. O julgamento é considerado internamente o mais importante da história recente do STF.

A maioria entende que houve uma "desconstitucionalização" do artigo 19, ou seja, a norma era adequada no momento em que foi aprovada, em 2004, mas no estágio atual das redes sociais não é mais suficiente para resguardar os usuários no ambiente virtual em um contexto de escalada de casos de violência digital, como cyberbullying, stalking, fraudes, golpes, discurso de ódio e fake news.

Os principais pontos de preocupação são a proteção de crianças e adolescentes, de minorias sociais e da democracia.

O assunto está no radar dos ministros há mais de dois anos. Havia expectativa que o Congresso avançasse na regulamentação redes sociais, mas com o fracasso do PL das Fake News, após pressão das big techs, o STF decidiu agir. Os ministros preferiram esperar as eleições de 2024 passarem para se debruçar sobre o tema fora do período eleitoral.

Uma ala da Câmara e do Senado acusa o tribunal de avançar sobre atribuições do Legislativo, mas os ministros acordaram que não era mais possível aguardar o Congresso desengavetar a pauta. O debate ganhou força no STF após o descumprimento de decisões judiciais por plataformas estrangeiras, como Telegram e X, que ofereceram resistência em nomear representantes legais no Brasil.