Ucrânia ataca base aérea na Rússia em meio à maior ofensiva aérea de Moscou

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A Ucrânia afirmou neste sábado, 5, ter atingido uma base aérea na região de Voronezh, na Rússia. Segundo o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas, a base de Borisoglebsk foi alvo de um ataque que teria destruído armamentos e ao menos uma aeronave. O contra-ataque ocorre enquanto Moscou lança a maior ofensiva aérea desde o início da invasão, com centenas de drones e mísseis disparados durante a noite.

Em uma publicação no Facebook, o Estado-Maior ucraniano disse que atingiu um depósito contendo bombas planadoras, uma aeronave de treinamento e "possivelmente outras aeronaves", descrevendo a região como a "base" dos caças russos Su-34, Su-35S e Su-30SM. As autoridades russas ainda não se pronunciaram.

Os ataques a bases aéreas em território russo têm como objetivo enfraquecer a capacidade militar de Moscou e demonstrar que Kiev mantém poder de fogo para atingir alvos estratégicos de alto valor dentro da Rússia. No mês passado, a Ucrânia afirmou ter destruído mais de 40 aviões de guerra em um ataque surpresa com drones a aeródromos localizados no território russo.

A Rússia disparou 322 drones e chamarizes contra a Ucrânia durante a madrugada, segundo a força aérea ucraniana. Desses, 157 foram abatidos e 135 foram perdidos, provavelmente por terem sido bloqueados. De acordo com a força aérea, a região de Khmelnytskyi, no oeste da Ucrânia, foi o principal alvo do ataque. O governador Serhii Tyurin disse que não foram registrados danos, feridos ou mortes.

A Rússia vem intensificando seus ataques de longo alcance contra a Ucrânia. O país lançou seu maior ataque aéreo contra a Ucrânia desde o início da guerra durante a noite de quinta para sexta-feira, 4,. O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, disse que o número de pessoas mortas no ataque havia aumentado para duas. Outras 26 pessoas ficaram feridas.

A nova onda de ataques ocorreu depois que o presidente ucraniano Volodmir Zelenski disse na sexta-feira que teve uma ligação telefônica "muito importante e produtiva" com o presidente dos EUA, Donald Trump.

Segundo Zelenski, os dois líderes discutiram como as defesas aéreas ucranianas podem ser reforçadas, a possível produção conjunta de armas entre os EUA e a Ucrânia e os esforços mais amplos liderados pelos EUA para acabar com a guerra com a Rússia.

Perguntado por repórteres na noite de sexta-feira, 4, sobre a ligação, Trump disse: "Tivemos uma ligação muito boa, eu acho".

Quando questionado sobre como encontrar uma maneira de acabar com a luta, Trump respondeu: "Eu não sei. Não posso lhe dizer se isso vai acontecer ou não".

Os EUA interromperam algumas remessas de ajuda militar para a Ucrânia, incluindo mísseis de defesa aérea importantes. Os principais apoiadores europeus da Ucrânia estão avaliando como podem ajudar a suprir a falta de ajuda. Zelenski diz que estão em andamento planos para desenvolver a indústria doméstica de armas da Ucrânia, mas o aumento da escala levará tempo.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que abateu 94 drones ucranianos durante a noite entre sexta e sábado, além de outros 12 na manhã de sábado. Não foram registradas vítimas.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta segunda-feira, 10, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), a condenação dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção com emendas parlamentares.

Segundo a PGR, os deputados condicionaram a destinação de R$ 6,67 milhões em emendas ao município de São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, ao pagamento de R$ 1,67 milhão em propinas. Os parlamentares negam irregularidades.

A Procuradoria afirma que as provas são "irrefutáveis" e que a autoria e a materialidade dos crimes estão comprovadas por diálogos e documentos obtidos na investigação.

"Embora os deputados Josimar e Bosco Costa tenham negado a autoria das emendas, aproveitando-se da baixa transparência dos dados públicos sobre a procedência desses recursos, as provas confirmam serem eles os responsáveis pelas destinações", diz a PGR.

O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, enviou ao STF os últimos argumentos da acusação no processo. As defesas ainda vão apresentar suas alegações finais, última etapa antes do julgamento. O relator do processo é o ministro Cristiano Zanin.

Além da condenação, a PGR pede a perda dos mandatos e o pagamento de uma indenização por danos morais coletivos.

A PGR afirma que Josimar Maranhãozinho "ostentava a posição de liderança" do suposto esquema e, nessa condição, "coordenava a destinação dos recursos patrocinados pelos demais congressistas" e depois distribuía as propinas.

"Não há dúvida de que os réus, sob a chefia do deputado Josimar, constituíram e integraram organização criminosa", diz a Procuradoria nas alegações finais.

Os repasses teriam ocorrido entre dezembro de 2019 e abril de 2020, de acordo com a denúncia. Na época, o prefeito de São José de Ribamar era José Eudes Sampaio Nunes. A PGR afirma que ele foi "insistentemente abordado para ceder à solicitação de propina".

As defesas vêm pedindo o arquivamento da ação por falta de provas.

O novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (Psol-SP), criticou a escolha do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), ex-secretário de Segurança do governo paulista, como relator do projeto de lei antifacção.

"Colocar o Derrite como relator de um projeto do governo para o combate das facções criminosas me soa como uma provocação", disse Boulos, em entrevista depois de um painel sobre resíduos sólidos e crédito de carbono na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

Boulos criticou a escolha argumentando que o deputado está partidária, direta e eleitoralmente comprometido com quem tem se colocado como adversário do governo Lula. "Ele está, inclusive, comprometido com quem foi contra a PEC da Segurança Pública, que é o que permite que o governo federal atue de forma mais eficaz no combate ao crime organizado", disse o ministro.

O relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), disse, nesta segunda-feira, 10, que a comissão parlamentar blinda investigados que receberam R$ 10 milhões em propinas, segundo ele mesmo.

Gaspar mencionou as tentativas de impedir a convocação e quebras de sigilo de Paulo Boudens, ex-chefe de gabinete do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); a publicitária Daniela Fonteles, que recebeu R$ 5 milhões de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS"; a empresária Roberta Luchsinger, que atuou com o 'Careca"; e Gustavo Gaspar, ex-assessor do senador Weverton Rocha (PDT-MA).

"O STF não é o principal blindador dessa comissão", disse Alfredo Gaspar. Para ele, falta altivez do próprio Congresso. "A blindagem pela própria comissão é uma vergonha."

O relator ainda mencionou que o Senado ainda tem outra "vergonha" ao impor sigilo de 100 anos sobre informações acerca de visitar do "Careca do INSS" a gabinetes de senadores. "Esse sigilo de 100 anos é outra vergonha da República", afirmou.

Gaspar ainda fez um desafio ao STF. Há, na Corte, um mandado de segurança pedindo a divulgação dessa informação. "Abra essa caixa preta dessas visitas", apelou o relator.

Weverton Rocha já afirmou publicamente ter recebido o "Careca do INSS" em seu gabinete por três vezes, mas para tratar de assuntos legislativos.

Essa foi a fala inaugural de Gaspar na sessão da CPMI do INSS desta segunda-feira, 10, que ouve Igor Dias Delecrode, dirigente da Associação de Amparo Social do Aposentado e Pensionista (AASAP).

Causou nova indignação entre os membros da comissão um habeas corpus concedido pelo ministro André Mendonça, do STF, a Delecrode, para que ele possa permanecer em silêncio em perguntas que possam o incriminar.

Com o benefício, Delecrode permaneceu em silêncio às perguntas do relator. Diante disso, Gaspar fez uma introdução do depoente citando reportagem do Estadão.

A reportagem em questão fala do cancelamento, por parte dos Correios, de leilão de R$ 280 milhões após receber cheque sem fundo de ONG de pai de santo.

"Esse pai de santo é um coitado. Esses aqui tiveram sucesso", citando uma lista de outras quatro entidades que, juntas, faturaram cerca de R$ 714 milhões com descontos associativos de aposentadorias entre 2022 e 2025. A AASAP, de Delecrode, recebeu R$ 63,2 milhões.

"Esse que está aqui, teve mais sucesso ainda. Ele conseguiu colocar suas empresas juntando outras entidades num desvio de R$ 1,4 bilhões", disse Gaspar.

O relator define Delecrode como "o coração tecnólogico da safadeza", operacionalizando um sistema de coleta de dados e verificação de autenticidade.