Donald Trump mudou de ideia mais uma vez. Além de reverter a suspensão do envio de armas à Ucrânia, ele disse nesta terça, 8, que analisa novas sanções contra a Rússia e criticou o presidente russo. "A gente ouve um monte de besteiras de Putin. Ele é muito simpático o tempo todo, mas isso acaba não fazendo muito sentido."
Falando a repórteres na Casa Branca, o presidente americano disse que "não está feliz" com Putin e lembrou que as baixas semanais da guerra na Ucrânia já estão em 7 mil. "Putin está matando muitas pessoas, e muitas delas são seus soldados", disse Trump. Ao ser questionado sobre sanções, ele respondeu: "Estou analisando".
As constantes reviravoltas de Trump indicam certa falta de rumo da guerra na Ucrânia. Na semana passada, ele interrompeu o fornecimento de armas para os ucranianos, principalmente de interceptadores de defesa aérea, bombas e mísseis guiados.
Na segunda-feira, 7, ele retomou a ajuda militar, mas não ficou claro se as armas que serão enviadas são aquelas cuja entrega foi interrompida ou se os EUA enviarão novos equipamentos. "Temos de fazer isso (enviar as armas)", disse Trump. "Eles (os ucranianos) precisam ser capazes de se defender. Eles estão sendo duramente atingidos. Vamos enviar mais algumas armas, principalmente defensivas."
O envio de armas e as críticas a Putin representam uma inflexão no discurso de Trump, que sempre expressou ceticismo em relação à ajuda dos EUA à Ucrânia e poupou a Rússia de sanções. Em fevereiro, o americano bateu boca com o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, no Salão Oval da Casa Branca, alegando que ele não havia sido suficientemente grato pelo apoio dos EUA no conflito com a Rússia.
Frustração
Mas com o tempo Trump foi ficando cada vez mais frustrado com o comportamento de Putin, que não parece disposto a fechar um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia. As críticas à Rússia aumentaram nos últimos meses e a Casa Branca se queixa de que o russo tem impedido os avanços na negociação.
Na sexta-feira, 4, a Rússia atacou Kiev e outras cidades ucranianas com mais de 500 drones e 11 mísseis lançados de uma única vez, de acordo com a força aérea ucraniana. O ataque ocorreu poucas horas depois de uma ligação telefônica entre Trump e Putin.
Apesar do apoio dentro do partido, alguns republicanos perderam a paciência com a política externa errática da Casa Branca. O senador Mitch McConnell disse ontem que a falta de uma estratégia clara prejudica a liderança global dos EUA. "Hoje, a incoerência estratégica de não financiar nossas forças armadas e restringir a assistência letal a parceiros como a Ucrânia mostra a erosão evitável da credibilidade americana com nossos aliados", disse McConnell.
Patriot
Os interceptadores Patriot são os mais cotados para serem enviados à Ucrânia. O site de notícias Axios afirmou que Trump concordou em enviar 10 mísseis Patriot - 20 a menos do que o total que estava pronto para a entrega na semana passada, um carregamento que foi interrompido na fronteira entre Polônia e Ucrânia.
Autoridades ucranianas disseram ontem que estavam agradecidas pela ajuda dos EUA, mas descreveram o número de Patriots como "minúsculo". Em comunicado, o Ministério da Defesa disse que não foi notificado da mudança de política, que era "importante" para a Ucrânia ter "estabilidade, continuidade e previsibilidade" no fornecimento de armas. "Somos gratos aos EUA por todo apoio e agradecemos muito os esforços para se alcançar uma paz genuína", disse o governo ucraniano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Trump critica Putin, promete armas à Ucrânia e avalia sanções à Rússia
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