Trump: governo do Brasil precisa mudar de rumo, parar de atacar oponentes

Internacional
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que o governo do Brasil precisa mudar de rumo, parar de atacar oponentes, em carta endereçada ao ex-chefe do Executivo brasileiro Jair Bolsonaro.

"Compartilho de seu compromisso de ouvir a voz do povo e estou muito preocupado sobre os ataques à livre expressão - tanto no Brasil, como nos EUA - vindo do atual governo", diz Trump na mensagem publicada na plataforma Truth Social.

Trump observou que tem manifestado fortemente sua desaprovação tanto publicamente, como por meio de sua política de tarifas.

'É minha sincera esperança que o governo do Brasil mude seu rumo, pare de atacar oponentes políticos e coloque fim ao ridículo regime de censura", diz Trump na carta. "Estarei olhando atentamente", afirma.

Na terça-feira, o governo dos EUA abriu uma investigação contra o Brasil por práticas comerciais que considera "injustas ou discriminatórias" e que "restringem ou oneram o comércio" com empresas americanas. Trump também anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todos os produtos importados do Brasil a partir de 1º de agosto.

Sistema injusto

Trump disse que o ex-chefe do Executivo no Brasil Jair Bolsonaro recebe tratamento terrível pelas mãos de um sistema injusto.

"Esse julgamento tem de terminar imediatamente. Não me surpreenda que você esteja liderando as pesquisas", afirma Trump em carta direcionada ao "honorável" Bolsonaro e reproduzida na plataforma Truth Social.

Para Trump, o ex-presidente é um líder forte e altamente respeitado que serviu muito bem ao seu país.

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O presidente eleito do Partido dos Trabalhadores (PT), Edinho Silva, disse que é preciso "dar todo o apoio ao governo Lula" e que a reeleição do atual governo é mais um passo para derrotar o fascismo no País.

Durante seu discurso no 17º Encontro Nacional do PT, Silva fez críticas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e listou uma série de posicionamentos que, em sua visão, o partido deve tomar nos próximos anos.

Edinho Silva disse que será preciso ter coragem para enfrentar o debate da segurança pública e formular agenda de transição energética, além de ter programa para a exploração de petróleo na Margem Equatorial e o desenvolvimento para a Amazônia Legal, por um modelo que harmonize com a preservação ambiental.

Outro ponto dito pelo presidente do PT é que será necessário endereçar o debate sobre a exploração das chamadas terras raras. Para Edinho, é o interesse dos Estados Unidos nestes recursos que motivou as ações recentes dos Estados Unidos contra o Brasil. "Esse é o motivo da maior violência diplomática que nós sofremos no último período. Eles querem ter controle sobre a exploração das terras raras", afirmou.

Outros pontos mencionados foram a universalização da educação infantil, o programa de reindustrialização do governo, os mecanismos de financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e o debate sobre a escala de trabalho por seis dias da semana, com apenas um dia de descanso.

Reforma Política

Edinho Silva também levantou a discussão sobre uma reforma política e atribuiu o enfraquecimento do Poder Executivo aos ex-presidentes Michel Temer e Jair Bolsonaro.

"O Congresso não pode executar R$ 52 bilhões do orçamento, o Congresso não pode se apropriar de atribuições do Executivo", disse ele.

Como solução, Edinho Silva sugeriu o voto em lista fechada para a eleição a cargos legislativos, como vereadores, deputados e senadores, ideia defendida no partido há anos.

Uma série de projeções em São Paulo marcou o início de uma mobilização em diferentes Estados pelo veto total do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao PL do Licenciamento Ambiental. O projeto de lei propõe mudanças no modelo atual e tem sido criticado por organizações, cientistas, ambientalistas e parte do setor empresarial, que alertam para riscos de prejuízos ecológicos e aumento da judicialização.

A proposta é defendida por entidades ligadas à infraestrutura e ao agronegócio. O argumento é de redução do que chamam de burocracias e morosidade no modelo atual.

Em São Paulo, uma das intervenções da mobilização envolveu a projeção de um "Veta tudo, Lula" e outras frases contra o PL na fachada de prédio na região central. A ação é chamada de "Noite de luzes contra o PL da Devastação", que inclui projeções em pontos movimentados, como bares, shows e baladas, com a participação da sociedade civil e de ativistas, de acordo com os organizadores.

As mobilizações são organizadas pela Coordenação de Estados de Movimentos Ambientalistas do Brasil e a Frente SP Contra o PL da Devastação. No caso das projeções, são realizadas por "artivistas" (artistas ativistas), como Mozart Santos e Lílian Amaral.

Na última semana, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o presidente Lula pediu um trabalho minucioso para preservar as bases do licenciamento ambiental. "Toda estratégia do governo é tendo claro que não basta vetar - é preciso que a gente coloque algo no lugar. E esse pensar tem a ver com as alternativas que a lei faculta ao Poder Executivo. Ou você faz essa reparação por projeto de lei ou por medida provisória", afirmou.

No governo federal, a análise do texto aprovado é feita especialmente pelos ministérios da Casa Civil, do Meio Ambiente e de Relações Institucionais. O projeto foi aprovado pelo Congresso Nacional em julho em meio a críticas, após a Câmara dos Deputados dar aval a diversas mudanças feitas pelo Senado.

Dentre os principais pontos, o projeto:

Retira a prevalência das disposições do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para os licenciamentos de atividades ou de empreendimentos minerários de grande porte e/ou de alto risco;

Cria a Licença Ambiental Especial (LAE), que se dará para projetos previamente listados pelo Executivo federal;

Cria a Licença Ambiental Única (LAU), modalidade de licença que, em uma única etapa, atesta a viabilidade da instalação, da ampliação e da operação de atividade ou de empreendimento;

Cria o licenciamento ambiental simplificado por adesão e compromisso (LAC), inspirado no modelo já aplicado em alguns Estados do País. O LAC poderá ser pedido pelo interessado sem necessidade de estudos de impacto e utilizado para servic¸os e obras de duplicação de rodovias ou pavimentac¸a~o naquelas já existentes ou em faixas de domínio;

Permite renovação automática de licença online para atividade ou empreendimento caracterizado como de baixo ou médio potencial poluidor e pequeno ou médio porte, se cumpridos alguns requisitos;

Retira a necessidade de licenciamento para as seguintes atividades agropecuárias: cultivo de espécies de interesse agrícola, temporárias, semiperenes e perenes; pecuária extensiva e semi-intensiva;

pecuária intensiva de pequeno porte; pesquisa de natureza agropecuária, que não implique risco

biológico e com autorização prévia de órgãos competentes;

Dispensa do licenciamento obras para os sistemas e as estações de tratamento de água e de esgoto sanitário, até o atingimento das metas de universalização da Lei do Saneamento Básico (até 2033, 99% dos brasileiros terem água tratada em suas torneiras e 90% com à coleta e ao tratamento de esgoto);

Prevê procedimentos simplificados e prioridade na análise para o licenciamento ambiental de projetos relacionados ao saneamento e à segurança energética nacional;

Institui prazos para órgãos ambientais efetuarem licenciamentos;

Aumenta a pena para operação sem licença: atualmente é de um a seis meses, e passa a ser de seis meses a dois anos para quem construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar estabelecimentos, obras ou serviços potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos ambientais;

Derruba artigo que previa que, em caso de situação de emergência ou de estado de calamidade pública, ações de resposta imediata ao desastre poderiam ser executadas independentemente de licenciamento ambiental.

Pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 2, mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem agora vantagem de seis pontos porcentuais sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está atualmente inelegível, no cenário eleitoral para a disputa presidencial de 2026.

Lula lidera com 39% das intenções de voto, enquanto Bolsonaro tem 33% no primeiro turno. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

Com o filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro (PL), Lula marca 39% e o deputado, 20%. Com o filho mais velho de Bolsonaro, Flávio, o petista registra 40%, enquanto o senador tem 18%.

No cenário de disputa com Michelle Bolsonaro, por sua vez, a ex-primeira-dama tem 24% de intenções de voto na primeira etapa do pleito. Já Lula tem 39%.

Em eventual disputa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente lidera com 38% a 21%. O cenário muda um pouco quando o petista é desconsiderado na corrida pela reeleição.

Contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), Tarcísio empata - ambos marcam 23% de intenção de voto. Já com o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), Tarcísio fica na igualdade técnica, com 24% do ex-governador paulista contra 22%. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

A pesquisa foi realizada nos dias 29 e 30 de julho, com 2.004 eleitores em 130 municípios.