Europa e Ucrânia se opõem à proposta de cessar-fogo de Putin e criam contraproposta

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Potências europeias e a Ucrânia responderam ao plano de cessar-fogo do presidente russo, Vladimir Putin, no sábado (9) com uma contraproposta que, segundo eles, deve servir como base para que as próximas conversas entre o presidente americano, Donald Trump, e o líder russo ganhem tração, de acordo com dois oficiais europeus familiarizados com as negociações.

A iniciativa europeia rejeitou uma proposta russa de trocar partes da região de Donetsk controladas pela Ucrânia por um cessar-fogo. Essa proposta foi apresentada em uma reunião com altos funcionários dos Estados Unidos na Inglaterra no sábado.

Governos europeus, incluindo Grã-Bretanha, Alemanha e França, bem como a Ucrânia, se apressaram para responder à proposta de paz que surgiu do encontro da semana passada entre Putin e o enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, no Kremlin. Após essas conversas, o presidente Trump deixou expirar seu prazo autoimposto para impor sanções secundárias severas à Rússia e concordou com uma cúpula com Putin no Alasca em 15 de agosto.

O objetivo europeu é traçar uma linha vermelha comum junto com a Ucrânia que, de acordo com oficiais europeus, deve se aplicar a qualquer potencial negociação com a Rússia. "O futuro da Ucrânia não pode ser decidido sem os ucranianos, que têm lutado por sua liberdade e segurança há mais de três anos", postou o presidente francês Emmanuel Macron nas redes sociais no sábado. "Os europeus também necessariamente farão parte da solução, pois isso diz respeito à sua segurança."

A proposta europeia inclui exigências de que um cessar-fogo deve ocorrer antes de qualquer outra medida ser tomada. Também afirma que o território só pode ser trocado de maneira recíproca - o que significa que, se a Ucrânia se retirar de algumas regiões, a Rússia deve se retirar de outras. "Você não pode iniciar um processo cedendo território no meio de combates", disse um negociador europeu.

O plano europeu foi apresentado ao vice-presidente americano, J.D. Vance, ao secretário de Estado, Marco Rubio, ao enviado de Trump para a Ucrânia, Keith Kellogg, e a Witkoff. A proposta estipula que qualquer concessão territorial por parte de Kiev deve ser protegida por garantias de segurança inabaláveis - incluindo a potencial adesão da Ucrânia à Otan.

De acordo com vários oficiais informados sobre a proposta trazida por Witkoff de Moscou, Putin disse que concordaria com um cessar-fogo em troca de a Ucrânia entregar aproximadamente um terço da região leste de Donetsk, que Kiev ainda controla. A linha de frente seria congelada em outros lugares, incluindo nas regiões de Zaporizhzhia e Kherson, que a Rússia também reivindica como suas.

Fonte: Dow Jones Newswires*

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela redação do Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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Estiveram presentes o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante; o Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen; a diretora do Cemaden, Regina Célia Alvalá; e a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luciana Santos. A cerimônia ocorreu no espaço interno do navio Atlântico, ancorado no porto de Belém e que funcionará como base de operações e apoio logístico das Forças Armadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30).

A ideia da parceria é unir esforços técnicos, científicos e institucionais para fortalecer a capacidade nacional de prevenção, monitoramento e resposta aos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes.

"Estamos tendo desastres extremos cada vez mais frequentes e intensos. Estamos desenvolvendo esforços de prevenção, com programa de descarbonização e outras iniciativas. Mas nós também temos que nos preparar para a resposta.

Salvar vidas em primeiro lugar e recuperar as estruturas, as comunicações, a economia", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com Mercadante, a expectativa é de que, com base nas estudos que serão realizados, o plano nacional esteja concluído em outubro do próximo ano.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou neste sábado, 8, que o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto de lei antifacção enviado ao Congresso pelo Executivo "preserva avanços" do texto do governo federal e "endurece as penas contra o crime".

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O anúncio gerou fortes críticas de governistas. O líder do PT na Câmara dos Deputados afirmou que a escolha de Derrite como relator do projeto como um "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também ressaltou que a decisão "beira uma provocação". Já a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, disse que a escolha "contamina o debate com os objetivos eleitoreiros de seu campo político".

Horas depois do anúncio Derrite já publicou seu parecer sobre o tema, que pode ser analisado na Câmara dos Deputados já na próxima semana.

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Em uma carta de "chamado à ação", divulgada na noite da última sexta-feira, 7, Lula pediu a prevenção às chamadas "medidas unilaterais de comércio" com justificativas ambientais.

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O presidente defendeu mais uma vez que sejam implementadas ações concretas para o aumento do financiamento climático por parte dos países desenvolvidos. Lula pede que os países adotem o Roteiro Baku-Belém, produzido pelos presidentes da COP30, André Corrêa do Lago, e da COP29, Mukhtar Babayev, para alcançar a marca de US$ 1,3 trilhão.

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Grande destaque a Cúpula de Líderes, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) também foi citado pelo presidente. Lula sugere que haja uma ampliação do financiamento para florestas e aportes em mecanismos como o fundo.

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Em sua carta, o presidente defende novamente a implementação do que foi acordado durante a COP-28, em Dubai. Na ocasião, os países concordaram em promover o afastamento rumo ao fim dos combustíveis fósseis, mas não definiram um cronograma.

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Com o fim do encontro de chefes de Estado no último dia 7, os países se preparam para iniciar a rodada de negociações da COP-30 a partir de segunda-feira, 10. A Cúpula foi considerada bem sucedida pelo governo brasileiro e há expectativa de que o clima favorável se estenda às reuniões da COP-30.