Morre Miguel Uribe, senador e pré-candidato que sofreu atentado na Colômbia

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Morreu nesta segunda-feira, 11, o senador e pré-candidato a presidência da Colômbia Miguel Uribe Turbay, de 39 anos. Ele estava internado em estado crítico em Bogotá após ser baleado na cabeça durante um evento de campanha em junho.

 

Uribe, de 39 anos, era senador de oposição ao atual governo e um dos favoritos na corrida eleitoral colombiana. O senador também era neto de um ex-presidente e filho de uma jornalista sequestrada e assassinada pelo Cartel de Medellín.

 

O senador foi baleado na noite de 7 de junho enquanto discursava em um evento de rua na capital colombiana, em meio ao crescimento de atos políticos visando as próximas eleições presidenciais na Colômbia, em março de 2026.

 

No atentado, Uribe foi atingido por três tiros, dois na cabeça e um na coxa esquerda. O suspeito é um adolescente de 15 anos que disparou de uma motocicleta, e polícia ainda não havia informado, até a última atualização desta reportagem, se ele tem vínculo com algum grupo político ou criminoso.

 

Desde então, Uribe estava na UTI da Fundação Santa Fé de Bogotá, mas não resistiu aos ferimentos.

 

Uribe era advogado e membro do partido de oposição Centro Democrático, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe - apesar do sobrenome em comum, eles não têm parentesco.

 

Nascido em Bogotá em 1986, o senador se formou em Direito e fez mestrado em Políticas Públicas pela Universidade de los Andes. Realizou também mestrado em Administração Pública na Escola de Governo de Harvard, nos Estados Unidos. Uribe deixa esposa e um filho.

 

Neto de ex-presidente

 

Uribe é neto do ex-presidente Julio César Turbay Ayala e filho de Diana Turbay, uma jornalista sequestrada e morta pelo Cartel de Medellín em 1991. Turbay era considerada uma profissional de renome, sendo responsável pela direção do noticiário Cripton, na época.

 

Conforme a mídia local, ela foi sequestrada por um grupo de narcotraficantes do Cartel de Medellín, chamados de "Los Extraditables", então liderados por Pablo Escobar.

 

Ela foi assassinada em 25 de janeiro de 1991, durante uma tentativa de resgate. Após o assassinato de sua mãe, Miguel Uribe Turbay, com 5 anos na época, foi criado por seu pai, Miguel Uribe Londoño, e pela avó, Nydia Quintero.

 

"Essa experiência forjou em Miguel uma firme convicção de combater a violência e o narcoterrorismo, e o inspirou a dedicar sua vida ao serviço público", diz a página oficial do senador na internet.

 

Trajetória política

 

Miguel Uribe deu início a sua trajetória política aos 26 anos, na sua cidade natal, Bogotá. Em 2012, foi eleito vereador da capital colombiana pelo Partido Liberal Colombiano, e atuou também como presidente do Conselho Municipal. Em 2016, foi nomeado Secretário de Governo pelo então prefeito Enrique Peñalosa.

 

As atuações em seis anos de carreira na política renderam a Uribe, em 2018, o reconhecimento da organização internacional One Young World, como um dos 10 jovens políticos mais influentes do mundo.

 

Em 2019, Uribe lançou sua candidatura à Prefeitura de Bogotá por um movimento independente chamado "Avancemos", mas não foi eleito.

 

Anos mais tarde, em 2022, se candidatou ao Senado, como líder da chapa do Centro Democrático. Foi o candidato mais votado do país, e eleito com 226.922 votos.

 

Ele era pré-candidato à presidência da Colômbia, cargo hoje ocupado por Gustavo Petro. A eleição está marcada para maio de 2026.

 

Atentado

 

Miguel Uribe foi baleado na cabeça por volta das 19h30 (de Brasília) do dia 7 de junho, um sábado, em um evento de campanha realizado em Bogotá, de acordo com a mídia local.

 

Um suspeito de ser autor dos disparos, um adolescente de 15 anos foi apreendido no local do ataque com uma arma de fogo. O jovem não teria agido sozinho, segundo o governo colombiano, que ofereceu uma recompensa de mais de US$ 70 mil por informações que levem à identificação e captura de todos os responsáveis.

 

Diversas imagens e vídeos nas redes sociais mostram as fortes cenas do atentado e as tentativas de aliados de colocar Uribe dentro de uma ambulância.

 

Ele foi levado a Fundação Santa Fé de Bogotá e passou por um procedimento neurocirúrgico e vascular periférico. Depois de vários dias na UTI, Uribe não resistiu aos ferimentos.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou ontem que o Marco Legal de Combate ao Crime Organizado, relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP), representa uma convergência de propostas sobre o tema do Executivo e do Legislativo. Segundo o parlamentar, o texto reúne "o melhor do projeto apresentado pelo governo federal e o melhor de iniciativas debatidas dentro do Congresso".

Ainda de acordo com Motta, o objetivo do projeto é fortalecer o enfrentamento das organizações criminosas "sem perder a nossa soberania". O presidente da Câmara também elogiou a condução da proposta por Derrite e declarou que o texto mostra maturidade política. "É a prova de que não importa de onde a ideia vem. Se ela é boa para o País, a gente leva adiante", escreveu Motta no X (antigo Twitter).

No sábado, Motta já havia defendido o relatório de Derrite. O presidente da Câmara afirmou que o parecer "preserva avanços" do texto do governo federal e "endurece as penas contra o crime". "Quando o tema é segurança, não há direita nem esquerda, há apenas o dever de proteger", postou nas redes sociais.

O anúncio de Derrite como relator do projeto, na última sexta-feira, provocou fortes críticas entre governistas, que falaram em "provocação" e "desrespeito" ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Derrite se licenciou do cargo de secretário da Segurança Pública de São Paulo para reassumir sua cadeira na Câmara.

PAUTA. A proposta - que passou a ser chamada de "PL Antifacção" - é uma das prioridades da Câmara e deve ser colocada em votação nos próximos dias, conforme planejamento do comando da Casa. O texto foi encaminhado pelo governo ao Congresso na esteira da megaoperação policial no Rio que deixou 121 mortos e reúne medidas voltadas ao reforço de instrumentos de investigação, punição e cooperação entre forças de segurança no combate ao crime organizado.

No mesmo dia em que foi anunciado relator do projeto, Derrite alterou o texto apresentado pelo governo Lula para equiparar organizações criminosas a organizações terroristas. "Não se trata de classificar as organizações criminosas, paramilitares ou milícias privadas como 'organizações terroristas' em sentido estrito, mas de reconhecer que certas práticas cometidas por essas estruturas produzem efeitos sociais e políticos equivalentes aos atos de terrorismo, justificando, portanto, um tratamento penal equiparado quanto à gravidade e às consequências jurídicas", disse ele.

Conforme mostrou o Estadão, após a megaoperação policial no Rio, em menos de uma semana, o governo Lula e parlamentares apresentaram no Congresso 51 projetos de lei sobre segurança pública.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 10, traz Portaria da Secretaria-Geral da Presidência da República, que instituiu o Programa "Governo na Rua" e cria o Grupo de Trabalho Técnico com a finalidade de estudar, diagnosticar e propor projetos de atuação para ampliar a política de participação social. "O Programa tem como finalidade primordial promover a ampliação e o aprofundamento da participação social e da democracia, por meio da atuação direta nos territórios", diz o artigo 2º da portaria assinada pelo ministro Guilherme Boulos.

A ideia do programa é promover escuta ativa, diálogo social e divulgação direta das políticas públicas no País, "de modo a fortalecer a presença do governo federal junto à sociedade e ampliar o acesso das pessoas aos serviços e programas públicos". As diretrizes do Programa são: transversalidade das políticas públicas; inclusão e diversidade; equidade territorial; inovação na participação social; e promoção da cidadania.

Já o Grupo de Trabalho Técnico será instituído para a fase de estudo, diagnóstico e desenho do Programa. Caberá ao grupo fazer um diagnóstico de problemas e análise para verificar se os modelos atuais de implementação e participação social são coerentes com as diretrizes do governo.

Terá ainda que analisar os arranjos de implementação das políticas públicas federais nos Estados, municípios e no Distrito Federal; propor princípios, diretrizes e orientações para o funcionamento e a articulação de mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e participação social. Caberá ao grupo de trabalho apresentar proposta de norma para a execução e institucionalização do Programa "Governo na Rua" como programa permanente da Secretaria-Geral da Presidência.

A Portaria define ainda o prazo de 60 dias para o Grupo de Trabalho Técnico, prorrogáveis por igual período, para apresentar o relatório final com as propostas de diretrizes e o ato normativo de institucionalização e execução do programa.

Três dos quatro ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) votaram pelo recebimento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Eduardo Tagliaferro, que foi assessor de Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com isso, será aberta uma ação penal e ele será transformado em réu.

Ele foi acusado de agir contra a legitimidade do processo eleitoral e atuar para prejudicar as investigações de atos como os de 8 de janeiro de 2023. Tagliaferro está na Itália. O governo brasileiro já iniciou um processo de extradição contra ele.

A votação começou no plenário virtual na sexta-feira, 7, e deve ser oficialmente encerrada na próxima sexta-feira, 14. Votaram até agora Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin. Falta o voto de Cármen Lúcia.

O ex-assessor responderá por quatro crimes: revelar ou facilitar a divulgação de um fato que o servidor público tem conhecimento em razão do seu cargo e que deve permanecer secreto; coação no curso de processo judicial; tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito; e tentar impedir ou dificultar investigação contra organização criminosa.

"A participação do denunciado manifestou-se de forma engendrada com a organização criminosa que atuava com o objetivo de praticar golpe de Estado, reforçando a campanha de deslegitimação das instituições mediante vazamento de informações sigilosas e criação de ambiente de intimidação institucional", escreveu Moraes no voto.

Após instaurada a ação penal, as investigações serão aprofundadas, com a produção de provas e o depoimento do acusado, de testemunhas de defesa e de testemunhas de acusação. Ao fim das apurações, a Primeira Turma vai realizar o julgamento final, que pode ser pela condenação ou absolvição do réu.