Trump envia navios de guerra para Venezuela por promessa de combate às drogas

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Os Estados Unidos estão enviando três contratorpedeiros com mísseis guiados Aegis para as águas ao largo da Venezuela, como parte dos esforços do presidente Donald Trump para combater as ameaças dos cartéis de drogas latino-americanos, de acordo com um funcionários americanos informados sobre o plano.

O USS Gravely, o USS Jason Dunham e o USS Sampson devem chegar em breve, disse o funcionário, que não estava autorizado a comentar e conversou com a agência The Associated Press nesta terça-feira, 19, sob condição de anonimato.

Um funcionário do Departamento de Defesa confirmou que os navios foram designados para a região em apoio aos esforços de combate às drogas. O funcionário disse que os navios seriam enviados para permanecer "ao longo de vários meses".

A implementação de contratorpedeiros e pessoal dos EUA ocorre no momento em que Trump pressiona pelo uso das Forças Armadas dos EUA para impedir os cartéis que ele culpa pelo fluxo de fentanil e outras drogas ilícitas nas comunidades americanas e pela perpetuação da violência em algumas cidades dos EUA.

Trump também pressionou a presidente mexicana Claudia Sheinbaum a cooperar mais em matéria de segurança do que seu antecessor, sendo mais agressiva na perseguição aos cartéis mexicanos. Mas ela traçou uma linha clara quando se trata da soberania do México, rejeitando sugestões de Trump e outros de intervenção das Forças Armadas dos EUA.

Em fevereiro, Trump designou o Tren de Aragua da Venezuela, o MS-13 em El Salvador e seis grupos baseados no México como organizações terroristas estrangeiras. O governo republicano também intensificou a fiscalização da imigração contra supostos membros de gangues.

A designação é normalmente reservada para grupos como a al-Qaeda ou o Estado Islâmico, que usam a violência para fins políticos - não para redes criminosas focadas em dinheiro, como os cartéis latino-americanos.

Mas o governo Trump argumenta que as conexões internacionais e as operações dos grupos - incluindo tráfico de drogas, contrabando de migrantes e ações violentas para expandir seu território - justificam a designação.

O Ministério da Comunicação da Venezuela não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Na segunda-feira, 18, o ditador venezuelano Nicolás Maduro disse que os EUA aumentaram suas ameaças contra a Venezuela e anunciou que iria ordenar a mobilização de mais de 4,5 milhões de milicianos em todo o país.

Composta por aproximadamente 5 milhões de reservistas, segundo dados oficiais, a Milícia foi criada pelo ditador Hugo Chávez, morto em 2013, e tornou-se posteriormente um dos cinco componentes da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

"O império enlouqueceu e renovou suas ameaças à paz e à tranquilidade da Venezuela", disse Maduro em um evento em Caracas, sem mencionar nenhuma ação específica.

No início deste mês, o governo Trump anunciou que dobraria para US$ 50 milhões a recompensa pela prisão de Maduro, acusando-o de ser um dos maiores narcotraficantes do mundo e de trabalhar com cartéis para inundar os EUA com cocaína misturada com fentanil.

Maduro foi indiciado em um tribunal federal de Nova York em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, junto com vários aliados próximos, sob acusações federais de narcoterrorismo e conspiração para importar cocaína. Na época, os EUA ofereceram uma recompensa de US$ 15 milhões por sua prisão.

*Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do Broadcast.

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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 19, a aceleração da tramitação de um projeto de resolução que endurece a punição para parlamentares que realizem obstruções físicas no plenário.

De acordo com o projeto da Mesa Diretora, o Código de Ética e Decoro Parlamentar passará a prever suspensão do exercício do mandato por seis meses ao parlamentar que "praticar agressão física nas dependências da Câmara" e "impedir ou obstaculizar, por ação física ou por qualquer outro meio que extrapole os limites do exercício regular das prerrogativas regimentais, o funcionamento das atividades legislativas".

A proposta passou com 266 votos a favor, 114 contra e uma abstenção. A decisão de Motta ocorreu após reunião com os líderes de bancadas, realizada no fim da manhã desta terça-feira.

De acordo com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), todos os líderes concordaram em pautar a resolução, apenas o PL não se pronunciou. O petista também disse não saber se o tema das prerrogativas parlamentares vai estar na pauta.

Motta discursou em defesa de resolução no plenário, durante a votação. "Todos que participaram daquele momento sabem que momentos como aquele não podem e nem irão repetir. Essa é uma demonstração de que precisamos ser enérgicos com esse tipo de atitude", disse o presidente da Câmara. "Se acontecer novamente episódios como aqueles, temos a condição de punir, de sermos pedagógicos com quem não cumprir com o regimento interno."

O texto deverá passar por alterações a pedido do PL, resistente à proposta. Antes, a expectativa era de já votar a resolução ainda nesta terça-feira, 19. Motta ainda deverá escolher um relator para analisar a matéria.

Deputados bolsonaristas ocuparam a Mesa Diretora da Câmara no último dia 5. A intenção dos parlamentares era permanecerem sentados nas cadeiras da Casa legislativa para impedir os trabalhos do plenário até que se aprovasse uma anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a proposta de emenda à Constituição do fim do foro privilegiado.

Motta retomou a cadeira para abrir a sessão plenária somente na noite do dia 6. "O que aconteceu entre o dia de ontem e o dia de hoje, em um movimento de obstrução física, não fez bem a esta Casa. A oposição tem todo o direito de se manifestar, a oposição tem todo o direito de expressar a sua vontade", afirmou o presidente da Casa, que defendeu sempre ter lutado pelas prerrogativas dos deputados e pelo livre exercício do mandato parlamentar.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) arquivou a investigação sobre suspeita de rachadinha no gabinete do desembargador Ivo de Almeida, afastado do Tribunal de Justiça de São Paulo na Operação Churrascada.

O arquivamento não afeta a investigação que atribui ao desembargador corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e advocacia administrativa, crimes pelos quais ele foi denunciado pela PGR.

Ivo de Almeida está afastado das funções desde que a Polícia Federal deflagrou a Operação Churrascada, em junho de 2024, e fez buscas em sua casa e no gabinete no Tribunal de Justiça.

Além do desembargador, dois servidores eram investigados: Silvia Rodrigues, assistente jurídica, e Marcos Alberto Ferreira Ortiz, chefe de seção judiciária. Eles entraram na mira da investigação porque fizeram transferências fracionadas para a conta do magistrado.

Após mais de um ano de investigação, com a quebra do sigilo fiscal e buscas nos endereços dos servidores, a PGR concluiu que não há provas suficientes para denunciar Silvia e Ortiz por suposta prática de 'rachadinha'. O inquérito pode ser reaberto se surgirem suspeitas novas.

"Conquanto existam indícios que, em tese, sugerem envolvimento colateral, tais elementos revelam-se insuficientes para demonstrar participação efetiva, consentimento ou anuência nos atos ilícitos apurados, razão pela qual não se vislumbra, neste momento, viabilidade para o oferecimento de ação penal", diz o parecer da subprocuradora Luiza Cristina Frischeisen.

Ivo de Almeida recebeu R$ 641 mil dos servidores do seu gabinete entre fevereiro de 2016 e setembro de 2022.

A Procuradoria-Geral da República considerou que Silvia conseguiu comprovar que as transferências foram feitas a título de "reembolsos por despesas cotidianas".

O desembargador sempre negou a 'rachadinha'.

O criminalista Átila Machado, que representa o magistrado, considera que o arquivamento dessa parte da investigação enfraquece as demais acusações da PGR.

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), prorrogou por um ano o afastamento de quatro desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão, todos denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) nos autos da Operação 18 Minutos - investigação da Polícia Federal sobre suposto esquema de venda de sentenças na Corte estadual.

Noronha acolheu pedido da Procuradoria-Geral da República ao considerar 'imprescindível' a medida - para 'proteção da ordem pública e da credibilidade da jurisdição' - que mantêm longe do Tribunal os magistrados denunciados por corrupção, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A decisão atinge os desembargadores Antênio Pacheco Guerreiro Júnior, Luiz Gonzaga Almeida Filho, Nelma Celeste Sousa Silva - cunhada do ex-presidente Sarney - e Marcelino Everton Chaves.

Segundo a acusação da PGR, os desembargadores e mais dois juízes de primeiro grau - Alice de Souza Rocha e Cristiano Simas de Souza - operavam verdadeira 'mercancia de decisões judiciais' com o conluio de políticos, advogados e servidores.

A Procuradoria sustenta que os juízes agiam 'no exercício e em razão das funções públicas' e com 'uso de gabinetes, assessores e estruturas do tribunal para viabilizar ilícitos'.

A trama teria resultado ao grupo togado uma arrecadação de R$ 54 milhões em propinas. Todos negam ilícitos.

A operação foi batizada 18 Minutos porque esse era o tempo entre o despacho de sentenças e o saque de valores na boca do caixa em favor de beneficiários da fraude. Ao todo, são 29 os denunciados, inclusive 13 advogados e três assessores dos juízes.

Em outubro do ano passado, os magistrados foram afastados das funções pela primeira vez na Operação 18 Minutos, quando a Polícia Federal deflagrou a fase ostensiva da investigação por ordem do ministro Noronha.

Interferências

Em julho último, a Procuradoria comunicou a Noronha que o prazo de afastamento iria expirar no dia 7 de agosto. No dia 6, ele decidiu prorrogar por mais um ano a cautelar.

Noronha aponta a 'gravidade concreta das imputações que envolvem organização criminosa supostamente instalada no âmbito do Tribunal de Justiça do Maranhão'.

O ministro também alerta para 'a necessidade de impedir interferências no andamento do processo penal originário' e na coleta de provas complementares.

Ele anotou que o afastamento deve ser prolongado diante da subsistência dos fundamentos que motivaram a imposição das cautelares, 'os quais permanecem atuais e relevantes', assim como a proibição de contatos com outros investigados e de acesso às dependências do tribunal.

Dissipação

Noronha ainda manteve de pé o sequestro e indisponibilidade de bens dos alvos da investigação 18 Minutos. Segundo ele, as medidas são 'necessárias e adequadas para impedir a dissipação do produto do crime e a frustração da reparação de dano (...) evitando a continuidade das práticas ilícitas'.

"Não há elementos novos que autorizem a revogação ou o afrouxamento das medidas", anotou o ministro.