Quem é Irina Zarutska, refugiada ucraniana de 23 anos morta em um metrô nos EUA

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Irina Zarutska tinha 23 anos e havia fugido da guerra da Ucrânia com a família, em 2022, para morar com a família como refugiada nos Estados Unidos. Em agosto deste ano, foi brutalmente assassinada por um homem negro em um metrô na cidade de Charlotte no estado da Carolina da Norte, episódio que foi politizado pelo presidente Donald Trump, que acusa o Partido Democrata de enfraquecer as leis penais americanas.

O caso de Zarutska só ganhou atenção neste mês de setembro, após a divulgação do vídeo com a sua morte pelas câmeras de segurança. A jovem está sentada, vestida com o uniforme da pizzaria onde trabalhava, olhando para o seu telefone quando, de repente, um homem sentado atrás dela se levanta, segurando uma faca em sua mão direita levantada. Momentos depois, a polícia diz, ele esfaqueou e matou a Zarutska, em um ataque que pareceu ser aleatório e não provocado.

A polícia prendeu Decarlos Brown Jr. logo após e o acusou de homicídio em primeiro grau. A indignação sobre o assassinato em Charlotte é parte de um padrão no qual o Presidente Trump e seus aliados destacam crimes horríficos para reforçar seu argumento de que o país é assolado por "carnificina americana", como Trump colocou em seu primeiro discurso inaugural, apesar das estatísticas que mostram uma queda no crime.

Em Charlotte, o crime total diminuiu 8% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a polícia, enquanto o crime violento diminuiu 25%.

Quem era Irina?

Irina Zarutska nasceu em Kiev, capital da Ucrânia, em 22 de maio de 2002. Em agosto de 2022, ela se mudou para os Estados Unidos com os pais, uma irmã e um irmão.

De acordo com o seu obituário, escrito pela própria família, Irina era formada em Arte e Restauro pela universidade de Synergy, em Kiev. Ela gostava de moda, e tinha o hábito de desenhar roupas, além de presentear amigos e familiares com suas obras de arte.

Irina cuidava dos animais de estimação dos vizinhos e sonhava em seguir carreira como assistente veterinária, ao mesmo tempo em que trabalhava para conquistar sua independência, aprendendo a dirigir. Nos EUA, ela se tornou fluente em inglês em muito pouco tempo.

"Irina será lembrada pela sua bondade, criatividade e pela impressão duradoura que deixou em todos que conheceu. A sua ausência deixa um vazio profundo, mas o seu espírito permanecerá para sempre nos corações daqueles que a amavam", diz o texto assinado pela sua família.

Irina vivia em um abrigo antiaéreo na Ucrânia antes de se mudar para os EUA para escapar da guerra.

Politização do caso

A polícia prendeu Decarlos Brown Jr. logo após e o acusou de homicídio em primeiro grau. Mas o brutal assassinato não chamou a atenção generalizada até que as imagens de segurança foram divulgadas, momento em que se tornou um acelerador para argumentos conservadores sobre crime, raça e as percebidas falhas dos sistemas de justiça das grandes cidades e dos principais meios de notícias na era Trump.

Isso porque Decarlos Brown Jr. estava em liberdade apesar de 14 prisões criminais anteriores, incluindo acusações de assalto à mão armada, furto em lojas e danos à propriedade privada.

O deputado Mark Harris, republicano que representa partes de Charlotte, chamou o ataque de "um microcosmo de uma epidemia nacional".

Nesta segunda-feira, 8, a Casa Branca chamou Brown, que segundo as autoridades é sem-teto e tem problemas mentais, de "monstro perturbado" com uma "longa ficha criminal", culpando os democratas locais pelo assassinato e acusando-os de serem brandos com o crime.

"É o culminar dos políticos, promotores e juízes democratas da Carolina do Norte priorizando agendas woke que falham em proteger seus cidadãos quando eles mais precisam", disse o comunicado da Casa Branca.

Os principais líderes legislativos da Carolina do Norte afirmaram que pretendem avançar com um pacote de propostas legislativas destinadas, em parte, a tornar mais rigorosas as regras de libertação antes do julgamento.

O pacote - cujos contornos foram apresentados por Berger e pelo presidente da Câmara, Destin Hall - também poderá incluir um esforço para reiniciar a pena de morte no estado e impedir que o governador e outros funcionários do poder executivo criem comissões que, segundo Berger, incentivam políticas locais que favorecem os perpetradores.

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Durante o evento, Lula chegou a sugerir, em tom de brincadeira, que o nome da EBSERH passe a ser "Minhocão". No entanto, ao Broadcast Político, Chioro disse que ainda não há a previsão de um novo nome.

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Neste sábado, a empresa promove a "EBSERH em Ação - Agora Tem Especialistas", com a realização de 29 mil procedimentos no Brasil, entre eles 22.700 exames, 4.500 consultas e 1.900 cirurgias eletivas, em especialidades como oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e saúde da mulher.

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