Hamas liberta 24 reféns de Gaza e Israel solta 39 prisioneiros palestinos

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Depois de quase sete semanas em cativeiro, 24 reféns sequestrados pelo Hamas no dia 7 de outubro foram libertados nesta sexta-feira, 24. Em troca, Israel soltou 39 prisioneiros palestinos, completando a primeira fase do acordo de cessar-fogo temporário que interrompeu os combates na Faixa de Gaza.

Foram 13 reféns israelenses - todas mulheres e crianças - inicialmente transferidas para o Egito antes de serem devolvidas a Israel. Quatro eram crianças pequenas e a maioria das nove mulheres tinha mais de 70 anos. Além disso, 10 tailandeses e 1 filipino também foram soltos - eles eram trabalhadores agrícolas que viviam no sul de Israel.

O início da trégua de quatro dias levou esperança para as famílias dos reféns, um breve alívio para os habitantes de Gaza castigados pela guerra e um ligeiro sentimento de otimismo sobre o futuro do conflito. Israel e Hamas afirmaram que respeitarão o acordo, mas no passado muitas tréguas fracassaram., Além disso, ambos os lados sinalizaram que pretendem continuar os combates quando a pausa expirar.

Futuro

Outros reféns devem ser libertados neste sábado, 25, e nos próximos dois dias, totalizando 50 pessoas. Israel afirma que haverá um dia adicional de trégua para cada 10 reféns amais que forem liberados pelo Hamas. A troca foi intermediada por Catar, Egito e EUA. O presidente americano, Joe Biden, disse acreditar que exista "possibilidades reais" de se estender o cessar-fogo. "É apenas o começo, mas até agora tudo vai bem", disse.

O primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, afirmou que seu objetivo era liberar todos os reféns capturados pelo Hamas, que no seu ataque deixou 1,2 mil mortos em Israel, em sua maioria civis. "Estamos decididos a trazer de volta todos os nossos reféns", disse.

Em troca dos 13 reféns libertados, 39 mulheres e adolescentes palestinos saíram de prisões israelenses ontem, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar. A maioria é de Jerusalém Oriental e das cidades de Nablus e Ramallah, na Cisjordânia. Em frente à prisão de Ofer, uma multidão recepcionou os prisioneiros.

Os reféns israelenses foram entregues pela organização humanitária Crescente Vermelha a soldados israelenses, que receberam orientações de como tratá-los. Eles foram encaminhados a hospitais.

Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, principal porta-foz das Forças Armadas de Israel, os exames médicos iniciais dos reféns mostraram que eles não enfrentam emergências médicas com risco de vida, mas seriam submetidos a exames adicionais.

Os menores de 12 anos foram recebidos na fronteira por suas famílias. Os mais velhos encontraram seus parentes nos hospitais, onde também foram informados pelos serviços de segurança sobre a situação atual na Faixa de Gaza. Doze das recém-libertadas estavam entre as cerca de 75 pessoas sequestradas do kibutz Nir Oz. A outra israelense estava entre as pessoas que foram levadas do kibutz Nirim.

Reencontro

Uma das reféns israelenses soltas ontem foi Doron Katz Asher, de 34 anos, com suas duas filhas, de 4 e 2 anos. Elas foram sequestradas com a mãe de Doron, Efrat Katz, de 67 anos. O marido de Doron se comunicou com ela no dia do ataque, quando ela disse a ele que havia terroristas dentro da casa de sua mãe, onde estava hospedada.

Mais tarde naquele dia, ele viu os membros de sua família num vídeo publicado nas redes sociais, que os mostrava elas sendo conduzidas na traseira de uma caminhonete pelos terroristas. Rastreando remotamente o telefone de sua mulher, Asher viu que o dispositivo foi levado para Khan Younis, cidade no sul de Gaza, e, desde então, não tinha tido mais notícias suas.

Acordo deve permitir entrada de mais ajuda humanitária ao enclave

O porta-voz do posto de fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito, Wael Abu Omar, informou que caminhões foram autorizados a entrar no enclave com ajuda humanitária e combustível, assim que teve início a trégua dos combates para a libertação dos reféns pelo Hamas.

O Escritório de Coordenação para Assuntos Humanitários (OCHA) da ONU anunciou que 137 caminhões com ajuda humanitária haviam sido descarregados no ponto de coleta da agência ontem. Essa foi uma das maiores entregas de assistência ao enclave desde o início da guerra.

Os bombardeios israelenses em resposta ao ataque do Hamas, em 7 de outubro, devastaram o território palestino e deslocaram 1,7 milhão dos seus 2,4 milhões de habitantes, segundo a ONU, que denuncia uma grave crise humanitária. A população encontra-se submetida desde 9 de outubro a um "cerco total" por parte de Israel, que cortou os fornecimentos de comida, água, eletricidade e medicamentos.

Ajuda

A trégua deve permitir agora a entrada de um maior número de comboios humanitários e de ajuda, incluindo combustível, segundo explicou o Catar, um dos mediadores do acordo de troca de prisioneiros entre Israel e Hamas.

Israel concordou em permitir a entrega de 130 mil litros de combustível por dia para Gaza durante a trégua. O combustível é essencial para o fornecimento de energia aos hospitais do território.

Longo prazo

A principal agência de desenvolvimento dos EUA fez um apelo para um rápido aumento da assistência humanitária para Gaza a longo prazo, chamando a ajuda de "urgente e imperativa".

A chefe da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Samantha Power, emitiu um comunicado na quinta-feira. "Com 1,7 milhão de pessoas em Gaza deslocadas internamente e praticamente todos os 2,3 milhões de habitantes necessitando de ajuda, a escala das necessidades humanitárias em Gaza é impressionante", escreveu Power. "É urgente e imperativo que sejam criados mecanismos duradouros para acelerar significativamente o ritmo da ajuda sustentada a Gaza." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda nesta sexta-feira, 2, com reuniões no Palácio do Planalto. Às 9h, Lula se encontra com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Em seguida, às 10h, recebe o ministro da Defesa, José Múcio.

Durante a tarde, o presidente tem audiência às 15h com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves. Uma hora depois, às 16h, Lula se reúne com o chefe do Gabinete Pessoal do Presidente da República, Marco Aurélio Marcola, e com o chefe do Gabinete Adjunto de Agenda do Gabinete do Presidente da República, Oswaldo Malatesta.

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Uma pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

O líder do PDT na Câmara dos Deputados, Mário Heringer (MG) critica a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nessa crise e o tratamento dado ao ministro da Previdência, Carlos Lupi. Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base.

Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes. Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

Pesquisa AtlasIntel divulgada nesta quinta-feira, 1º., mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que o ministro da Previdência, Carlos Lupi, deveria ser demitido do cargo após a crise no Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), alvo de operação que apura um esquema que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

A pesquisa também diz que 84,4% dos brasileiros "acompanharam bem o caso", ante 15,6% que sabem pouco do assunto. O levantamento ouviu mil brasileiros entre esta terça-feira, 29, e esta quinta-feira. A margem de erro é de três pontos porcentuais para cima ou para baixo.

A pesquisa também ouviu se os entrevistados conhecem ou não pessoas afetadas ou se eles próprias foram lesadas. O resultado mostra que 58% dos brasileiros não foram vítimas e nem conhecem prejudicados; outros 35,6% conhecem quem foi teve descontos indevidos em benefícios do INSS e outros 6,4% foram vítimas.

Até o momento, o governo sinaliza que Lupi deverá permanecer no cargo. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.

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