Índia tenta escavação manual para liberar 41 trabalhadores presos há mais de 2 semanas em túnel

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As autoridades da Índia disseram nesta segunda-feira, 27, que devem começar a escavação manual no que esperavam ser a fase final do resgate dos 41 trabalhadores da construção civil presos em um túnel montanhoso que desabou no norte do país há mais de duas semanas.

As equipes de resgate começaram a perfurar verticalmente - um plano alternativo para escavar horizontalmente pela frente - com uma máquina de perfuração recém-substituída escavando cerca de 32 metros, segundo autoridades.

Devendra Patwal, funcionário de gestão de desastres no local, disse que eles estavam preparados para todos os tipos de desafios, mas esperavam não enfrentar forte resistência da montanha. "Não sabemos o que a furadeira terá que cortar. Pode ser solo solto ou pedras. Mas estamos preparados", afirmou.

Até agora, as equipes de resgate escavaram e inseriram tubos - depois de cavar horizontalmente - de até 46 metros, soldados entre si para servir de passagem de onde os homens seriam retirados em macas com rodas.

A máquina de perfuração quebrou repetidamente devido ao terreno montanhoso da área e foi danificada irreparavelmente na sexta-feira, 24, precisando ser substituída. As equipes de resgate trabalharam durante a noite para retirar partes da furadeira presas dentro dos canos para que a escavação manual pudesse começar, disse Patwal.

Os trabalhadores estão presos desde 12 de novembro, quando um deslizamento de terra no Estado de Uttarakhand fez com que uma parte do túnel de 4,5 quilômetros que eles estavam construindo desabasse a cerca de 200 metros da entrada.

A escavação vertical, que começou no domingo, 26, exigiu que as equipes de resgate escavassem cerca de 106 metros. O comprimento é quase o dobro dos aproximadamente 60 metros que eles precisam para cavar horizontalmente pela frente.

Eles também poderiam enfrentar riscos ou problemas semelhantes aos encontrados anteriormente, que danificaram a primeira máquina de perfuração que tentava cortar rochas. As vibrações de alta intensidade da perfuração também podem causar a queda de mais detritos.

À medida que a operação de resgate entrava no seu 16º dia, a incerteza sobre o destino dos trabalhadores tem aumentado. Alguns moradores fizeram orações hindus perto do túnel.

O que começou como uma missão de resgate que deveria durar alguns dias se transformou em semanas, e as autoridades ainda hesitam em fornecer um cronograma.

Algumas autoridades estavam esperançosas de que a missão de resgate fosse concluída na semana passada. No entanto, Arnold Dix, um especialista internacional que ajuda a equipa de resgate, disse aos jornalistas que estava confiante de que os trabalhadores estariam de volta com as suas famílias até ao Natal, sugerindo que estavam preparados para uma operação mais longa.

A maioria dos trabalhadores presos são trabalhadores migrantes de todo o país. Muitos familiares viajaram para o local, onde acamparam durante dias para obter atualizações sobre o esforço de resgate e na esperança de ver seus parentes em breve.

As autoridades forneceram aos trabalhadores presos refeições quentes por meio de um cano de 15 centímetros, após vários dias de sobrevivência apenas com comida seca enviada através de um cano mais estreito. O oxigênio também está sendo fornecido através de um tubo separado, e mais de uma dúzia de médicos, incluindo psiquiatras, estiveram no local monitorando a saúde dos trabalhadores.

O túnel que os operários estavam construindo foi projetado como parte da estrada para todos os climas de Chardham, que conectará vários locais de peregrinação hindu. Alguns especialistas dizem que o projeto, uma iniciativa emblemática do governo federal, irá agravar as condições de fragilidade no alto Himalaia, onde várias cidades são construídas sobre escombros de deslizamentos de terra. Fonte: Associated Press.

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O senador Humberto Costa (PT-PE) disse que a base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Senado vai "trabalhar fortemente" para impedir a aprovação de projetos de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. A afirmação foi feita ao veículo Poder 360 nesta segunda-feira, 24.

Ele é o relator do projeto de lei 1.068/2024 na Comissão de Defesa da Democracia (CDD) da Casa. A proposta, de autoria do senador Márcio Bittar (União-AC), prevê o perdão para "todos os crimes e contravenções penais" de "todos os envolvidos nos atos, manifestações e protestos ocorridos em Brasília" em 8 de janeiro de 2023.

"Nós vamos trabalhar fortemente para impedir que esse projeto seja colocado em pauta e, se for colocado em pauta, vamos trabalhar fortemente para que seja rejeitado", disse.

No início do mês, o senador também se manifestou contra a aprovação da anistia em sessão do Senado. "A maioria esmagadora da população deseja a apuração rigorosa dos fatos e condenação, após processo criminal com direito à defesa, daqueles que foram responsáveis pela realização daquele ataque à democracia", defendeu o relator.

Segundo Costa, a eleição dos presidentes do Senado e da Câmara mostrou que o tema não está no radar da agenda legislativa de 2025. Ele ressaltou que pesquisas apontam que a maioria da população é contrária ao perdão, e que muitos dos processos dos envolvidos nos atos ainda não foram concluídos. "Como pedir a anistia para alguém que não foi definitivamente julgado?", indagou.

O projeto do senador Márcio Bittar não é o único que trata do tema. A proposta de emenda à constituição (PEC) 70/2023 propõe anistiar os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro e restaurar os direitos políticos de cidadãos declarados inelegíveis por atos relacionados às Eleições de 2022. Ela aguarda a designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O projeto de lei 5.064/2023, do senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), e os projetos 2.987/2024 e 2.706/2024 versam sobre a mesma matéria. Segundo a Agência Senado, a tendência é que eles tramitem de forma conjunta na Comissão de Defesa da Democracia.

O ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida disse que Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, "se perdeu no personagem" ao denunciá-lo por assédio sexual. A ministra reagiu, chamando a declaração de Silvio de "desprezível" e "inaceitável". Investigado pela Polícia Federal, Silvio negou as acusações em entrevista ao UOL, publicada nesta segunda-feira, 24.

"A ministra Anielle Franco caiu numa armadilha pela falta de compreensão de como funciona a política […] Eu acho que ela se perdeu no personagem. Quando você se torna ministro de Estado, a intriga se torna uma arma política", afirmou Silvio.

O ex-ministro classificou a denúncia de Anielle como um "espalhamento de fofocas e intrigas". Esta é a primeira vez que Silvio Almeida fala sobre as acusações após a demissão.

"O objetivo talvez fosse minar minha credibilidade, tirar meu espaço em certos círculos da elite carioca, da academia, com pessoas ligadas ao sistema de justiça", disse o ex-ministro.

A Polícia Federal intimou Silvio Almeida para depor na próxima terça-feira, 25. Anielle criticou as falas de Silvio, publicadas um dia antes do depoimento.

"Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas", escreveu a ministra.

Anielle afirmou que as falas de Silvio são uma tentativa de "descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em 'fofocas' e 'brigas políticas'".

"O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade", afirmou.

Durante a entrevista, o ex-ministro dos Direitos Humanos negou as acusações de Anielle. Questionado se teria tocado a ministra durante uma reunião em Brasília, Silvio descreveu o espaço e afirmou: "Eu passaria a mão nas pernas de uma ministra numa reunião na frente do diretor geral da PF? Isso é um descalabro".

Silvio também falou sobre as acusações de outras vítimas, como a professora Isabel Rodrigues, que publicou um vídeo em seu Instagram no qual ela afirma ter sido vítima de assédio sexual pelo ex-ministro. O episódio teria ocorrido em agosto de 2019, segundo ela, anos antes de ele assumir o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania.

"Fiquei surpreso, porque fomos amigos durante anos [...] Achei esquisito. E incongruente em relação às atitudes que teve comigo há pouquíssimo tempo", disse.

O ex-ministro foi demitido do governo Lula em setembro do último ano, após as denúncias de assédio sexual serem reveladas pelo portal Metrópoles e confirmadas pela ONG Me Too.

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi hospitalizada na última sexta-feira, 21, em Xangai, na China, após passar mal e apresentar um quadro de pressão alta. Ela está sob cuidados médicos no Shanghai East International Medical Center. A informação foi confirmada ao Estadão pelo hospital.

Dilma cancelou sua viagem a Cape Town, na África do Sul, onde participaria de uma reunião com representantes do Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Desde 2023, a ex-presidente comanda o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). A nomeação dela ocorreu dentro do sistema de rodízio entre os países membros. Inicialmente, o Brasil ocuparia a presidência da instituição até julho de 2025, mas o governo brasileiro articulou a prorrogação do mandato por mais cinco anos. Atualmente, Dilma reside na China.