Museu na Inglaterra reconhece imperador romano como mulher trans e mudará pronome em exposições

Internacional
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Um museu do Reino Unido deve mudar o pronome utilizado para tratar uma figura do império romano em suas exposições após concluir, por meio de textos clássicos, que a preferência do imperador, historicamente tratado como homem, era por pronomes femininos. As informações são do jornal britânico The Telegraph.

O Museu North Hertfordshire, em Hitchin, na Inglaterra, disse que será "sensível" às supostas preferências de pronomes de Heliogábalo, que foi governante no século 3, e dará tratamento nas exposições como uma mulher transexual.

A decisão se baseia em textos clássicos que afirmam que Heliogábalo pediu para ser chamado de "senhora". De acordo com o museu, em um relato de Dião Cássio, um cronista romano, que escreveu que Elagabalus foi "chamado de esposa, amante e rainha", disse a um amante: "Não me chame de Senhor, pois sou uma Senhora", e pediu para que lhe fossem feitos órgãos genitais femininos.

Porém, esses relatos dividem opiniões, já que alguns historiadores apontam que essas supostas declarações podem ter sido atribuídas a Heliogábalo como forma de tentar manchar sua imagem. Essa teoria se potencializa pelo fato de que Dião Cássio serviu ao imperador Alexandre Severo, que assumiu o trono após o assassinato de Heliogábalo.

O museu possui um denário de prata cunhado no reinado de Heliogábalo. Nas exibições que apresentam a moeda, informações sobre ela e Heliogábalo, serão utilizados pronomes femininos. Heliogábalo governou Roma de 218 até seu assassinato, aos 18 anos, em 222.

"Tentamos ser sensíveis na identificação de pronomes para pessoas do passado, assim como somos para pessoas do presente. É apenas educado e respeitoso. Sabemos que Heliogábalo se identificou como mulher e foi explícito sobre quais pronomes usar, o que mostra que os pronomes não são uma coisa nova", disse Keith Hoskins, conselheiro Liberal Democrata e membro executivo para artes no North Herts Counci, ao The Telegraph.

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A Polícia Federal afirma que os irmãos Alex Rezende Parente e Fábio Rezende Parente, empresários do ramo de construção investigados na Operação Overclean, montaram um "sofisticado e estruturado esquema de lavagem de capitais e ocultação patrimonial".

O Estadão pediu manifestação da defesa. Em nota na terceira fase da Overclean, deflagrada neste mês, o advogado Sebástian Mello, que representa os empresários, afirmou que "todos os fatos serão oportunamente esclarecidos perante as autoridades competentes, assim que tiverem pleno acesso à decisão e demais elementos dos autos".

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O procurador Bradson Tiberio Luna Camelo, procurador do Ministério Público de Contas da Paraíba (MPC-PB), citou a música sertaneja "Evidências", da dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, para defender uma medida cautelar nesta sexta-feira, 18. Segundo Bradson, Allana Galdino, indicada ao Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB), deve devolver verbas obtidas por suposta improbidade administrativa e não pode "negar as evidências e viver fingindo". Os valores apontados pela auditoria do TCE-PB são de R$ 646.972,40.

"Por fim, lembro de frase repetida reiteradamente por todos os conselheiros: Esse Tribunal julga fatos, não pessoas! Como na célebre canção, aqui no Tribunal de Contas do Estado, não podemos negar as aparências e disfarçar as evidências, não podemos viver fingindo", escreveu o procurador.

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Allana Galdino foi indicada ao TCE-PB e teve o nome aprovado pela Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) no último dia 18 de março. Ela é filha do presidente da Casa Legislativa, Adriano Galdino (Republicanos). A Justiça do Estado chegou a suspender a nomeação dela por indícios de nepotismo, mas a decisão foi revogada um dia depois.

O procurador do MPC-PB acusa Allana, através de uma auditoria do TCE-PB, de ter sido uma servidora fantasma quando trabalhou na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag). Além do caso, configurado como descumprimento da idoneidade moral, o MP diz que a indicação fere a proibição do nepotismo em cargos públicos, já que o pai foi o responsável por conduzir a sessão que aprovou o nome dela para a Corte de Contas.

Na representação enviada nesta sexta, Bradson pede que a nomeação e a posse de Allana sejam suspensas até que o pedido do MPC-PB seja julgado. O procurador também quer que o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), e dois secretários dele forneçam explicações sobre a suposta atuação de Allana como "funcionária fantasma".

Caso o TCE-PB condene Allana a não poder assumir a Corte de Contas, Bradson também pediu que a filha do deputado devolva todo o dinheiro que recebeu enquanto esteve locada na Seplag.

A Justiça Federal decidiu que militares não podem receber, simultaneamente, os adicionais de tempo de serviço (ATS) e de compensação por disponibilidade militar (ACDM). Com isso, a União espera economizar cerca de R$ 3 bilhões ao ano. A decisão foi das Turma Nacional de Uniformização (TNU) do Conselho da Justiça Federal (CJF), e seguiu argumentados defendidos pela Advocacia-Geral da União (AGU).

A decisão determina que Juizados Especiais Federais e Turmas Recursais em todo o País barrem o recebimento acumulado por parte de integrantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Decreto de agosto de 2020 já proibia a acumulação dos dois adicionais, apontando que seria assegurado ao militar ou ao pensionista do militar falecido o recebimento do adicional mais vantajoso.

Contudo, integrantes das Forças questionavam essa decisão. O argumento é o de que limitar a remuneração acumulada feriria o princípio da irredutibilidade de vencimentos e o direito adquirido.

A Turma de Uniformização, porém, acolheu por unanimidade o argumento da AGU.

Segundo o advogado da União, Luís Felipe Cabral Pacheco, em comunicado divulgado pelo órgão, a decisão "pacifica a questão, reduz a judicialização e representa significativa economia de recursos públicos para as Forças Armadas, contribuindo para viabilizar, do ponto de vista orçamentário, a continuidade de suas relevantes missões institucionais".

O adicional de compensação por disponibilidade militar é uma parcela remuneratória mensal devida ao militar em razão de estar disponível de modo permanente e com dedicação exclusiva ao longo da carreira.

Esse benefício incide com porcentuais diversos sobre o soldo, a depender do posto ou graduação, podendo chegar a 41% em caso de almirantes de esquadra, generais do Exército ou tenentes-brigadeiros.