Tornados deixam pelo menos seis pessoas mortas no Tennessee

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Tempestades severas que atingiram a região central do Tennessee mataram seis pessoas neste sábado, 9, e levaram cerca de duas dúzias ao hospital, pois casas e empresas foram danificadas em várias cidades.

O Centro de Operações de Emergência de Nashville disse em um post em uma conta de mídia social que três pessoas, incluindo uma criança, foram mortas por tempestades severas em um bairro ao norte do centro da cidade. Enquanto isso, outras 23 pessoas foram tratadas por ferimentos em hospitais do condado de Montgomery.

Fotos postadas pelo corpo de bombeiros de Clarksville nas mídias sociais mostraram casas danificadas com detritos espalhados pelos gramados, um reboque de trator virado de lado em uma rodovia e isolamento arrancado das paredes dos edifícios.

"Esta é uma notícia devastadora e nossos corações estão partidos pelas famílias daqueles que perderam seus entes queridos", disse o prefeito de Clarksville, Joe Pitts, em um comunicado. "A cidade está pronta para ajudá-los em seu momento de luto". Nenhuma outra informação sobre as vítimas estava imediatamente disponível no sábado.

O Gabinete do Xerife do Condado de Montgomery disse em um comunicado que um tornado caiu por volta das 14 horas. Os moradores foram solicitados a ficar em casa enquanto os socorristas avaliavam a situação. Em uma nota compartilhada nas redes sociais, Pitts disse que houve danos extensos.

"Portanto, se precisar de ajuda, ligue para o 911 e a ajuda estará a caminho imediatamente. Mas, se puder, fique em casa. Não saiam para as estradas. Nossos socorristas precisam de tempo e espaço", disse ele. O governador do Tennessee, Bill Lee, disse que ele e sua esposa, Maria, estavam orando por todos os habitantes do Tennessee que foram afetados pelas tempestades.

"Lamentamos as vidas perdidas e pedimos que todos continuem a seguir as orientações das autoridades locais e estaduais", disse Lee em um comunicado.

Washington, uma moradora local do condado, disse que assim que ouviu as sirenes de tempestade soarem em seu bairro em Clarksville, ela levou seus filhos, de 5 e 10 anos, para um banheiro sem janelas no porão de sua casa na cidade. "As luzes estavam piscando, então eu sabia que estava em algum lugar próximo", disse ela. "Fiquei orando a Deus enquanto tudo acontecia. Foi muito aterrorizante e assustador".

Durante os 20 minutos angustiantes que passaram no banheiro, Washington pairou sobre seus filhos como um escudo protetor.

"A porta dos fundos se abriu com toda a força, e você ouvia um monte de vento", disse ela. "As persianas e outras coisas estavam tremendo muito. Eu sabia que estávamos bem no meio de uma tempestade.

"Quando ela saiu do banheiro, olhou pela janela e viu a destruição: detritos varridos para cima de carros que tinham suas janelas quebradas. Persianas arrancadas das casas. Alguns telhados foram arrancados das casas. Aparelhos de ar-condicionado e churrasqueiras no quintal foram jogados como brinquedos, e as divisórias de madeira entre as casas estavam faltando."

Como não havia energia elétrica na área, Washington levou seus filhos para um hotel para pernoitar. "Continuo um pouco abalada, então provavelmente não dormirei muito esta noite", disse Washington. "Ainda estou tentando processar tudo isso."

Allie Phillips, que mora em Clarksville, disse que estava almoçando quando começou a receber notificações de que um tornado estava se aproximando rapidamente de sua vizinhança.

"Foi muito doloroso assistir à transmissão ao vivo e não saber se minha casa ainda estava lá", disse ela. "Quando finalmente decidimos ir embora, a estrada para minha casa foi fechada porque havia muitos cabos de energia na estrada e tivemos que pegar um desvio.

"Phillips disse que sua casa sobreviveu com danos mínimos - observando que os brinquedos de sua filha foram danificados e que o canil de um vizinho atingiu a parte de trás de sua casa - mas ela ficou triste ao ver que a casa de seu vizinho estava sem telhado e que uma casa no quarteirão acima havia praticamente desaparecido.

O Serviço Nacional de Meteorologia emitiu vários avisos de tornado no Tennessee e disse que planejava inspecionar uma área onde um aparente tornado atingiu o Kentucky.

Mais de 80 mil clientes de eletricidade ficaram sem energia no Tennessee na noite de sábado, segundo o PowerOutage.us. A tempestade ocorreu quase dois anos depois que o Serviço Nacional de Meteorologia registrou 41 tornados em um punhado de estados, incluindo 16 no Tennessee e oito em Kentucky. Um total de 81 pessoas morreram somente em Kentucky.

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A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, 29, que está "totalmente" descartada a possibilidade de seu afastamento do ministério. As declarações ocorreram após depoimento na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, Lupi havia respondido questionamentos de parlamentares sobre as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ao ser questionado se houve alguma conversa sobre o seu afastamento do ministério, Lupi respondeu "nenhuma". Ele acrescentou: "Quem tem que decidir sobre isso é o presidente Lula. Eu sei que eu tenho a confiança dele e estou trabalhando para elucidar tudo o que tiver de errado", declarou.

Lupi voltou a dizer que não houve demora nas providências ao tomar conhecimento das denúncias de fraudes no INSS. "Isso é uma formação de quadrilha: grupos que se montaram para criar instituições e para roubar dinheiro de aposentado. Isso é chocante para mim", declarou.

O ministro prosseguiu: "Eu fui surpreendido com o volume disto. Porque eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá, a gente sempre soube, a gente recebia queixa, na própria plataforma do INSS aparecia algumas pessoas se queixando. Agora, nesse quantitativo, por uma organização, eu tomei conhecimento agora".

Lupi também argumentou que a base para as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) vieram de apurações que ele determinou no INSS. Questionado se houve demora nas providências, ele negou.

"Aí, é outra discussão. Quando eu fiz a comparação com o botequim da esquina, eu adoro um pão na chapa no botequim da esquina. Quando eu fiz a comparação, é no sentido de que isso não é simples, são 7 milhões de pessoas. Como é que você verifica, checa, cria biometria de 7 milhões de pessoas?", afirmou.

Ainda em resposta aos jornalistas, Lupi afirmou: "Não demorei a determinar (as apurações). Foi tomado conhecimento dos vários fatos, inclusive no Conselho. O Conselho não é executivo, é um conselho de debate, de deliberações macro sobre visão da Previdência Social. Estava lá no assento o presidente do INSS e o diretor do INSS. Eu pedi para que tomassem providências disso, tanto é que eu demiti o diretor".

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lupi argumenta que demitiu o diretor de Benefícios André Félix Fidélis, que teria apresentado lentidão para avançar com as apurações. Uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que o ministro foi alertado sobre as fraudes em junho de 2023, mas adiou a discussão e só tomou providências após quase um ano.

A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nos descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) revelou situações flagrantes de fraude.

Foram descobertos cadastros em nome de analfabetos, indígenas de comunidades isoladas, idosos com doenças graves, pessoas com deficiência e aposentados.

São pessoas que, segundo a CGU, não teriam como comparecer pessoalmente às associações e nem como assinar fichas de filiação e termos de autorização para os descontos em benefício dessas entidades. Algumas até residem no exterior.

Os casos foram descobertos a partir de entrevistas feitas com uma amostra de 1.273 beneficiários do INSS, registrados nos 27 Estados e no Distrito Federal, que tiveram valores descontados de seus contracheques. 97,6% dos entrevistados informaram à CGU não ter autorizado os abatimentos.

Os beneficiários do INSS podem aderir a associações civis e sindicatos e autorizar descontos mensais em seus contracheques para cobrir custos de filiação. Para isso, as entidades devem estar habilitadas junto ao INSS e precisam receber autorização "prévia, pessoal e específica" de aposentados e pensionistas interessados.

Parte dos aposentados ouvidos pela CGU só tomou conhecimento dos descontos no momento das entrevistas.

A Polícia Federal afirma que a auditoria revela um "cenário de incongruências". A PF investiga se idosos foram induzidos a assinar autorizações de desconto sem saber a verdadeira finalidade dos documentos e até se assinaturas foram forjadas.

As suspeitas são investigadas na Operação Sem Desconto. Segundo a Polícia Federal, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

Pressionado, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.