Tornado, nevasca e enchente: EUA enfrentam sucessão de eventos climáticos extremos nesta semana

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Os Estados Unidos vivem, nesta semana, uma sequência de condições climáticos intensas e, em alguns casos, perigosas, sobretudo no centro e no leste do país. Fortes tornados, nevascas, chuvas torrenciais e ventos prejudiciais já foram registrados ou ainda podem nos próximos dias acontecer devido a um sistema de baixa pressão.

Entre segunda-feira, 8, e esta terça-feira, 9, a extensa tempestade de inverno já provocou fortes tempestades e alertas de tornado que arrancaram telhados de casas, derrubaram móveis e paralisaram cidades com mais de meio metro de neve, deixando pessoas presas nas rodovias. Várias escolas foram fechadas na região e mais de 140 mil clientes ficaram sem energia na Flórida, Alabama e Geórgia, segundo o site PowerOutage.us.

Na tarde de segunda-feira, fortes neves sopradas pelo vento se expandiram do nordeste do Novo México para o oeste de Iowa e norte do Missouri. Até 11 polegadas de neve no oeste do Kansas fecharam partes de rodovias. Trovoadas foram relatadas em Dodge City, onde imagens mostraram condições de apagão. No extremo oeste de Oklahoma, na fronteira com o Texas e o Novo México, o Serviço Meteorológico emitiu um relatório de estradas fechadas e motoristas presos "em todo" o condado de Cimarron.

Nevascas e temperaturas abaixo de -18 ºC

Alertas de nevasca haviam sido emitidos na segunda-feira para partes das Altas Planícies Central e Sul até terça-feira. Quase 19 centímetros de neve caíram na cidade de Athol, no norte do Kansas, na segunda-feira. O escritório de serviço meteorológico em Lincoln, Nebraska, previu que um adicional de 8-13 centímetros seria possível durante a noite, com ventos possivelmente com rajadas de até 64 km/ h.

As condições de apagão no centro de Nebraska fecharam um longo trecho da Interestadual 80, enquanto o Kansas fechou a Interestadual 70 desde a cidade central de Russell até a fronteira com o Colorado devido a condições perigosas de viagem.

O clima já afetou a campanha para as convenções eleitorais do distrito de Iowa em 15 de janeiro, onde a neve deverá ser seguida por temperaturas gélidas que podem cair abaixo de -18 ºC. Isso forçou a campanha do ex-presidente Donald Trump a cancelar várias aparições da governadora do Arkansas, Sarah Sanders, e de seu pai, o ex-governador do Arkansas Mike Huckabee, que deveria cortejar os eleitores de Iowa em nome de Trump na segunda-feira.

Partes do norte do Missouri se prepararam para até trinta centímetros de neve à medida que o sistema se movia para o leste. Autoridades em Kansas City, Missouri, disseram que a prefeitura estaria fechada na terça-feira e os tribunais municipais funcionariam remotamente.

Previsão de inundações em Washington e Filadélfia

Chuvas generalizadas de cinco a dezoito centímetros são esperadas nesta terça-feira em todo o nordeste dos Estados Unidos. O derretimento da neve de uma tempestade de inverno no fim de semana que trouxe 30 centímetros ou mais de neve para algumas partes da Costa Leste pode contribuir para o escoamento e aumentar o risco de inundações, disseram meteorologistas.

"As fortes chuvas associadas criarão inúmeras áreas de inundações repentinas", disse o Serviço Meteorológico. "Além disso, muitos riachos podem inundar, afetando potencialmente rios maiores."

Os meteorologistas identificaram uma grande área ao redor da Filadélfia onde é provável que haja inundações significativas nos rios. No total, os especialistas em meteorologia preveem que pelo menos 19 rios na região do Médio Atlântico sofrerão inundações.

As inundações também são possíveis desde o extremo sul, como Richmond, Virgínia, até o extremo norte, como Catskills, em Nova York, de acordo com os meteorologistas. Um alerta de enchentes foi emitido no noroeste do estado de Washington até a manhã desta terça-feira.

Tornados na Costa do Golfo

Na Costa do Golfo, que inclui Texas, Louisiana, Mississippi, Alabama e Flórida, havia risco de tempestades severas até terça de manhã, com relâmpagos frequentes, fortes rajadas de vento, granizo e alguns tornados, de acordo com o Serviço Meteorológico.

O sudoeste de Louisiana e do Mississippi, até a manhã desta terça-feira, estava sob aviso para tornado, enquanto os residentes de Nova Orleans e outras comunidades se preparavam para a tempestade, e várias escolas dispensaram as aulas na manhã de segunda-feira.

Uma violenta tempestade com ventos de 88 km/h e granizo passou pelo Flórida e atingiu partes do Alabama e da Geórgia ao amanhecer desta terça-feira, junto com pelo menos vários relatos de tornados confirmados por radar, disse o Serviço Meteorológico Nacional. Uma rajada de vento de 171 km/h foi registrada antes do amanhecer perto da costa no condado de Walton, Flórida.

"Ainda temos tempestades potencialmente fortes naquela área até a manhã de terça-feira e potencial para clima mais severo e tornados", disse o meteorologista Lance Franck, em Tallahassee.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), posicionou-se contrário à camisa de cor vermelha como uniforme da seleção brasileira, diante da possível mudança que causou reações entre políticos. Em rede social, Motta publicou nesta terça-feira, 29, uma foto vestindo o uniforme de número 2, azul, reforçando sua preferência pela cor.

A polêmica envolvendo a cor da camisa da seleção começou quando o site inglês Footy Headlines, especializado em camisas de clubes de futebol, publicou que o segundo uniforme da seleção brasileira na Copa de 2026 seria da cor vermelha.

A mudança foi criticada por parlamentares ligados à oposição, pela associação da cor vermelha ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e à esquerda.

O deputado Zé Trovão (PL-SC) apresentou um projeto de lei (PL) na terça-feira para impedir a seleção brasileira de utilizar um uniforme vermelho. O parlamentar está entre os políticos que se manifestaram publicamente contra a possibilidade. A cor está associada a partidos e correntes de esquerda. O PL visa tornar obrigatório a utilização das cores oficiais da Bandeira Nacional (verde, amarelo, azul e branco).

Caso levou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a se manifestar na noite da terça-feira, para afirmar que a cor do uniforme de número 2 ainda não foi definida.

A oposição na Câmara dos Deputados reuniu, na noite desta terça-feira, 29, o número mínimo de 171 assinaturas para poder protocolar o requerimento de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o esquema fraudulento de deduções indevidas em benefícios de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A "CPI das Fraudes do INSS", de autoria de Coronel Chrisóstomo (PL-RO) foi uma reação após a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagrarem uma operação que identificou um esquema de cobranças irregulares que soma R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, segundo a PF.

No processo, 11 entidades associativas foram alvo de medidas judiciais. Em troca dos descontos mensais, elas afirmam que prestam serviços dos mais diversos tipos, como assistência funerária, consultas médicas e "maridos de aluguel" (reparos em residências).

Como mostrou o Estadão, os valores repassados pelo governo federal ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) - que tem o irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Frei Chico, como vice-presidente - cresceram 564% de 2020 para 2024, a partir dos descontos nas mensalidades de aposentados e pensionistas do INSS

Como resultado, o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão. Outros seis servidores públicos foram afastados de suas funções, como o diretor de Benefícios de Relacionamento com cidadão, o procurador-geral junto ao INSS, o coordenador geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente e o coordenador geral de Pagamentos e Benefícios.

"Não podemos permitir que sindicatos usem a estrutura pública para cometer abusos contra quem mais precisa de proteção", disse Chrisóstomo.

Em audiência na Câmara nesta terça-feira, o ministro da Previdência, Carlos Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.

A decisão de instaurar ou não a CPI caberá ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Até o momento, nenhuma comissão investigativa foi aberta desde que o novo comandante da Casa legislativa assumiu a função, em fevereiro deste ano.

O PSOL apresentou nesta quarta-feira, 30, consultas a comissões da Câmara dos Deputados para saber se o ex-deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) poderá ou não manter os direitos políticos após perder o mandato por faltas.

A reação do partido ocorre após decisão da Mesa Diretora da Casa, que acabou optando por essa solução em vez de julgar a cassação em plenário. Segundo o PSOL, o recurso pode ser usado para driblar a Lei da Ficha Limpa.

Como mostrou o Estadão, por esse meio, Chiquinho Brazão continua elegível e, caso não receba uma condenação até outubro de 2026, pode até mesmo lançar candidatura e participar do pleito do próximo ano.

O PSOL protocolou consultas à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e ao Conselho de Ética da Câmara para saber se deputados que perderem em mandato por falta ficariam inelegíveis ou não.

As duas as consultas seguirão o rito regimental: serão designados relatores e o parecer será votado nos colegiados.

Para o PSOL, se deputados que perderem o mandato por faltas mantiverem os direitos políticos, esse recurso pode ser usado para driblar a inelegibilidade.

"Parlamentares sob risco de cassação poderiam se valer da ausência deliberada como estratégia para evitar punições mais severas, incluindo a inelegibilidade por oito anos prevista na Lei da Ficha Limpa", argumenta o partido.

Brazão, preso desde março de 2024, teve a cassação aprovada no Conselho de Ética desde agosto desse mesmo ano. Mesmo assim, com o caso pronto para julgamento, o plenário não deu o parecer final.

Isso permitiu que o parlamentar mantivesse a cadeira na Câmara, mesmo preso, até o dia 24 de abril deste ano, quando a Mesa Diretora decidiu pela perda do mandato por ter mais de 1/3 de faltas.

O Estadão mostrou que, desde que foi preso, Brazão e o gabinete custaram mais de R$ 1,8 milhão aos cofres públicos.

O parlamentar carioca foi preso preventivamente sob a acusação de ser o mandante do assassinato da ex-vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes.

Se fosse cassado, segundo a Lei da Ficha Limpa, Chiquinho Brazão ficaria inelegível até 2035.