Peru declara estado de emergência na fronteira com Equador e reforça segurança na região

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O governo do Peru declarou nesta quarta-feira, 10, estado de emergência na fronteira com o Equador para que militares ajudem a polícia, após uma série de atos violentos no país vizinho, incluindo a invasão ao vivo de um grupo de encapuzados armados em um canal de televisão e a fuga de dois líderes criminosos ligados ao narcotráfico.

 

Mensagens de preocupação sobre a situação do Equador e apoio ao país também foram emitidas pelos Estados Unidos e pela Bolívia. O país enfrenta uma onda de violência e insegurança há pelo menos três anos e encerrou 2023 com um recorde de 7,6 mil homicídios.

 

O primeiro-ministro peruano, Alberto Otárola, disse a jornalistas que a presidente Dina Boluarte havia ordenado uma viagem dos ministros da Defesa e do Interior para fronteira com o Equador, assim como o envio de policiais para que ajudem a melhorar o controle do trânsito pelos postos fronteiriços. Os dois países têm uma fronteira comum de 1.529 quilômetros, sendo a maior parte desta distância zonas inacessíveis da floresta amazônica.

 

Otárola relembrou que desde setembro existe estado de emergência para combater a delinquência em zonas das regiões de Tumbes e Piura, ambas próximas ao Equador. Ele acrescentou que também se declarará o estado de emergência em áreas das regiões de Cajamarca, Amazonas e Loreto, as quais também têm limites fronteiriços com o país vizinho.

 

"Quando se declara o estado de emergência, se dispõe que as forças armadas são chamadas para apoiar a polícia nacional e, sim, haverá efetivos do exército", disse Otárola.

 

Nas regiões onde anteriormente se implementaram medidas contra o crime, foram proibidos eventos sociais da meia-noite até as 4h da madrugada. Também se suspendeu o livre trânsito, a liberdade de reuniões e a inviolabilidade do domicílio foram suspensas.

 

A fronteira entre Peru e Equador tem sido uma região frequente de tráfico de migrantes e, há décadas, do contrabando de combustíveis, de produtos de necessidade primárias, roupas e outros itens.

 

Apoio internacional

 

Por sua vez, o embaixador Brian Nichols, subsecretário para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos, se pronunciou sobre o ocorrido no Equador através da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.

 

"Extremamente preocupado com a violência e os sequestros hoje no Equador", escreveu em uma mensagem onde afirmou que os Estados Unidos, em apoio ao povo equatoriano, estão "prontos para ajudar o governo equatoriano". O alto funcionário do governo estadunidense confirmou que permanecem em "contato estreito" com a equipe do presidente Noboa.

 

Na Bolívia, o presidente Luis Arce publicou uma mensagem no X em que repudiou "os atos de violência ocorridos nas últimas horas na irmã República do Equador", oferecendo apoio para que se retorne a tranquilidade do país e expressando "plena solidariedade ao povo e ao governo equatoriano, que atravessam uma situação crítica de segurança e luta contra a delinquência".

 

Além disso, destacou que "é urgente trabalhar na regionalização da luta contra o narcotráfico e outros crimes, assim como na criação de organismos supranacionais como a Aliança Latino-Americana Antinarcóticos", uma proposta que, segundo ele, a Bolívia já apresentou em várias reuniões internacionais.

 

A embaixada da Espanha no país condenou a violência e mostrou sua solidariedade às vítimas. "Apoiamos as instituições democráticas do Equador para restabelecer a normalidade na vida do povo irmão equatoriano", indicou a delegação diplomática em uma mensagem em sua conta no X. Fonte: Associated Press.

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Após uma intervenção do presidente Donald Trump, a Amazon recuou da iniciativa de informar em seus produtos o custo das novas tarifas para itens importados.

A informação sobre a medida foi divulgada pelo site Punchbowl News. Na sequência, em uma entrevista coletiva conjunta com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que havia acabado de falar ao telefone com Trump sobre os planos relatados da Amazon e criticou a empresa. "Esse é um ato hostil e político da Amazon", disse Karoline.

Segundo o jornal Washington Post, Trump ligou para Jeff Bezos, dono do jornal e fundador da Amazon, para se queixar da medida. Mais tarde, o porta-voz da companhia, Tim Doyle, disse que a equipe da Haul - empresa de comércio eletrônico criada pela Amazon para concorrer com a Temu - "considerou a possibilidade", que não atingiria a Amazon. Na sequência, ele disse que essa medida também estava descartada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, propôs nesta terça-feira, 29, o fim dos descontos diretos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Lupi sugeriu que o Congresso elabore uma nova legislação sobre o assunto. Ao participar de audiência na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, Lupi afirmou que, na sua opinião, o governo não deveria se meter na relação entre o trabalhador e uma associação.

Ele previu novos casos suspeitos se não houver mudança na lei. "Se não, daqui a algum tempo, e não vai demorar muito, você vai ter novamente denúncia que isso acontece. Daqui a pouco, se a gente não extinguir o câncer, a obrigatoriedade do desconto da folha. Por que o INSS tem que fazer isso, se tem duas instituições que podem se acordar? Essa, para mim, é a melhor solução", disse o ministro

"O trabalhador tem que se entender com a associação. A associação quer fazer cobrança, que se resolva entre eles. Resolveram colocar o INSS para fazer esse trabalho (de intermediação), como se tivéssemos pouco trabalho. Qual o papel da previdência de intermediar nesse processo?", questionou.

'Faz um pix aí, vovô'

"Se eu sou uma entidade representativa, eu busco testar serviço, busco aposentado e faço a cobrança diária com ele. Faz um boleto, faz um Pix, como diz aqui meu neto sempre: 'Faz um Pix aí, vovô'. Por que o INSS tem que cuidar disso? Acho que não é a função principal do Instituto Nacional de Seguridade Social", completou Lupi. Ele disse que vai conversar com a Casa Civil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o fim do intermédio do INSS.

O ministro enfrenta forte desgaste em razão das investigações que apontam para um esquema de desvios de recursos de aposentados e pensionistas. Ontem ele voltou a se defender, afirmando que não demorou em determinar a apuração das suspeitas.

'Ira santa'

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) levou à comissão uma idosa que disse ter sido alvo de descontos indevidos em sua aposentadoria. Van Hattem chegou a embargar a voz para falar da senhora, que sentou ao seu lado no plenário do colegiado.

Parlamentares questionaram a conduta do deputado do Novo. Lupi cobrou respeito de Van Hattem. "Eu enfrentarei (injustiças) com tranquilidade, com a lucidez dos justos, mas cuidado, a minha ira é santa", afirmou.

A mulher contestou o ministro: "E nós aposentados não merecemos respeito?" Em resposta, Lupi disse que "não tem quem defenda mais aposentado" do que ele.

Van Hattem questionou sobre uma eventual ameaça durante a discussão. "Não sei o que o ministro quis dizer com ira santa, se quis, de alguma forma, ameaçar, mas eu não me sinto amedrontado por vossa excelência", afirmou o deputado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.