Apoiados por Irã, Hezbollah e Hamas, houthis prometem retaliar EUA

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O Irã, o Hezbollah e o grupo terrorista Hamas condenaram nesta sexta-feira, 12, o ataque dos Estados Unidos e do Reino Unido às posições rebeldes houthis do Iêmen. Os ataques mataram pelo menos cinco pessoas e feriram seis, de acordo com o grupo rebelde, que promete responder aos bombardeios da noite de quinta-feira, 11.

 

O ataque ocorre em meio à guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e ao aumento da tensão na fronteira israelense com o Líbano, onde as Forças de Defesa de Israel tem trocado disparos com a milícia radical xiita. Os três grupos - Hamas, Hezbollah e a milícia houthi - são apoiados pelo Irã.

Mohammed Abdul-Salam, porta-voz do governo houthi disse que os Estados Unidos e o Reino Unido pagarão um preço alto pelo ataque. "Essa agressão traiçoeira foi uma tolice", disse. "Eles se enganaram se pensaram que poderiam impedir o Iêmen de apoiar a Palestina e Gaza."

 

O porta-voz militar dos houthis, brigadeiro-general Yahya Saree, ameaçou retaliar o ataque. "O inimigo americano e britânico tem total responsabilidade por sua agressão criminosa contra nosso povo iemenita, e ela não ficará sem resposta e sem punição", disse Saree.

 

Apoio regional

 

Os bombardeios foram descritos como uma "ação arbitrária" e uma "violação" do direito internacional pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kananí. Ele acrescentou que os ataques contra o Iêmen estão "alimentando a insegurança e a instabilidade na região".

Da mesma forma, o grupo terrorista Hamas citou o episódio como "uma ameaça contra a soberania do Iêmen e de segurança para a região" que, de acordo com o grupo, "é testemunha de uma militarização americana e britânica que veio para proteger a ocupação nazi-sionista e para encobrir os seus crimes contra o povo palestiniano e toda a região árabe", afirmou em comunicado.

 

"A agressão brutal contra o Iêmen é um ato terrorista não calculado, influenciado pela vontade da ocupação sionista e sua liderança extremista nazista, e só aumentará o agravamento e a tensão na região", acrescentou o grupo terrorista.

 

O Hezbollah também condenou a agressão. "A agressão americana confirma mais uma vez que os EUA são parceiros plenos das tragédias e massacres cometidos pelo inimigo sionista em Gaza e na região. São eles que continuam a apoiar a máquina de matar e destruir e a encobrir sua agressão e crime e os ataques a todos que apoiam o povo palestino oprimido em toda a região", disse o grupo radical em comunicado.

 

Tensão regional

 

As reações enérgicas ao ataque ameaçaram desencadear um conflito regional sobre a guerra de Israel contra o Hamas, que a administração do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os seus aliados têm tentado acalmar há semanas. Após os bombardeios contra o Iêmen, os houthis declararam uma "guerra aberta" contra os Estados Unidos e o Reino Unido, e afirmaram que lançaram uma barragem de mísseis contra os seus navios de guerra no Mar Vermelho, aumentando o risco de que a guerra na Faixa de Gaza, prestes a completar 100 dias antigo, se expandirá para toda a região.

 

"Nosso país enfrenta um ataque massivo de navios, submarinos e aviões americanos e britânicos", declarou o vice-ministro das Relações Exteriores Houthi, Hussein Al Ezzi, citado pela mídia rebelde. "Os Estados Unidos e o Reino Unido devem estar preparados para pagar um preço elevado e assumir as graves consequências desta agressão", acrescentou.

 

Eixo da resistência

 

Os Houthis fazem parte do autoproclamado "eixo de resistência", um grupo de movimentos armados hostis a Israel e apoiados pelo Irã que também inclui o Hamas e o Hezbollah, do Líbano. Desde o início da guerra em Gaza, esses rebeldes lançaram numerosos ataques no Mar Vermelho, forçando muitos armadores a evitar a área, tornando o transporte entre a Europa e a Ásia mais caro e atrasado.

 

Em resposta, os Estados Unidos mobilizaram navios de guerra e formaram uma coligação internacional em dezembro para proteger esta rota através da qual transita 12% do comércio mundial.

 

O bombardeio de sexta-feira atingiu instalações militares houthi em vários locais. Pelo menos cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas, disse o porta-voz militar do movimento rebelde, Yahya Saree, em rede social. Numa declaração conjunta, os Estados Unidos, o Reino Unido e oito dos seus aliados garantiram que com estes ataques procuram "diminuir as tensões" e "restaurar a estabilidade no Mar Vermelho". (Com agências internacionais).

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O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), autorizou a devolução de celulares, computadores, veículos e joias apreendidos pela Polícia Federal na Operação 18 Minutos, que mira suspeitas de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão.

A decisão foi tomada após a conclusão do inquérito. A PF indiciou três desembargadores e dois juízes por suposta participação em fraudes processuais em troca de propinas.

O ministro justificou que, encerrado o inquérito e a fase de coleta de provas, a retenção dos bens não é mais necessária. "As diligências investigativas atingiram sua finalidade, permitindo que as apurações avancem sem a necessidade de perpetuação de medidas cautelares que impliquem o agravamento da situação dos investigados", diz um trecho da decisão.

Noronha menciona que o Código Penal assegura a restituição de itens apreendidos na investigação criminal "sempre que cessada sua utilidade para o processo investigativo".

"As medidas cautelares não podem se transvestir em penas antecipadas, devendo permanecer estritamente vinculadas à finalidade processual ou investigativa que justificou sua decretação", complementou o ministro.

Somados, os bens apreendidos e o dinheiro bloqueado na Operação 18 Minutos somaram mais de R$ 29 milhões. A ordem inicial de bloqueio era de R$ 17 milhões. Esse foi outro motivo que levou o ministro a liberar os objetos e veículos.

"Considerando os valores apreendidos, que se manterão acautelados, entendo que a manutenção de bens como telefones, computadores, laptops, veículos e joias não encontra justificativa no momento atual."

A decisão sobre a devolução dos bens aos magistrados foi noticiada inicialmente pelo portal Direito e Ordem e confirmada pelo Estadão.

A operação investigou um esquema de corrupção e fraudes na liberação relâmpago de alvarás para pagamento de honorários advocatícios de grandes valores. O nome 18 Minutos batizou a investigação porque esse foi o tempo que decorreu entre uma autorização judicial e o levantamento de grande soma junto ao banco.

A PF indiciou os desembargadores Luiz Gonzaga Almeida Filho, Nelma Celeste Souza Silva Sarney, cunhada do ex-presidente José Sarney, e Antônio Pacheco Guerreiro Junior e dois juízes de primeiro grau. O Estadão já pediu manifestação dos magistrados. O espaço permanece aberto

A repercussão da vitória de Ainda Estou Aqui como Melhor Filme Internacional no Oscar conseguiu superar a polarização do debate político brasileiro nas redes sociais, aponta um estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). A avaliação é que predominaram publicações que exaltam o orgulho pela cultura nacional e que representam o Brasil de forma positiva para o restante do mundo, escanteando os conflitos políticos entre direita e esquerda.

O levantamento também identificou que houve baixo engajamento de perfis alinhados à direita, com poucas contas parabenizando os responsáveis pelo filme ou comentando a vitória.

À esquerda o movimento foi na direção oposta: as publicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) - que assim como o ex-deputado Rubens Paiva, cuja história é narrada no filme, foi presa e torturada pela ditadura militar - estiveram entre as com maior volume de interações.

"Foi interessante o silêncio da direita. Não conseguiram construir nenhum argumento crítico contrário. Soaria impatriótico, desumano e não engajaria", analisou o sociólogo Marco Aurélio Ruediger, diretor da Escola de Comunicação da FGV e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele avalia que o filme consegue ser patriótico sem ser chauvinista ou reacionário, ao mesmo tempo que transmite uma mensagem de força e potência das mulheres ao narrar a reconstrução pessoal de Eunice Paiva e de sua família.

"Isso dá pista de haver uma fresta para o Brasil se unir e se reinventar quebrando a polarização com base em valores universais e um repertório cultural mais amplo", diz o sociólogo. "É uma pista para a política agora e em 2026", acrescentou.

A vitória de Ainda Estou Aqui gerou cerca de 4 milhões de publicações no X, no Instagram, no YouTube e em sites de notícia e ultrapassou 75 milhões de engajamento geral no Facebook, no X e no Instagram. As publicações sobre a obra na conta oficial da Academia no Instagram (@theacademy) foram responsáveis por 30% de todas as interações do perfil em 2025. Foram 3,8 milhões de interações e 24 milhões de visualizações.

O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) quer reunir informações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) para defender a atual ocupante do posto, Rosângela da Silva, a Janja, de críticas da oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O parlamentar enviou ofícios à Polícia Federal, à Casa Civil e à Controladoria Geral da União (CGU) pedindo informações sobre viagens, gastos e investigações em andamento contra a mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Farias, que é líder da bancada do PT, indicou que as respostas dos órgãos servirão como base para ações na Câmara dos Deputados para desgastar Michelle. "Cada requerimento contra Janja, nós vamos apresentar 2 contra Michelle Bolsonaro. A turma da rachadinha com cartão corporativo não tem moral. Vamo [sic] pra cima", escreveu o deputado nas redes sociais.

Janja tem sido criticada por opositores por gastos em viagens ao exterior e por ter um gabinete informal no governo Lula mesmo sem ter um cargo na gestão federal. Como mostrou o Estadão, ela tem uma equipe com 12 assessores que até o final do ano passado tinha gastado R$ 1,2 milhão em viagens. A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República diz que servidores exercem funções fixadas em lei.

O PL Mulher, que é comandado por Michelle Bolsonaro, disse em nota que o petista "requentou uma série de denúncias mentirosas" contra a ex-primeira-dama. "Isso constitui uma louca tentativa de fazer desviar os olhos da população dos recentes escândalos do governo petista, da alta dos preços dos alimentos e da gasolina, bem como das gafes e gastos da atual primeira-dama", disse o órgão partidário.

Lindbergh questionou a Polícia Federal e a CGU se os órgãos abriram investigações sobre supostos desvios de recursos públicos durante o governo Bolsonaro com o objetivo de pagar despesas da ex-primeira-dama. Ele também entrou com uma representação criminal para o Ministério Público Federal investigar o caso.

Mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, mostram pedidos de assessoras de Michelle para que ele fizesse depósitos em dinheiro vivo na conta da ex-primeira-dama e também realizasse saques para o pagamento das contas. A mulher de Jair Bolsonaro também utilizava o cartão de crédito de uma amiga, assessora parlamentar no Senado, para alguns gastos.

O líder do PT na Câmara perguntou à Casa Civil, comanda por Rui Costa (PT), quantas viagens a ex-primeira-dama realizou durante o governo Bolsonaro, quanto custaram os voos e se eles foram pagos com dinheiro público, além das justificativas para os deslocamentos.

Lindbergh Farias também perguntou à pasta o que foi feito para seguir a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o programa Pátria Voluntária, criado pelo governo Bolsonaro e comandado por Michelle para incentivar o voluntariado no Brasil. O TCU constatou em uma auditoria finalizada em 2023 que não havia critérios objetivos para selecionar as instituições sociais que receberiam recursos do programa e sugeriu à pasta que dessa transparência à prestação de contas das entidades que foram beneficiadas.