Turquia concorda em votar adesão da Suécia na Otan

Internacional
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Legisladores da Turquia começaram nesta terça-feira, 23, a debater um projeto de lei adiado há muito tempo para aprovar a candidatura da Suécia de adesão à Otan, um passo que poderia remover um grande obstáculo para a entrada do país nórdico, anteriormente não alinhado, na aliança.

A Turquia, um membro da Otan, tem se arrastado há mais de um ano para ratificar a adesão da Suécia, acusando o país de ser muito tolerante em relação a grupos que considera ameaças à segurança. O país tem procurado concessões da Suécia, incluindo uma postura mais dura em relação aos militantes curdos e aos membros de uma rede que Turquia responsabiliza pelo golpe fracassado em 2016.

A Turquia também tem se irritou com uma série de demonstrações de apoiadores do ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão na Suécia, bem como com os protestos contra a queima do Alcorão que agitaram os países muçulmanos.

No mês passado, a comissão de relações exteriores do parlamento deu o seu consentimento à candidatura da Suécia na primeira fase do processo legislativo, depois que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, enviou o seu protocolo de adesão aos legisladores para aprovação.

O partido no poder de Erdogan e os seus aliados nacionalistas comandam uma maioria no parlamento e espera-se que o protocolo seja aprovado em votação ainda nesta terça-feira. A medida entrará em vigor após a sua publicação no Diário Oficial do país, o que é esperado que seja rápido.

Argumentando em favor da adesão sueca no mês passado, o deputado e ex-ministro Burak Akcapar citou os passos que a Suécia tomou para ir ao encontro de demandas turcas, incluindo o levantamento das restrições às vendas da indústria de defesa e a alteração das leis antiterrorismo.

A Suécia garantiu uma cooperação mais profunda com a Turquia em na luta contra o terrorismo e a apoio à ambição da Turquia de relançar a sua candidatura à adesão à União Europeia. O principal partido da oposição da Turquia também apoia a adesão da Suécia à aliança, mas um partido de centro-direita indicou que iria se opor.

"As ações da Suécia sobre extradição de criminosos procurados ou de lugar contra o terrorismo permaneceram limitadas e insuficientes", disse ao parlamento Musavat Dervisoglu, um legislador do partido Good Party.

Erdogan relacionou a ratificação da adesão da Suécia à Otan à aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de um pedido da Turquia para a compra de 40 novos caças F-16 e kits para modernizar a frota existente da Turquia. Ele também pediu ao Canadá e outros aliados da Otan a suspenderem os embargos de armas à Turquia.

Suécia e Finlândia abandonaram suas posições tradicionais de não-alinhamento militar para buscar proteção sob o guarda-chuva da Otan, após a invasão da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022. A Finlândia entrou na aliança em abril, tornando-se o 31º membro, depois do parlamento da Turquia ratificar a candidatura do país nórdico.

A Hungria também atrasou a candidatura da Suécia, alegando que os políticos suecos contaram "mentiras descaradas" sobre a condição da democracia na Hungria. A Hungria disse que não seria a última a aprovar a adesão, embora não tenha ficado claro quando o parlamento húngaro pretende realizar uma votação.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán anunciou nesta terça-feira que ele enviou uma carta ao seu homólogo sueco, Ulf Kristersson, convidando-o a ir a Budapeste para discutir a entrada da Suécia na Otan.

A Otan exige a aprovação unânime de todos os membros existentes para se expandir, e a Turquia e a Hungria foram os únicos países que resistiram, frustrando outros aliados que vinham pressionando pela rápida adesão da Suécia e da Finlândia.

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POPULARIDADE

O governo decidiu elaborar uma proposta para a segurança depois de constatar que problemas na área estavam causando danos à popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Trata-se de um dos temas favoritos das forças políticas de direita, opositoras ao petista, e um campo no qual a esquerda tem dificuldades históricas para disputar o eleitorado. Por isso, ao menos enviar ao Congresso a PEC da Segurança pode ser relevante para a disputa da opinião pública.

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"Todos nós sabemos que 2026 é um ano político, é um ano em que dificilmente se pode aprofundar discussões dessa natureza. O ideal seria, ao nosso ver, que isso fosse enviado no primeiro semestre. Porque aí podemos ter uma discussão mais aprofundada, considerando todas as paixões políticas que envolvem esse tema", afirmou o ministro em janeiro.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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