Lula elogia Maduro e critica atitude da oposição na Venezuela

Internacional
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira, 6, ter ficado feliz com a convocação de eleições presidenciais na Venezuela, marcadas pelo regime chavista para o dia 28 de julho. Depois de defender mais uma vez o ditador Nicolás Maduro, ele criticou o comportamento da oposição venezuelana, fazendo um paralelo com o bolsonarismo.

"Fiquei feliz que foi marcada a eleição na Venezuela. Tem data. Está tudo marcado. Espero que as eleições sejam as mais democráticas possíveis", disse Lula. "Mas se o candidato da oposição (venezuelana) tiver o mesmo comportamento da oposição daqui (brasileira), não vale nada.".

As declarações foram em referência aos questionamentos das urnas e da Justiça Eleitoral feitos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, que levantaram suspeitas de fraude na eleição de 2022, mas sem apresentar provas.

Em seguida, Lula lembrou que, durante as eleições de 2018, foi impedido de disputar a presidência - ele havia sido condenado a 12 anos de prisão no âmbito da Operação Lava Jato. "Eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Em vez de ficar chorando, indiquei outro candidato que disputou as eleições", afirmou, se referindo a Fernando Haddad, hoje ministro da Fazenda.

Indireta

Embora não tenha sido citada diretamente, a declaração de Lula resvala em María Corina Machado, principal nome da oposição venezuelana, que ameaça a reeleição de Maduro, segundo pesquisas. Ela venceu com folga as primárias e seria candidata, mas foi impedida de registrar a candidatura depois que autoridades eleitorais da Venezuela mantiveram sua inelegibilidade por 15 anos.

"Espero que pessoas que estão disputando eleições na Venezuela não tenham o hábito do ex-presidente deste País de negar durante todo o processo eleitoral a lisura", afirmou Lula, sobre os questionamentos de Bolsonaro. "A gente não pode já começar a jogar dúvida antes de as eleições acontecerem. Temos de garantir a presunção de inocência até que haja eleições para que possamos julgar se foram democráticas."

Ontem, María Corina rebateu. "O senhor (Lula) está validando os ultrajes de um autocrata que viola a Constituição. A verdade é que Maduro tem medo de me enfrentar, porque sabe que o povo venezuelano está nas ruas comigo", disse.

Em julho, Maduro busca mais um mandato de seis anos. Ele foi eleito pela primeira vez em 2013. Para garantir uma vitória fácil, ele cassou os direitos políticos de vários líderes da oposição - além de María Corina, Henrique Capriles e Juan Guaidó foram impedidos disputar a eleição.

Em fevereiro, Maduro expulsou funcionários da ONU que haviam criticado as prisões de ativistas na Venezuela. Na semana passada, tirou do ar o sinal da TV alemã Deutsche Welle, que havia denunciado casos de corrupção do chavismo.

Israel

Além de Maduro, Lula voltou ontem a outro tema recorrente: Israel. O brasileiro criticou a lentidão do envio de ajuda para Gaza, citando que "mais de 30 toneladas" de alimentos enviadas pelo Brasil estão presas na fronteira do enclave. "Não é possível continuar essa matança sem que o Conselho de Segurança da ONU pare essa guerra", disse. "São mais de 30 toneladas de alimento estocadas para chegar e não conseguem chegar."

Na verdade, Israel bloqueou parte de uma carga enviada pelo Brasil na fronteira de Gaza. O material retido é composto de purificadores portáteis. Segundo o Itamaraty, os israelenses alegam que placas solares foram acopladas aos purificadores, para que os equipamentos funcionem. O argumento é de que as placas poderiam ser usadas para outros fins.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), entrou na "disputa" iniciada pelos prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), sobre qual capital teria a melhor celebração do carnaval.

Damião afirmou em vídeo publicado no Instagram neste domingo, 2, que "Belo Horizonte não tem só o maior carnaval do Brasil, tem o melhor carnaval do Brasil, e disparado o mais seguro". Ele assumiu o comando do município com a licença médica do prefeito Fuad Noman (PSD).

Neste fim de semana, Nunes e Paes trocaram provocações sobre as festividades nas redes sociais. Tudo começou quando Ricardo Nunes afirmou no sábado, 1.º, que a capital paulista tem o maior, melhor e mais seguro carnaval do País.

"Queria mandar um abraço para o meu amigo Eduardo Paes, parabenizar pelo segundo maior carnaval do Brasil. Está aqui o maior e melhor carnaval do Brasil, maior e mais seguro", disse Nunes no Instagram.

Ele visitava a central do Smart Sampa, programa de vigilância da cidade, e comemorou ações das forças de segurança e o baixo índice de ocorrências graves apesar da grande circulação de foliões em São Paulo.

O prefeito carioca, Eduardo Paes, respondeu: "Vocês contam ou eu conto? Fofo ele, né?!", escreveu Paes no X (antigo Twitter). Na publicação, ele marcou os prefeitos João Campos (PSB), de Recife; Bruno Reis (União), de Salvador; e João Henrique Caldas (PL), de Maceió.

Já o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), saiu em defesa do carnaval carioca. Em encontro com a imprensa neste domingo, Castro disse em tom bem-humorado: "Liguei para o Ricardo Nunes e falei pra ele vir conhecer um carnaval de verdade". O governador acompanhou os desfiles do grupo especial na Marquês de Sapucaí.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) acredita que terá seu passaporte retido por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o que o impediria de fazer viagens aos Estados Unidos, onde tenta convencer o governo Donald Trump e outras autoridades americanas que o magistrado e o Judiciário brasileiro perseguem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atentam contra a liberdade de expressão.

Moraes determinou no sábado, 1.º, que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o pedido de deputados do PT para que o filho de Bolsonaro seja investigado e tenha o passaporte apreendido. Os petistas afirmam que o parlamentar cometeu crimes contra a soberania nacional ao "patrocinar retaliações" contra o Brasil e o próprio Moraes durante as viagens aos EUA.

Questionado no domingo, 2, sobre o tema, Eduardo afirmou que há um "jogo combinado" entre Moraes, PT e PGR e que a "maior probabilidade" é que seu passaporte seja apreendido. De acordo com o parlamentar, a medida facilitaria o monitoramento e o cumprimento de uma eventual ordem de prisão contra ele.

"Os deputados do PT fazem a narrativa, o Alexandre de Moraes puxa para ele dizendo que trata-se de mais um caso do 8 de Janeiro, manda para a Procuradoria-Geral da República, depois manda um recado ou fala diretamente com o Paulo Gonet e diz 'olha, aceita aí para não ficar tão feio parecendo que sou só eu perseguindo o Eduardo", em entrevista ao canal Programa 4 por 4 no YouTube.

Em uma manifestação anterior em suas redes sociais, o deputado justificou ainda que sua atuação no exterior se limita a denunciar o que ocorre no Brasil, citando o 8 de Janeiro e as prisões do ex-deputado Daniel Silveira, de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, e do também ex-ministro e general Walter Braga Netto. "Vai ter que cortar minha língua para me fazer parar", disse Eduardo Bolsonaro no sábado.

Alexandre de Moraes é o relator do inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe, que de acordo com a denúncia da PGR foi capitaneada por Bolsonaro e teve a participação de Braga Netto, que está preso porque tentou obstruir a investigação.

O ministro do STF também se notabilizou por uma série de decisões desfavoráveis ao bolsonarismo nos últimos anos. Parte delas envolve a retirada ou a suspensão de publicações e perfis das redes sociais, o que é denunciado por Eduardo como ataque à liberdade de expressão. O caso mais recente é o da plataforma Rumble, suspensa por Moraes no Brasil por não indicar um representante legal no País.

O ministro havia determinado o bloqueio do canal do blogueiro Allan dos Santos, que é considerado foragido pela Justiça brasileira e vive nos EUA, mas não conseguiu notificar a plataforma. Após a decisão, Moraes foi processado nos Estados Unidos pela Rumble e pela Trump Media, empresa ligada ao presidente americano Donald Trump, que o acusam de violar a soberania americana.

Na entrevista no domingo, Eduardo Bolsonaro diz que a apreensão de seu passaporte tem como objetivo impedir que ele assuma a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados. O PL, maior partido da Casa e, portanto, o primeiro a indicar o presidente de um colegiado, disse que indicará o filho do ex-presidente para comandar a CREDN.

"Quando Lula assina algum acordo internacional, para ele começar a valer para o Brasil, precisa da aprovação do Congresso. O primeiro local dentro da Câmara dos Deputados que esse tratado internacional vai parar é na mesa do presidente da Comissão de Relações Exteriores", disse o parlamentar.

Eduardo aparece ao lado do influenciador Paulo Figueiredo Filho, denunciado por tentativa de golpe, em um vídeo recente no qual ambos relatam como tem sido as reuniões nos Estados Unidos. Eles afirmam que pediram que o governo de Donald Trump ajude a expor uma suposta interferência dos EUA - sob Joe Biden - nas eleições brasileiras de 2022, pressione por eleições em que a "oposição pode concorrer", em uma alusão à reversão da inelegibilidade de Bolsonaro, e utilizem ferramentas diplomáticas para responsabilizar agentes públicos que, de acordo com os bolsonaristas, cometeram violações contra a democracia.

Uma comissão da Câmara dos Representantes norte-americana, o equivalente à Câmara dos Deputados brasileira, aprovou no último dia 26 projeto de lei que pode barrar a entrada do ministro do STF no país. O texto prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra liberdade de expressão de cidadãos americanos sejam impedidas de entrar nos Estados Unidos ou possam ser deportadas. Moraes não é citado no projeto, mas os parlamentares que assinam a proposta já criticaram decisões dele.

No mesmo dia, o Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou o bloqueio de redes sociais norte-americanas pelo Brasil, classificando as decisões como "censura". O órgão disse que tais ações são "incompatíveis com os valores democráticos". O Itamaraty acusou o governo americano de tentar politizar e distorcer decisões judiciais tomadas pelo STF.

O Oscar para Ainda Estou Aqui na categoria de melhor filme internacional, em cerimônia no noite de domingo, 2, foi comemorado por ministros do governo Lula e pelos presidentes da Câmara e Senado Federal. Parte dos governistas, em particular, associam o filme a valores democráticos.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o longa como "orgulho nacional" em breve mensagem, enquanto a nova ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, mencionou que o feito foi uma "vitória da democracia". O ministro da Casa Civil, Rui Costa, publicou uma mensagem parabenizando a equipe do filme e a atriz Fernando Torres, indicada na categoria de melhor atriz.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, comentou que o País foi "reconhecido mundialmente pela sua arte e pela defesa dos valores democráticos, tão bem representados pela família Paiva". Outros nomes dentro do governo, como o ministro de Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também comentaram. Para Silveira, é "um marco na história do cinema brasileiro".

O presidente no Senado, Davi Alcolumbre, publicou uma mensagem parabenizando a equipe do filme. "O cinema brasileiro brilha na maior premiação do mundo, levando a nossa cultura e identidade para milhões de espectadores", declarou. Já o presidente da Câmara, Hugo Motta, em breve mensagem, também parabenizou a equipe do filme e classificou a vitória como "feito histórico".