Trump diz, nos EUA, que discurso de Biden é uma "vergonha para o país"

Internacional
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Em uma noite marcada pelo discurso do Estado da União do presidente americano Joe Biden, o ex-presidente Donald Trump voltou a chamar a atenção do público pelos seus comentários ao vivo sobre as declarações de Biden. Utilizando sua rede social Truth Social, Trump postou durante a noite da quinta-feira, 7, uma série de mensagens desdenhando do discurso.

 

"Ele está tão bravo e louco", disse Trump sobre Biden. "Esse pode ser o discurso do Estado da União mais irritado, menos compassivo e o pior já feito. Foi uma vergonha para o nosso país", criticou o ex-presidente.

 

Durante todo o discurso de Biden, Trump criticou diversas afirmações do presidente. O ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021 e a crise migratória foram alguns dos assuntos mais comentados.

 

"Quer a mídia fake news goste de admitir ou não, houve uma tremenda distorção e mentiras nesse discurso", afirmou Trump no Truth Social. "Mas o povo do nosso país entende, e eles sabem que 5 de novembro será o dia mais importante na história de nossa nação!".

 

Segundo a mídia local, a rede social Truth Social chegou a ficar desestabilizada durante algumas ocasiões na noite desta quinta.

 

Trump e Biden devem provavelmente se enfrentar na eleição geral de novembro nos EUA. Para Biden, o discurso do Estado da União foi uma plataforma não apenas para comentar sobre suas conquistas legislativas, mas também para enviar uma mensagem clara ao povo americano de que sua plataforma política é radicalmente diferente à de Trump.

 

Biden não citou Trump pelo nome durante seu discurso, contudo, diversas das suas críticas ao governo anterior assumiram um tom político com ênfase na campanha eleitoral.

 

Durante seu comentário sobre a crise migratória na fronteira com o México, Biden disse: "Não vou demonizar imigrantes, dizendo que são veneno no sangue de nosso país", se referindo ao comentário que Donald Trump realizou em um comício de campanha em New Hampshire, em dezembro do ano anterior, de que imigrantes que entram nos EUA estão "envenenando o sangue de nosso país."

 

Críticos do ex-presidente compararam à época a frase de Trump sobre o "envenenamento do sangue" com outra frase preconceituosa escrita por Adolf Hitler em seu manifesto "Mein Kampf", que havia sido utilizada para criticar imigração e a miscigenação.

 

Trump negou qualquer comparação com Hitler, dizendo que nunca leu o texto. Em um discurso promulgado na terça-feira, 5, (a Superterça) após a divulgação dos resultados eleitorais das primárias em diversos Estados, Trump afirmou que pessoas que cruzam a fronteira ilegalmente estão "envenenando o sangue de nosso país" e chamou a crise migratória de "invasão".

 

"Temos milhões de pessoas invadindo nosso país" através da fronteira sul, disse Donald Trump em seu discurso de vitória em Mar-a-Lago, na Flórida, na noite de terça-feira. "Isso é uma invasão. Esta é provavelmente a pior invasão", afirmou o ex-presidente, se referindo à entrada de migrantes aos Estados Unidos.

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Quatro ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são esperados por comissões na Câmara dos Deputados nesta semana. As "visitas" ocorrem em meio a desgastes nos ministérios de Lula, com demissão de Carlos Lupi pelo escândalo dos desvios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e avanço da reforma ministerial, com previsão de substituição na pasta das Mulheres, saindo Cida Gonçalves e entrando Márcia Lopes.

Para dois ministros, a presença será obrigatória, já que se trata de convocação. O chefe do Itamaraty, Mauro Vieira, deverá comparecer à reunião da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional nesta terça-feira, 6, à tarde, para prestar esclarecimentos sobre o asilo diplomático concedido à Nadine Heredia. A ex-primeira dama do Peru foi condenada pela Justiça peruana por corrupção, em ação originada da Operação Lava Jato.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também foi convocada pela oposição e deve comparecer à reunião da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural nesta quarta-feira, 7, às 10h.

A convocação partiu de dois requerimentos: um do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES), que pede que a ministra preste esclarecimentos sobre os impactos ambientais da construção de uma nova rodovia em Belém para a COP30. Já o deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), pecuarista e agricultor, quer que Marina explique se "estava envolvida ou fomentando" ações da 21.ª edição do Acampamento Terra Livre, e sobre aumento de incêndios e alta na degradação na Amazônia Legal.

Na mesma comissão, mas no dia anterior, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, foi convidado pelos parlamentares para discutir e analisar diversas pautas. Com requerimentos de deputados da oposição e governistas, o ministro deverá ser questionado sobre o preço dos alimentos, a situação da regularização fundiária no País, supostos crimes praticados por movimentos sociais durante o "Abril Vermelho", ações do governo para solucionar conflitos no campo, entre outras. Teixeira também será convidado a apresentar os resultados das políticas da pasta e os planos para este ano.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, foi convidado pela Comissão de Trabalho para reunião com os deputados na quarta-feira. O colegiado disse que o objetivo será que o ministro apresente "plano de trabalho para o ano de 2025" e debata temas ligados à sua pasta.

Também na quarta, Carlos Lupi era esperado na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa para prestar esclarecimentos sobre os desvios bilionários dos proventos de aposentados e pensionistas do INSS. Ele, entretanto, pediu demissão do Ministério da Previdência na última sexta-feira, 2, em meio ao escândalo. Como mostrou o Estadão, esta foi a 11.ª troca na Esplanada dos Ministérios desde o início da gestão de Lula, em 2023.

O chefe interino da Coordenação de Sanções do governo dos Estados Unidos, David Gamble, vem ao Brasil nesta semana para uma série de agendas bilaterias para discutir "organizações criminosas transnacionais", segundo a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.

Enviado pelo Departamento de Estado da administração Trump, Gamble é responsável pelos programas de sanções voltados ao combate ao terrorismo e ao tráfico de drogas.

Gamble deve se encontrar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), de acordo com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), licenciado de seu mandato.

Nas redes sociais, Eduardo tem tratado a vinda do americano como um passo para a imposição de sanções por parte de Trump contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, considerado algoz do bolsonarismo.

"Está chegando a hora", escreveu Eduardo no X (antigo Twitter) na sexta-feira, 2, ao compartilhar um link de um site noticioso informando que Gamble vem ao Brasil para tratar de "sanções contra Moraes".

O governo brasileiro não confirma reunião do enviado americano com nenhuma autoridade.

Desde que decidiu se licenciar do mandato para viver nos Estados Unidos, em março, Eduardo vem dizendo que tomou a decisão "para buscar sanções aos violadores dos direitos humanos" junto ao governo Trump.

Em postagem publicada nas redes sociais na ocasião, ele disse ser alvo de perseguição, criticou Moraes e chamou a Polícia Federal de "Gestapo", polícia secreta da Alemanha nazista.

"Irei me licenciar sem remuneração para que possa me dedicar integralmente e buscar sanções aos violadores de direitos humanos. Aqui, poderei focar em buscar as justas punições que Alexandre de Moraes e a sua Gestapo da Polícia Federal merecem", disse.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que há consenso no Congresso Nacional e no Judiciário de que houve exagero na aplicação de parte das penas para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Segundo o presidente da Casa, os deputados discutem um projeto de "readequação" das penas.

As declarações ocorreram nesta segunda-feira, 5, em entrevista ao programa Bom Dia Paraíba, da afiliada da TV Globo na Paraíba.

"Eu vejo a questão da anistia como uma pauta que precisa ser discutida com muita serenidade. Não vai ser com arroubos, com atropelos, que nós vamos resolver essa situação. Porque o que é que há na sociedade, o que é que há no Congresso, e eu diria até dentro do próprio Judiciário, de consenso nesse tema? É que há penas exageradas para pessoas que não mereciam essas penas", afirmou.

Motta prosseguiu: "Nós precisamos discutir como resolver isso, até para que não sejamos injustos para com pessoas que não participaram do planejamento daquele ato de 8 de janeiro, que não financiaram esse movimento que nós infelizmente vivemos".

Segundo o presidente da Câmara, está sendo discutida uma "readequação" das penas a partir de um projeto de lei na Câmara. Ele não mencionou se a proposta é a mesma que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), vem costurando no Congresso.

"É essa a discussão que nós temos feito para poder, de certa forma, resolver essa situação, poder fazer uma discussão sobre essas penas. A partir daí, um projeto que possa fazer essa readequação", disse.

De acordo com o deputado, com o projeto, há uma possibilidade de que alguns presos já possam voltar para suas casas, a depender do cumprimento de parte da pena. O parlamentar, no entanto, ainda não indicou quando vai pautar o requerimento de urgência para o projeto de lei da anistia. O pedido já foi protocolado pela bancada do PL.