EUA: Lei do Texas que prevê prisão de migrantes suspeitos de estarem ilegais é suspensa de novo

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Os planos do Texas de prender imigrantes suspeitos de entrar nos Estados Unidos ilegalmente foram novamente suspensos nesta quarta-feira, 20, depois de causar incerteza ao longo da fronteira e provocar a ira do México durante algumas horas breves em que a lei foi permitida entrar em vigor. Uma ordem de última hora na terça-feira, 19, de um painel do 5º Tribunal de Apelações dos EUA colocou temporariamente em espera - novamente - a dramática expansão do Estado do Texas na aplicação da lei de fronteira.

 

Mais cedo na terça, a Suprema Corte dos EUA havia liberado o caminho para a rigorosa lei de imigração, dando uma vitória ao governador republicano Greg Abbott e encorajando os legisladores em outros Estados que estão buscando medidas semelhantes. Mais tarde, porém, um painel do tribunal de apelações continuou a gangorra legal em torno da lei do Texas, colocando-a novamente em pausa antes dos argumentos orais programados para quarta-feira.

 

Durante o curto período em que a lei esteve em vigor na terça-feira, as autoridades do Texas não anunciaram que quaisquer prisões foram feitas ou se estava sendo aplicada ativamente. Ao longo da fronteira no Condado de Kinney, o xerife Brad Coe abraçou os poderes de prisão, mas disse que os delegados precisariam de causa provável. "É improvável que os observadores vejam uma mudança da noite para o dia," disse Coe, cujo condado cobre um trecho da fronteira perto de Del Rio que até recentemente havia sido o corredor mais movimentado para travessias ilegais.

 

A Suprema Corte não julgou o mérito da lei. Em vez disso, devolveu ao tribunal de apelações inferior um desafio liderado pelo Departamento de Justiça, que argumentou que o Texas está ultrapassando a autoridade de imigração do governo federal. A última ordem do tribunal de apelações não incluiu nenhuma explicação do painel. Mas teve o efeito de restaurar uma liminar emitida em fevereiro pelo juiz distrital dos EUA David Ezra, que repreendeu a lei em vários aspectos. Sua opinião de 114 páginas rejeitou as alegações dos republicanos de uma "invasão" ao longo da fronteira sul devido às travessias ilegais recorde.

 

Ezra, um indicado do ex-presidente Ronald Reagan, também alertou que a lei poderia prejudicar as relações exteriores dos EUA. Sob a lei do Texas, uma vez que os réus estão sob custódia por acusações de entrada ilegal, eles podem concordar com uma ordem do juiz para deixar os EUA ou enfrentar acusação. Na terça-feira, o Secretário de Relações Exteriores do México disse em um comunicado que se recusaria a receber de volta qualquer pessoa que fosse ordenada a atravessar a fronteira. "O México reitera o legítimo direito de proteger os direitos de seus nacionais nos Estados Unidos e de determinar suas próprias políticas em relação à entrada em seu território," disse o governo.

 

O impacto se estende muito além da fronteira do Texas. Legisladores republicanos escreveram a lei para que ela se aplique em todos os 254 condados do Estado, embora Steve McCraw, diretor do Departamento de Segurança Pública do Texas, tenha dito que espera que seja aplicada principalmente perto da fronteira.

 

Outros Estados liderados pelo Partido Republicano já estão procurando seguir o caminho do Texas. No Iowa, a Câmara Estadual aprovou na terça-feira um projeto de lei que também daria a seus órgãos estaduais de aplicação da lei o poder de prender pessoas que estão nos EUA ilegalmente e foram anteriormente negadas a entrada no país. Agora vai para o governador republicano Kim Reynolds. Se assinada, entrará em vigor em julho. "O governo federal abdicou de suas responsabilidades e os estados podem e devem agir," disse o deputado estadual republicano de Iowa, Steven Holt.

 

No Texas, o juiz do condado de El Paso, Ricardo Samaniego, o principal executivo do condado, disse que a fiscalização da imigração deve permanecer como responsabilidade federal, não estadual, ecoando a visão da administração Biden. Ele disse que a presença aumentada da aplicação da lei na cidade de El Paso durante um aumento migratório anterior resultou em perseguições em alta velocidade e paradas de trânsito baseadas na suposição de que os passageiros estavam no país ilegalmente. "Tivemos acidentes, tivemos feridos, tivemos um pequeno vislumbre do que aconteceria se o estado começasse a controlar o que acontece com relação à imigração," disse Samaniego.

 

Skylor Hearn, diretor executivo da Associação de Xerifes do Texas, disse que os escritórios dos xerifes estão treinando desde o ano passado. "Se um condado escolher assumir para si mesmo, está escolhendo para seus contribuintes assumirem também," disse Hearn. "Desde que o governo federal esteja disposto a fazer sua parte, é ideal que eles assumam a posse e a custódia dessas pessoas."

 

Daniel Morales, professor associado de direito no Centro de Direito da Universidade de Houston, disse que a lei do Texas "será um problema" "É muito claro que Greg Abbott quer fazer cumprir a lei para poder ter muitas oportunidades de fotos, mas isso vai exigir muitos recursos estaduais para implementar. E eu não sei, na verdade, quanto apetite e capacidade o governo estadual realmente tem para isso," disse Morales. O Texas encontrará a fiscalização "difícil e exaustiva," disse ele. As prisões por travessias ilegais caíram pela metade em janeiro em relação ao recorde de 250 mil em dezembro, com quedas acentuadas no Texas.

 

As prisões no setor de Del Rio da Patrulha de Fronteira, foco da fiscalização de Abbott, caíram 76% desde dezembro. O Vale do Rio Grande, o corredor mais movimentado para travessias ilegais na maior parte da última década, registrou o menor número de prisões desde junho de 2020.

 

Tucson, Arizona, tem sido o corredor mais movimentado nos últimos meses, seguido por San Diego em janeiro, mas as razões para mudanças repentinas geralmente são complicadas e ditadas por organizações de contrabando. Quando o presidente Joe Biden visitou o Vale do Rio Grande para sua segunda viagem à fronteira como presidente no mês passado, os funcionários da administração creditaram o México pelo aumento da fiscalização nessa parte da fronteira pelo declínio nas prisões. Eles disseram que as condições eram mais desafiadoras para a aplicação da lei mexicana em Sonora, o Estado que fica ao sul do Arizona. Fonte: Associated Press.

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A ex-presidente Dilma Rousseff "responde bem" ao tratamento a que está submetida após ser internada em Xangai, na China, afirma uma nota à imprensa divulgada pela equipe da ex-presidente na madrugada desta terça-feira, 25.

Segundo o informe, o quadro médico de Dilma é uma neurite vestibular, um distúrbio causado por uma inflamação no nervo do equilíbrio. A alta da ex-presidente está prevista "para os próximos dias", sem previsão específica.

Dilma foi hospitalizada na sexta-feira, 21, após uma crise de pressão alta. A ex-presidente comanda o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o "Banco dos Brics".

O Brics é um grupo de países formado, originalmente, por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em janeiro de 2024, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã foram admitidos como membros do bloco. O mandato de Dilma na instituição está previsto até 2030.

Na tentativa de reverter o índice de popularidade mais baixo entre todos os seus mandatos, o presidente Luiz Inácio Lula de Silva avisou a sindicatos de trabalhadores que vai editar uma medida provisória (MP) para liberar o saldo do FGTS para trabalhadores que tenham ficado com o dinheiro retido por terem aderido ao saque-aniversário do fundo.

Além disso, ele iniciou a semana com um pronunciamento em rede nacional, às 20h30 de ontem, em que falou dos programas Pé-de-Meia e Farmácia Popular. "Seguimos ao lado de cada brasileiro e de cada brasileira: para levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima", declarou o petista.

O Pé-de-Meia é um programa de incentivo à permanência e conclusão do ensino médio e voltado para beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). A iniciativa havia sido suspensa pelo Tribunal de Contas da União (TCU), mas retomará os pagamentos nesta terça, 25. O presidente afirmou que mais de 90% dos jovens participantes passaram de ano e a iniciativa já alcança mais de 4 milhões de alunos em todo o País.

No âmbito do programa, ao comprovar matrícula e frequência, o estudante recebe o pagamento de um incentivo mensal no valor de R$ 200. Também há um benefício de R$ 1.000 ao fim de cada ano concluído, valor que só pode ser retirado da poupança após a conclusão no ensino médio.

Além disso, Lula anunciou a criação do Pé-de-Meia Licenciatura, um incentivo para estudantes que tiveram bom desempenho no Enem e desejam seguir a carreira de professor.

Outro ponto abordado no pronunciamento foi a ampliação da gratuidade do Farmácia Popular. Todos os 41 medicamentos oferecidos pelo programa serão distribuídos gratuitamente. Lula destacou que a medida beneficiará especialmente pacientes com doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e asma. Além dos medicamentos, o programa também passa a ofertar fraldas geriátricas de forma gratuita.

"Depois de dois anos de reconstrução de um país que estava destruído, estamos trabalhando muito para trazer prosperidade para todo o Brasil, principalmente para quem mais precisa", afirmou o presidente. O último pronunciamento de Lula na TV ocorreu na antevéspera do Natal do ano passado.

Encontro

A medida provisória do FGTS deverá ser anunciada nesta terça, 25, no Palácio do Planalto em um encontro de Lula com dirigentes de centrais sindicais. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a medida valerá apenas para os trabalhadores demitidos que têm saldo retido até a data de publicação da MP. Ou seja: quem for demitido depois não poderá ter acesso aos recursos.

Os trabalhadores que comprometeram os recursos com empréstimos bancários - por meio da antecipação do saque-aniversário - e, portanto, não têm saldo em conta, não serão abarcados pela medida provisória, que deve ser publicada nos próximos dias.

Saldo

O saque-aniversário foi criado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e entrou em vigor em 2020. O trabalhador que opta pela modalidade pode sacar anualmente, no mês de aniversário, parte do seu saldo de FGTS. Em caso de demissão, porém, o saldo fica bloqueado para rescisão sem justa causa e só é possível acessar a multa rescisória - diferentemente da modalidade de saque-rescisão, em que é permitido ter todo o dinheiro do FGTS. No saque-aniversário, para resgatar os valores que restaram, o trabalhador demitido precisa aguardar dois anos. É esse saldo que a MP pretende liberar.

O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, que recebeu convite do Planalto para uma reunião hoje, disse, em nota, que a medida provisória era uma demanda das centrais. "Sacar o FGTS é um direito do trabalhador, que pode usar esse dinheiro para pagar suas contas, fazer compras, consumir e, dessa forma, se injeta mais dinheiro na economia."

Desgaste

Os anúncios do governo ocorreram dez dias após pesquisa Datafolha mostrar que a popularidade de Lula caiu 11 pontos porcentuais. Em dois meses, foi de 35% para 24%, atingindo o pior índice dos seus três mandatos na Presidência. A reprovação do governo também foi recorde, passando de 34% para 41%.

A chamada "crise do Pix" e a alta no preço dos alimentos ajudam a explicar a queda da popularidade do presidente, que tem apostado na comunicação do governo para tentar reverter a imagem ruim. A queda ocorreu mesmo depois da troca do ministro-chefe da Secom, de Paulo Pimenta para Sidônio Palmeira.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O advogado da plataforma de vídeos Rumble e da Trump Media Group, Martin de Luca, classificou a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes como "censura" e afirmou que a empresa não tomou nenhuma ação sobre as decisões do magistrado.

"É particularmente agravante quando sabemos que a ordem judicial é para censurar contas dentro dos Estados Unidos, de um residente americano, um residente político brasileiro, que mantém contas bancárias dentro dos Estados Unidos. E a ordem também pede para parar o fluxo de fundo e monetização das contas para esse residente político", afirmou Luca em entrevista à CNN.

"O mandado do ministro Alexandre de Moraes está solicitando que uma empresa americana bloqueie fundos dentro dos Estados Unidos, para um residente dos Estados Unidos e bloqueie as contas globalmente de um residente americano", disse. O advogado afirmou que não sabe se a empresa irá recorrer da decisão do bloqueio.

O ministro determinou na última sexta-feira, 21, a suspensão do funcionamento da rede social Rumble no Brasil por descumprir a determinação judicial que exigia da empresa a indicação de um representante legal no Brasil, o que não ocorreu. O bloqueio é por tempo indeterminado, até o cumprimento da ordem judicial e o pagamento de multas.

Luca afirmou ainda que a empresa ainda não tomou nenhuma ação a respeito da medida e negou que a Rumble devesse indicar um representante no Brasil por não ter operações no País, sob o argumento de que não é um modelo viável para a atuação das empresas na era digital.

"Não é um mecanismo no qual, na era digital, as empresas podem operar, você não pode contratar um representante legal em 193 países do mundo simplesmente porque seu conteúdo se espalha pelo mundo", afirmou Luca.

Sem a atuação de advogados no caso, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a empresa indicasse representantes no Brasil dentro de 48 horas. "O ordenamento jurídico brasileiro prevê a necessidade de que as empresas que administram serviços de internet no Brasil tenham sede no território nacional, bem como atendam às decisões judiciais que determinam a retirada de conteúdo ilícito gerado por terceiros", destacou Moraes em despacho.

CEO da Rumble desafiou Moraes nas redes sociais

O CEO da plataforma de vídeos Rumble, Chris Pavlovski, desafiou Moraes através do X (antigo Twitter). Pavlovski mencionou o ministro em uma publicação na última quarta-feira, 19, dizendo que não cumpriria as ordens legais de Moraes.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a responder a postagem na rede social dizendo que "o mundo precisa ser livre". Pavlovski voltou a provocar o ministro do STF no dia seguinte, afirmando que recebeu "mais uma ordem ilegal e sigilosa" de Moraes e que ele não tem autoridade sobre a Rumble nos Estados Unidos. "Repito - nos vemos no tribunal", escreveu o CEO.