EUA aprovam regras rígidas para emissão por tubo de escape, mas ampliam prazo para adoção

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O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, promulgou as regras mais rigorosas já aplicadas para as emissões de carros por combustão, enquanto deu aos fabricantes de automóveis um período mais prolongado para a implementação à medida que o mercado de carros elétricos continua em evolução.

 

Divulgadas pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), nesta quarta-feira, as regras aumentam de forma mais gradual o que foi proposto originalmente pelos reguladores e que levaria a indústria automobilística a realizar, majoritariamente, vendas de veículos elétricos no início da próxima década. Essa decisão visa dar tempo aos americanos para se adaptarem aos veículos elétricos à medida que mais carregadores são instalados e os fabricantes de automóveis trabalham para desenvolver cadeias de abastecimento e modelos elétricos mais acessíveis.

 

Os executivos e revendedores do setor automotivo fizeram forte lobby para uma implementação mais lenta, uma vez que o ritmo das vendas de veículos elétricos nos EUA está em desaceleração e sem o mesmo entusiasmo dos últimos anos.

 

A implementação menos agressiva das regras é uma vitória para as montadoras tradicionais, que alertaram o presidente Biden sobre as metas propostas pela agência dos EUA há um ano. A meta exigiria, efetivamente, que os carros totalmente elétricos respondessem por cerca de 60% das vendas de veículos novos até aqueles fabricados com o ano modelo 2030.

 

As novas regras se aplicam a veículos leves - carros, veículos utilitários esportivos e a maioria das picapes - para os fabricados entre 2027 a 2032. Ela determina a quantidade de dióxido de carbono que os novos veículos podem emitir, bem como poluentes como o óxidos de nitrogênio, que causam poluição atmosférica e doenças respiratórias.

 

Em relação às metas para veículos com ano modelo 2030, por exemplo, estima-se que 31% a 44% das vendas de novos veículos leves teriam de ser elétricos, em vez da fatia de 60% originalmente proposta.

 

A agência ambiental considerou o feedback de fabricantes de automóveis, fornecedores de peças, revendedores e sindicatos, que a instaram a adiar a implementação das restrições de emissões mais rigorosas até que o mercado para carros elétricos amadureça, disseram funcionários do governo.

 

No entanto, para o ano modelo 2032, a EPA manteve a proposta original, que exige que as emissões de carbono dos veículos novos sejam reduzidas quase pela metade em relação aos que foram colocados à venda em 2026.

 

Esse objetivo exigirá que os veículos elétricos representem o equivalente a dois terços das vendas de automóveis novos. Mas a EPA disse que a indústria poderia atingir esse alvo com uma menor penetração de veículos elétricos, mediante a combinação com vendas de híbridos plug-in, que a agência espera que desempenhem um papel maior na transição do que se pensava anteriormente.

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