Macron quer jantar com Chico Buarque e fazer caminhada na Avenida Paulista

Internacional
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O presidente da França, Emmanuel Macron, vai reservar parte de sua programação de três dias no Brasil para jantar com artistas brasileiros e personalidades da cultura nacional. Um dos convidados que ele gostaria de encontrar é o cantor Chico Buarque. Além disso, Macron quer, após o convescote, fazer uma caminhada noturna na Avenida Paulista.

 

As informações a respeito da programação cultural foram divulgadas pelo Itamaraty nesta sexta-feira, dia 22. Mas a organização é do Palácio de Eliseu e da embaixada e consulados da França.

 

A embaixadora Marial Luisa Escorel de Moraes, secretária de Europa e América do Norte, afirmou que o cerimonial de Paris disse ser costume do presidente francês fazer algumas atividades desse tipo em viagens e que ele é uma pessoa que gosta de se exercitar. Nos últimos dias, viralizou nas redes sociais uma fotografia do presidente francês treinando boxe.

 

A agenda do francês inclui ainda um encontro com o ex-jogador Raí e beneficiários da fundação Gol de Letra. O ex-atacante jogou no futebol francês, no Paris Saint-Germain. O encontro é uma forma de abordar o esporte, já que Paris é a sede dos Jogos Olímpicos de 2024.

 

O governo brasileiro sugeriu que ele visitasse o Museu de Arte de São Paulo (MASP), mas o tour ainda carece de confirmação. Ele vai inaugurar o Instituto Pasteur, na Universidade de São Paulo (USP).

 

Macron vai passar três dias no Brasil e visitar quatro cidades: Belém (PA), Itaguaí (RJ), São Paulo (SP) e Brasília (DF). Ele vai se encontrar também com representantes de povos indígenas, na capital paraense.

 

À mesa, chocolate orgânico, mas sem peixes de rio

 

Em Belém, Lula e Macron tomarão um ferry-boat para atravessar a Baía do Guajará da zona portuária até a Ilha do Combú, onde vão se encontrar com a empreendedora Dona Nena e conhecer o cultivo de cacau e os chocolates orgânicos amazônicos. A líder comunitária paraense lidera a produção de doces artesanais na ilha.

 

Além dos ribeirinhos, Macron também vai se encontrar com lideranças indígenas no Pará, como o cacique Raoni Metuktire.

 

A programação inclui um lanche com outros pratos típicos, mas a previsão é que Macron não prove peixes como pirarucu e outros típicos, porque tem restrições ao consumo de peixe de rio - o líder francês prefere carne mal passada.

 

No Rio, Macron vai ficar hospedado na região de Copacabana, na zona sul, e deverá usar um helicóptero para se deslocar do Forte de Copacabana junto a Lula até o Complexo Naval de Itaguaí, onde ambos vão assistir ao lançamento do submarino Tonelero, a ser batizado pela primeira-dama Janja da Silva.

 

A primeira-dama francesa, Brigitte Macron, não acompanhará o marido, mas se comprometeu a vir ao Brasil em novembro, para a Cúpula do G20. No ano passado, ela promoveu um piquenique com Janja e outras cônjuges de chefes de Estado e de governo, em Paris.

 

Segundo o Itamaraty, os presidentes devem assinar cerca de 15 de um total de 30 acordos bilaterais, entre eles nas áreas de regulação digital, audiovisual, saúde e meio ambiente, entre eles um financiamento de R$ 100 milhões da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco da Amazônia e o Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

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A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi hospitalizada na última sexta-feira, 21, em Xangai, na China, após passar mal e apresentar um quadro de pressão alta. Ela está sob cuidados médicos no Shanghai East International Medical Center. A informação foi confirmada ao Estadão pelo hospital.

Dilma cancelou sua viagem a Cape Town, na África do Sul, onde participaria de uma reunião com representantes do Brics - grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Desde 2023, a ex-presidente comanda o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). A nomeação dela ocorreu dentro do sistema de rodízio entre os países membros. Inicialmente, o Brasil ocuparia a presidência da instituição até julho de 2025, mas o governo brasileiro articulou a prorrogação do mandato por mais cinco anos. Atualmente, Dilma reside na China.

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), avalia que a queda de popularidade do governo Lula pode ser passageira. Para o magistrado, a situação pode ser superada pelo governo.

"Eu acredito que esse quadro de impopularidade é mais uma fotografia do que um filme. É mais a revelação de um dado momento que exige do governo ações", disse o ministro em entrevista à revista Veja, publicada na sexta-feira, 21.

A aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingiu em fevereiro o pior índice de seus três mandatos, com uma queda de 35% para 24%, segundo o Datafolha.

Entre os motivos, foram apontadas a "crise do Pix" e a alta no preço dos alimentos. Para Gilmar Mendes, além da inflação e da taxa de juros alta, a dificuldade de cortar gastos também tem desagradado a população.

Ele ressaltou, no entanto, que o governo tem mostrado números positivos, como a taxa de crescimento de 3% no ano passado e a queda do desemprego.

O ministro também falou sobre a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado, frisando que, após a denúncia, a defesa pode se pronunciar sobre as acusações.

Em entrevista ao Estadão neste domingo, Gilmar Mendes descartou a viabilidade de um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, que poderia beneficiar Bolsonaro. Ele afirmou que alguns crimes são "muito próximos do terrorismo" e, por isso, não deveriam ser contemplados por perdões.

"Não vejo condições para que esse debate prossiga na vida jurídica, mas entendo a perspectiva política, a ideia de falar-se em exagero judicial, de tentar minimizar os fatos do 8 de Janeiro. Nós não podemos nunca esquecer esses fatos e seus contextos", disse o decano do Supremo Tribunal Federal.

O advogado Celso Vilardi, que defende o ex-presidente Jair Bolsonaro, disse nesta segunda-feira, 24, que ainda está "tentando"estender o prazo para responder à denuncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado. O pedido foi negado pelo relator, Alexandre de Moraes, e o prazo de 15 dias dado na última quarta-feira, 19, permanece válido.

Vilardi falou com jornalistas após se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso. O encontro foi no gabinete do ministro e durou cerca de 20 minutos. Ao entrar, Barroso disse que "atende as pessoas no geral". "Na medida do possível eu atendo, afirmou.

O advogado também disse que vai pedir a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe de ordens de Bolsonaro. O depoimento dele é uma das provas que reforçam a denuncia da PGR.

O STF informou que o advogado Celso Vilardi apresentou as razões de petições que ingressará, e Barroso disse que analisará os pedidos.